sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Guiné 63/74 - P10640: Notas de leitura (427): "África Misteriosa", de Julião Quintinha (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 20 de Agosto de 2012:

Queridos amigos,
Julião Quintinha foi premiado no Concurso de Literatura Colonial de 1928. Já publicara “Oiro Africano”, depois “Derrocada do Império Vátua e Mouzinho de Albuquerque”, logo a seguir veio esta “África Misteriosa”, mas não ficou por aqui.
Era criticado por ser imoral nas suas descrições, razão pela qual os seus livros estavam desaconselhados a senhoras, censurado pelas descrições de pretos e pretas nus e de porte lascivo e dissolvente.
Revela-se nestas páginas embriagado por mercados bizarros, moças seminuas e até por uma rapariga fula, limpa de pele doirada que lhe veio trazer um púcaro de barro e cujos seios pareciam invertidas taças moldadas e brunidas em ouro rosado…

Um abraço do
Mário


África misteriosa – A Guiné, por Julião Quintinha

Beja Santos

Julião Quintinha foi nome sonante do jornalismo e publicou um conjunto de obras entre a reportagem, as crónicas de viagem, as novelas e os opúsculos. Republicano e maçom, iria enfileirar na oposição a partir da ditadura, o seu nome aparecerá associado a candidaturas oposicionistas, como a de Humberto Delgado.

Em finais dos anos 20, permitiu-se a uma longa ausência para deambular pelas colónias da África Portuguesa. “África Misteriosa” é produto dessa longa deambulação. Quintinha tem uma escrita impressiva, lúbrica, politicamente contumaz, provocando e ajudando à reflexão. Saiu do cais de Alcântara, passou pela Madeira, deliciou-se a contar o que era a vida a bordo, percorreu pontos importantes de Cabo Verde e após 3 dias e 3 noites a bordo do “Congo” chegou à Guiné. Chegou inquieto, talvez não refeito do susto, houvera três noites de água e vendaval, agora era uma aragem quente, o piloto atento ao lodo desde a ponta de Caió, entrando pelo canal do Geba conduzido pela barca do piloto, assim descrito: “Um Neptuno negro de grande capacete e maior aparato, que conduz o navio ladeando os bancos de Arlette, São Martinho, Gambia, marcados a boias iluminadas”. É posto em terra por quatro remadores manjacos e descreve assim o encontro com a cidade: “Nas ruas sujas de Bissau cruzam os hercúleos Papéis, com cara e brincos de mulher, lenços berrantes toucando a carapinha e um farrapo à cinta maculando a escultural nudez. Correm, aos pulos, balantas, maliciosos ladrões, numa nudez obscena e de gorra vermelha. E arrastam-se preguiçosamente, os mandingas, intrujões e mercadores, rojando seus mantos árabes”. Não sabemos baseado em que dados mas Julião Quintinha fala em 12 raças, refere fulas de óculos, turbante e bules de cobre para as oblações, a cidade rescende a pântanos lodosos, tem qualquer coisa de gravura de jornal antigo.

