quinta-feira, 6 de março de 2014

Guiné 63/74 - P12799: Agenda cultural (303): Vila Nova de Famalicão > Ciclo de Conferências 2014 > Ideias e práticas do colonialismo português: dos fins do séc. XIX até 1974 > 14 de março de 2014, 21h30 > Conferência do prof doutor Paulo Jorge Fernandes (CEAUP): "As Ideias Colonialistas de Aires Ornelas"




Vila Nova de Famalicão > Ciclo de Conferências 2014 > Ideias e práticas do colonialismo português: dos fins do séc. XIX até 1974 > 14 de março de 2014, 21h30 > Cinferência do prof doutor Paulo Jorge Fernandes: "As Ideias Colonialistas de Aires Ornelas".


Sobre o militar e o políitico Aires de Ornelas (Funchal, 1866-Lisboa, 1930) vd aqui.

Aires de Ornelas (1866-1930), destacado militar, político e escritor do último período
da Monarquia Constitucional Portuguesa. Efígie em nota de cem escudos, em circulação
em Moçambique na época colonial. Imagem do domínio público. Cortesia de Wikipédia.

1. Divulgação, a pedido do Museu Bernardino Machado.

Entretanto, decorreu já. no passao dia 14 de fevereiro, a primeira conferência deste ciclo subordinado ao título Ideias e práticas do colonialismo português: dos fins do séc. XIX até 1974.

O primeiro conferencista foi  o prof. Adriano Vasco Rodrigues, investigador do Centro de Estudos Africanos da Faculdade de Letras do Porto [, CEAUP]. Apresneta-se a seguir uma súmula da sua intervenção, de acordo o texto inserido na página do Museu Bernardino Macahadio:

Vivências de Angola

(...) O prof. Vasco Rodrigues considerou que “as nossas colónias não foram paraísos” e, por outro lado, recorrendo à autoridade historiográfica, “não é nas colónias que o império se perde; é na metrópole”.

Anunciando o processo da colonização no seu processo inicial face aos descobrimentos, o prof. Vasco Rodrigues, para além de analisar o processo de descolonização a seguir ao pós-25 de Abril, considerando que a colonização não acabou, mas continuando noutros moldes, evocou que o que então aconteceu no início do século XX foi a “rapina de África” dos estados europeus face ao seu mesmo imperialismo.

Se numa fase inicial os portugueses se fixaram ni litoral (caso de Angola), só numa fase posterior foram-se deslocando para o interior, através dos missionários e dos “pombeiros”, isto é, dos vendedores ambulantes.

Considerando a sua experiência pedagógica e científica, nomeadamente influenciado pela pedagogia francesa através dos “Cahiers Pédagogiques”, salientou o prof. Vasco Rodrigues que, quando saiu de Angola, esta detinha 11 liceus, face aos 4 quando chegou.

Salientou que Portugal foi o primeiro país europeu a ter o ensino primário obrigatório,  em Angola. Em termos sociais, Angola era a “terra das macas”, isto é, era a terra das irritações, das zangas, das explosões, das invejas, tudo isto provocado pelas sucessivas depressões.

Para além do problema da compreensão da linguagem (verificado na política da integração), a sociedade angolana era uma terra de bom-humor, da má-língua contundente, assim como de uma fantástica solidariedade.

A prepotência dos quadros administrativos, o desconhecimento da lei, a demora das respostas face aos processos administrativos de Lisboa, eram igualmente outras características da sociedade angolana." (...)

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Nota do editor:

Último poste da série > 6 de março de  2014 > Guiné 63/74 - P12798: Agenda cultural (305): O livro "Da Guiné Portuguesa à Guiné-Bissau - Um Roteiro", co-autoria de Francisco Henriques da Silva e Mário Beja Santos, vai ser apresentado no próximo dia 9 de Abril de 2014, pelas 18 horas, no Palácio da Independência. Apresentadores: Julião Soares Sousa e Eduardo Costa Dias

2 comentários:

Antº Rosinha disse...

“não é nas colónias que o império se perde; é na metrópole”.

Perdemos qual império? Ou o Império é que perdeu uma Metrópole?

Apesar de não salvarmos o Ceilão, Gôa, Ceuta, aquele bocadinho Uruguaio, Casamance, São João Batista de Ajudá,mesmo assim alguns países sobraram.

Claro que as fronteiras dos países que sobraram, representam na realidade o império que sobrou e não se perdeu.

Os professores deviam escrever as coisas já aos olhos da história.

Não foi o império romano que acabou, aqui continuamos a falar latim, Roma é que se "perdeu".

Claro que o nosso império não foi demarcado com um lapis a cores num estirador como os grandes fizeram, principalmente em África.

Nós precisámos demarcá-lo em baixo relevo a martelo e cinzel, se não desaparecia com uma simples varridela dos vizinhos, brancos e amarelos, pretos claros e escuros e de todas as cores.


Joaquim Luís Fernandes disse...

"não é nas colónias que o império se perde; é na metrópole".

Mas fica sempre a questão: Será que no início da década de 70, Portugal tinha um Império?

Em 1972, os dados já estavam há muito lançados e a "sorte" não nos favorecia, A queda seria uma questão de tempo. Os sustentáculos do "Império" estavam a ser corroídos.

A política do orgulhosamente sós, cegava e não permitia ver aos "nossos chefes", que Portugal era um D. Quixote a lutar contra os moinhos de vento da História.~

Agora tudo é mais claro e transparente para ver como a história poderia ter sido diferente e melhor para os "Povos do Império".