Boa noite camaradas
São Sebastião, não sendo (oficialmente) patrono militar, foi um militar que, mercê das suas virtudes de mártir, veio a ser elevado à honra dos altares.
Foi alguém que, depois de Soldado foi Santo.
Um abraço e bom fim de semana.
José Martins
PATRONOS E PADROEIROS XXI
Soldados que se tornaram Santos
Mártir S. Sebastião
Imagem de São Sebastião, Orago da Igreja da Granja – Vialonga - V. F. Xira.
© Foto José Martins -2011/07/29
São Sebastião
Sebastião nasceu em Narbonne, no sul da França, no ano de 256 d. C., local onde existiu a primeira colónia romana fora da Itália - Colónia Narbo Martius – localizada na Via Domitia, estrada romana construída na Gália.
O nome Sebastião deriva do grego “Sebastós”, que significa divino, venerável, que seguia as virtudes do Altíssimo.
Escritos apócrifos, atribuídos a Santo Ambrósio, que foi à época Arcebispo de Milão, refere que Sebastião era um soldado, que se alistou no exército romano, por volta do ano de 283 d. C., tendo portanto acerca de 27 anos.
A intenção que o norteava era ajudar os cristãos a revitalizar a sua Fé, que era bastante abalada, após as torturas e perseguições a que eram submetidos.
Os Imperadores Diocleciano e Maximiano, apesar de o saberem cristão, mas reconhecendo o seu valor, convidaram-no para integrar a Guarda Pretoriana, ou seja, a sua guarda pessoal.
Manteve, contudo, a sua postura perante os prisioneiros cristãos, o que levou o imperador a considerá-lo traidor e a mandá-lo executar por meio de flechas.
Foi dado como morto e atirado ao rio, mas Sebastião não tinha morrido e foi socorrido por Irene, uma jovem de família grega e que viria a ser canonizada como Santa Irene. Depois de restabelecido, apresenta-se a Diocleciano, que o manda espancar, até à morte e atirá-lo para o esgoto público de Roma.
O seu corpo foi recuperado por outra mulher, que viria a ser Santa Luciana, que recolhe o seu corpo, limpa-o e, assim, foi sepultado nas catacumbas.
Estes casos ocorreram em Roma no ano de 286.
A Igreja Católica comemora a sua festa litúrgica em 20 de Janeiro, enquanto a Igreja Ortodoxa comemora em 18 de Dezembro.
É considerado patrono dos Arqueiros, dos Soldados, da Infantaria e dos Atletas.
Igreja da São Sebastião em Granja – Vialonga – Vila Franca de Xira.
Festeja o seu Padroeiro, este ano, nos dias 29 / 30 e 31 de Julho.
© Foto José Martins -2011/07/29
____________Notas de CV:
(*) Vd. poste de 27 de Julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8610: Efemérides (52): 27 de Julho de 1970: Amélia teve um menino (José Marcelino Martins)
Vd. último poste da série de 24 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7495: Patronos e Padroeiros (José Martins) (20): Padroeira da Sagres (Navio Escola da Marinha Portuguesa)
5 comentários:
Curiosamente o Mártir S. Sebastião é festejado pelos pescadores de Matosinhos. Na manhã de 20 de Janeiro são lançadas salvas morteiros (foguetes) lembrando o seu dia, mas a festa dos Pescadores ao seu Santo ocorre só no segundo fim de semana do mês de Julho (Sexta a Domingo). Entre outras festividades religiosas, é organizada uma enorme procissão com muitos anjinhos e andores, alguns deles com santos ligados à faina do mar (S. Pedro e Senhora da Guia, entre outros). A procissão que sai da Igreja Matriz percorre as ruas de Matosinhos até à zona marítima (Lota) onde é dada a benção ao mar e se fazem ouvir as sirenes das (já poucas) embarcações de pesca (motoras, traineiras e arrastões). Durante a retirada da procissão são lançadas dezenas e dezenas de foguetes (morteiros). A festa culmina com uma sessão de fogo de artifício.
Curiosa a vinda a Matosinhos, neste dia, de alguns dos nossos ex-Presidentes da República.
O meu pai, que nasceu a 20 de Janeiro, tinha especial devoção por este Santo.
Abraço
Carlos Vinhal
Leça da Palmeira/Matosinhos
Na minha terra, Lourinhã, o culto do São Sebastião é também antigo. Há uma confraria e capela (cuja origem remonta, pelo menos, ao Séc.XVII). A festa é no dia 20 de Janeiro. Como em muitas oputras partes do país, este santo está associado à protecção contra a fome, a pesta e a guerra...
Curiosamente, e conforme leio num artigo da Wikipédia, em Negreiros, Barcelos, (...) o mártir São Sebastião é popularmente conhecido como o padroeiro dos jovens que vão cumprir o serviço militar", daí que, nesta povoação minhota, "seja tradição que a festa em sua honra seja organizada pelos jovens da freguesia", ajudados pelas... raparigas. Ou não fosse o Minho, uma terra de matriarcas...
(...) "Os festejos em homenagem a S. Sebastião merecem, também, destaque na tradição desta freguesia, por um lado, porque é a única festa de Inverno realizada na freguesia e, por outro, porque conta com a participação e organização dos jovens da freguesia que completam 20 anos de idade no ano anterior ao da realização da festa". (...)
Fonte:
Festa de São Sebastião. [Em linha] Wikipédia. [Consult em 2/8/2011]. Disponível em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Festa_de_S%C3%A3o_Sebasti%C3%A3o
Caro camarigo José Martins
Curiosamente também na sede do concelho, ou seja, em Vila Franca de Xira, existe um pequena Igreja dedicada ao Mártir Santo Sebastião, só que no dizer das gentes da borda d'água, 'comendo' sílabas, aquilo pronunciava-se ou soava-me assim: "Igreja do mártesanto".
Curiosidades.
Abraço
Hélder S.
Em várias freguesias do Concelho de Guimarães, também se festeja S- Sebastião, mas em Janeiro. Também existem agrupamentos de escuteiros que têm S. Sebastião como Líder e em muitas procissões, são os escuteiros que levam o andor do Santo. Lembro-me, que uma vez numa procissão que teve um itenerário difícil, a minha filha fazia parte do grupo que transportava o andor e a dado momento, perderam um braço do Santo.
Filomena
O nosso país é maravilhoso e nesta coisa da veneração dos santos e outros querubins, em cada lado temos a religiosidade e o profano sempre à mistura.
Em Amiais de Baixo, frequesia do concelho de Santarém também o mártir S. Sebastião é venerado. Está durante todo o ano numa capela no cemitério a zelar e a velar os mortos enquanto os seus descendentes trabalhavam fora no corte de árvoredo e quando regressavam em Janeiro faziam e fazem uma grande festa. Em procissão, com musica, archotes, anjinjos e outros santos, o Mártir regressa à Igreja Matriz e passa a noite junto à Santa a Nossa Senhora da Graça.
Depois da Festa, de novo em Procissão volta à capela do cemitério para continuar a velar pelos mortos.
É uma tradição muito antiga que se repete todos os anos, normalmente em Janeiro e onde o profano e o religioso estão lado a lado.
As imagens na procissão vão carregadas de notas, por exemplo. Mas apesar das pessoas por regra não serem religiosas no dia a dia, manifestam todo o respeito nestes actos.
Portugal é maravilhoso.
Enviar um comentário