Guiné > Região de Tombali > Gandembel > CCAÇ 2317 (Abril de 1968/Janeiro de 1969) > 1968 > Início da construção do aquartelamento (que seria abandonado em menos de nove meses, depois de 372 ataques e flagelações)> Os homens que fizeram das tripas coração... Os homens-toupeira, os homens de nervos de aço...Que preço pagaram os combatentes da guerra colonial (ou do ultramar, como quiserem) ? Elevado, em sangue, suor e lágrimas, em mortos, feridos e em sofrimento físico e psíquico... Há um "inimigo invisível" que alguns deles (10%, dizem os estudos epidemiológicos, 100 mil num milhão de combatentes) continuam a combater, no silêncio das quatro paredes das suas casas, ao fim de 40 e tal anos...
Foto: © Idálio Reis (2007) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.
1. É um dos meus programas de rádio preferidos... O Amor É... (de 2ª a 6ª feira, na Antena 1). Fresco, irreverente, sério, rigoroso, descontraído, bem humorado, profissionalíssimo... Um sucesso em termos de comunicação radiofónica. Um caso sério em termos de longevidade na rádio (Não conheço a versão televisiva, que passa na RTP Norte, continuo de qualquer modo a preferir o modelo radiofónico, ou melhor, gosto mais de ouvir o Júlio Machado Vaz na rádio do que vê-lo e ouvi-lo na televisão).
O amor e a sexualidade nas conversas do Prof. Júlio Machado Vaz: O Amor É... De segunda a sexta, Júlio Machado Vaz conversa sobre amor e sexualidade com a conhecida jornalista e radialista Inês Meneses. O programa é repetido diariamente, de 2ª a 6ª feira, às 03:40 / 09:20 / 11:20 / 22:20.
Hoje, de manhã, como habitualmente, estava sintonizado na Antena1, enquanto conduzia o meu carro na 2ª Circular, a caminho do local de trabalho, e tive a sorte de ouvir mais uma das conversas do conhecido sexólogo e psiquiatra do Porto, desta vez sobre "Os traumas de guerra na família" (os transtornos da síndroma pós-traumática, em inglês PTSD, Post Traumatic Stress Disorder)...
Fiquei logo de ouvido atento e tomei logo boa nota desta emissão, para poder partilhar o seu conteúdo com os amigos e camaradas da Guiné... Podem ouvir aqui os 5 minutos de conversa do Prof Júlio Machado Vaz com a Inês Meneses. (Mais exactamente, 5' 52'').
O sofrimento psíquico ocasionado pela guerra nos antigos combatentes (e suas famílias) continua a ser um tema, senão tabu, pelo menos algo marginal e incómodo, que é difícil abordar em voz alta, na primeira pessoa, em público,... com rigor e com pudor.
Por exemplo, no nosso blogue não temos muitos postes sobre o tema... Reconheço que não é fácil falar disto, do nosso sofrimento psíquico, de maneira descomplexada, aberta, espontânea, frontal ... Há chagas, invisíveis, que não queremos ou não podemos mostrar aos outros, a começar pelos nossos próprios camaradas...
Já agora, vejam aqui um conjunto de vídeos com o conteúdo de um programa que passou, há uns anos, na RTPN; e é justo também referir aqui o papel da Associação Apoiar, que desde 1994 tem dado apoio psicossocial, clínico e terapêutico a muitos camaradas nossos.
2. Informação adicional sobre o programa O Amor É...
Género > Reflexão
Ficha técnica:
Realização: Júlio Machado Vaz
Autoria: Júlio Machado Vaz
Com: Júlio Machado Vaz e Inês Meneses
Próximas Exibições: Antena1 > 2011-05-02 | 07:12h
Últimas Exibições: Antena1 > 2011-04-29 | 20:12h
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Nota do editor:
Último poste da série > 2 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8200: Agenda Cultural (117): Início, no próximo dia 6, do ciclo de conferências-debate Os Açores e a Guerra do Ultramar, 1961-1974: história e memórias(s), organizado pela Universidade dos Açores (Carlos Cordeiro)
3 comentários:
Também eu Meu Caro Luís, também eu e hoje ouvi.
Sorri e esteve bem. Depois focou um aspecto de que nunca tinha pensado ou tinha conhecimento. A transmissão hormonal.Curioso. Fiquei de ir ver e tenho ali apontado para que me expliquem. Vidas. Vidas que nós sabemos e conhecemos bem.
Estou a pôr a casa em ordem pois cheguei ao Fundão e os papéis...
Dá ou dava na RTP N. Gosto do tema, dos diálogos e da forma como o Amor é tratado. Gosto.
Um abração (finalmente tenho computador e Net)
T.
Tive oportunidade de falar to com o Dr. Afonso de Albuquerque, quando ele foi o primeiro a levantar o problema do stress de guerra. Fazia então parte dos Serviços Médicos da TAP.
Tudo como dantes! Há mais interesse em que os stressados morram, do que levantem problemas.
Não não irei falar em politica porque ela anda por aqui.
Mário Fitas
"Nervos de aço"
Também eu quando lá estive sempre achava que os tinha, controlei sempre todas as situações ou pensava que controlava, o pior foi (19) anos depois que os nervos "rebentaram" de um dia para o outro e, desde então só com comprimidos e as vezes nem estes me seguram. faço cada disparate!
Abraços
ASantos
SPM 2558
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