1. Mensagem de Miguel Pessoa (*), para Luís Graça, com data de 29 de Maio de 2009:
Assunto: Comentários ao texto do Matt Hurley
Luís
Da experiência que já tenho dos timings da publicação dos Postes no blogue, não me parece que o texto do Matt Hurley venha provocar grandes comentários por parte dos bloguistas. Mas lembro que durante a preparação da tradução solicitaste pareceres a diversos tabanqueiros. Pelo menos tenho conhecimento destes que incluí mais abaixo. Devidamente adaptados, talvez queiras introduzi-los como comentários ao Poste ou incluí-los na série "Comentários que merecem ser Postes" (desculpa lá se não é esse o termo, mas estou a escrever de cor...). Isto é uma simples sugestão.
Abraço
Miguel
2. Assim, seguindo a sujestão do nosso camarada Miguel Pessoa e a indicação do Editor do Blogue...
Comentários ao texto do Matt Hurley:
De João Seabra
Luís
Cá recebi o sumário do trabalho do Matt Hurley. Não tenho grande coisa a acrescentar em relação ao que te escrevi ontem. Tal como o autor, também não vejo que lições se possam tirar de experiências passadas que tenham alguma utilidade para uma doutrina da contra-insurreição actual.
Acho mesmo que as cidades constituem hoje o derradeiro maquis. Já não há, praticamente, terrenos difíceis onde as técnicas modernas não sejam mais do que suficientes para pôr fora de combate potenciais insurgentes. Os helicópteros actuais, os dispositivos de observação nocturna, a observação espacial, o empastelamento electrónico das transmissões adversas, a extraordinária precisão das armas e munições actuais, etc., tornam irrisórios os tradicionais santuários geográficos (montanhas, pântanos, florestas, etc.).
Restam as cidades, onde os guerrilheiros se podem movimentar com facilidade desde que, evidentemente, as forças armadas modernas se abstenham de as arrasar (como os Russos fizeram em Grozny).
Isto vale especialmente para o Iraque, onde 90% da população é urbanizada.
Sobre a tradução do Miguel, diria que escolheste a pessoa indicada. Prefiro (mera opinião) o termo situação para traduzir status, em vez de estado da arte sobre o tema, expressão que, parece-me, talvez mal, poderia induzir em confusão entre o estado da literatura sobre a arte e o estado da arte propriamente dita.
Só há uma expressão que me parece relativamente obscura (mais por culpa do autor do que do tradutor): a que se refere à não linearidade na guerra. (uma vez que) as operações efectuadas a uma escala relativamente pequena e os seus efeitos imediatos tinham desproporcionado profundamente o impacto….
A linearidade de uma função exprime efectivamente uma relação de proporcionalidade (directa). A não linearidade sugere uma desproporção. Entre o quê? meios e resultados? meios e efeitos? meios e impacto? efeitos impacto? O que é o impacto?
Enfim, o problema pode não ser do autor (e muito menos do tradutor), mas deste específico leitor, que é particularmente obtuso.
Acho o texto interessante e gostaria de o ver publicado no blogue. Quanto mais não seja porque enuncia explícitamente uma tese que merece estudo, e com a qual, possivelmente, haverá quem esteja em desacordo.
Mas eu sou dos que pensam que a controvérsia (racional) é mais profícua do que o chamado consenso.
Abraço
João Seabra
De Manuel Augusto Reis
Caríssimo Luís
Aqui vai, tarde e a más horas, a minha modesta opinião sobre o trabalho de doutoramento de Mr. Mattew H. Hurley.
Sobre o estudo de caso considero-o muito bem conduzido e o resultado das investigações vêm de encontro ao que nós, no terreno, vivíamos e sentíamos. Sem a eficácia de actuação da Força Aérea, na Guiné, ficávamos deveras fragilizados.
Mr Matew H. Harley fala na nossa superdepência das NT, no terreno, da eficaz actuação da FAP. Não só no aspecto operacional, mas também no aspecto logístico (alimentação, correio, evacuação de feridos ou doentes, etc...). Esta era, de facto, a realidade.
A sua ligação ao 25 de Abril é feliz, pois com a crescente evolução tecnológica (mísseis terra-ar) e a intensificação da sua utilização por parte do PAIGC, a actuação da FAP ficava bastante limitada (o que foi notório a partir de Maio de 73) e o recolher a Bissau tornava-se inevitável. Havia que fazer algo. Um desaste de grandes dimensões transformar-se-ia num vexame para nós aos olhos do mundo.
Isto apressou o 25 de Abril (estava previsto para Julho, dizia-se nos bastidores revolucionários).
Um abraço amigo
Manuel Reis
De Hélder V. Sousa
Caro Luís Graça
Quase conseguindo cumprir o prometido, aqui vão alguns, poucos, comentários ao trabalho do Matthew Hurley.
