- Foto s/ nº >Chegada a Mansoa dos mortos na emboscada à coluna de Farim (1)
Foto s/ nº >Chegada a Mansoa dos mortos na emboscada à coluna de Farim (2)
Foto s/ nº > Evacuação dos feridos da emboscada à coluna de Farim (1)
Foto s/ nº - Evacuação dos feridos da emboscada à coluna de Farim (2)
Foto s/ nº - Constantino_Veira_da_Rocha,. sold cond auto, da 3ª CCAC/BCAÇ 4612 (1972/74), subindo para a sua Berliet
Guiné > Região do Oio > Mansoa > 1972/1974 > BCAÇ 4612 (1972/74) > Imagens da chegada de mortes e feridas, na sequência a uma emboscada a um coluna de reabstecimento, na estrada de Mansoa-Farim, possivelmente em 15 de julho de 1973.
Fotos: © Jorge Canhão (2011). Todos os direitos reservados
1. Continuação da publicação do álbum fotográfico do nosso amigo e camarada Jorge Canhão, que vive em Oeiras (ex-Fur Mil At Inf da 3ª CCAÇ/BCAÇ 4612/72, Mansoa e Gadamael, 1972/74).
Estas fotos, relativas a Mansoa, chegaram-nos às mãos através de outro grã-tabanqueiro, o Agostinho Gaspar, ex-1.º Cabo Mec Auto Rodas, 3.ª CCAÇ/BCAÇ 4612/72, Mansoa, 1972/74), residente em Leiria. Os nossos especiais agradecimentos aos dois, e muito em especial ao nosso camarada Jorge Canhão-
Não sabemos quem é o autor (ou quem são aos autores) das fotos,,, Estas fotos constam de um CD, do Agostinho Gaspar, estão sob um ficheiro com a seguinte designação: Jorge Canhão > Vários Batalhão. Também não sabemos a que emboscada se referem. Sabemos, pela história da unidade, que houve uma violenta emboscada no dia 15/7/1973, na estrada Farim-Mansoa, no troço entre Mansabá e Mansoa...Mas nessa ocasião houve 1 morto (e não mortos) e 8 feridos graves, conforme se pode ler na HU- Cap II / Fasc VIII, pág. 60:
- (...) Às l5 de julho de 1973, às 13h30 na região de Mansoa 8HO.65, um grupo IN estimado em 60 elementos emboscou no regresso a coluna de reabastecimento a Farim, com armas automáticas, RPG-2, Mort 60 e Granadas de Mão.
O IN iniciou a emboscada com uma granada de mão. A emboscada estava montada do lado direito da estrada Mansabá/Mansoa com um pequeno grupo IN no lado esquerdo. As NT sofreram 1 morto (Fur Mil), 8 feridos graves (1 Oficial e 7 Praças). 2 viaturas ficaram danificadas (1 Berliet que ardeu; e Unimog 404).
O IN deixou no terreno 1 morto, fardado de amarelo e armado de LGF RPG-2, vários rastos de sangue, 2 Minas A/P PMD-6 e 2 granadas de RPG-2. Retirou na direcção do Morés, sendo executado tiro de artilharia sobre o itinerário de retirada. (...)
Talvez o Jorge Canhão nos possa esclarecer a que data se referem estas fotos. Nas colunas a Farim houve diversas emboscadas de que resultaram baixas. A do 15 de julho de 1973 pareceu-me a mais grave, a avaliar pelo nº de baixas das NT e das viaturas atingidas.
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Nota do editor:
Últmo poste da série > 9 de março de 2013 > Guiné 63/74 - P11222: Álbum fotográfico do Jorge Canhão (ex-fur mil inf, 3ª CCAÇ / BCAÇ 4612/72, Mansoa e Gadamael, 1972/74) (5): Balantas, mandingas e mansoancas
3 comentários:
Quando há por aqui uma alforrecazinhas gritantes a perorar (chamemos-lhe assim) contra o AGA , o "sínico", recordo o que escrevi, porque vivido, sentido e chorado,
Em Mansoa, a 21 de Maio de 1973
"Eu não quero, mas só oiço guerra, vejo guerra, sinto guerra. Hoje foi pior -- já não sei bem o que é pior! -- do que os três comandos mortos pela explosão dos dilagramas, em Teixeira Pinto. Atacaram, emboscaram a coluna de Mansabá para Mansoa, aqui abaixo de Cutia. Ainda há menos de duas semanas lá passei quando acompanhei os nossos condutores e os dois grupos da 38ª de Comandos rumo a Guidage, na viagem sem regresso para o David Viegas. Todos os dias a tropa se desloca para cima e para baixo, armada, evidentemente, mas quase à vontade. Esta tarde, às três horas foram emboscados, a dezassete quilómetros de Mansoa. Nos primeiros disparos houve logo quatro mortos, um furriel e três soldados da companhia de Mansabá que está a um mês de regressar a Portugal. A tropa daqui foi dar uma ajuda. Quando lá chegaram, os guerrilheiros tinham retirado após incendiarem um Unimog e quase destruírem um camião Berliet. Os feridos foram chegando a Mansoa, os hélis não os vão buscar ao mato, mas voam até aqui. De Mansoa a Bissau é zona pacificada pelas NT. Vieram dois hélis e três DOs.
É difícil imaginar o que é a chegada das viaturas carregadas de mortos e feridos, os intestinos saídos para fora das barrigas, os tóraxes atravessados por balas, braços cortados, estilhaços e sangue por todo o lado. Os companheiros de armas não conseguiam suster as lágrimas. Colocaram-se os rapazes destroçados em macas, prestaram-se os primeiros socorros possíveis, os frascos de soro, as ligaduras de ocasião manchadas de sangue. Dez soldados, todos brancos, alguns em estado gravíssimo, foram evacuados para Bissau. Estive no transporte dos homens da enfermaria para a pista, para o heliporto. Sujei as mãos, a farda de sangue. Nunca tinha sentido a boca tão seca e, na garganta, uma espécie de coágulo de poeira e sangue.
A vida continua para os que continuam vivos."
Abraço,
António Graça de Abreu
Olá Camaradas
Pela data tenho ideia de que seguia nessa coluna. Ia num jeep com um sargento do Bat. Cmds Afr., o Jaló e um soldado de minha companhia, "O Viúvo", que era mesmo viúvo. Íamos a Bissau por motivos borucráticos. A mim faltavam-me 3 semanas para o embarque e aproveitei a "coluna grande". O comandante era o Cap. Ribeiro Faria de uma companhia "velhíssima" que tinha estado em Sare Bacar. Seguia também um Pel. do ERec (Panhard pequenas) que "actuou em conformidade". Levantei uma granada de mão RG-42 e tentei regular tiro de artilharia. A parelha de FIAT apareceu com brevidade e picou sobre os itinerários de retirada em direcção ao Morés.
Um Ab.
António J. P. Costa
PS:
O pelotão do ERec Panhard 8740 que seguia na coluna era comandando pelo Ten. Cav. Joaquim dos Reis.
Um Ab.
António Costa
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