Foto nº 6 > Guiné-Bissau > Região de Gabu > Sector de Boé > Lugajole > Na colina declararam a independência, ao fundo, foto obtida a partir do Centro de Saúde
Foto nº 1A > Guiné-Bissau > Região de Gabu > Sector de Boé > 1/7/2018 > Escola Básica (EB) de Madina do Boé > Cantina Escolar > Programa financiado pelo Departamento Americano de Agricultura (USDA) , sendo o promotor o Porgrama Alimentar Mundial (WFP).
Foto nº 2 > Guiné-Bissau > Região de Gabu > Sector de Boé > 2005 > Vendu Leidi > Antiga guerrilheira que costumava acompanhar o Amílcar Cabral nas deslocações ao Boé. Esta foto foi tirada, na tabanca Vendu Leidi ( ver mapa militar Vendu Leidi) a sul de Lugajol, junto a fronteira da Guine Conacri, quando a RTP a foi entrevistae para um programa sobre a independência.
Foto nº 7 > Guiné-Bissau > Região de Gabu > Sector de Boé > Uma da diversas escola, 2018, no caminho entre Beli e Madina
Fotos (e legendas): © Patrício Ribeiro(2020). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Data - domingo, 8/11, 15:41
Boas tardes,
É estranho a RTP nunca ter passado nas televisões a reportagem que fizeram nas colinas do Boé, em 2005.
Será que a reportagem mexeu em Lisboa, em algo que não interessava alterar? Ou foram os antigos militares Portugueses naturais da Guiné, que a reportagem filmou com as cadernetas militares, dentro do que resta do antigo Quartel de Madina, que não interessava informar?
Não sei quantas operações militares foram feitas durante a ocupação de Beli, para o sul do rio Féfine, para os lados de Vendu Leidi…
Certamente seria zona livre do PAIGC, “naturalmente” pela dificuldade de lá chegar (onde os Angolanos andam a fazer furos de sondagem de Bauxite)
A independência foi declarada em cima de uma colina, à cota 200 mt, “por cima da Tabanca de Lugajole” (conforme monumento, que lá foi construído).
- 5 Km, da fronteira.
-10 km, a sul de Beli.
-40 km, a leste de Madina do Boé (e onde em setembro é quase impossível lá chegar por estrada, devido à época da chuvas).
Esta zona é muito bonita, nem parece que estamos na Guiné.
Abraço, de domingo de confinado.
Patrício Ribeiro
2. Mensagem enviada em 25 de outubro último pelo Patrício Ribeiro
Luís,
Para nós os confinados, aqui vai.
Sobre a "Montanha Cabral", nunca ouvi falar deste lugar,
das diversas vezes que fui a Madina do Boè.
Falei com 2 investigadores Portugueses que conheces, o Geólogo, Paulo Aves e o
Biólogo, Luís Catarino, que também fizeram trabalhos no Boé, mas também não
conhecem a "Montanha Cabral".
Madina fica á cota de 90 mt, em uma zona plana (foto 1) mas uma das diversas colinas, a Dongal Dandu, perto de Dundum, tem a cota 170 mt (ver carta geológica da Guiné Bissau do Paulo Alves, assim como mapas militares e outros que me ofereceste em CD)
Ver P 18.862, com outras fotos, que enviei daquela zona (*).
Parabéns à Joana Benzinho e sua equipa que, com muito
sacrifício, andam a levar a língua Portuguesa a locais de difícil acesso,
Depois da AMI [, AssistênciaMédica Internacional,] nos anos 80 com a sua equipa médica, chega
mais alguém a falar Português ao Boé, esta língua é pouco falada naquela zona.
Envio uma foto de uma antiga guerrilheira do PAIGC ( foto nº 2
tirada em 2005), que costumava acompanhar o Amílcar Cabral, quando ele se deslocava pelas
colinas do Boé.
Esta foto foi tirada, na tabanca Vendu LeidI ( ver abaixo mapa militar de Vendu Leidi), a sul de Lugajol, junto a fronteira da Guine Conacri, quando a RTP a foi entrevistar, para um programa sobre o dia da Independência da Guiné Bissau.
Não sei quantas operações militares, se terão feito para o sul do rio Féfine. Certamente seria zona libertada do PAIGC “naturalmente” pela dificuldade de lá chegar (ver mapa de Capebonde)
“A independência [, em 24 de setembro de 1973] foi declarada a mais de 200 mt altura, numa colina perto da tabanca de Lugajole”: ver monumento (fotos nº 3, 5 e 6 ), poste P 5050 (**)
Ora em setembro é quase impossível chegar, mesmo hoje, por estrada, àquela zona. [Recorde-se que a indepência unilateral da Guiné-Bissau foi feita pelo PAIGC em 24 de setembro de 1973.]
