segunda-feira, 24 de março de 2014

Guiné 63/74 - P12894: Tabanca Grande (430): Silvério Dias, 1º srgt art ref, o senhor PIFAS, e "poeta todos os dias!...Nove anos de permanência em terras guineenses, incluindo uma comissão na CART 1802 (Nova Sintra, 1967/69)... É agora o grã-tabanqueiro nº 651

1. Mensagem do nosso novo grã-tabanqueiro, Silvério Dias, o ex-1º srgt art, locutor do PFA;


Data: 23 de Março de 2014 às 18:51
Assunto: Alistamento no Regimento dos "Tabanqueiros"


 Assim seja, desejo alistar-me, voluntariamente, tomando a posição 651. Que me seja conservado o posto de 1º.Sargento de Artilaharia, bem assim, todos os louvores e condecorações, constantes na caderneta!

Brincadeira aparte, caro "Homem-Grande", Luís Graça (*), não se culpe. Se erro existe é apenas meu, ainda que desculpável.

Só muito recentemente e de modo ocasional, tive conhecimento da existência da "Tabanca Grande" e dos seus efeitos benéficos, reunindo à sombra de gigantesco poilão, grande parte daqueles que, da Guiné, guardam tantas boas e más recordações.

Para descrever as minhas, diria que só num livro de muitas páginas. Basta referir que "por lá andei", durante 9 (nove) anos, de 1967 a 1976. Granjeei amigos de todas as etnias e credos, admiradores ouvintes do PFA. e agradecimentos pelo bem-fazer, na minha condição de Delegado de Propaganda Médica, após abandono voluntário do Exército.

Sucintamente, apenas contrariado pelo clima adverso (que todos conhecemos), diria que me senti "em casa", embora bem longe dela.

Alguns utentes da "Tabanca Grande" já ouviram falar de mim, mercê da atitude louvável do Furriel Mil Garcez da Costa, que ao "Pifas" deu voz (considera que fui o seu paizinho) e deu a conhecer a minha existência. Lhe agradeço por isso e pela possibilidade futura de conviver convosco.

Na plenitude da minha velhice, estou dedicado à poesia. Prometo divulgar o que escrevo e relativo à "nossa Guiné". Para consulta, o blogue, Poeta Todos os Dias.

Não vos prometo maçar mais. Há manga de chuvas para podermos dialogar. Até lá e até sempre, firme e hirto, a minha continência à virtual bandeira da Tabanca Grande. na presença do seu "Comandante Luís Graça"!

Ex-camarada e presente amigo, Silvério Dias.


2. Comentário de L.G.:

Camarada, mandam as boas regras do blogue, tratarmo-nos por tu, como camaradas de armas que fomos!... Além disso, pertencemos à mesma geração, e recusamos desaparecer sem deixar rasto. Este é um blogue, como sabes, de partilha de memórias e de afetos, seja em prosa em verso.  És bem aparecido e bem vindo e serás seguramente acarinhado por todos os amigos e camaradas da Guiné.

Com nove anos de Guiné (que conheceste bem, antes e depois da independência, mais a Índia e a Moçambique), não te faltam histórias e fotos para publicar. Para já, instala-te e senta-te confortavelmente à somba do nosso mágico, fraterno, centenário e protetor poilão. Estás mais do que "arregimentado". És o grã-tabanqueiro nº 651 (**). Um alfabravo para ti e para a "senhora tenente". Muita saúde e longa vida, deseja-te o nosso bom irã, acocorado lá no alto do poilão!


PS1 - Silvério, devo arescentar que és o único representante, até à data, da CART 1802, "Pioneiros de Nova Sintra", que andou pela região de Quínara (Nova Sintra, Fulacunda, Jabadá, S.João, 1967/69). Julgo que na altura eras 2º srgt. E daí terás ido para o PFA - Programa das Forças Armadas, onde trabalhaste com, entre outros, o então cap inf António Ramalho Eanes. Confere ?