Como disse antes, não devo ter reparado ou entendido que o enviado anteriormente seria para comentar e disso me penitencio.
Ontem, como te disse, fui a Vila Franca de Xira para participar na divulgação pública do "Manifesto da Memória" das gentes da Secção Cultural da União Desportiva Vilafranquense, que foi muito interessante. Disso poderei falar mais tarde, se achares que possa ter algum interesse. Entre a malta do meu tempo (geracional e de actividades), encontrei uma amiga minha, chamada Ana Diogo (aliás, a médica Ana Diogo), que me disse que através dum texto que lhe enviei, publicado no nosso Blogue, ela te reconheceu e disse que tinha sido tua aluna numa formação qualquer e que até se conheciam e se davam bem.
Então, agora em relação ao artigo, começo por dizer que não tenho muita coisa a dizer.
No ponto 5. Esboço dos Capítulos, está indicado o conteúdo que ele pretende desenvolver. Parece-me que a sequência indicada é a óbvia, aquela que resultará duma abordagem com a distanciação necessária para obter o que pretende, estudar em simultâneo a acção da FAP e a acção do PAIGC para contrariar ou tentar contrariar a acção da FAP, e vice-versa.
Parece-me que ele irá pelo caminho que tentará mostrar que entre esses dois parâmetros de observação há muito de inter-relação, muito de causa-efeito. Assim, numa primeira fase a FAP, mesmo com meios limitados (relativamente poucos aparelhos e pouco modernos) será senhora incontestada dos céus da Guiné e isso será de uma importância não só inquestionada como irá obrigar o PAIGC a desenvolver actividades de defesa aérea. Com o desenrolar os tempos foi possível ao PAIGC introduzir equipamentos mais modernos e eficazes, obrigando a FAP a reajustar a sua estratégia, o seu modo de operação.
Sabe-se, sentiu-se e o autor faz eco disso, socorrendo-se inclusivamente do nosso Blogue (e também dos relatos datados do livro do A. Graça de Abreu), que a sombra protectora da FAP foi sempre um factor de grande importância para as operações no terreno, fossem elas de apoio às acções propriamente ditas, em acções de evacuações, de cobertura, até de simples meio de ligação com a rectaguarda, de que a distribuição de correio não era a menos importante. A perturbação do modus operandus da FAP, motivada pela adaptação da estratégia a aplicar para contrariar a tal entrada en cena dos "Strella", coincidindo com um cada vez maior efeito diluidor que progressivamente ia desgastando as NT foi também certamente uma contribuição decisiva para ajudar a criar o ambiente que culminou no 25 de Abril.
Do estudo sistemático comparado das acções de uns e outros o Autor tentará extrair as suas conclusões no sentido de retirar daí as lições que considerará relevantes para os actuais desafiosde insurreições com que se defrontam hoje os Estados Unido e os seus aliados, já que é sua firme convicção que esse estudo contém em si o que de mais paradigmático se poderá obter nesse sentido.
Como conclusão acho que é muito interessante que alguém, com a importância que tem o Autor, considere a nossa guerra, em particular a da Guiné, como uma fonte de ensinamentos e que muito poderão ajudar nos actuais desafios. Bem, talvez não seja de espantar assim tanto, afinal não é isso que temos andado a provar este tempo todo? Que a Guiné foi especial? Que essencialmente se deve a isso (não só mas também) o êxito do nosso Blogue?
Depois é reconfortante (e dá uma merecida pontinha de orgulho) saber que o Autor se socorreu do conteúdo do Blogue para defender alguns pontos de vista e que para além de textos e depoimentos lá contidos também o utilizou como veículo de contacto com elementos relevantes, como o caso do Miguel Pessoa. E que também se socorreu do livro do António Abreu.
Quanto aos pormenores de datas e outras questões técnicas, que eventualmente possam conter falhas, erros ou imprecisões (que não se quer que existam, até para não serem factores comprometedores) não me posso pronunciar por desconhecimento de causa.
Bem Luís, não sei bem se era este tipo de comentário que tinhas em mente, mas foi o que consegui fazer.
Um abraço
Hélder S.
De Alberto Branquinho
COMENTÁRIOS
1 - Pág. 9 do texto em inglês - linha 12:
«...I suspect it involves a complex interplay bettween national policy, military will, tactical considerations, weapons technology, superpower rivalry and insurgent motivation.»
Digo eu: - It's all right, sir !
Já ouvi falar de tudo isso em qualquer parte... mas poderia explanar (se é que está ciente disso) um pouco mais sobre o que é que entende por national policy?
Era só a política de São Bento e arredores ou algo mais? E sobre o estado da Nação?
É preciso ter em atenção a TENTAÇÃO (norte-) americana average de querer simplificar tudo o que não é States. E, além disso, de ver o mundo à sua imagem e semelhança.
