1. Mensagem de Alberto Branquinho (ex-Alf Mil de Op Esp da CART 1689, Fá, Catió, Cabedu, Gandembel e Canquelifá, 1967/69), com data de 17 de Outubro de 2010:
Caro Carlos Vinhal
Estou a reenviar um texto que te é dirigido e que caiu na minha caixa de correio...
Pensei várias vezes se deveria enviá-lo para o blogue ou não.
Sinceramente, se entenderes que pode vir a ferir alguém devido ao tipo de escrita e à ortografia (apesar do P.S. que vai no final), NÃO PUBLIQUES.
Um abraço
Alberto Branquinho
CONTRAPONTO (16)
ASSINATURA ILEGÍVEL
Senhor Carlos Binhal
Eu era o soldado básico que tratava das cóisas dos ufissiais da nossa Cumpanhia.
Vossemessê num creia em tudo o qum ufissial da nossa Cumpanhia escrébe prái. Ele num é de cunfiar de tudo. Naõ era má pessua, mas ai faz muntas inbenções. Olhe que rasgaba o musquiteiro de raiba à noute e despois dezia quera eu. Andaba sempre a précurar pelas cuecas que faltabam as cuécas que faltabam as cuécas que faltabam as cuécas. Inté tinha alguma razão porqueu um dia puchei o pano pra baicho à labadeira e a gaija tinha umas cuécas dele bestidas. Embora tibesse alguma razõm às bêses ele num é de cunfiar de todo. Sou eu que o está a abisar. Sabe lá cuantas beses eu tibe capanhar os cacos das cerbeijas quêle partia contrá parede do quarto. Dábamle aquelas ráibas e despois desia que lhe faltabam os cumpremidos pra durmir que lhe roubavam os compremidos pra durmir. Cal comprimidos pra durmir aquilo era prá doudice. Gastábaos êle e num fazia contas a eles.
Mas olhe cus outros ufissiais tamém não eram milhores. Eram cuase todos das ilhas. Esses nunca os bi aí do seu computador.
Um um dia disse que cando chegasse da operação queria um copo de leite cum milho. Sabe lá vossemessê o queu passei prá arranjar o milho no quartel e quêle ficasse molinho pra pôr dentro do leite. Despois chateou-se comigo cu quêle queria era o leite com um pó castanho que tinha dentro duma lata chamada MILO.
Outro tinha à cabeceira futugrafias da namurada ou da mulher ou lá o que era e cando eu entrava era de arrecuas porquêle se chateava se eu olhasse prás futugrafias.
O outro deles às bêses berrava comigo e quando eu lhe précuraba alguma coisa ou falaba cum ele nem oubia passaba o tempo a olhar pró chão ápertar o cinto dos calções a dezapertar o cinto dos calções e só desia carássas carássas carássas.
Talbez estibessem apanhados du clima mas eu é que num tinha culpa nenhuma disso.
O que me balia era o nosso capitão quéra munto bôa pessôa.
Nunca fui pró mato mas sabe deus o queu passei por causa deles.
Com muntos comprimentos pra vossemessê e para toda a sua família mas num creia em tudo o que esse ufissial escrebe prài porque é quase tudo inbenções.
Assinasse este que num manda as futugrafias que vossemessê pede sempre queu num quero quê-les saibam.
(assinatura ilegível)
***************
Alberto Branquinho
(P.S. – Não se entenda o texto acima como sendo de menos consideração pelo soldado “imaginado” ou pela “sua” escrita. É só um ensaio para fazer um retrato).
__________
Nota de CV:
Vd. último poste da série de 1 de Outubro de 2010 > Guiné 63/74 - P7065: Contraponto (Alberto Branquinho) (15): Chegada à Guiné (Planeta África)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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39 comentários:
Não costumo comentar os postes que edito e publico, porque felizmente a esmagadora maioria dos nossos camaradas e amigos tertulianos escrevem bem melhor do que eu.
Desta vez achei por bem vir aqui porque o texto publicado pode levar a interpretações de gozo para com os nossos camaradas militares menos habilitados em termos escolares, principalmente os nossos Básicos, que para tudo serviam, até ir para irem para o mato, quando nem para isso estavam habilitados.
Não levemos à letra o texto do camarada António Branquinho, mas encaremo-lo como uma diversão utilizando a língua portuguesa, traiçoeira e tão mal tratada.
