Cabo Verde > Ilha de São Vicente > Mindelo > "O belo porto de mar de São Vicente; ao centro, o ilhéu [dos Pássaros] que se confunde com um barco. Outubro de 1941" [Luís Henriques, 1º cabo nº 188/41, 1º Pelotão, 3ª Companhia, 1º Batalhão, Regimento de Infantaria nº 5, Cabo Verde, Ilha de São Vicente, Mindelo, 1941/1943].
Cabo Verde > Ilha de São Vicente > Mindelo > Parada do Batalhão expedicionário (?) do R. I. nº 5. Lazareto, 1/12/41. S. Vicente, Cabo Verde. Ao fundo a linda baía com o seu belo porto de mar. Luís Henriques"
Cabo Verde > Ilha de São Vicente > Mindelo > "4 metralhadoras pesadas fazendo fogo anti-aéreo para balões de papel. No dia da festa de aniversário. 23 de Julho de 1942. No Lazareto, S. Vicente, Cabo Verde" [O 1º Batalhão Expedicionário do R.I. 5 tinha chegado ao Mindelo há precisamente um ano ]
Cabo Verde > Ilha de São Vicente > Mindelo > "As peças anti-aéreas do Monte Sossego; fotografia oferecida pelo meu amigo [e conterrâneo, da Lourinhã] Boaventura [Horta] em 21/3/43. Mindelo, S. Vicente. Luís H."
Cabo Verde > Ilha de São Vicente > Mindelo > "Oficiais do Exército e da Marinha nas posições da Anti-Aérea no Monte Sossego, S. Vicente. Fotografia oferecida pelo meu amigo Boaventura, em Mindelo, 21/3/43. Luís Henriques". [O Monte Sossego fica a nordeste da cidade do Mindelo, sobranceiro à Ponta de João Ribeiro].
Cabo Verde > Ilha de São Vicente > Mindelo > "Oficiais do Exército e da Marinha nas peças do Monte Sossego. Ao fundo a linda Baía com o [NPR] Pedro Nunes à vista. Fotografia oferecida pelo meu amigo Boaventura em 21/3/43. Mindelo. Luís Henriques". [O Monte Sossego fica a nordeste da cidade do Mindelo, sobranceiro à Ponta de João Ribeiro].
Luís Henriques: Nascido em 19 de Agosto de 1920, na Lourinhã, foi 1º cabo nº 188/41, 1º Pelotão, 3ª Companhia, 1º Batalhão, RI 5 - Regimento de Infantaria nº 5 (Caldas da Rainha). Esteve como expedicionário em Cabo Verde, na Ilha de São Vicente, na cidade do Mindelo, entre Julho de 1941 e Setembro de 1943, "26 meses a comer pó" e à espera do "invasor" (que tanto podiam ser os ingleses como os alemães...). Casou em 2 de Fevereiro de 1946 com Maria da Graça. O seu primeiro filho, Luís Manuel da Graça Henriques, nasceu a 29 de Janeiro de 1947. (*)
Fotos: © Luís Graça (2009). Direitos reservadas
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Nota de L.G.:
(*) Vd. poste de: 20 de Março de 2009 > Guiné 63/74 - P4059: Meu pai, meu velho, meu camarada (1): Memórias de Cabo Verde, São Vicente, Mindelo, 1941/43 (Luís Graça)
Vd. também poste mais recente desta série > 27 de Setembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5019: Meu pai, meu velho, meu camarada (13): Mindelo, ontem e hoje ( Lia Medina / Nelson Herbert / Luís Graça)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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3 comentários:
Comenta´rio do nosso leitor Carlos Cordeiro ao Poste 5022:
Um espólio formidável que o blogue tem aqui arquivado. É de destacar este trabalho exigente de pesquisa e divulgação. Veja-se que, no caso concreto, Luís Graça procurou responder a uma solicitação de uma professora caboverdiana para apoiar uma acção pedagógica. É de louvar vivamente.
Quanto à participação de Portugal na Guerra, os historiadores falam em "neutralidade colaborante". E sobre o caso específico de Cabo Verde, António José Telo ("Os Açores e o Controlo do Atlântico", p. 280)diz o seguinte: "Ao longo de 1941, foram enviados cerca de 5000 soldados para o arquipélago [de Cabo Verde], mas que só têm praticamente armamento ligeiro. A defesa do vital porto de S. Vicente continua a basear-se quase só em três peças de 150 mm, reforçadas em 1941 com quatro peças antiaéreas, 12 metralhadoras e uma secção de morteiros de 81 mm. O cônsul americano em Cabo Verde garante que, caso se dê um desembarque no arquipélago, a resistência será meramente simbólica".
Saudações,
Carlos Cordeiro
Não sei de quem poderiam estar à espera os nossos pais, desterrados nas Ilhas de Cabo Verde (S. Vicente, Santo Antão, Santiago...), mal preparados e mal equipados...
Eles próprios não o saberiam explicar. Pelas conversas que tenho mantido com o meu pai, sei que havia, entre os oficiais, alguns "germanófilos" e até antigos combatentes da guerra civil espanhola...
A "neutraliddae colaborante" de Salazar permitia-lhe jogar com o "pau de dois bicos"... Era maior a probabilidade de Cabo Verde poder vir a ser invadida pelos ingleses e/ou americanos do que pelos alemães e seus aliados italianos...
A artilharia anti-aérea, montada em 1941, conforme preciosa nota informativa do nosso leitor Carlos Cordeiro, era - ao que parece, pelas conversas mantidas com o meu pai - de origem alemã ou italiana... Mas a maior das ironias é que, devido ao apressado trabalho feito pela engenharia militar(construção de estruturas em cimento, etc.), não era possível a utilização das peças anti-aéreas, senão ao fim de seis meses...
Não se sei se isto tem algum fundamento técnico, mas é a ideia que retenho das conversas com o meu pai... No Monte Sossego ele tinha um amigo, conterrâneo e vizinho, o Boaventura Horta, que de resto lhe ofereceu várias fotos das peças e do pessoal nos seus postos... O Boaventua (que infelizmente já morreu) pertencia a outra unidade, possivelmente a BAC (bateria anti-costa)...
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