O repórter passeia-se, parece que o estamos a ver a sair do cais do Pidjiquiti e a entrar na área hoje correspondente ao Bissau Velho: “Às portas dos bizarros estabelecimentos flutuam tecidos estrangeiros, sobre alpendres, os alfaiates fulas, cosem, à máquina, grandes peças da sua indumentária”. Ficamos igualmente a saber que estão ali à venda mel, frutos, mancarra, pãezinhos de arroz, mariscos, bacalhau podre, bolinhos de coco, carne com varejas e cola, mas também os mandingas vendem missangas e contas de mil cores, pulseiras e manilhas, cola e torrões de açúcar. Muita gente se passeia sob guarda-sol e anota: “Têm a paixão dos chapéus-de-sol, dos molhos de chave à cinta, cordas a tiracolo, búzios ao pescoço, lenços vistosos na cabeça, tudo ronco”. Um jovem mandinga pergunta a Julião Quintinha se na sua terra também há pretos e se a polícia dava porrada. O jornalista dirige-se para a Amura e encontra à porta a sentinela descalça e pilhas de granadas e não resiste a um toque de exotismo ou feitiço africano: “Ao largo cai uma lua triste no Ilhéu dos Feiticeiros, envolvendo as árvores sagradas onde os Papéis celebravam funerais aos seus chefes e ainda hoje, na lua de Março, as suas ceitas realizam os grandes ritos”. Então desabafa: "Só há pouco começamos a cumprir aqui a nossa missão colonizadora. Fizemos nestes cinco séculos de ocupação”. Está dado o mote para introduzir o descobrimento da Guiné, o negócio dos escravos, referindo mesmo que em 1690 a companhia de Cacheu e Cabo Verde fora autorizada a introduzir na Nova Espanha 10 mil toneladas de negros. Quanto a povoações, havia a registar Ponte da Cruz, nas margens do Buba e São Filipe no Cacheu, mais tarde Geba e Farim. Bissau era um palpável documento do desleixo nacional. Bolama era de recente data e nada depunha a favor do seu passado. Acresce que 500 anos não tinham chegado para uma pacificação que permitisse a europeus e indígenas trabalho e progressivo e consolador e assim remata: “Um vasto continente rebelde, selvagem, minado de febre, sem dinheiro, sem ordem, sem administração – eis a Guiné de há 20 anos”. Considera positiva a demolição das velhas e inúteis muralhas de Bissau, foi o ponto de partida para a expansão e o saneamento da cidade. Falando do capitão Teixeira Pinto, refere-o como o herói da pacificação do território, dizendo mesmo “Não encontrei nestas terras nome português venerado com mais carinho”.

O repórter vai viajar fora de Bissau, atravessam o Impernal e vão até Mansoa. Não se cansa de salientar a nudez dos corpos, corpos bronzeados e luzidios. De Mansoa vão até Farim, passam pela tabanca de Cutia e almoçam em Banjara, diz ele que sob um sol doente. Após uma viagem de cinco horas, já com as pupilas fatigadas da insistência monótona da sinfonia verde, chegam a Bafatá e, não sabemos quem lhe deu a informação, diz ser povoação vizinha do Senegal. É uma descrição colorida, impetuosa, é um discurso dos cinco sentidos. Ele tem ali uma entrevista com Vasco Calvete de Magalhães e falará também com Samba-Li, régulo de Bafatá, grande amigo dos portugueses, tenente de segunda linha, mas logo acrescenta que o maior chefe indígena da Guiné é Monjur, régulo do Gabu, com 70 anos, 100 mulheres e 5 mil cabeças de gado.

A próxima incursão será Bolama, com amplas praças, ruas alinhadas, sente-se um ambiente simpático de renovação. É singelo a anotar tudo quanto ouviu do governador, técnicos, colonos e funcionários: “Na Guiné ainda há muitíssimo que fazer, mas ela está bastante longe daquele pessimismo que a considerava uma zona de morte”. O haver muitíssimo que fazer é indispensável para melhorar a vida de 1 milhão (onde é que Julião Quintinha foi buscar este número?) de indígenas, havendo a deplorar que o problema sanitário está muito de se considerar resolvido, que é só a indústria estrangeira a abastecer os mercados e que faltam medidas de fomento. A Guiné é rica, ele não se cansa de observar. E o navio vai largar, ele despede-se de Bolama à luz dos relâmpagos de uma colossal trovoada. Em Bissau, Julião Quintinha tomará o “Guiné” para rumar até São Tomé e Príncipe.

Não podemos ficar insensíveis ao que é dito implícito e explicitamente. A Guiné está a dar os seus primeiros passos como território pacificado e digna de ser tratada como Guiné Portuguesa.
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 5 de Novembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10621: Notas de leitura (426): O meu serviço cívico na Guiné, em 1991 (3) (Mário Beja Santos)

13 comentários:

Tony Borie disse...