E segue:
By unreaveling some of that complexity, I intend to demonstrate the link between the employment of a shoulder-fired air missile and the collapse of an empire!! (o sublinhado e a exclamação são meus).
Ao menos poderia ter dito que o SIMPLES shouder-fired air missile poderá ter sido um possível CATALIZADOR e não a CAUSA que produziu esse EFEITO. But Portugal is so small, gentlemen... don't you agree?
2 - Gostava muito saber o que pensa de todo este escrito do Matt Hurley o nosso camarada António Graça de Abreu, que entende que os Strela não afectaram a supremacia aérea Portuguesa, pois que comia em Cufar os repolhos (transportados pela FAP) que tinham chegado nesse mesmo dia a Bissau por via aérea.
3 - Mais haveria a dizer, mas o que vai em 1. acima é a parte fundamental.
Alberto Branquinho
__________
Notas de CV:
(*) Miguel Pessoa, ex-Ten Pilav, BA 12, Bissalanca, Guiné (1972/74), actualmente Cor Pilav Reformado
Vd. último poste da série de 27 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4430: O poder aéreo no CTIG: uma pesquisa de Matthew M. Hurley, Ten Cor, USAF: Trad. de Miguel Pessoa (3): Parte III (Bibliografia)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
sexta-feira, 29 de maio de 2009
Guiné 63/74 - P4435: Estórias de Mansambo II (Torcato Mendonça, CART 2339) (7): Bissau, a caminho de Fá
Guiné > Bissau > 1968 > Fotos Falantes III (de 48 a 54) > A chegada do Ana Mafalda, o porto de Bissau, uma rua da cidade, navios da marinha, uma LDG a caminho do Xime... Pedaços do puzzle da(s) nossa(s) memória(s)... Fotos do riquíssimo álbum do nosso querido camarada e amigo do Fundão, Torcato Mendonça, que tem já, neste blogue, o estatuto de senador... Espero reencontrá-lo um dias destes, talvez na festa da cereja do Fundão... e dar-lhe um abraço. (LG)
Fotos: © Torcato Mendonça (2009). Direitos reservados.
1. Mensagem, de 21 do corrente, do Torcato Mendonça, ex-Alf Mil, CART 2339 (Fá e Mansambo, 1968/69
Meus Caros Editores:
Como disse tenho tentado arrumar o que por aqui escrevi. Acontece que no último envio foram 'As estórias do José II, parte A', incompleta. Já tinha sido enviada e segue novamente.
Ainda bem que tudo passou a 'Estórias de Manssambo'. A partir de agora não há confusões.
Que chato que eu sou...mas devia ter arrumado ou tido mais cuidado com o arquivo do que escrevi.
Abraços do Torcato (É pesado, se não der trabalho.... Acusem, não me importo e agradeço).
A ansiedade fizera erguer-me mais cedo naquela madrugada. Assistia ao primeiro, e rápido, nascer do Sol naquelas latitudes.
Ao longe, muito ao fundo, na linha do horizonte por entre a neblina já se avistava terra. O barco navegava em mar chão. Seguia o rumo das Caravelas. Rumo de impérios do passado, de desencantos e desamores. O Ana Mafalda segue o mesmo destino levando militares, não os de quinhentos para o início mas, isso sim, militares do século vinte para o fim do império.
Ontem ou anteontem tínhamos passado pelo porto de Pedra Lume, Ilha do Sal, em Cabo Verde. Hoje aí estava o Continente Africano a vir ter connosco rapidamente.
Fiquei encostado à amurada de bombordo, mil pensamentos a irem e virem, num falso isolamento. Àquela hora, já o convés estava a ficar cheio de militares, tão ou mais ansiosos que eu. Os velhos militares como o 1º Sargento ou o Sargento Moura Gomes, com mais de uma Comissão naquela terra, iam dando indicações apontando a terra a aproximar-se, cada vez mais por entre a neblina tropical.
Quase na linha do horizonte, ao longe avistava-se um ponto negro.
Aumenta de tamanho e começa a tomar forma de barco. Aproxima-se de nós um zebro, três ou quatro fuzileiros lá dentro, camuflados gastos, pele curtida por mil sóis da Guiné, acenam em saudação de boas vindas aos camaradas periquitos. Volteiam, duas ou três vezes e afastam-se acenando. Vão para a Ilha de Jeta, dizem-nos os velhos militares. O estuário do Geba e Bissau estão perto.
De facto o tempo passa rápido e a terra está logo ali, verde em vegetação luxuriante. Estuário do Geba acima, pouco depois, vê-se uma ilha a estibordo e, a bombordo, apareciam os contornos da cidade. Recordação difusa, tal como a bruma que dificultava a visibilidade. A manhã já ia alta quando chegamos ao porto de Bissau e aí estava a cidade. (F Falantes III, 52).
Fundeou o barco, atrás uma ilhota, à frente o cais a vir rio adentro, a marginal da cidade e um edifício grande com letras já meio apagadas – NOSOCO.
