terça-feira, 25 de março de 2014

Guiné 63/74 - P12898: Convívios (573): O Almoço de despedida do inverno da Magnífica Tabanca da Linha foi no passado dia 20 de Março de 2014 (José Manuel Matos Dinis e Manuel Resende)



1. Mensagem do nosso camarada José Manuel Matos Dinis (ex-Fur Mil da CCAÇ 2679, Bajocunda, 1970/71), com data de 21 de Março de 2014:

Bom dia Carlos,
Faço seguir outra espécie de reportagem sobre o último e fresquinho encontro da Magnífica.
Seguem anexas algumas fotografias do conceituado repórter fotográfico Manuel Resende, e a propósito, numa das fotografias do grupo, verifica-se que o Colaço está sentado ao lado das senhoras, talvez ainda lembrado da extraordinária trunfa que ostentou até recente data, acho que desde os tempos do PREC, e faria tanta inveja a muitas cabeleiras do belo sexo, pelo que te peço para incluíres um dos seus retratos anteriores.
Esta notícia inclui ainda uma importante omissão para o País, pois dele não saiu qualquer declaração, não por falta de ideias, mas por falta de quorum, que éramos só 33 mastigantes, número insuficiente para os 70 da ordem.

Com um grande abraço
JD


Ainda não tina acabado de ouvir as doze badaladas do meio-dia, e tocou o telefone com o expedito Mário Pinto a certificar-se do local do encontro. Ansioso, tinha sido o primeiro a chegar, orientado pelo treinado faro a bacalhaus que vai devassando por todo o território nacional. Nem careceu de GPS. Cheguei ao local meia-hora depois, e já se agrupava um perigoso grupo de assalto, que, a seco, papagueava tácticas e contra-tácticas, aperfeiçoando o método como, aliás, se impõe nas operações bem congeminadas e melhor conseguidas.

Faltava o Miguel - que foi colocar um contador no braço - para o reconhecimento aéreo, mas o pira Sacoto já trazia inspiradas as excelentes fotografias aéreas sobre o alvo, contributo de muita valia para o dispositivo final. Calmos, mas determinados, iam chegando outros elementos, conformemente às incumbências de cada um.

Para dar uma nota de alegria na paisagem de pinheiros e mar, as senhoras juntavam-se em sereno colóquio, onde davam conta das façanhas dos maridos, todos veteranos e activos comedores de bacalhaus mais dos produtos acolitados, que, na circunstância, veio a verificar-se, tratar-se de batatas assadas e grelos. Ai grelos, verdinhos, que estavam tão bons!

Enquanto os machões mentiam convictamente sobre fantasiosos antecedentes no local, o Senhor Comandante que revelava um excelente aspecto, e o sorrizinho malandro de quem a tudo corre na perfeição, logo me chamou para dizer que não esquecesse os pormenores. Ora, com a minha incontrolável tendência para a distração, neste momento dramático de pôr tudo em pratos limpos, só me ocorrem os pormaiores, mas espero que a reportagem não saia viciada, e que consiga evitar a correspondente porrada.

Neste encontro houve estreias e um recorde mundial:

Entre as estreias, já foi referido o novel aviador Sacoto, que se incumbiu da importante tarefa; o animado e contagiante Carlos Rios; o Vieira, que desde a capital conseguiu trazer o corpulento Pinto; e por último, mas não menos importante, com surpresa e sucesso na função, estreou-se a bengala de pau do Senhor Comandante. O recorde mundial regista o maior número de senhoras presentes em encontros desta Magnífica Tabanca, e é de toda a justiça salientar que se bateram tão bem quanto os confrades. Mas não há bela sem senão: o Com-Chefe Luís Graça continua a desenvolver actividades esforçadas que, pelo menos, devem causar alguma sensação no preenchimento do IRS, e, novamente, não compareceu. Aquilo, da outra vez, foi um raio faiscante, e, se calhar, teremos que aguardar alguns anos, para que o consagrado fundador do blogue possa tornar-se assíduo junto da cambada.