Um abraço
Carlos Vinhal
Presumo que era...Nortenho.Ou? O (V)ossemecê confunde-me! Um abraco amigo.
Essa do oficial que vestia as suas cuecas nas deliciosas ( para homens que gostam de mulheres!) partes baixas da sua lavadeira é de antologia.
Todo o texto é brilhante, meu caro Branquinho,temos a gente do norte à deriva pela Guiné, a melhor gente de todas, meu querido Porto, carago!
Mas esse oficial é quem?
Aceitam-se prognósticos..., só no fim, e dão-se alvíssaras.
Acho que sei quem é esse nosso brilhante camarada, ou talvez seja a minha mente distorcida a fazer
juízos injustos. Ou então são uns tantos camaradas, no plural.
Mas leio:
"Vossemecê num creia em tudo o que um ofissial da nossa cumpanhia escrebe praí. Ele num é de cunfiar. Num era má pessoa mas aí faz muntas inbenções."
A carapuça serve a quem a quiser enfiar mas, sem personalizar quem quer que seja, há um ou dois camaradas no nosso blogue a que a gorra encaixa magnificamente.
Forte abraço,
António Graça de Abreu
Bom,se vamos por esses caminhos... Cito o Camarada Graca de Abreu:"Essa do oficial que vestia as cuecas nas deliciosas (para homens que gostam de mulheres!) partes baixas da sua lavadeira é de antologia".MAS,o que se escreve TEXTUALMENTE quanto ao desaparecimento das cuecas,(e acentua-se: DESAPARECIMENTO!)é:-"Porque um dia puxei o pano pra baixo à lavadeira e a gaja tinha umas cuécas dele bestidas"! Em que possível Tribunal de costumes poderia o Sr.G.de Abreu,sequer...sequer,insinuar que as cuecas ali tinham sido colocadas pelo SR.Oficial referido?( E,para mais,como do texto se näo infere se o referido Exc.Sr.Oficial é,ou nao,do Quadro Permanente ,o que, como é óbvio,tornaria a coisa muito mais séria,e complicada,dentro dos parâmetros proeminentes entre estas reservas morais da Nacäo);pergunto-me:Nao teräo sido as referidas cuecas abusivamente desviadas,e utilizadas,pela Exc.Sr.Lavadeira? A assim ser, a perversidade evidente,a amoralidade decadente,a falta de um mínimo de educacäo religiosa desta "mulher"(e espero que esta tirada chegue para satisfazer alguns Srs.Séniores),näo poderá de modo algum ser imputada(!) ao SR.Oficial,täo levianamente responsabilizado pelo Sr.Camarada G.de Abreu. Espero que este mal-entendido tenha sido originado por leitura demasiado rápida por parte d'este,e nao por um qualquer LAPSO FREUDIANO!!! É claro que estes sérios problemas REPUTACIONAIS(!), quando fora das áreas dominadas pelos nossos geniais políticos,acabam por corromper toda a textura moral de uma Civilizacäo como a nossa.
Caro Branquuinho
Devia haver alguns desses. Até os encontravas (ou encontras?) na vida civil.
Na minha companhia os oficiais, sargentos e praças, excepto o Capitão e o 1º Sargento, dormiam cada qual em sua cama mas em camarata abrigo.Não havia diferenças em comida, dormida e roupa lavada...heim...
De um modo geral as cuecas eram para dormir, assim pijama aligeirado...e, devido a micoses, no dia a dia andava tudo "ao pendurão" entre o corpo e calças ou calção. Na cidade, prevendo erecção e etc convinha o uso das ditas.
Os básicos da minha CART eram gente feliz sem lágrimas. Tanto assim que, mesmo depois de entrar na peluda pensava. -porque não fui básico? Se calhar até fui mas com outro nome.
Gostei e continua a glozar com "a guerra e os guerreiros"...tirar do sério é preciso...
AB do T M
Considero o Alberto Branquinho, juntamente com mais dois ou três escribas do Blog, um dos que mais bem interpreta, passados quarenta anos sublinhe-se,o espírito com que se deve ver a nossa vivência na Guiné, repito, passados quarenta anos.
Adoro estórias deste género.
Um abraço A. Branquinho.
Fernando Gouveia
No meu Destacamento as Mulheres não
usavam cuecas,tal como o Oficial..
E sempre existiu um Básico,o "cozi-
nheiro" que Bambadinca nos mandava.