Da tua CART 1802, composta por rapaziada alentejana, fizeste um breve historial em verso. Tens fotos desse tempo ? Tens a história da unidade ? Vocês costumam reunir-se em convívio anual ?  O nosso crítico litérário, o Mário Beja Santos, já aqui em tempos fez a recensão de uma brochura. da autoria de  um camarada que esteve em Moçambique, Manuel Pedro Dias, que conta a história da tua companhia. Ora vê clica aqui (***)... Como vês, e como costumamos dizer, o Mundo É Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande. E, a propósito, também também temos uma página, mais aberta e mais ligeira, no Facebook > Tabanca Grande Luís Graça,

PS2 - Sobre a CART 1802, independente: Mobilizada pelo RAL 3, partiu para o TO da Guiné em 28/10/1967 e regressou a 23/8/1969. Esteve em Farim, Bissau, S. João, Nova Sintra, Bissau, Teixeira Pinto, Pelundo e Bula. Comandantes: (i) cap mil art António Nunes Augusto;  cap art Luís Fernando Machadoo de Sousa Vicente;  e (iii) cap mil art  Emílio Moreira Franco.

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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 21 de março de 2014 >  Guiné 63/74 - P12870: Agenda cultural (295): O camarada "pifaniano" Silvério Dias, ex-1º srgt, locutor do PFA - Programa das Forças Armadas, e "poeta todos os dias", convida os poetas da Tabanca Grande para a sessão de hoje, "Há Poesia no CASO", ou seja, no Centro Acção Social de Oeiras, às 17h00

(...) Comentário de L.G.: (...) Silvério, agora me dei conta que o meu amigo e camarada ainda não tem lugar cativo, na Tabanca Grande, à sombra do nosso poilão!...

Mas isso imperdoável! E a falta só pode ser minha!.. Uma foto do tempo do PIFAS já temos, falta uma atual... E o resto é simples: é um paleio do género, a enviar por email:

(... "Apresenta-se o camarada tal que, deslumbrado com este ponto de encontro virtual dos amigos e camaradas da Guiné, também bate a pala e pede licença para entrar e contar, em prosa ou em verso, algumas das suas andanças e peripécias por aquela terra verde e rubra a que ainda hoje chamamos a nossa Guiné, sem falsos paternalismos nem muito menos com inconfessáveis intenções neocolonistas, enfim, de cara lavada e coração limpo" (...) Blá- blá, blá-blá...

Um alfabravo. Luís Graça

PS - Não se aceitam negas...O nº 651 está vago... mas por pouco tempo! (...) 


(...) Manuel Pedro Dias, que prestou serviço militar em Moçambique fez amizade com Manuel Balhau (proprietário da Gráfica 2000) e que prestou serviço militar na Guiné. Manuel Pedro Dias deitou mãos ao trabalho, consultou no Arquivo Histórico-Militar a história da CART 1802, e fez-se brochura.

É um exemplo para muitos. Temos aqui um documento sóbrio, destacando as principais andanças, não descurando o In Memoriam e mostrando até os guiões dos outros batalhões com quem os “Pioneiros da Nova Sintra” tiveram articulação. Coisa bonita.

A CART 1802 andou por Teixeira Pinto, Binar, Pelundo, Farim, S. João, Nova Sintra e Jabadá, ou seja percorreram o Sul, Centro e Norte. Tiveram ainda pelotões destacados em Enxudé e ilha de Jeta.

Foram mobilizados pelo Regimento de Artilharia 3 (Évora), a sua divisa era “Honra e Glória”. Uma comissão que se estendeu de Outubro de 1967 a Agosto de 1969. Mal desembarcados, seguiram para Farim; depois de treino operacional participaram numa operação na Ponta do Inglês e noutra em Binar, em ambas tiveram mortos e feridos.

Estavam de intervenção ao Comando-Chefe. Começaram o ano de 1968 numa operação em Binar e depois partiram para S. João, aqui construíram abrigos, patrulharam e limparam itinerários com vista à criação do subsector de Nova Sintra na zona de acção do BART 1914. 


É um período de intensa actividade operacional. Em Outubro vão para Jabadá dois pelotões, um outro fica em S. João e mais outro em Enxudé. Em Março, uma parte da companhia chega a Teixeira Pinto, vão para a ilha de Jeta e para o Pelundo. A partir daqui, apoiam trabalho de desmatação na estrada Teixeira Pinto – Bachile, bem como na estrada Pelundo – Có. 

Em Agosto de 1969, a 1802 recolhe a Bula, seguindo depois para Bissau. (...) 

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