O tempo estava assim a modos que de meia-cura, pois não desagradava a friorentos, nem a calorentos. Até que alguém (ah! fui eu) se lembrou de convocar a força para as hostilidades. Adoptou-de então um dispositivo de grande eficácia, consubstanciado pelo ataque surpresa e mais ou menos à balda, sem lugares fixados, onde cada um escolhia o lugar do pleito, numa perspectiva de encher os olhos, que as entradas eram miúdas para tanta guerreirice.

Algum tempo decorrido, sem baixas a registar, acabou, como, dizem, tudo acaba, o escasso fartote dos condutos, mai-los doces rematados a cafés, que outros ainda prolongaram em injustificados digestivos (face ao volume da operação), que esta malta não é brutamontes, e revela estomagozinhos delicados.

Não havendo mais despojos daquela guerra, apresentou-se a ocasião de registar para a História, com maiúscula, claro, as imagens testemunhais da última glória depois da entrega do império. Novamente no exterior, os olhares ainda extasiaram pela delicada colina verde abaixo, que a renda marítima limitava e a brancura do Farol do Raso dava maior expressão, até se perder no horizonte vasto (estive a pensar, se poderia escrever vastidão horizontal, mas o Manuel Joaquim poderia não apreciar, e decorrida escassa meia-hora decidi pela outra expressão) até às nossas posições atlânticas nos Açores e na Madeira, onde, não sei quando, os bravos Magníficos poderão afoitar-se em novos e avançados cometimentos.

Afinal, a treta não conhece limites. Só espero que esteja do agrado do Senhor Comandante, pessoa arguta, homem sério, simpático até, mas que tem a estranha tentação de me bater, sem que eu perceba porquê. Ao fim destes anos, nem um louvorzito me deu, só exige, só exige...


Da esquerda para a direita: Mário Pinto, Vieira e David Ventura


Da esquerda para a direita:CMDT Rosales, José Carioca, Armando Pires, José Colaço, Veríssimo Ferreira e David Ventura


José Colaço e Hélder Sousa


Da esquerda para a direita: Jorge Pinto, Fernando Marques e esposa Gina. Com camisa clara, Luís Moreira


Mário Fitas e sua esposa Maria Helena


Manuel Joaquim e sua esposa Deonilde


Da esquerda para a direita: Francisco Palma, Manuel Resende e Carlos Rios


Da esquerda para a direita: Carlos Rios, Manuel Joaquim e José Horta 


O CMDT Jorge Rosales e o Adjunto Zé Dinis junto de um grupo de senhoras


João Sacoto e Hélder Sousa 


Os magníficos tabanqueiros  e tabanqueiras da Linha: Por trás de grandes mulheres estão sempre grandes homens... Foto de grupo

Fotos:  © Manuel Resende (2014)

Selecção de fotos e respectivas legendas da responsabilidade do editor
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Nota do editor

Último poste da série de 23 DE MARÇO DE 2014 > Guiné 63/74 - P12892: Convívios (572): 31.º Encontro Nacional dos ex-Oficiais, Sargentos e Praças do BENG 447, a realizar no próximo dia 17 de Maio de 2014 na Tornada, Caldas da Rainha

8 comentários:

Luís Graça disse...

Parabéns, ao comandandente Jorge, ao ajudante de campo Zé I, ao escriba Zé II, ao fotógrafo Manel, às senhores e aos senhores, damas e cavalheiros, que honraram com a sua presença o encontro (de primavera!) da Magnífica Tabanca da Linha...

Foi, de facto, um belo começo de primavera (que arrancou, oficialmente, às 16h57, se não erro em termos de precisão matemática...).