Há poucos dias li um escrito e recordei esta imagem.
- O que é aquilo? – perguntei.
Eram os armazéns de uma Companhia francesa, hoje é tudo CUF (até o navio onde íamos) mas com nome de Ultramarina ou de Casa Gouveia. Vai ver e compreender. Resposta clara pois, para bom entendedor era suficiente.
Enquanto esperávamos o desembarque, lembro-me de ter feito promessa a mim mesmo: tenho que sair daqui vivo e inteiro. Partido ou morto é igual e têm que voltar todos. Enganei-me. No regresso a Évora faltavam demasiados… demasiados…
Não me lembro do desembarque. Sei que fomos para Santa Luzia. Ficamos num barracão enorme, aberto na fachada principal, um montão de colchões a um canto e pouco mais. Para dar as boas vindas, no largo fronteiro umas quantas viaturas destroçadas pelas minas esperavam para serem transformadas em peças… de três ou quatro nascia uma. Para melhor recepção fiquei de serviço á Companhia.
A noite chegou rápida como a madrugada. Crepúsculo breve. Terra diferente onde até o Sol ia e vinha com pressa. Só o tempo, aquelas horas naquele barracão eram lentos a desandar.
Pouco me lembro daquela noite a não ser uma partida ou brincadeira que me fizeram. Talvez, por volta da meia-noite, vieram chamar-me:
- Está a chover.
- O quê?
Então que não chovia agora, respondi. Vim ver e senti a água a cair, aos poucos, pelas goteiras do telhado zincado. Saí. Não estava a chover. Riam-se os que me tinham chamado. Pois é, pois é, pensem quando dormirmos com as estrelas como manta…bom clima…fortifica o esqueleto.
Ficamos cerca de três dias em Bissau. Vi a cidade por alto. Provei algumas comidas, fiz compras com indicação dos velhos, senti o pulsar de uma cidade com vida dada pelos militares e pouco mais (Fotos Falantes III, 48, 54).
Na madrugada do dia 25 embarcamos num barco enorme, disseram-me ser uma LDG. O destino já o sabia – o Leste, quartel de Fá, de barco até ao Xime, depois em coluna auto. Simpáticos…
Íamos, segundo as informações recebidas, ser a Companhia de Intervenção ao Batalhão (BART 1904), sedeado em Bambadinca.
E, então sim, a comissão e a dança ia começar.
Hoje, passados tantos anos, ao reler o que atrás foi escrito tenho que parar. Vêm-me à memória, em catadupa um conjunto de recordações. Paro. Nem sei quanto tempo, recostado no cadeirão fiquei, mais lá do que cá ou praticamente todo lá, naquela terra vermelha e ardente…nesse tempo, um jovem militar de empréstimo e vida interrompida.
Tento então, antes de continuar, seguindo a metodologia da escrita referida no início, inserir algumas dessas recordações ou estórias dispersas. Continuarei depois, saindo de Bissau até Fá e, a partir daí 'continuar a comissão'. (*)
_________
Nota de L.G.:
(*) Vd. poste anteriore desta série de 18 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4368: Estórias de Mansambo II (Torcato Mendonça, CART 2339) (6): Raízes...
Guiné 63/74 - P4434: História do BCAÇ 4612/72 (Jorge Canhão) (4): Biologia das Populações
b. População
(1) Aspecto histórico
(a) Existem no Sector 04 dois "Chãos" tradicionais, ocupados há longos decénios, ou até mesmo séculos, por duas etnias com características e organizações diferentes:
O "Chão" Balanta, na parte Sul, correspondendo à zona do Concelho de MANSOA que pertence ao Sector;
O "Chão" Mandinga, na parte Norte, abrangendo a área do Posto Administrativo de MANSABÁ que fica dentro do Sector.
Em qualquer dos "Chãos" predominam as populações da etnia que lhes dá o nome; ambos se prolongam para os Sectores vizinhos.
(b) Os Balantas, ao que se julga, resultaram do cruzamento de homens Beafadas e mulheres Papeis, na povoação de DUGAL, donde irradiaram para as vastas áreas que actualmente ocupam nas quais predominam as bolanhas. Há notícias de que já no século XIX se encontravam nas áreas pertencentes ao actual Sector 04. Politicamente constituem uma sociedade acéfala, sem máquina administrativa nem instituições judiciais constituídas. O chefe político é o chefe da família; o chefe da povoação tem funções limitadas, não podendo decidir sobre qualquer assunto sem que haja um total consentimento dos chefes de família. Na sua sociedade não existem grandes diferenças de classes sociais ou de riquezas.
Dada a sua organização político-social, dificilmente aceitaram os Régulos que lhes foram impostos pelas nossas autoridades e que por vezes pertenciam a etnia diferente, do qual resultaram ressentimentos por parte dos Balantas e pouco prestigio para o Régulo que era encarado pelas populações como um funcionário da Administração do que como um chefe natural.