Todos excelentes rapazes,dos quais
já falei..As condições de vida eram
iguais para todos,comíamos o mesmo,
à mesma mesa...e se alguém tinha
vantagens era o "cozinheiro" pois
além de não ir para o Mato,tirava
proveito de poder "partir" géneros
alimenticios com as Mulheres.Um
deles foi aliás uma vez,por mim
surpreendido,amando com furor,em
cima da mesa das nossas refeições,
entre cascas de batata..Que
romantico!Bela vida a de Básico!
Assina
Jorge Cabral,Alfero(BÁSICO)
Caro Alberto Branquinho
Espirituoso…este teu desanuviar e imprimir humor à guerra!
Estas recreações são económicas, para a Nação e para o cidadão comum, produzem mais eficácia que uma caixa de Valium 10 (Diazepam).
De onde podemos inferir, que o nosso Blogue está a poupar dinheiro ao Estado, ao contribuir para a salutar saúde do cidadão e sã economia do País…
Parabéns e um abraço
José Manuel Corceiro
Cá está o José Belo com a sua veia legalista, disciplinadora e moralista (mas não belicista).
Na minha modesta e humilde opinião - e não pretendendo ser polémico (ou controverso, como prefere o Luís) - o oficial referido era do QP. O BÁSICO é (quase) claro: "ele num é de cunfiar de todo".
Um abraço,
Carlos Cordeiro
Este texto do Branquinho devolve-me a vontade de ler e reler cada frase, palavra a palavra, vírgula por vírgula de tudo quanto se escreve neste Blog. Não pode ser ofensivo para ninguém porque a verdade e o rigor podem doer mas não ofendem. Quem assim falava era um Português, do norte sem dúvida, mas trouxa é que ele não era. E o ufissial a quem se referia era eu. Ou podia muito bem sê-lo.
Mantenhas para a tertúlia,
Vitor junqueira
Eu gostei do escrito do Branquinho.
Faz falta prosa assim. Mas:
-Lendo um ou mesmo outro comentário sinto-me, digamos, curioso.
Vossa(s) Excelência(s) preocupa(m)-se com as cuecas de um Senhor Oficial. Mais preocupados se afirmam se, o Senhor Oficial é Miliciano ou QP -leia-se do Quadro Permanente - donde se pode presumir que,as ditas, seriam diferentes pois,certamente uma gaita e apêndices de um Senhor Oficial do QP e um Miliciano, diferentes seriam.Será? Disso, de gaitas e apendices pouco percebo, e, menos ainda, essas diferenças estabelecer. Penso contudo que estariam bem entregues na protecção do órgão vaginal da citada lavadeira. Melhor função desempenhariam se não fossem abertas á frente. Talvez não fosse despiciente,contudo, para facilitar certo acto.Talvez. Acto esse a praticar mais, creio eu, por, no máximo, um Senhor Oficial subalterno e Miliciano e nunca um do QP. Mais informo que, por informações recolhidas, eram mais usuais as de perna e não as apelidadas de slip.
Se me é permitido, sugiro a Vossa(s) Excelência(S) que se averigúe profundamente este melindroso assunto e se recorra a peritos em gaita, não esquecer os apêndices, e cuecas de formas e feitios diversos. Mais proponho que seja louvado o soldado básico. Quiça levar este assunto ao Orgão de Ordens e Afins.
Atentamente,
José Simplesmente José
SOUE UM GAIJO CUM SORTE CARAGO, NA MINHA CUMPANHIA NUM ABIA BASICOS, MAS O BELO TIROU CÁ DO MEUE ÁMAGO, A RESPOSTA OU CUMENTÁRIO AO CAMARADA GRAÇA DE ABREU, POIS É , JÁ EWSTABA A INSINUARE COISAS DO CARAGO, MAS NÃO O QUE O BASICO DISSE FOI ISSO MESMO, PUXOU OS PANOS Á LABADEIRA E LÁ ESTABAM AS CUECAS...
J CARVALHO
GUILEJE.
boces estoum a vincar, mas num sei se bão a argum lado. A labadeira era esperta, e o sordado tamém era.
Zé Carlos
Este Branquinho, tá uma rica pinga.
E pelos bistos, o estilo que pode cumparar-xe ao daquele nubél que já morreu, e não debia de ter a escola primária, está a agradar.
Eu acredito nicho tudo, inda hoje na Guiné andam lá muitos assim, cos homens num mudam do pé prá mão, e eu bi muito com estes ca terra háde comer.
Axino JD que esquexime xe o meu nome é com z u com s.
