terça-feira, 3 de maio de 2011

Guiné 63/74 - P8211: Convívios (324): Convívio da Magnífica Tabanca da Linha (José Manuel M. Dinis)

1. Mensagem de José Manuel Matos Dinis com data de bintóito de Abril de 2011:

Ói Carlos, viva!
Anexo o relato do encontro de hoje da Magnífica Tabanca da Linha para que o possas divulgar. Em tempos de FMI, penso eu de que... é sempre bom termos notícias de quem se compraz com a vida.
Os fotógrafos de serviço devem enviar-me os seus trabalhos ainda hoje, e reencaminhá-los-ei imediatamente.

Um grande abraço
JD


CONVÍVIO DA MAGNÍFICA TABANCA DA LINHA

Minhas Senhoras, Meus Senhores,

Hoje, bintóito, realizou-se novo almoço-convívio da Magnifica Tabanca da Linha. Foi numa localidade da freguesia de Alcabideche designada de Cabreiro, mas o que veio para a mesa foram filetes de cherne e carne de porco à portuguesa, pelo que houve folga para os caprinos. Antes, as mesas apresentavam uma decoração com fatias de queijo, com boa textura e paladar, rissóis de pouca carne no recheio, mas saborosos, paté de marisco ligado por maionaise, com sabores de ambas as coisas, azeitonas, pão de Mafra e um óptimo creme de grão com tiras de couve portuguesa.

Pelas 12H30, já o parque de estacionamento da Adega Camponesa apresentava um aspecto concorrido a garantir a presença dos confraternizantes. Quando ali cheguei já os casais Mário e Helena e Miguel e Giselda, eram apaparicados pelas conversas do António Santos, Zé Carioca, Zeca Caetano e Luis Moreira, e todos prestavam vassalagem ao Exmo. Comandante Rosales que, inchado, sorria com a presença dos magníficos.

Cheguei logo a seguir ao americano Luís Moreira, que ainda não fez qualquer relato da sua deambulação Nova Yorkina em tempo de FMI, mas concedo-lhe algum tempo para preparar um texto sobre o orgulho lusitano na descoberta da big city. Logo a seguir, chegadinho ontem da China oriental, tocou o telefone, e o Graça de Abreu, de olhos rasgados perguntava-me onde estava, mesmo de frente para o camuflado local restaurativo. Ora, homens do mato previnem-se, não se expõem (V.Exas. compreenderão, tinha que brindar o meu amigo com uma bicada).

Mas depois do AGA ainda chegaram o Armando Pires, sem equipamento de reportagem, mas que fez relatos interessantes dos conflitos angolanos de 1992, testemunhados e confirmados pelo nosso comandante que, por essa altura, vendia petróleo aos angolanos. Ainda vieram alguns Pichenses, o Palma e o Encarnação, o veterano Tirano do tempo do Rogério Cardoso, o segundo comandante ainda em exercício, o Fernando Marques e a Gina, e os periquitos Carlos Fanado e Armindo Roque, o fundador da APOIAR, uma associação que apoia as vítimas de stress pós-traumático. Voltando ao Carlos Fanado, que foi meu colega de trabalho, e fez hoje a primeira aparição em eventos, manifestou alguma compreensível reserva em envolver-se em mais organizações guineias, e trazia como guarda-costas outro colega de trabalho, o Antero, constituindo um duo de sorridentes. Este último, hoje, comprovou-me que o mundo é redondo, quando me declarou que estivemos ambos em Angola, no mesmo local e em simultâneo, no Dundo, onde por acaso, em certos fins-de-semana, o quarto do capitão passava a ser o meu quarto, onde eu curava os excessos até à hora do almoço de domingo. Por fim arribaram o Humberto e a Teresa, bem como o Pinela.

O nosso Comandante provindenciou uma estratégia em U, portanto um bocado mais revolucionária que a do D. Nuno em Aljubarrota, para atacarmos a provocante ementa, o que veio a concretizar-se com galhardia e bom apetite. À esquerda formou a ala das meninas, que acompanhadas dos consortes e reforçadas pelo Luís Moreira, bateram-se como homens valentes, e são de peso o Humberto, o Miguel, o Mário e o Marques, este a precisar de mais alguns treinos para adquirir corpinho impressionante, mas sem vacilar na luta.