Constituem a etnia da Província com maiores qualidades de trabalho, mas praticam o roubo de gado - o que entre eles não constitui desonra, mas motivo de orgulho - e por tal facto as outras etnias tem relutância em aceitar os Balantas, visto recearem serem por eles roubados. Esta prática do roubo levou-os a serem considerados, no passado, como sendo possuidores de um elevado espírito guerreiro. Também são considerados como a etnia que mais entraves levantou á penetração portuguesa. Todavia as campanhas contra eles levadas a efeito principalmente nos dois decénios do século XX, por TEIXEIRA PINTO, enquadram-se no plano geral da pacificação da Província não havendo conhecimento de qualquer acção militar em que os Balantas sobressaíssem de forma especial.
O seu deficiente enquadramento tradicional, antes da eclosão do terrorismo, levou-os a uma dependência económica, política e social de populações de outras etnias, sobretudo os Fulas e Mandingas. Assim as promessas, feitas pelo PAIGC, de libertação dos povos que os subjugavam, induziu os Balantas a facilmente aderirem à subversão; todavia a inclusão sistemática de Balantas nos grupos de guerrilheiros e a contribuição obrigatória de géneros alimentícios aos mesmos grupos levaram-nos a verificar que se tinham libertado duma dependência para caírem noutra; por tal facto deu-se já uma viragem na atitude dos Balantas, face ao PAIGC, nalgumas regiões da província.
Nos dois CONGRESSOS DO POVO DA GUINE, realizados em 1971 e 1972 nos quais colaboraram todas as etnias, foram abordados alguns dos problemas específicos dos Balantas, podendo a sua solução alterar o panorama da luta que se trava na Província.
(c) Os Mandingas habitavam já a GUINE antes da nossa chegada; possuidores de vastas tradições e de uma cultura própria, constituíram grandes impérios, dos quais o maior foi o do MALI que durou até ao Século XVII. Distribuíam-se irregularmente por toda a Província e em meados do Século XIX tiveram grandes disputas com os Fulas acabando por ficarem vencidos.
A sociedade Mandinga, outrora fortemente hierarquizada apresenta-se hoje dividida em dois grupos: a classe dirigente e a classe dirigida; pertencem à primeira os chefes religiosos e políticos; a classe dirigida engloba três ramos de corporações de ofícios: a dos ferreiros, a dos sapateiros e a dos cultivadores de terras e comerciantes ambulantes (Djilas).
A estrutura judicial andou sempre ligada ao poder político; o chefe da família é o juiz que resolve as desavenças surgidas na família extensa; quando as questões ultrapassam o âmbito familiar, mas se resumem a pequenos delitos, cabe ao chefe da Tabanca com o conselho dos grandes resolvê-los; antigamente só os Régulos julgavam os crimes, mas como os Régulos passaram a ser quase todos Fulas, surgiu uma procura para efeitos de julgamento, junto das autoridades administrativas.
“O Chão”Mandinga abrangido pelo Sector C4 pertence todo ao Regulado do OIO, cujas populações, por tal facto, tomaram a designação de OINCAS. Os Oincas são considerados pelos outros Mandingas como menos puros, visto terem muitos antepassados Balantas a quem outrora se ligaram por casamentos. A sua organização familiar, social e económica pouco difere da dos outros Mandingas da Província; as maiores diferenças dizem respeito a organização política e religiosa. Assim, a organização política limita-se aos chefes de tabanca, cujos poderes são muito limitados, pois os Oincas sempre recearam estar sujeitos a um só Régulo. Têm o gosto do mando e tendências guerreiras que os levaram muitas vezes a insurgir-se contra a nossa soberania. Salientam-se as campanhas levadas a efeito por TEIXEIRA PINTO, que em 1913 derrotou os Oincas. Desde 1919 que o OIO não tem Régulo, mas os Oincas não se mostram interessados em ter um chefe único.
Com início do terrorismo, calcula-se que um quinto dos Oincas se refugiou no CASAMANÇA (Senegal), onde mantinham estreitos laços familiares. Dos restantes, grande parte aderiu à subversão, ou por convicção, ou porque a tal foram obrigados, em consequência de as terras onde viviam terem sido envolvidas pela subversão, ou por terem sido acusados muitas vezes de terroristas, o que os obrigou a fugir. A atitude dos que aderiram convictamente à subversão, em grande parte foi devido ao desejo de reaverem a sua independência política e vingar as pressões e prepotências a que foram sujeitos. É de salientar que têm sido raros os casos de apresentação às nossas autoridades de elementos Oincas - população ou combatentes sob controlo IN.
(d) Merecem uma referencia especial os MANSOANCAS, MANSOANCAS ou CUNANTES, que se localizam na Vila de MANSOA e povoações vizinhas a Norte e Leste, bem como o Regulado do CUBONGE.