O Básico a Primeiro (ministro, claro), já!!!!!!!!!!
Este pelo menos é observador das necessidades.
Antes de mais,ao Alberto Branquinho,um sincero obrigado por uns momentos de nostálgica alegria.Voltando agora aos täo sérios caminhos "REPUTACIONAIS":Näo me venhas dizer,meu Caro simplesmente José,que na recruta que te foi servida em Mafra,näo foste obrigado a fazer provas escritas,(e de campo!) sobre o importante capítulo operacional relativo às cuecas dos srs.oficiais? A colaboracäo das meninas transportadas em certa furgoneta vermelha,vinda da Malveira,e estacionada,convenientemente,junto à porta da Tapada,era fundamental para o arejamento das citadas cuecas modelo-Cooperativa-Militar.(E por muito que me näo creiam,mas História é História,havia, entäo,um Sr.Instrutor, que se preocupava muito por näo existir roupa interior em tecido camuflado, referindo sempre o problema grave que surgiria, na selva, em situacöes de combate,caso as calcas se rasgassem e algo nos poderia referenciar ao inimigo!)...Mafra 1968! Com comandantes operacionais como este, especialista da Tapada,ainda hoje me custa a compreender näo ter a guerra nos corrido bem melhor,pelo menos na Guiné! Lamentavelmente,aparenta nao ser bem claro para todos os ex-militares que,(citando),"a gaita e os apêndices"de um Senhor Oficial Profissional teriam sempre de ser ---REGULAMENTARMENTE---diferentes de os "apëndices" de um miliciano qualquer!Säo estas insinuantes ignorâncias subversivas que me fazem hoje compreender com que facilidade a tal quinta coluna actuava no nosso seio ingénuo.Mas,e mais uma vez,näo vamos cair aqui em sectarismos dignos do saudoso PREC;estas diferencas regulamentadas existiam,obviamente,entre Srs.Oficiais Generais,Oficiais dos Estados Maiores e...outros.Isto para näo referir o caso täo particular da Arma de Cavalaria. E..."aos costumes disse nada"! Um abraco.
Estimados Camaradas.Desculpai a es_
te vosso visitante assiduo e admi_
rador, ao dar a minha"colherada"
visto não ser combatente da Guiné.
A mim não me parece"linguajar"de
Básico.Um Básico não tem(tinha)tan_
to "parlapié",para escrever assim.
A mim parece-me mais um "monólogo"
uma Sátira Revisteira, dirigida a
alguém em estilo Parque Mayer.No
meu entender, é alguém bem vosso
conhecido,a fazer-vos "o ninho atrás da orelha".Este vosso camara_
da da guerra nas terras de Moçambi_
que,1968/70.
Carlos Nabeiro.
Caro Amigo Carlos Nabeiro. Eu conheci um Básico com bastante,(e cito),"parlapié". Chegou mesmo a fazer parte do Conselho da Revolucäo.
Ou foram mais?
Estimado Camarada J.Belo.Plenamente
de acordo,eu também penso que, são
e foram mais.Na minha Companhia
tinhamos dois ou três,aos quais ajudei a dar aulas Regimentais e não eram assim tão Bimbos.Um deles
ainda me lembro do nome,o Castro,
eu por trocadilho,lhe chamava Cras_
to,alusivo ás Caves Monte Crasto,
devido ao facto ele ter um rosto
bonacheirão e avermelhado,como quem
gosta da pinga.Passados quarenta anos, não acredito que um individuo
daqueles, não eveluiu nada, ao pon_
to de escrever conforme falava.Levo
mais para o lado de alguém que ao
vos escrever quis desabafar,sabendo
muito bem o que escrevia,mas para
que não o "apanhassem",trocou os bês,pelos vês.O Texto faz-me lem_
brar a seríe humorista da RTP,"Te_
le-rural",transmitida da ficticia
"Curral de Moinas"com os Pivot?
Quim Roscas e Zé Estacionancio.
Aquilo é que era com cada Calinada
e uns bons Pifos.Ou então o Diácono
Remédios do Herman José,"meuzami_
goezz-eze,não habia nexexidade-ezzz.Cumprimentos.
Carlos Nabeiro.
Esta brincadeira do Alberto Branquinho parece um toque de alvorada. O texto está uma maravilha e não será tão ireal assim. Os comentários tambem estão com muito interesse. Não me parece que alguém se possa sentir visado, porque na verdade não passa de um pedacinho de humor.