Do outro lado, o direito da formação, apresentavam-se alguns dos melhores lutadores, e a maioria do grupo, totalmente machona, que provocou uma devassa no vinho da casa e nos diferentes paladares da amesendação. Foi rotunda a sua actividade. Falaram muito, mas não estavam quietos, antes exercitaram o que levaram anos a treinar. Ainda são especiais.

No topo da formação, onde as extremidades do U se ligam entre si, o nosso Comandante fez-se rodear de dois falsos combatentes, do género enganativo, pois sendo magritos, comem e bebem que faz doer a vista. De um lado, o Sr. Rosales tinha a protecção e a locução dos acontecimentos, que o Armando (nome que homenageia o avançado-centro que foi campeão nacional pelo Belenenses do tempo do Di Pace) providenciava. Do outro, fora eu escolhido para lhe almofadar qualquer eventual queda para o meu lado, o que não chegou a acontecer, e prestar atenção ao decorrer dos acontecimentos. E desempenhei-me tão bem destas funções, que não resisto a divulgar o autêntico louvor, que foi o Sr. Comandante ter-me enchido o copo por duas vezes, e ter-me alcançado dois ou três pedacinhos de queijo, tendo em vista a falta de fastio que eu evidenciava.

Nota de registo: pela segunda vez não marcou presença o nosso segundo-comandante, o Rogério Cardoso, medalhado na guerra, mas a debater-se com uma sacana de uma doença que não lhe tem permitido comparecer nestas ocasiões de que ele foi estímulo inicial. Vou enviar-lhe um mail a dar conta dos acontecimentos, e a perguntar-lhe se tem cognac ou whisky bebíveis, para lhe fazer uma visita a apresentar cumprimentos do maralhal, assim como a desejar-lhe o regresso tão breve quanto possível. Também faltou o Domingos Cardoso e a esposa, que ontem me comunicou ter sido submetido a uma cirurgia à gorge, e ainda estar a gelados. Outro a quem formulamos votos de rápido regresso às auforias da gastronomia portuguesa.

Para a História fica o Graça de Abreu encarregado das diligências.










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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 2 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8204: Convívios (318): Almoço/Convívio da CCAÇ 763 (Mário Fitas)

3 comentários:

Hélder Valério disse...

Sim senhor, 'seu' Zé Dinis, uma reportagem circunstanciada, com os 'remoques' e as 'bicadas' para dar 'sal' à narrativa....

E no fim? Ficaram todos contentes e satisfeitos?

Abraços
Hélder S.

Anónimo disse...

Meu Caro Helder,
è com muito agrado que leio a tua apreciação à excelência da minha reportagem, bem como à superior qualidade das imagens, e informo de que, tendo em conta que a tua opinião é representativa da dos muitos milhões de habitantes deste mundo (nem conto com os do outro), tomei a decisão de me disponibilizar para futuros trabalhos da mesma índole, mediante o pagamento de um subsídio de deslocação, outro de alojamento, e outro de alimentação, a que se deve adicionar uma pequena verba para gastos pessoais. Isto, claro, tanto para mim, como para os reporteres fotográficos de altíssima e comprovada craveira.
Foi uma decisão democrática que acabei de tomar e que, juro, vai surpreender os meus sócios (Mário e Miguel, por ordem de antiguidade).
Qualquer contacto pode ser feito para o meu agente, ou pelas formas habituais constantes do blogue.
Abraços fraternos
JD

P.S.(não confundir com o outro s.f.f.) Dos que se reuniram em Alcabideche não consta que alguém tenha recorrido a crédito bancário, nem aos serviços hospitalares ali perto, nem aos serviços de qualquer confessor ou vendedor de chás aconchegantes.
Donde, todos ficaram satisfeitos.

armando pires disse...

Ó Dinis, não podes fazer o favor deme enviar por email e em tamanho natural as fotos em que eu estou identificado.
abraços
armando pires