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Filhos dos nossos soldados
Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Paunca > CART 11 (1969/71) > Miúdfos da tabanca
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Aspeto parcial da tabanca
Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Paunca > CART 11 (1969/71) >Miúda, filha de um dos nossos soldados
Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Paunca > CART 11 (1969/71) >Bajuda, lavadeira (1)
Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Paunca > CART 11 (1969/71) >Bajuda, lavadeira (2)
Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Paunca > CART 11 (1969/71) > > Penteado de bajuda
Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Paunca > CART 11 (1969/71) > Rua principal e quartel (1)
Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Paunca > CART 11 (1969/71) >
Rua principal e quartel (2)
Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Paunca > CART 11 (1969/71 > Porta d'armas do quartel ... Em primeiro plano,o Valdemar Queiroz
Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Paunca > CART 11 (1969/71) > Abertura de valas ao longo do perímetro interior do quartel e tabanca
Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Paunca > CART 11 (1969/71) > Pormenor da abertura de valas, com o concurso dos soldados guineenses da CART 11... [Trabalho violento, executado em condições muito duras, no intervalo da atividade operacional, e que os soldados fulas faziam com grande relutância e sob protesto... É certo que ninguém gostava de abrir valas, a pá e pica... Em boa verdade, os comandos de batahão tendiam a olhar para os soldados do recrutamento local com alguma sobranceiria colonial... O mesmo se passou connosco, CCAÇ 12, em Bambadinca...LG]
Fotos (e legendas): © Valdemar Queiroz (2014). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar. L.G.]
Valdemar Queiroz, Contuboel, 1969 |
Não sei quantos meses passou lá o Valdemar, entre 1969 e 1970, mas será em Paunca, em agosto de 1974, que se irão passar alguns acontecimentos graves, por ocasião da extinção da então CCAÇ 11 (que sucedeu à CART 11, no nome, uma vez que o pessoal era o mesmo) e da retração do nosso dispositivo militar (vd. Cartas de Punca, do J. Casimrio Carvalho).
Recorde.se o que aqui já escrevemos a esse respeito: a seguir ao 25 de Abril de 1974, fugido do inferno de Guileje e Gadamael, caído de paraquedas em Paúnca, na CCAÇ 11, o Casimiro Carvalhos vai conhecer o desespero e a raiva dos nossos aliados fulas, na fase do cessar-fogo e retração do nosso dispositivo militar no TO da Guiné... Este é um dos episódios mais chocantes da guerra da Guiné, aqui contados pelo nosso herói de Gadamael. Só é pena que ele tenha sido tão parco em palavras, no que diz respeito a este final da sua atribulada comissão, e se tenha extraviado, ainda pro cima, a carta em que ele relatou os acontecimentos aos pais. Mas noutro documento relatou, em síntese, o seguinte:
(...) "Fui então para Paunca, CCAÇ 11 – Os Lacraus, onde me mantive até ao fim da minha comissão. Não sem antes levar um susto de morte, pois os militares africanos da CCAÇ 11 sublevaram-se. Quando eu estava a dormir, ouvi tiros, vim em calções com a Walther à cintura até ao paiol. Quando lá cheguei, eles estavam a armar-se e a disparar para o ar e eu, quando os interrogava pelo motivo de tal, senti o cano de uma arma nas costas, ordenando-me que seguisse em frente (até gelei)...Juntaram todos os quadros brancos e puseram-nos no mato...assim mesmo." (...)
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Nota do editor:
Último poste da série > 23 de março de 2014 >ão aão do nosso Quando a corte dos Lacraus chegou a Canquelifá...
4 comentários:
Boa noite, Luis Graça
A CART11 mudou/chegou a Paunca, em Set/Out/70, não sei ao certo o mês.
Paunca, localidade luminosa numa pequena elevação, com uma grande tabanca e, no cimo, na rua principal, com bonitas casas coloniais e o Quartel escancarado.
Paunca, julgo com um pequeno contingente militar de uma Bateria de três Obus, sem nunca ter tido nenhum ataque, sentiu necessidade de reforço/permanência de mais tropa quando as pequenas tabancas das redondezas começaram a ser atacadas de maneira sistemática.
Não havia instalações para uma Companhia. A grande caserna (antigo depósito de mancarra) era quase inabitável. Foram requisitadas casas civis para nos instalarmos. Eu, mais nem sei quem, fiquei instalado na parte de uma casa da tabanca com o resto
da família que já lá vivia(oh! estes humildes portugueses) e assim foi com toda a Companhia. É verdade que os nossos soldados não gostavam de trabalhos 'de pretos', principalmente quando havia soldados brancos: abrir valas, limpar capim, ir à água, não acontecendo quando eram só eles os africanos. (Foi numa situação destas que aconteceu, em Piche, com o Pelotão do Fur. Mil. Renato Monteiro que ele levou uma 'porrada' por não deixar o seu Pelotão limpar valas, por eles não serem 'limpa-valas').
Quanto ao que se passou em Ago/74,não sabia de nada. Foi a primeira vez que 'ouvi falar' desse assunto. Parece que foi uma situação muito complicada e que não lembra a nenhum ex-combatente: fugir do Quartel para o mato, para se salvar e ser socorrido pelo PAIGC.
Foi exatamente como vem no nosso blogue. Os soldados africanos com medo de represália queriam se defender a todo o custo e não admitiam que os 'brancos' entregassem Paunca ao PAIGC, mas a hist
continuação
mas a história foi outra. Nós, os portugueses, apertamos a mão ao nosso IN como sinal de armistício do fim da guerra, para desejosos de regressarmos à nossa terra e acabar com mais de dez anos de guerra. O ex-Fur.Mil Pires que é meu vizinho na Agualva-Cacém e foi da CCAÇ11 naquela altura e conviveu com muitos soldados, do nosso tempo, mais velhos quatro anos , embora estivesse em Bissau, confirma que já uns dias antes do acontecimento o ex-Fur.Mil. Reis Pires, natural da Guiné, e mais uns se tinham refugiado no Senegal. (Parece que Reis Pires teve, em tempo recente, funções de Governo Guiné Bissau). Mas as memórias de um Lacrau vão chegar até Guiro Iero Bocari
Caro amigo Valdemar Silva,
O tal do ex-furriel(?), Mario (Reis) Pires, foi o ultimo primeiro ministro dos tres que se sucederam no mandato do Cumba Yala (2000/03) e pelos vistos, devia ser um mau soldado, tal como foi um pessimo governante pois, durante os nove meses que esteve a frente do governo, este nao conseguiu pagar aos trabalhadores da Funcao Publica um unico mes. Na sequencia, os militares foram obrigados a intervir para correr com ele juntamente com o idiota do seu presidente.
Um grande abraco,
Cherno Balde
Caro Cherno Baldé
Não sei se és o Cherno Baldé, a quem dei instrução militar em Contuboel, em Março de 1969. Aqueles meninos/soldados: Sori, Umaru, Cimba e tantos outros.
Se és um grande e saudoso abraço passados 45 anos, se não és um grande abraço na mesma.
Quanto ao resto, não conheço a história para poder fazer um comentário, mas se é como dizes não é nada abonatória para o tal Reis Pires.
Um grande abraço
Valdemar Queiroz
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