Queria apenas deixar uma sugestão ao Alberto Branquinho: Não me leves a mal, mas quando enviares coisas com humor manda também uma foto diferente da que tens no blogue, porque senão a malta fica na dúvida....!
Um grande abraço para todos
Artur Conceição
Pois é meus camarigos, nesta questão dos básicos, o básico fui eu!!!
Passo a explicar.
Na instrução do meu Pelotão da CART 3492, no RAP2, um soldado se distinguiu pela sua fraca participação e entendimento do que lhe era pedido, quer ao nível físico, quer ao nível intelectual.
Claro que lhe disse que não se safava à Guiné, mas que iria como básico!
No Xitole fazia diversos trabalhos, nos quais obviamente não estava incluída a parte operacional.
Julgo que só saiu uma vez para a mata a seu pedido, mas que a partir daí nunca mais lá colocou os pés!
Ora bem o básico sou eu, porque passados largos anos, quando nos reencontrámos num qualquer almoço de combatentes, ou talvez lembro-me agora, em Monte Real num qualquer dia, vim a saber que o “básico” era, e é, um empresário de sucesso, com uma vida desafogada e boa.
Quando o confrontei com a discrepância entre os seus “feitos” na tropa e a sua vida de empresário, riu-se com gosto na minha cara, com amizade, dizendo que me tinha enganado bem!
Não o identifico, embora muitos saibam quem é.
É um bom amigo, a quem muito prezo, e que também muito bem me enganou!!!
Por isso digo que o básico fui eu!!!
Grande e camarigo abraço para todos.
Caríssimo Branquinho
Confesso que tendo-me habituado a que não falásses de 'ti nem do teu umbigo', percebi logo que este teu 'reenvio' não tinha nada a ver contigo e seria mesmo uma coisa inocente.
Por outro lado, depois daquele soberbo texto/trabalho sobre a(s) água(s), confesso que estava à espera dum sucedâneo, chamemos-lhe assim, a puxar para o esotérico, ou alquímico, sei lá, qualquer coisa sobre a terra (os diferentes chãos), ou o ar (o clima, o frio, o calor) ou então ainda o fogo (os nossos, os do IN, as queimadas). Não veio agora, mas vou aguardar pacientemente.
A avaliar pelas inúmeras reacções e pelo tipo e teor delas (quase, quase, na linha das que ocorreram a propósito duma namorada do AGA) este teu texto (reenviado...) vem provar que o pessoal não perdeu o sentido do humor (embora isto não seja totalmente verdade, em todas as circunstâncias e para todos os 'observadores') e que sabe bem, pelo menos de vez em quando, 'guardar as G3' e contar, relatar, estas histórias/situações pitorescas.
A prova do que digo está no facto de ter visto, quase depois de um ano passado (ou talvez mais..), ter visto, dizia, uma intervenção de um dos homens deste Blogue que foi para mim um dos primeiros (senão mesmo o primeiro 'audível') com que contactei e que dá pelo nome de de Vitor Junqueira, a quem aproveito para saudar.
Vamos continuar, pois para nos tornar cinzentões já chega o que dia-a-dia nos é imposto...
Um abraço
Hélder S.
Básico para futuro Primeiro Ministro!Básico para Ministro da Economia!Básicos em defuntos Conselhos da dita Revolucäo!Um Básico a escrever estes comentários!.........Näo vamos estar aqui,sistematicamente,a OFENDER os nossos Camaradas Básicos!
Camaradas Vinhal e Branquinho
Curioso com a missiva anónima que chegou até vós, resolvi ir esmiuçá-la com o meu vizinho, Inspector da PJ, um mouro infiltrado aqui mesmo junto à "Escola Superior do Vaticano", de Olival/Crestuma, dadas as suas elevadas credenciais, alcançadas como colaborador de M.J.Morgado, na Op."Apito Domesticado" da guerra santa contra os fiéis e, muito particularmente contra o nosso "Papa", e agora investido na luta pela "Vaidade Desportiva". Acreditei logo em resultados inequívocos. Eis as conclusões evidentes:
1 - O Oficial era o mais branco do grupo, já que os outros, excluindo o Capitão, eram ilhéus ou negros;
2 - Quem andava a comer a lavadeira era o Oficial porque sempre que ela se apresentava em serviço, sem as respectivas cuecas, aproveitava o momento em que ele se ia lavar, para enfiar as cuecas abandonadas;
3- O Básico, chatedo com os protestos e acusações do Oficial, oportunamente, aproveitou a presença dos ilhéus e da lavadeira para demonstrar a sua inocência, descompondo a referida profissional;
4 - Um dos ilhéus disse logo "Boa coma milho". mas ficou-se à espera de ser servido;
5 - Outro fez movimento repulsivo, afastando-se de cu;
6 - O outro desapertava os calções e logo perdia a tusa.