Olá Mario.
O Sr. Julião dizia que havia o Régulo com 70 anos, 100 mulheres e 500 cabeças de gado e que naquele tempo havia ainda muito que fazer. No tempo em que lá estive, como combatente, o Régulo, não tinha tantas mulheres, mas que havia muito que fazer, lá isso havia, pois não estava quase nada feito!.
Gostei do resumo.
Um abraço, Tony Borie

Luís Graça disse...

Mário, obrigado por mais esta recensão... Seria interessante fazer publicar um antologia de excertos dos textos do JQ sobre a Guiné "au vol d'oiseau" que ele descobriu, no final dos 20...

Em que ano foi publicado o livro ? Não dizes, mas julgo que já pertence ao domínio público, podendo ser reproduzido livremente... Podias digitalizar algumas páginas mais interessantes...

Sobre o JQ, descobri este apontamento no blogue Local & Blogal, de António Baeta Oliveira,
de 22/11/2004, que reproduzo (o grande ilustrador Bernardo Marques também era de Silves, terra de operários corticeiros, anarcossindicalistas, cuja imprensa li, analisei e estudei quando estudante de sociologia):
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(...) Jornalista e escritor, Julião Quintinha foi uma figura ilustre da vida silvense e da vida lisboeta da sua época (1886-1968). Assumiu um papel importante na direcção das associações que vieram a instalar-se no prédio da Rua do Loreto, em Lisboa, e deram origem à Casa da Imprensa.

Convém recordar esta figura do passado da minha terra que tende a cair no esquecimento, enterrada na lápide do nome de uma rua, e chamar a atenção para o valor da sua obra, apelar à sua eventual republicação.

É o que faço ao remeter-vos para O Pató, um pequeno conto, com a cidade de Silves como cenário, ao fundo.

Não resisto a atrair a vossa atenção, com um pequeno excerto que retrata esse mundo dos anos 20/30, do anarco-sindicalismo, da organização operária dos corticeiros, de que ouvia falar em surdina, quando miúdo, sem entender, mas que sempre me atraiu pela curiosidade que me desencadeava:

" (...) O mês corria tumultuoso, triste, faminto: os operários tinham protestado contra a miséria do salário; estalara, violenta, vermelha, ruidosa, a greve! O patrão mantinha-se irredutível, em guarda dos seus interesses, e o governo - como suprema solução - mandara tropa, soldados, cavalaria que guardava vinhedos e figueirais, que guardava tudo... Era raro o dia em que não havia "cenas" com a tropa, e depois, gente presa, gente ferida, muita gente sobressaltada. (...)"

Remeto-vos ainda para a divulgação de uma outra importante figura de Silves, da mesma época, que ilustrou o livro de Julião Quintinha, na imagem acima - Bernardo Marques (1899-1962), ilustrador e pintor, homenageado em Silves e Lisboa por ocasião do centenário do seu nascimento.(...)

http://blogal.blogspot.pt/2004/11/julio-quintinha.html

Luís Graça disse...

Vd também; (i) Almanaque Republicano:

http://arepublicano.blogspot.pt/2010/07/juliao-quintinha.html

(ii) Literatura Colonial Portuguesa

http://literaturacolonialportuguesa.blogs.sapo.pt/2497.html

Torcato Mendonca disse...

Obrigado Luís Graça, deste-me uma série de dicas para descobrir Silves.
Vou procurar então. No meu cartão de cidadão a minha naturalidade diz ser o Concelho de Silves...e é.

Abraço para ti do T.

Anónimo disse...

