Guiné-Bissau > Bissau > AD - Acção para o Desenvolvimento > Foto da Semana > 17 de Dezembro de 2006 > As mulheres estão a mudar o rosto da Guiné... Elas são as portadoras do futuro... E isto é Kasumai, bons augúrios na cultura felupe: votos de paz, liberdade, felicidade... (LG).
Região do Cacheu > S. Domingos > "Maria de Lurdes é uma das mulheres de S. Domingos que decidiu aprender a ler e a escrever, como forma de melhorar a sua capacidade de intervenção numa vida profissional mais activa.
"Ela, conjuntamente com mais outros 45 pais filiados na Associação dos Afilhados de Elx, frequentam actualmente dois círculos de alfabetização que decorrem no Centro de Formação Rural (CENFOR) de S.Domingos todos os dias da semana.
"Inicialmente previsto para apenas 20 participantes, o interesse demonstrado pelas pessoas que não sabem ler acabou por ultrapassar todas as expectativas mais optimistas, sendo gratificante notar que, a nível da Guiné-Bissau, existe uma enorme procura de cursos de alfabetização funcional".
Foto e legenda: © AD - Acção para o Desenvolvimento (2007). Direitos reservados (Com a devida vénia...).
1. Mensagem do editor, L.G., ao Luiz Fonseca (1), com data de 3 de Janeiro:
(...) Haveremos de nos conhecer pessoalmente... Até lá, diz-me como traduzes Kassumai... Abraço ?... Quero pôr a expressão na nossa lista de abreviaturas...
Contacta o Delfim Rodrigues que ficou com o livro [do pai do Pepito] que era para ti... Gostava que fizesses uma antologia de textos sobre os "costumes jurídicos dos felupes"... O Pepito decerto que nos dará autorização... Luís
2. Resposta do Luiz Fonseca (4 de Janeiro de 2008),
Luis, acabo de ler a tua msg de ontem.
Se me permites vou dividir o suscitado no seu conteúdo em três passos:
1º - Kassumai: Tanto quanto me recordo significava uma saudação de amizade, do tipo "Bom dia", "Boa tarde", "Olá", "Passa bem". Todavia, recentemente, em ONG de cariz religioso descobri "Paz esteja contigo", "Desejo tudo de bom e o melhor para ti". Parecem-me frases demasiado longas e "complicadas" para aquela etnia.
2º - Delfim Rodrigues: Tomei a liberdade de pesquisar, mesmo antes de falar com ele, e vim a descobrir que a monografia foi editada pelo Centro Estudos Guiné Portuguesa, numa colecção denominada de Boletim Cultural que está a ser digitalizada pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas) em Bissau. Até ao momento digitalizaram até ao vol. XIV, nº 56, e o que nos interessa é, cinicamente, parte do vol. XV, nº 57. Não sei se uma palavra dada ao Pepito poderia ter algum resultado.
3º - Antologia de textos: Agradeço a tua confiança mesmo antes de eu ler a cópia, prometida pelo Delfim, com quem conto encontrar-me na próxima semana. Neste momento não sei o que me espera. Mas acho que sou capaz de realizar algo de positivo, para a Grande Tabanca e também para mim próprio. Falaremos dos detalhes mais tarde.
Por agora, Kassumai.
Luiz Fonseca
3. Comentário do Pepito:
Amigo Luís
Claro que tudo o que diga respeito a um melhor conhecimento das etnias guineenses podem e devem ser difundidas por quem tem esse tipo de preocupações raras.
Já agora em relação à questão do termo-conceito kasumai (em crioulo escreve-se com apenas um só "s", como todas as palavras que se lêem "ss"), transcrevo o que o meu pai escreveu numa comunicação (que tenho intenção de reeditar este ano) que fez em 1963:
"O poder das crenças religiosas, uma liberdade ampla, uma vida comunitária sólida e uma igualdade de fortuna, mantêm a paz social e a felicidade do povo. Entre os Felupes, há uma palavra comum para designar LIBERDADE, PAZ e FELICIDADE: kasumai"
Um bom kasumai para ti e para todos os habitantes da nossa Tabanca Grande.
pepito
____________
Nota de L.G.:
(1) Vd. último poste de Luiz Fonseca , ex-Fur Mil Trms, CCAV 3366/BCAV 3846 (Suzana e Varela , 1971/73):
6 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2410: Cusa di nos terra (13): Susana, Chão Felupe - Parte VIII: Onde se fala dum Tintin em apuros... (Luiz Fonseca)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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