Mais se concluiu que este Básico não era burro e que não é analfabeto. Aliás,é muito possível que:
a)- Tenha feito grande evolução através do ensino nas "Novas Oportunidades";
b) - A sua escrita seja perfeitamente enquadrada na normalização do português, através do "Acordo Ortográfico";
c) - Um dia destes apareça nalgum Ministério Governamental (já com diploma) ocupando um lugar de destaque e vendendo a pomada para a salvação do desgraçado País.
Um grande abraço do Silva para todos, especialmente para os ilhéus, nortenhos, alentejanos, guineenses, palestinianos, etc. e outos ilustres desfavorecidos.
Disse:
Agora, que parece que não há mais:
1º- Um obrigado a TODOS, mesmo não sendo "obrigado" a isso, incluindo (sem reserva mental) o Carlos Nabeiro que "enfiou" texto e contexto no "Curral das Moinas", pois sendo eu do interior norte (não de junto do "Puerto", mas onde se diz "Vijeu"), esse programa televisivo me diverte bastante (descontando um ou outro exagero).
2º. EM ESPECIAL E ACIMA DE TUDO, as boas vindas ao Vitor Junqueira (Helder Valério "dixit") e... venha de lá essa frontalidade!
3º. Ao Artur Conceição, que sugere uma outra foto "diferente", reenvio o recado para o Carlos Vinhal, que, apesar de ter só três fotos - uma é menos "carrancuda".
3º. Ao Silva da nossa CART 1689 direi que, quanto ao "ufissial" andou lá perto, mas não identificou a personagem. (Se o vir, será segredo nosso).
Alberto Branquinho
Meus senhores, desculpem voltar ao "palco". É que me esqueci de agradecer ao meu advogado José Belo e, além disso, esclarecê-lo sobre essa coisa do "vossemessê". Salvo melhor opinião, esta expressão, ainda muito usada pelo menos no Alto Douro e em Trás-os-Montes, é o resultado da contracção do tratamento mdieval "vossa mercê", devendo, portanto escrever-se "vossemecê". Está correcto?
Alberto Branquinho
É sempre uma honra para mim,quando,EM HUMILDE OBSCURIDADE,vou tendo oportunidade de zelar pela verdade,e muito principalmente pela Moral.No caso presente "as cuecas do Sr.oficial",creio ter ficado provado que leituras apressadas por parte de alguns (e de modo algum lapsos Freudianos!!!)fizeram surgir perversidades evidentes,e näo menos,amoralidades decadentes.Creio ter ficado bem demonstrada a inculpabilidade do Sr.O. quanto a quem colocou as cuecas onde as testemunhas as vieram a encontrar.E cito:"Nas deliciosas partes baixas da lavadeira".Houve uma busca evidente de misturar "vacas sagradas",(pertencentes a outras paragens geográficas),neste caso sórdido.Para tal,foram retiradas,literalmente ,do ego do nosso Camarada Básico as seguintes palavras quando se refere ao Sr.Of.:"Ele num é de confiar de todo".A partir daqui,e como o Dr.Lobo Antunes täo bem aprendeu,procurou-se apoucar a honestidade do camarada Básico,quando alguns despeitados insinuaram possível participacäo desta honrada Especialidade Militar em traicoeiros,e felizmente defuntos,Conselhos de uma tal Revolucäo(?) e outros anarquismos semelhantes.(só faltou dá-lo como ordenanca de um certo Sr.oficial do COPCON,mas felizmente que para tudo há limites nisto de destruicöes de gente honesta...que o digam os nossos geniais governantes!).Outros ainda,tomando caminhos do demo,vieram apresentar imagens lúdicas destes honrados camaradas Básicos "amando com furor",como se de alimárias se tratassem,sobre a mesa das sagradas refeicöes compartilhadas pelos quadros de uma guarnicäo,que,perdida algures na selva africana,defendia com armas na mäo a civilizacäo ocidental...e näo só! Outros procuraram encaminhar as atencöes gerais para drogas e narcóticos,criando uma imagem do nosso Camarada Básico digna das Docas de Lisboa à noite.Alguns,em despudores pagaös atreveram-se a sugerir a intervencäo de..."Peritos da Gaita",para esclarecer detalhes impassíveis de serem aqui referidos! Depois disto tudo,e tendo procurado defender de alma e coracäo o Sr.Oficial proprietário das cuecas,tomo a liberdade de lhe dar um pequeno conselho-lapäo:----Caro Camarada!NÄO VOLTE A USAR(!!!) AS CUEQUINHAS COR-DE-ROSA COM RENDINHAS ,QUE NUNCA RESISTE A COMPRAR QUANDO PASSA POR PARIS! AS POBRES DAS LAVADEIRAS TAMBÉM SÄO "FEMENINAS! PS/Caro Amigo Alberto Branquinho,segue por correio REGISTADO, a carta com o recibo dos custos do julgamento para assinares.