Inicialmente os Mansoancas resultaram do cruzamento de Mandingas e Oincas com Balantas do Norte da Vila de MANSOA; presentemente já se consideram Mansoancas muitos dos indivíduos nascidos em MANSOA, embora filhos de pais de etnia diferente.
Originou-se assim uma mestiçagem cultural, que faz com que OS Mansoancas não se identifiquem com os Mandingas nem com os Balantas, pois até a sua língua é totalmente diferente. Todavia para alguns autores e em vários documentos, os Mansoancas continuam a ser considerados um subgrupo dos Balantas.
Revelam uma organização política herdada dos Mandingas, embora rudimentar; estão quase totalmente islamizados, mas não desprezam os antigos ritos animistas.
Os Mansoancas, principalmente os do Regulado do SANSANTO, aderiram com facilidade ao terrorismo, seguindo as pisadas dos Oincas.
(e) As populações das restantes etnias existentes no Sector 04 não têm na região um passado histórico que mereça especial destaque. São minorias que vieram mais tarde e embora conservem os seus usos, religião e língua, estão enquadrados na organização político-administrativa local. Faz-se contudo uma referência aos Fulas e Mandingas que habitam em MANSOA, não só pelos seus quantitativos, como também por muitos deles exercerem actividades que os leva a estabelecer frequentes contactos com as outras populações locais (chefes ou dirigentes religiosos, pequenos comerciantes, artífices, cipaios, etc).
(2) Aspecto humano
(a) População
Segundo os elementos colhidos nas administrações do Concelho de MANSOA e do Posto Administrativo de MANSABÁ relativos ao recenseamento de 1972, a população sob controlo das nossas autoridades no Sector 04 totaliza 17117 habitantes.
Dada a área do Sector - cerca de 1350 Km2 - a densidade da população é de 13 habitantes/quilómetro quadrado. Verifica-se, porém, que cerca de 84% da população habita na região Sudoeste do Sector, na qual se situam 7 das suas 11 povoações (todas menos BISSÁ, PORTOGOLE, CUTIA e MANSABÁ), ocupando uma área de cerca de 25% do total; assim, nesta região, a densidade populacional é da ordem dos 40 habitantes/quilómetro quadrado. Em contra-partida há vastas zonas - principalmente a Leste do ROLOM - que antes do terrorismo já eram fracamente povoadas e no presente se encontram despovoadas. Embora se não disponha de dados concretos, estima-se que haja no Sector cerca de 2.500 elementos da população sob controlo de IN, dispersos pela região de CUBONGE - MORÉS (2.000) e a Norte da estrada MANSABÁ - MANHAU - BANJARA (500).
(b) Grupos étnicos
Predomina no Sector a etnia Balanta que totaliza perto de 11.000 indivíduos e constituiu cerca de 63% da população existente. Praticamente, nas povoações situadas no "Chão Balanta" (excepto MANSOA) apenas há populações desta etnia; no Regulado do CUBONGE (a N do RMANSOA) pertencem ao ramo dos Balantas CUNTOI, ou BRAVOS; nos Regulados de JUGUDUL e ENXALE, pertencem ao ramo dos Balantas de FORA.
MANSOA, tem uma população heterogénea, mas perto de 50% e são Mansoancas (2.583) que, conforme se indicou já, resultaram do cruzamento de Balantas com Mandingas, mas no presente não se identificam com uns nem com outros.
Segue-se, quantitativamente, OS Oincas e outros Mandingas que constituem a maioria nas povoações de MANSABÁ e CUTIA e cujo total dentro do Sector deve ultrapassar os 2.000 indivíduos.
As restantes etnias são minorias, que estão deslocadas do seu "Chão" tradicional; de entre elas, são os Fulas que maior influência faz sentir, não só pela sua cultura e modo de vida, como também pela sua expressão numérica e dispersão (por MANSOA, MANSABÁ e CUTIA).
A população europeia do Sector - metropolitanos e libaneses – é constituída por funcionários e comerciantes com as respectivas famílias e reside em MANSOA, com excepção de 01 comerciante europeu de MANSABÁ, leva uma vida normal, desloca-se com frequência a BISSAU e não há conhecimento de que favoreça deliberadamente ou esteja ligada à subversão.