Olá Camaradas
Espero que este texto continue e esclarecer o que era a Guiné antes da guerra e antes da nossa chegada.
Como se vê a população estava evoluidíssima. Este texto está produzido numa altura em que a Guiné nem sequer era falada nos jornais portugueses. Como seriam as relações entre o governo local e o governo central? Como seriam tratados os habitantes daquela terra? Com que meios seria a Guiné gerida? Até a sentinela estava descalça. Se calhar era alérgico à sola das botas...
E como seria no interior?
Só temos que aceitar que era assim.
Um Ab.
António J. P. Costa

Antº Rosinh disse...

Já nos anos vinte, os guineenses estavam "pacificados", pelo venerado Teixeira Pinto, era só colonizar.

Mas isso aconteceu com toda a África subsariana.

Só que não se colonizou, deu-se a independência e abandonou-se.(neo-coloniza-se, variando apenas a intensidade)

A Guiné hoje pode servir para fazer uma biópsia a toda a África subsariana.

Como não há regra sem excepção,talvez mencionemos para o efeito o país de Mandela.

Ainda hoje 2012 qualquer jornalista pode fazer reportagens iguais na Guiné, em Angola e fronteiriços.

Tudo é relativo, que interessa termos saneamento básico cá, se as ETAR estão desactivadas?

Gostei muito de conhecer lugares de Angola e Guiné, tal qual como estavam antes da geração de Teixeira Pinto.

Anónimo disse...

"A Derrocada do Império Vátua..." foi dos primeiros livros que li, contemporaneamente a Júlio Dinis, Camilo...porque o meu pai tinha esse livro.
Não sei se não o tenho ainda meio desconjuntado em qualquer sítio.
José Brás

JD disse...

Os comentários que antecedem são reveladores do desprezo pelas colónias que os sucessivos governos praticaram.
Em Angola e Moçambique, a partir da transição do seculo XIX para o XX, e iimpulsionada por empresários estrangeiros, começou alguma economia a desenvolver-se, tanto no sector primário, como no dos serviços, com destaque para os transportes e necessários apoios, de quen as colónias britânicas eram os melhores clientes. Tudo ainda muito incipiente, e com um muito reduzido interesse nacional, com contratos de concessão frequentemente desrespeitados. E o Estado nada dizia. E quando um deputado, depois de N.Matos, revelou um relatório genuíno sobre incumprimentos contratuais e a exploração desumana dos povos, foi destituído e perseguido pela influência das empresas coloniais. Também Cunha Leal se refere a factos sobre a Companhia de Diamantes de Angola, altamente lesivos para o Estado, cujas práticas ainda duravam durante os anos 70.
A colonização naquelas duas provincias aconteceu e com forçaa partir do final da década de 50, por iniciativa dos portugueses ali emigrados e de algum investimento estrangeiro, de que todos estavam a beneficiar, inclusive a metrópole que recebia generosos réditos de diferentes receita públicas e de parcerias contratuais, por exemplo os pagamentos em ouro relativos à mão de obra moçambicana.
A Guiné, confrangedoramente, não beneficiou do movimento migratório das grandes provincias, e o nível de desenvolvimento foi o que a tropa encontrou com o inicio da guerra.
Escrevi isto por influência dos comentários do Pereira da Costa e do Rosinha, que naturalmente subscrevo.
Finalmente, são leituras como esta agora proposta, que podem levar-nos a conhecimentos complementares que as escolas metropolitanas quase ocultavam.
Abraços fraternos
JD

Antº Rosinha disse...

José Manuel Diniz, Cunha Leal e Norton de Matos eram anti-salazaristas, mas tal como Salazar toda aquela geração tinham ideias colonialistas ou colonizadoras.

A maior diferença talvez fosse que aqueles queriam imitar (na intensidade principalmente) os grandes ingleses e os franceses, ao contrário do Santacombadense.

Eu, que fui um de 1 milhão (?) de Retornados, imagina quantos milhões teriamos sido se a capital do país fosse para o Huambo como pensavam os admiradores de N.de Matos.

