Caros Luís Graça e Carlos Vinhal,
O amigo José Bebiano, ex-Furriel Mil. que fez a sua comissão em Fajonquito, enviou-me estas fotos que quero compartilhar com os amigos da Tabanca Grande.
Numa das fotos está o Cap Figueiredo (Carlos Borges de Figueiredo) morto em Fajonquito a poucos meses do fim da sua comissão por um ex-soldado Comando.
O ambiente de Fajonquito nos anos 70 é deveras inesquecível, devido ao largo horizonte de liberdade e relativo bem-estar social que se prefigurava, com abertura de escolas e muita abertura com a tropa.
Um abraço amigo,
Cherno Baldé
FAJONQUITO EM FESTA (1971)
Com a CART 2742 (1970-72) o ambiente entre a tropa e a população melhorou bastante, atingindo níveis nunca antes vistos. A foto de 1971 (amigavelmente enviada pelo ex- Furriel Mil. José Bebiano), mostra uma calorosa recepção de um grupo de artistas vindos da metrópole para animar a malta.
Ao meio e ao lado de uma das artistas pode-se ver o nosso saudoso Cap. Carlos Borges de Figueiredo. O rapazinho nas mãos do homem dos óculos escuros é o Carlitos, filho de um soldado Português que, mais tarde, iria à procura do pai, tendo aquele recusado o encontro à última da hora.
O ex-Furriel, José Bebiano, que era de rendição individual, tendo feito toda a sua comissão em Fajonquito poderia, eventualmente, identificar os soldados que acompanham o seu Comandante nesta foto.
PRINCESAS DE CANHAMINA
Na foto vê-se a(s) mulher(es) de Nharó Baldé, ex-Alferes e comandante de um pelotão de Milícias na área de Sancorla/Fajonquito.
NOTA: Faleceu na noite do dia 19 Outubro, em Bissau, o nosso pai e tio, Sidi Baldé, que exercia a função honorifica de Régulo, o último dos príncipes de Sancorlã do período da guerra colonial, ex-Alferes e comandante de pelotão de milícias em Sare Uali e Sumbundo (área de Fajonquito).
Com um abraço amigo,
Cherno Baldé
Comentário do editor:
Em nome dos editores e da tertúlia, apresento ao nosso amigo Cherno Baldé, assim como à sua família, o nosso pesar pela morte do seu tio Sidi Baldé, Régulo e Príncipe de Sancorlã, ex-Alferes, CMDT de Pelotão de Milícias.
Mais um camarada e amigo que lutou a nosso lado e que nos deixou no dia 19 de Outubro.
Paz à sua alma. Honremos a sua memória.
Carlos Vinhal
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Nota do editor
Último poste da série de 5 DE SETEMBRO DE 2013 > Guiné 63/74 - P12011: Memória dos lugares (246): Gabu / Nova Lamego, 1972/73 (Joaquim Cardoso)
6 comentários:
Meu caro Cherno, meu amigo, meu irmãozinho:
A perda dos nossos amigos e parentes, por morte, é sempre uma perda, uma morte, de uma parte de nós.
Tu já aqui escrevestes páginas notáveis, de antologia, sobre a tua família e a tua gesta familiar... Perdes agora um tio que é também pai, segundo o vosso (mais complexo do que o nosso) sistema de parentesco.
Quero-te, daqui de Lisboa e do nosso blogue, mandar-te uma palavra de conforto. A tua família é já, também, de algum modo um bocadinho da nossa família.
Um abraço grande, afetuoso, fraterno. Luís Graça
Caro Cherno
Antes de mais deixa-me que subscreva as palavras do Luís e que através delas também te leve alguma solidariedade, a ti e família.
Temos depois as fotos de Fanjonquito. Olhando daqui, destes cerca de 40 anos passados, fica-se com uma certa nostalgia desses tempos e dessas vivências, que nos mostram como era possível conviver e trabalhar em conjunto pelo progresso e melhoria do bem-estar do povo da Guiné.
É certo que ainda há tempo (haverá sempre, embora noutras circunstâncias) mas já se desbaratou muito, muita energia, muita vontade.
Abraço
Hélder S.
Caro Cherno:
Sempre desejado, saúdo este teu reaparecimento que me alenta a alma e mitiga a saudade de um tempo tão distante e tão próximo do coração. Daqui subscrevo as palavras de condolências do Luís Graça pela perda do teu pai e nosso camarada.
Um grande abraço
carvalho de Mampatá
Caro Cherno,
Lamento profundamente a tua perda e mando-te um grande abraço de solidariedade extensivo à tua família.
Adriano Moreira
Saudades de Fajonquito,parece impossível não é? Mas é o que tenho,
um misto terrível daquilo que vivi.
Escusado explicar.A minha Companhia
a 1685 os "Insaciáveis" esteve sediada em Fajonquito de julho de 1967 a Novembro de 1968,um ano e picos de tantas "coisas".Orgulho-me
de ter deixado muitos amigos e de na Páscoa de 68 juntamente com alguns camaradas reabrir a fronteira de Cambajú num encontro
com as autoridades do Senegal.
Ex. Furriel Milº José Manuel Paula
Um grande e afectuoso abraço, meu caro Cherno
Manuel Joaquim
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