Senhor meu advogado José Belo
Vossemecê desculpe, mas quem não sabe é como quem não vê.
Gostei muito das suas "alegações finais", mas como não sei nada de direito lapão, não percebi se fui absolvido ou se fui condenado ou se foi condenado o outro que tirou ilações precipitadas sobre as cuecas na entreperna da lavadeira.
Se entendi bem, as tais "cuecas cor-de-rosa com rendinhas" são assim a modos como as nossas "pulseiras electrónicas" a serem usadas pelo condenado. Portanto, sou eu ou o outro camarada que está condenado a usá-las ?
O seu cliente
Atentamente
Alberto Branquinho
Será que estes meus mais de 34 anos longe da Pátria...? Estamos os dois a falar de A-D-V-O-G-A-D-O-S ? "Perceber-se" se foi condenado ou absolvido? HAVERÄO DIFERENCAS TÄO MESQUINHAS NO NOSSO QUERIDO PORTUGAL DE HOJE?Mas,francamente!Näo é para isso que me paga!Para mais,nao sendo V.Exc.o Oficial proprietário das cuecas de renda....(por amor de Deus näo me venha agora dizer outra coisa!)e tendo o seu amigo sido ilibado das insinuacöes vergonhosas,sim...vergonhosas,do tal leitor freudianamente apressado...a haver justica(AH!)...terá que ser ele a enfrentar o problema das "cuecas-electrónicas" por Si referidas. Mas,como ele há cada perverso....será mesmo um "castigo"? Sejamos modernos...Tá?
Senhor meu advogado José Belo
Prontos. Está tudo esclarecido e acabado.
Mande a conta, faz favor, pela Aurora Boreal, ao cuidado da D.Alzira, que é a minha porteira, que também é do norte e que diz que ainda é prima da Aurora.
Obrigados.
Alberto Branquinho
(PERANTE A ÂNSIA DOS EDITORES DO BLOGUE!....Que Deus lhes pague!). Caríssimo Alberto Branquinho.Sendo a tua(salvo seja), D. Alzira, do Norte,e o nosso Camarada que "estraçalhou" por toda a Cibernética este problema relacionado com as C.C.R.(E isto em linguagem de Estado-Maior quer dizer....cuecas cor de rosa)...também ser do Norte...haverá a mínima possibilidade de ambos serem coniventes nestas bestialidades inarráveis(tipo relacionamento dominatrix/escravo?).Eu sei...eu sei...eu sei!Esta hipótese seria muito mais lógica pelos Estoril,Cascais,ou outras localidades da "Linha" da minha juventude distante.(ATENCÄO!Nada a ver com a rapaziada da Tabanca da Linha!T'ARRENEGO!). Mas no Norte? O Norte de Guimaräes?dos nossos "Máiores"? Aí, deve haver alguma calúnia por ti(involuntariamente...espero) levantada.Eu sei que no Registo consta ser o Pai da Alzirinha um tal Jorge com profissäo de pescador do bacalhau na Guiné-Equatorial.A ser assim,que faria o Algarvio que andava lá sempre metido em casa? É que,como muito bem se sabe,isto de Algarvios...principalmente aqueles que se mudam para serranias...a norte...e se chamam José...tem o que se diga!(atencäo! eu sou José mas lisboêta e aos costumes disse nada!).De qualquer modo,näo é nada que uma boa,e atenta leitura dos Arquivos do Estado Maior General das Forcas Armadas/2-Reparticäo/ näo acabe por esclarecer. Sempre ao dispor com toda a Estima &Consideracäo.