E sobre a exploração dos diamantes, que também conheci e trabalhei um pouco para a Diamang, no Cafunfo, lembraste que Marcelo Caetano ainda foi a tempo de libertar a exploração de diamantes a quem se quisesse candidatar a isso em regiões como Moçâmedes, Gabela e outras.

E, a partir daí foi uma escandaleira com os negócios do mercado negro da "camanga", "feijão branco".

Noticias de jornal com suspeições de Judiciária, TAP, ligações de Luanda-Malange-Lisboa-Londres-Holanda etc., ao ponto de muitos parolos comprarem frascos de quartzo e vidro, com as suas economias.

E já ia gente estupidamente e à ganância de propósito de Lisboa a Luanda à procura do "feijão branco".

Marcelo Caetano ao tomar essa medida é um dos exemplos que Portugal ficou em roda-livre após o desastre da cadeira.

Um dia se escreverá na história com H, que Marcelo foi um joguete nas mãos da tropa,PIDE e os poucos capitalistas e empresários.

Marcelo nunca teve mão nem nos diamantes, nem na tropa nem na PIDE.

JD, ao contrário das tuas ideias, penso que explorar e colonizar, com mais ou menos intensidade as colónias é irrelevante.

Sabes que os brasileiros dizem que são pobres porque lhe roubámos-o-ouro-todo.

Dizem isto os brasileiros, nunca ouvi isso aos índios enquanto estive no Brasil.

Mas mais do que explorar riquezas, é usar devidamente essas riquezas.

O que parece que temos muita dificuldade no uso devido das riquezas.

Penso que colonizámos o suficiente, até um pouco mais do que o necessário e mal,nós e os outros.

Os outros, muito pior, porque quanto mais, pior.

Estou nos antípodas evidentemente!


antonio graça de abreu disse...

Ah, este pessoal guineomaníaco está com uma pedalada!...

Para acrescentar algo, com todo o respeito, aqui vai uma chinesice, no capítulo 67 da Jin Pin Mei, o mais famoso romance erótico chinês, escrito no início do século XVII. Na minha tradução:

" Qing Ximen sentiu necessidade de sair da cama porque queria urinar. Mas a menina não queria largar a verga que conservava na boca.
Ela disse: “Meu querido, mija dentro de mim o que te incomoda. Eu engolirei tudo. Estás no quentinho e evitarás apanhar frio. É melhor assim do que gelares lá fora.”
“Minha putinha esperta! Minha querida, ninguém gosta tanto de mim como tu!” exclamou Qing Ximen infinitamente feliz com tanta atenção.
Em seguida, começou a urinar na boca da menina. Ela bebeu com prazer, lentamente, um gole atrás do outro, sem deixar cair uma gota.
“É bom ?” perguntou Ximen.
“Um pouco amargo. Se houver por aí chá de jasmim, isso ajudar-me-á a tirar o gosto.”

Abraço,

António Graça de Abreu

Anónimo disse...

Peço desculpa pelo envio deste meu comentário para o poste errado.
O comentário é ao texto do alferi Jorge Cabral e vai lá ser colocado.

Perdoem-me.

António Graça de Abreu

Anónimo disse...

O Nossso "Vencedor" não tem emenda!
É mais violento que o Luisão!
É com cada pontapé... na relva.
Um Ab.

Anónimo disse...

Atenção:
O anónimo anterior sou eu.
António J. P. Costa
Gostava de lembrar entre os que se insurgiram contra o modo como as colónias estavam a ser tratadas o nome de Henrique Galvão que foi deputado à AN, como independente, por Angola e a quem ninguem quis ouvir. E ainda ficou mal visto como alarmista. Há também o caso das roças de S. Tomé que davam lucro ou prejuizo conforme era privadas ou do BNU. Investigado o assunto por ordem do Marcelo Caetano, o investigador desapareceu na viagem de barco para Lisboa.
Enfim, malhas que o Império tecia...
Mais um Ab.