segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Guiné 63/74 – P5023: Filatelia(s) (4): Selos postais em circulação na GUINÉ - 1962/74 (Magalhães Ribeiro)


1. Do arquivo pessoal, do Eduardo José Magalhães Ribeiro, ex-Fur Mil Op Esp/Ranger da CCS do BCAÇ 4612/74, Cumeré, Brá e Mansoa 1974:

Camaradas,

Dando seguimento à série sobre a filatelia na Guiné, no período entre 1964 e 1974, contabilizei, num dos melhores catálogos da especialidade sobre selos postais das “Colónias portuguesas” do ano de 2008, emitido pela AFINSA de Portugal, que segundo indicação contou com a orientação técnica do Instituto de Expertização de Filatelia Portuguesa, 26 selos que foram postos em circulação entre 1964 e 1974, na então Guiné Portuguesa.

É evidente que nos primeiros anos de guerra deviam existir, quer em Bissau na estação central dos correios, quer nos estabelecimentos espalhados pelo território bastantes selos ainda dos anos 50.

Assim, segundo constava, era vulgar ver inúmeras cartas em circulação com selos desses anos.

Um dos fenómenos mais curiosos sobre a filatelia corrente, durante a estadia dos portugueses naquelas terras, de que me apercebi em 1974, foi o seguinte.

Nas suas breves passagens por Bissau, quer por encomendas posteriores via diversos meios, quer para seu uso pessoal, quer para desenrascar os amigos mais próximos, o pessoal que se deslocava para os diversos aquartelamentos no interior, adquiriam abastadas quantidades de selos, de modo a garantir a legalidade da sua correspondência habitual.

Depois, devido à falta de tempo para escrever às famílias, namoradas e amigos, e, ou, a desmotivações ou indisposições de diversas origens, como por exemplo dias e dias em acções repetitivas e rotineiras e por isso sem matérias inspiradoras, não utilizavam os mencionados selos.

Este fenómeno acontecia ainda que em 1974, pois eu cheguei a enviar muitas cartas para o Continente, com selos dos anos 60 e, mais curioso ainda, é que uma vez esgotados os selos postais, além de usar os aerogramas (quando os havia claro), eu, e não só, colávanos nas cartas selos da Assistência.

Engraçado é que nunca uma carta me foi devolvida, ou deixou de chegar ao destinatário por esse motivo.

Com os devidos agradecimentos à AFINSA Portugal, publico a seguir algumas das páginas do seu catálogo, em que são expostos os ditos selos e algumas das suas características identificativas.

Nesta última coluna do lado direito, podem ver-se selos da "Assistência", que eram utilizados pela tropa nacional como selos postais, vendo-se o nº 29 que circulou desde 1968 a 1974.

Um abraço Amigo,
Magalhães Ribeiro
Fur Mil Op Esp/RANGER da CCS do BCAÇ 4612/74

Documentos: © AFINSA Portugal (2009). Direitos reservados.
___________
Notas de M.R.:

Vd. postes anteriores desta série em:

12 de Setembro de 2009 >
Guiné 63/74 - P4940: Filatelia(s) (1): Amílcar Cabral (1924-1973), "fundador da nacionalidade" (João Lourenço)

15 de Setembro de 2009 > Guiné 63/74 - P4952: Filatelia(s) (2): Envelopes e selos comemorativos da Proclamação do Estado da Guiné-Bissau - 1974 (Magalhães Ribeiro)

23 de Setembro de 2009 > Guiné 63/74 – P5000: Filatelia(s) (3): Selos emitidos pelo novo Estado da GUINÉ-BISSAU Após a Proclamação da Independência (Jorge Picado)

3 comentários:

Anónimo disse...

Caro Magalhães Ribeiro
Só para te dizer que tenho praticamente exemplares de quase todos esse selos, só que os não obliterados se encontram colocados em folhas onde constam os de todas as outras ex-Colónias, já que a grande maioria respeitavam a acontecimentos conjuntos.
Abraços do Mansoense
Jorge Picado

Unknown disse...

Caro Magalhães Ribeiro

Eu não julgava o meu amigo tão crédulo.Então o meu amigo julgava que os CTT eram uma instituição filantrópica.Se o meu amigo perguntar às pessoas a quem escreveu e em que utilizou esses selos antigos verá que
elas pagaram uma multa que normalmente era o dobro do selo. Quando essas cartas chegavam às Centrais dos Correios de Lisboa, Porto e Coimbra ao ser detectado o
selo já fora de circulação a carta
era mandada para o Serviço de Porteados e lá punham-lhe um carimbo que era um T dentro de uma circunferência a preto e eram escrituradas para não haver fugas e
quando chegavam à estação de destino o respectivo carteiro era chamado à Secção de Porteados e recebia essas cartas devidamente escrituradas e com a quantia a cobrar ao destinatário. Se nenhuma foi devolvida é porque os destinatários pagaram.Quando a correspondência era de militares na
metrópole para a família, ainda era possível safá-los. Com os do Ultramar não havia possibilidade pois os selos tinham Guiné Angola ou Moçambique inscritos. Por esse motivo agradeça aos seus destinatários.
Um grande abraço
Armandino Alves

Anónimo disse...

Amigo Armandino,

Muitas das cartas que enviei, com os tais selos antigos e da Assistência, tiveram como destino a minha já então esposa, visto que eu casei em MAR1972.

Nunca ela pagou um tostão a mais ao receber as ditas cartas, nem vi o tal T.

Tenho pena que ela as tivesse destruído entretanto, pois senão agora tinha mais alguns documentos históricos no meu espólio?

No entanto vou ver, se dos selos de que falo, guardei alguns com o carimbo de 1974.

Um abraço Amigo do MR

Só posso dizer que após