Abri agora isto. Andando ao rolar do rato
...e zás - 34 comentários por umas cuecas e que já estão com renda e cor de rosa. Diacho??!!! Que raio de cor...nos tempos que correm cada um consome do que gosta. Mas fala-se de um algarvio com o nome José...terá a ver com o Simplesmente José?? Esse tipo lá não usava cuecas. Bem de quando em vez sim.
Se roupa ofertava á lavadeira era soutien (nº 36,38??? sem memória numeral)e panos, lindos panos de África deles...e, quanto a direito, bem, bem mais outrora que hoje mas pronto para cooperação e há cada uma...
José Simplesmente José
Não está em causa o escrito.
Gostei e assim comentei.
O Alberto Branquinho escreve assim e bem.
Felizmente para ele e para nós.
Não retiro nada ao que anteriormente disse sobre. básicos,cuecas gaitas e anexos, lavadeiras...e oficiais.
Só tem a ver com sulista e nortenho...fez-me lembrar a barraca de um politico ainda no activo...
AB T
Mejo amigos,
Isto de botar opinião é cá cagente!
Todos nós chó shabemos ibentar berdades. Achim é qué bom! Shomos todos igalinhos.
Um amigo nócho diche aqui que as labadeiras tinham chido todas comidas com as cascas das chabolhas em chima da meja.Portanto as labadeiras tinham chido comidas.
Vamos aplaudir o nosso bajico ibentado por ter uma memória tão boa. Ochalá que a nocha estiveche tão rota.
Como os burackos que nós ujáavamos chó cherviam para recheber a bijita dos nochos amigos que moravam do outro lado da bolanha,
icho shignifica que nós tinhamos que labar as nossas (chó as nochas) coijinhas à mão.
Aquilo às vejes dava muito trabalho a labar pois estavam muito duras. Para ficarem bem labadinhas tinhamos que esfregar aquilo muitas vejes. Ficavamos chempre chatiche feitchos com o nocho trabalho.
Eu já não me lembro da cor das minhas cuecas mas chei que tinham chido rompitas na frente.
E hoje eu não pocho mais. Já estou miuto eschanchado de olhar para ver se ainda ujo cuecas rotas na frente. Agora quem as lava é a minha madrinha de guerra. Ela às vejes pergunta quem é que lava melhor. Se ela ou as labadeiras da Guiné. Eu digo que não chei pois as da Guiné tinham chido todas comidas antes de eu chegar lá.
Antão ela fica muto contente, porque quer ser a única que chabe lavar a minha roupinha.
Por icho eu mando um abraço muito estrechado para o meu amigo basico iventado, e para os outros que me fijeram estar muito cotente com as bochas opiniões.
Shempre she aprende qualquer couja nova no nocho blogue que já é muto grande. E agente para mandar cartas aos nochos amigos já nem prejijamos de por stampas nem comprar envelopes. É c'ma che foche um aragrama do nocho tempo.
Eu não chei c'ma aprender mais uma tonga. Já falava duas e agora chão três.Mas não chei qual delas eu usar melhor.
Che for prejijo eu tradujir mandem-me um aragrama por via bate-estradas
Da terra das caboiadas
Jé Câmara
PS: Daqui faço homenagem sentida aos básicos da minha companhia. Para além de serem excelentes pessoas e militares conscientes(tive a oportunidade de os abraçar no nosso último convite da CCaç 3327) também tiveram bastante sucesso na sua vida profissional.
A barraca de UM (!) político?
Meus caros camaradas e amigos e em especial ao Branquinho.
Tenho evitado de me prenunciar sobre este tema porque, de básico não tem nada. Isto deve ser cultura de alto gabarito que, para mim, se torna dificil de entender, já que ainda estou na primeira fase das NOVAS OPORTUNIDADES, depois irei à segunda fase e, espero, usar o acordo de BOLONHA, para me instruir.
Concluo no entanto que, nesta matéria, estamos muito mais atrazados hoje, que na Guiné em 1974.
A CCaç 5, unidade formada por tropas da provincia não tem, nos mais de 400 nomes que compilei relativos de Agosto/61 a Agosto/74, não encontrei nenhum BASICO.
Será que já havia uma OUTRA OPORTUNIDADE que só cá chegou agora?
Nota: este texto não foi elaborado ao abrigo do Novo Acordo Ortográfico, pelo que se tiver erros, são mesmo erros.
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