quarta-feira, 26 de março de 2014

Guiné 63/74 - P12900: Brochura, "Deveres Militares", SPEME, 2ª ed, 1969 (Fernando Hipólito): Parte IV: Quando os solípedes ganhavam aos bípedes em mimos, carinhos e cuidados: art. 96º do antigo RDM








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Continuação da reprodução da brochura "Deveres Militares"... A lista dos deveres de um militar é (ou era) longa...Publicamos hoje os deveres dos plantões... às cavalariças (artº 96º do RDM que estava em vigor do nosso tempo)...

Parece que, na tropa, o solípede (leia-se, o animal que tem um só casco ou uma só unha em cada membro inferior) ganhava ao bípede (ou seja, a besta que andava em dois pés ou que se deslocava sobre as duas patas posteriores)...em mimos, carinhos e cuidados!

E a propósito de cavalos e cavaleiros há muitos dichotes, ditados, provérbios... populares. Aqui vão algums de que eu gosto mais: (i) As manhas do cavalo só as sabe seu dono; (ii) Cavalo com quatro pés cai, quanto mais só quem tem dois; (iii) Cavalo que há-de ir à guerra, não corra bobo nem o abane a égua; (iv) Coices de garanhão, para égua carinhos são; (v) Em compar cavalo e escolher mulher, fecha os olhos e encomenda-te a Deus; (vi) Enquanto o meu tiver besta, para que quero cavalo ? ; (vii) Cavalo, mulher e arma não se emprestam; (viii) Não cavalgues em potro, nem gabes tua mulher a outro; (ix) A soldado novo, cavalo velho;: (x) Quanto maior é a besta, maior o coice....

O nosso saudoso RDM foi substituído pelo atual RDM - Regulamento de Disciplina Militar, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 142/77, de 09ABR, com diversas alterações. (Entro em vigor em 10 de abril de 1977, e foi promulgado pelo então Presidente da República António Ramnalho Eanes)

Imagens: Fonte: "Deveres Militares", 2ª edição, SPEME, 1969. A 1ª edição é de 1963. E há uma 4ª edição de 1973.


1. O documento chegou-nos, digitalizado, por intermédio do Fernando Hipólito e César Dias.  O Fernando Hipólito [, foto atual à direita, ] é o nosso novo grã-tabanqueiro, com o nº 650... Passou pelo CISMI, Quartel da Atalaia, Tavira, 3º turno, 1968. Foi fur mil, CCAÇ 2544, Angola, 1969/71. Esteve a maior parte do tempo no leste, em Lumege. Há um blogue sobre Lumege e a malta que por lá passou. E onde o Fernando Hipólitio colabora. Já lhe pedi uma foto atual, "decente", para substituir esta, do "Correio da Manhã"..

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Nota do editor:

Postes anteriores da série:

19 de março de 2014 > Guiné 63/74 - P12856: Brochura, "Deveres Militares", SPEME, 2ª ed, 1969 (Fernando Hipólito): Parte I: Os dez primeiros deveres de um militar...
20 de março de 2014 > Guiné 63/74 - P12859: Brochura, "Deveres Militares", SPEME, 2ª ed, 1969 (Fernando Hipólito): Parte II: Era longa a lista dos nossos deveres militares (e curta a dos direitos): Aí vão mais, do 11º ao 20º

23 de março de 2014 > Guiné 63/74 - P12885: Brochura, "Deveres Militares", SPEME, 2ª ed, 1969 (Fernando Hipólito): Parte III: Será que a lerpa, jogada no CTIG, nas longas noites de insónia, violava o nº 21º do art. 4º do RDM - Regulamento de Disciplina Militar, então em vigor ? Ou as bebedeiras de caixão à cova... não caíam sob a alçada do nº 24 º ?

9 comentários:

Luís Graça disse...

A guerra colonial foi sobretudo uma guerra de bípedes... O solípede passou à história, mas mesmo assim há registos da utilização de esquadrões a cavalo, em Angola, e do burro, na Guiné, como auxiliar nas colunas logísticas do PAIGC.