À laia de desculpa para a minha (ao que parece, notada) ausência: estive para ir e desta vez levar a Alice, mas ao fim da manhã do dia 20 tinha uma consulta médica, de especialidade, não programada, apanhada assim à última da hora, daquelas que se não podem perder... Sabem como é: "o senhor doutor só tem vagas lá para maio ou junho... mas se quiser aproveitar, tenho aqui uma desistência para amanhã, ao fim da manhã"...

O importante é o sorrriso, é a felicidade de estarmos vivos, juntos, acompanhados de quem gostamos... O importante são os sonhos, os projetos, o amor,a amizade, a camaradagem... Ah, e como na Guiné, acordar com o polegar do pé direito a mexer... Era o teste que o António Fernando Marques fazia todos os dias até ao dia 13 de janeiro de 1971...

Obrigado a todos/as magníficos/as tabanqueiros/as... Luis

Rui Silva disse...

Ena pá!!
Como eu gostei de ver esta malta a irradiar felicidade!
Gostei mesmo muito.
Um abração para toda a Tabanca da Linha e em especial (os outros não levam a mal, pois não?)ao Mário Fitas, ao comandante Rosales e ao companheiro do mato guineense Manuel Joaquim, e também ao Rios que me fez lembrar de imediato o querido amigo Rui Alexandrino.
Felicidades para todos.

Rui Silva

José Botelho Colaço disse...

Para a classificação dos mais jeitosos satisfazendo a curiosidade do nosso amanuense o meu voto vai para a antepenúltima foto.

Até ao próximo um abraço.
Colaço.

Tony Borie disse...

Olá companheiros.
Não conheço ninguém pessoalmente, mas "conheço-os" a todos, uns mais que outros, e fico muito feliz, mesmo muito feliz, por vos ver juntos, alegres e em convívio, que é o que mais precisamos na nossa "jovem" idade, paz e amizade!.
Um dia destes, vou ver-vos, e também quero conviver com todos vocês!.
Um abraço a todos.
Tony Borie.

Anónimo disse...

Caro Colaço: antepenúltima? Perdeste. A foto vencedora foi a 2ª. Abraços do
Veríssimo

José Botelho Colaço disse...

Ó Veríssimo da-se o voto devia ser secreto.

JD disse...

Exmo Senhor
Luís Graça,
Comandante-Chefe

Encarrega-me o Sr Comandante desta Magnífica Tabanca da Linha, de apresentar a V.Exa. os protesto da maior estima e admiração, quer pela competência demonstrada à frente das tropas, quer pela afabilidade de relacionamento com todos, dotes que se consubstanciam no reforço da camaradagem e determinação da tropa.
Nesta premissa, o Sr Comandante Rosales, instruíu-me no sentido de me retratar, por ter apoquentado V.Exa. com uma alusão especulativa sobre a ausência forçada ao último encontro da Magnífica, e que os regulamentos não obrigam a justificar.
Nestes termos, à rasca com a eventual despromoção ao serviço-geral, para além de merecer uma justa porrada, quero pedir-vos desculpas públicas pela torpe insinuação, tanto mais que esteve sujeito a aturados trabalhos de fisioterapia, e, ainda, pedir-vos clemência pela aleivosia, sabendo-se como V.Exa. tem exercidos dotes de apaziguamento,´e possui um fogoso coração de generosidades.
Atentamente
JD
(amanuense)

Hélder Valério disse...

Caros amigos

A reportagem do Zé Dinis e a "choradeira" do seu último comentário acho que dizem tudo.

Correu bem, foi divertido, mais uma vez se manteve acesa a alegria de quem se reconhece e identifica por uma parte do 'passado comum', a Guiné, e isso é gratificante.

Desta vez estive lá, mas na realidade não posso andar no "sempre em festa", já que a vida está difícil...

Quero apenas fazer uma observação: nas fotos de 'interiores' as coisas estão mais ou menos, mas já repararam numa das fotos no exterior na quantidade de 'óculos escuros' e de bengalas?

Abraços
Hélder S.