DISTRIBUIÇÃO POR ÉTNIAS DA POPULAÇÃO DE MANSOA
ETNIA ou RAÇA - Nº de HABITANTES
BALANTAS 836
FULAS 752
MANDINGAS 485
MANSOANCAS 2583
PAPEIS 147
MANJACOS 68
BEAFADAS 145
JACANCAS 61
SOSSOS 42
TILIBONCAS 50
SARACOLÉS 33
BIJAGÓS 02
CABOVERDEANOS 29
BRANCOS > METROPOLITANOS 11
BRANCOS > LIBANESES 19
POVOAÇÕES E NÚMERO DE HABITANTES SEGUNDO O RECENSEAMENTO DE 1972
POVOAÇÕES - TABANCAS QUE ACTUALMENTE ENGLOBAM - NÚMERO DE HABITANTES POR TABANCA - NÚMERO DE HABITANTES TOTAL
MANSOA MANSOA (VILA) 249 5263
LUANDA 2104
S.TOMÉ 984
ARRIA 585
MANCALÃ 795
CUSSANÁ 286
MANTEFA 260
JUGUDUL CUSSANTCHE 55 1525
JUGUDUL 849
SUGUME 230
BINIBAQUE 391
ROSSUM ENCHUGAL 395 1217
BISSORÃ 481
GAMBIA 142
ROSSUM 199
UAQUE UAQUE 235 662
CUBOI 427
BINDORO BINDORO 738 1384
DANA 103
DATE 159
BARÁ 227
QUIBIR 51
POLIBAQUE 64
ANSONHE 42
BRAIA BRAIA 861 1414
QUENHAQUE 351
CLAQUE-ISMA 75
INJASSE 127
POVOAÇÕES - TABANCAS QUE ACTUALMENTE ENGLOBAM - NÚMERO DE HABITANTES POR TABANCA - NÚMERO DE HABITANTES TOTAL
INFANDRE INFANDRE 376 2909
CONTUBO 499
ENCOME 460
ENCHAQUE 336
NHENQUE 225
CLAQUEIALA 151
INRUIDA 169
NHAÉ 38
UANQUELIM 117
INJASSE 50
NIMANE I 193
NIMANE II 295
BISSÁ BISSÁ 826 826
PORTO GOLE PORTO GOLE 113 113
CUTIA CUTIA 137 137
MANSABÁ MANSABÁ 1766 1766
TOTAL 17217
(c) Modos de vida
A população autóctone dedica-se quase exclusivamente à agricultura, com especial interesse pelo arroz; há outras culturas – mancarra(amendoim), milho, fundo e mandioca - mas em escala reduzida. O gado, especialmente o bovino, tem também muita importância para os Balantas, não pelo seu interesse comercial, mas porque está ligado às suas cerimónias tradicionais e confere prestígio; daí a sua relutância na sua venda e uma crescente dificuldade no abastecimento de carne. As culturas metropolitanas, mormente os produtos hortícolas, têm fraca expansão e pouca aceitação no nativo, talvez pela dificuldade de obtenção de água para rega. MANSOA constitui o principal centro comercial do Sector; além dos estabelecimentos comerciais dirigidos pelos Brancos e Cabo-verdianos, existem principalmente no mercado local e imediações pequenos "lugares" de venda de panos e bugigangas (quase todos explorados por Fulas e Mandingas) e produtos alimentares.
Nalgumas povoações existem caçadores e pescadores profissionais; os primeiros são em regra, Fulas. Não havendo cidades no Sector, a população nativa pode considerar-se toda rural. Verifica-se, porém, que BISSAU constitui Um pólo de atracção e que muitos autóctones - sobretudo os mais evoluídos - procuram arranjar empregos ou modo de vida na capital da Província, abandonando as suas povoações.
(d) Línguas e dialectos
Cada etnia fala a língua ou dialecto que lhe é própria; os Balantas Cuntoi e os Balantas de Fora compreendem-se, visto que as maiores diferenças linguísticas são na pronúncia. Os autóctones que estão mais em contacto com outras etnias falam frequentemente mais de uma língua ou dialecto. O crioulo - vínculo comum na Província - é compreendido por elevado número de nativos, principalmente pelos mais evoluídos
(e) Religiões, Crenças e Seitas
Os Balantas, pouco dados à contemplação religiosa, são um povo animista, praticando o culto dos mortos e dos IRÃS. A eles oferecem o melhor que têm: o arroz e o sacrifício dos animais domésticos. Não há, entre os Balantas, qualquer classe sacerdotal, pois o ritualista é na maior parte das vezes o chefe da família. Os Oincas e restantes Mandingas estão islamizados, se bem que o islamismo por eles praticado seja do tipo africano, revelando resíduos do antigo animismo. Os Mansoancas estão quase totalmente islamizados, embora não desprezem os antigos ritos animistas (choros, culto dos antepassados, etc.). Também os Fulas seguem a religião islâmica, com práticas de fundo animistas, como por exemplo, o uso de amuletos, o culto dos mortos e a prática da circuncisão. Nas povoações em que há populações islamizadas há uma mesquita - por vezes rudimentar - e chefes religiosos que presidem as cerimónias. Os chefes religiosos muçulmanos de maior prestígio na região são os Chernos ALAJE INJAI (Futa-Fula), MAMADU DJALÓ (Fula) e MAMADU CASSAMÁ (Jacanca), todos residentes em MANSOA. Por seu turno a população Branca, muitos Cabo-verdianos e alguns nativos são católicos. Há em MANSOA a Missão Católica dirigida por 01 sacerdote, realizando-se actos de culto numa igreja, construída para tal fim na vila.