É estranho a RTP nunca passado “esta reportagem”, feita nas colinas do Boé em 2005. Será que a reportagem mexeu em Lisboa, em algo que não interessava alterar ? Ou foram as muitas cadernetas de antigos militares Portugueses, naturais da Guiné, que a reportagem filmou, dentro do que resta do antigo Quartel, que não interessava informar ? (foto nº 4) (Ver o Poste P5050 de 4.10.2009) (**).
A tabanca de Lugajole ( ver mapa de Beli) está à cota
110 mt, de onde se pode ver perto uma colina com mais de 200 mt de altitude
(foto 5), onde alegadamente foi declarada a Independência, na zona do Felo Lugajole.
Esta tabanca passou a ser importante pós-independência. Tem diversas construções prefabricadas de betão, provavelmente construídas pela fábrica, que os Cubanos tinham em Bissau, na década de 80 ainda funcionava.
Foi lá construído um bom Centro de Saúde, em blocos de cimento. Onde já dormi, era o melhor hotel da região…
Há poucos anos, tentaram fazer lá mais uma romaria, mas a
jangada não deixou.
Foram construídas muitas escolas na região (foto nº 8) em pequenas tabancas, de muito difícil acesso, onde só é possível as viaturas chegarem no tempo seco. Ao longo do caminho que acompanha o Rio Cobolom, e não em cima nas colinas...
O caminho é entre a tabanca de Cobolom, é muito bonito, até
cruzamento entre Madina e Dandum .
Perto deste cruzamento, morreu o Domingos Ramos, atingido pelos morteiros do quartel de Madina. (ver foto do Memorial, no P 18.863).
A Região do Boé sofreu grandes alterações nos últimos anos…
as casas características dos Fulas, que eram quase todas cobertas a palha e
redondas, já quase não existem, agora são retangulares e cobertas a chapa de zinco,
como quase por toda a Guiné, perderam a originalidade (foto nº 7).
Os Angolanos, andaram lá a fazer uns furos de sondagem, para
a exploração de Bauxite, para os lados de Vendu Leidi.
Já outros procuram, naquela zona, ouro, ainda outros procuram diamantes, etc. Deve haver alguma “coisa” naquelas Colinas e não só as grutas, onde o PAIGC guardava munições.
Já que do outro lado da fronteira, na montanha do Futa Jalom, andam para lá os chineses entretidos, em diversas minas de minerais, junto á estrada de Koundara para Labé. Mas também se dão ao trabalho de abrir a estrada pela montanha acima a ligar as duas cidades.
Abraço, que vou fugir para a lareira.(***)
Guiné > Região de Gabu > Setor de Boé > Carta de Vendu Leidi (1959) (Escala 1/50 mil) > Posição relativa da tabanca de Vendu Leidi, junto à fronteira com a Guiné-Conacri. A sudeste fica o Felo Canhage, uma das colinas do Boé que se aproxima da cota dos 300 metros. A tabanca fica a sul de Lugajole.
Infografia: Blogue Luís Graça & Camarads da Guiné (2020)
Guiné > Região de Gabu > Setor de Boé > Carta de Béli (1959) (Escala 1/50 mil) > Posição relativa de Béli, de Lugajole e do rio Fétiné, afluente do rio Corubal, que divide o Boé ao meio, a parte ocidental e a parte oriental. A declaração de independência teria sido feita num colina, à cota de 200 metros, Feto Lugajole... Mas não havia estradas para este sítio, na altura, não se sabendo como o PAIGC transportou os seus convidados...
Infografia: Blogue Luís Graça & Camarads da Guiné (2020)
Guiné > Região de Gabu > Setor de Boé > Carta de Capebonde (1959) (Escala 1/50 mil) > Não havia tabancas nem estradas, apenas um picada que atravessava a fronteira vinda de Béli...
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Notas do editor:
(*) Vd.poste de 21 de julho de 2018 > Guiné 61/74 - P18862: Bom dia, desde Bissau (Patrício Ribeiro) (7): Os meus passeios pelo Boé - Parte I: 30 de junho de 2018: a travessia do Rio Corubal, de jangada, em Ché Ché
(**) Vd. de 4 de outubro de 2009 > Guiné 63/74 - P5050: Efemérides (27): Declaração da Independência em 24 de Setembro decorreu não em Madina do Boé mas Lugajole (Patrício Ribeiro)