Quem sabe deste assunto e tem documentação fotográfica ?

Anónimo disse...

Olá Camaradas
Chamo a atenção para o humor e qualidade dos desenhos. Creio que era de um desenhador que também aparecia no "Século Ilustrado".
Há também uns desenhos destes relacionados com os crimes militares previstos no CJM.
Um Ab.
António Costa

Luís Graça disse...

Tó Zé:

Não se arranjam umas imagens digitalizadas desses "bonecos" ? E, já não agora, ninguém se lembra do nome do ilustrador (que não assinou estes "cartoons") ?

Antº Rosinha disse...

O presidente da Junta de Freguesia teve uma incumbência do Governador de Distrito para fazer o recenseamento de quantos quadrúpedes havia na freguesia.

Intrigado foi ao compadre, que era o Regedor, perguntar quem seriam esses quadrúpedes.

Ora compadre, só podemos ser os mais importantes da terra, para alguém perguntar tal coisa.

Nesse caso, nós os dois e, claro o Prior e a senhora professora regente.

Seremos os quatro.

Cesar Dias disse...

António Rosinha
Essa está de morte, bem enquadrada.

Luis, já deves ter falado com o Hipólito, mas duvido que ele saiba responder, porque esses documentos são fruto duma "limpeza" que ele fez na secretaria da 3ª companhia do CISMI, vê que até as folhas das notas do nosso pelotão nas várias disciplinas ele conseguiu apanhar do cesto dos papeis.
Um abraço amigos
César Dias

Luís Graça disse...

César, ainda não falei com ele ao telefone... pelo que me contas, +é possível que nesta brochura faltem folhas... Elas, de resto, não estão numeradas, o que me complica a vida... Mas, mesmo assim, é um documento que vale a pena ler e guardar... Existe um exemplar na Biblioteca do Exército, pode ser que o Tó Zé (Pereira da Costa) noa ajdue a recuperar algumas das imagens que faltam... (Se é que faltam...).

Na mensagem que o Hipólito nos mandou constavam o seguinte (que é preciso decifrar):

(...) OLÁ CÉSAR

AQUI VAI MAIS UM LIVRINHO QUE NOS DAVAM,SOBRE OS DEVERES MILITARES.UMA EDIÇÃO DE 1969.
SE INTERESSAR ENVIA PARA O BLOGUE TENHO MAIS.VOU ENVIANDO A POUCO E POUCO.
ABRAÇO
HIPÓLITO

Tenho mais... quê ? Livrinhos ? Ou mais folhas deste livrinho ?

Um abraço. Luis

Anónimo disse...

António José Pereira da Costa
26 mar 2014 17:52


Não tenho os originais.

Creio que [o ilustrador] tinha o apelido ou assinava Benamor.

E havia também um conjunto de quadros murais onde se davam conselhos à malta do tipo:
"Uma palavra a mais, um amigo a menos" e "Ela é toda ouvidos - e tinha umas orelhas enormes - come e cala-te",

De resto não sei mais nada.
Não tomei atenção. Pode ser que a Biblioteca do Exército tenha alguns exemplares que, se passados a pente fino, nos dêem qualquer indicação.
Um Ab.

Anónimo disse...


Camarada Cásar Dias:

Tua fazes me regressar ao tempo da tropa do meu pai,que soldado em Mafra e por ter batido num cavalo mais bravio, foi punido, penso que com uma repreensão. Há uma foto dele com essa farda antiga do tempo da 2ª Guerra ou anterior na casa da aldeia. Penso que seria de cavalaria.
Agradeço-te também por me ilustrares esse passado.

Um grande abraço
Francisco Baptista

Cesar Dias disse...

Francisco Batista

É bom saber que estas coisas mexem com as memórias, mas quero aqui esclarecer que a publicação destes documentos são da autoría do Luis Graça e do Fernando Hipólito, eu fui apenas um intermediário.

Um abraço
César Dias