(3) Aspecto económico
A economia do nativo, no Sector, assenta fundamentalmente na agricultura, em especial na do arroz. Embora alguns se dediquem também à pesca, à caça e ao pequeno comércio, a sua influência no aspecto económico, pouco se faz sentir no contexto geral.
Os comerciantes de MANSOA e de MANSABÁ dedicam-se ao comércio geral, mas raramente dispõem de víveres para alimentação da população europeia; as sucursais da casa Gouveia abastecem de combustível as Unidades e particulares.
Em MANSOA existe uma estação dos CTT, com serviço postal (incluindo encomendas), telegráfico e telefónico. Não há no Sector grandes proprietários nem fazendas que tenham explorações agrícolas ou pecuária.
As actividades industriais limitam-se, praticamente, ao corte e serração de madeiras feitas por 01 europeu em MANSABÁ. Dada a escassa ocupação europeia e a reduzida actividade industrial, a influência da população Branca no desenvolvimento económico do Sector tem sido pequena.
Nalgumas povoações existem caçadores e pescadores profissionais; os primeiros são em regra, Fulas. Não havendo cidades no Sector, a população nativa pode con-siderar-se toda rural.
Verifica-se, porém, que BISSAU constitui Um pólo de atracção e que muitos autóctones - sobretudo os mais evoluídos - procuram arranjar empregos ou modo de vida na capital da Província, abandonando as suas povoações.
(d) Línguas e dialectos
Cada etnia fala a língua ou dialecto que lhe é própria; os Balantas Cuntoi e os Balantas de Fora compreendem-se, visto que as maiores diferenças linguísticas são na pronúncia. Os autóctones que estão mais em contacto com outras etnias falam frequentemente mais de uma língua ou dialecto.
O crioulo - vínculo comum na Província - é compreendido por elevado número de nativos, principalmente pelos mais evoluídos (e) Religiões, Crenças e Seitas Os Balantas, pouco dados à contemplação religiosa, são um povo animista, praticando o culto dos mortos e dos IRÃS. A eles oferecem o melhor que têm: o arroz e o sacrifício dos animais domésticos.
Não há, entre os Balantas, qualquer classe sacerdotal, pois o ritualista é na maior parte das vezes o chefe da família. Os Oincas e restantes Mandingas estão islamizados, se bem que o islamismo por eles praticado seja do tipo africano, revelando resíduos do antigo animismo.
Os Mansoancas estão quase totalmente islamizados, embora não desprezem os antigos ritos animistas (choros, culto dos an-tepassados, etc.). Também os Fulas seguem a religião islâmica, com práticas de fundo animistas, como por exemplo, o uso de amuletos, o culto dos mortos e a prática da circuncisão.
Nas povoações em que há populações islamizadas há uma mesquita - por vezes rudimentar - e chefes religiosos que presidem as cerimónias. Os chefes religiosos muçulmanos de maior prestígio na região são os Chernos ALAJE INJAI (Futa-Fula), MAMADU DJALÓ (Fula) e MAMADU CASSAMÁ (Jacanca), todos residentes em MANSOA.
Por seu turno a população Branca, muitos Cabo-verdianos e alguns nativos são católicos. Há em MANSOA a Missão Católica dirigida por 01 sacerdote, realizando-se actos de culto numa igreja, construída para tal fim na vila. (3) Aspecto económico A economia do nativo, no Sector, assenta fundamentalmente na agricultura, em especial na do arroz. Embora alguns se dediquem também à pesca, à caça e ao pequeno comércio, a sua influência no aspecto económico, pouco se faz sentir no contexto geral.
Os comerciantes de MANSOA e de MANSABÁ dedicam-se ao comércio geral, mas raramente dispõem de víveres para alimentação da população europeia; as sucursais da casa Gouveia abastecem de combustível as Unidades e particulares.
Em MANSOA existe uma estação dos CTT, com serviço postal (incluindo encomendas), telegráfico e telefónico. Não há no Sector grandes proprietários nem fazendas que tenham explorações agrícolas ou pecuária.
As actividades industriais limitam-se, praticamente, ao corte e serração de madeiras feitas por 01 europeu em MANSABÁ. Dada a escassa ocupação europeia e a reduzida actividade industrial, a influência da população Branca no desenvolvimento económico do Sector tem sido pequena.
(Enviado por Jorge Canhão – Ex-Fur. Milº da 3ª Cia do BCAÇ 4612/72)
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Nota de MR:
Vd. último poste desta série em:
21 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4398: História do BCAÇ 4612/72 (Jorge Canhão) (3): Área de intervenção do Comando Chefe
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