segunda-feira, 7 de julho de 2014

Guiné 63/74 - P13370: O(s) comandante(s) de batalhão que eu conheci (2): No COP 4, no meu tempo, houve duas exceções, major Carlos Fabião e ten cor Agostinho Ferreira (Mário Pinto, ex-fur mil at art, CART 2519 - "Os Morcegos de Mampatá", Buba, Aldeia Formosa e Mampatá, 1969/71)



Guiné > Região de Tombali  > Mampatá > Centro da aldeia e quartel de Mampatá. Foto do álbum de Carlos Farinha, ex-Alf Mil da CART 6250,Mampatá e Aldeia Formosa, 1972/74,


Foto (e legenda): © Carlos Farinha (2009). Todos os direitos reservados. [Edição: LG]


1. Comentário de Mário Pinto ao poste P 13368 (*)

Caros camarigos:

Como sabeis, já há muito que é conhecida a minha atitude crítica  em relação aos  nossos Oficiais Superiores porque o que vi pessoalmente leva-me a  um comentário  não abonatório aos mesmos, salvo raras excepções que,  infelizmente pelo que vamos conhecendo,  foram comuns a todos os períodos de comissão e sectores da Guiné.

Só conheci dois sectore:  de facto foi Buba e Aldeia Formosa. Pertenci a um Comando Operacional que era o COP4 comandado por outro grande militar na altura Major Carlos Fabião ele e o Ten Coronel Agostinho Ferreira. Foram as excepções no meu tempo e nestes sectores. 

Estiveram vários comandantes no sector,  alguns até com reputação, mas não deixaram de ser uma desilusão para todos com as suas decisões desconexas de falta de conhecimento logístico do terreno e mesmo desconhecendo as formas de actuação do PAIGC, por falta de sua presença no terreno e experiência em combate. 

Era gente que regulava-se por mapas e croquis absoletos  em gabinetes fora das realidades do mato e mal aconselhados por Capitães comandantes de Companhia que nem ao mato iam. Chefes operacionais que em vez de acompanharem pessoalmente os movimentos de quem estava destacado no terreno, preferia mandar vir uma DO para do ar e fora de perigo ver onde se posicionavam os Grupos de Combate, correndo o risco de  denunciar ao PAIGC as nossas posições,  como aconteceu por diversas vezes. 

Isto tudo se passou no meu tempo e no meu sector. por isso digo com conhecimento de causa que os nossos Oficiais  Superiores,  salvo algumas excepções,  não cumpriram as missões que lhe foram confiadas,  limitaram-se a deixar correr o tempo e a fazer uns relatórios baseados nas informações e nas acções de quem na verdade andava no terreno operacional.........

Posto isto meus caros, mais não posso dizer-vos que,  na verdade, já vocês não saibam (**)......

Um abraço

Mário Pinto

[ [ex-fur mil at art da CART 2519 - "Os Morcegos de Mampatá", Buba, Aldeia Formosa e Mampatá, 1969/71; está na nossa Tabanca Grande desde julho de 2009] (***)




A nova força africana... O major Fabião, na altura (1971/73) comandante do Comando Geral de Milícias... In: Afonso, A., e Matos Gomes, C. - Guerra colonial: Angol,a Guiné, Moçambique. Lisboa: Diário de Notícias, s/d. , pp. 332 e 335. Autores das fotos: desconhecidos. (Reproduzidas com a devida vénia).


(***) Vd. poste de 24 de julho de 2009 >  Guiné 63/74 - P4735: Tabanca Grande (164): Mário Gualter Rodrigues Pinto, ex-Fur Mil da CART 2519, Buba, Mampatá e Aldeia Formosa, 1969/71

4 comentários:

Anónimo disse...

Nunca senti a falta do meu comandante de batalhão no mato. Sempre entendi e entendo que a sua missão era a de "pensar" a acção e a minha a de agir. Aliás que benfício me traria a sua presença? Biberão?!E é desta vertente que sai a apreciação do comandante?!
Mendes

Anónimo disse...

Comandantes houve que,ainda hoje, sentimos orgulho de ter servido sob as suas ordens.
Recordo o entäo Major de Cavalaria Carlos de Azeredo/COP-4/Aldeia Formosa.
Muitos dos outros,presentes ou näo na mata,estavam muito próximos das comédias de Peter Sellers,Benny Hill ou Monty Python.
José Belo.

Anónimo disse...

António José Pereira da Costa
7 jul 2014 21:41

Julgo que já comecei a responder a esta questão.

Se estávamos próximos do Cmdt do Bat poderemos ter uma ideia da sua acção, com ou sem condicionamentos de toda a ordem. Podemos também avaliar "o homem" independentemente do militar. Mas se não estivemos próximos é como já disse: só podemos avaliá-lo pelos "resultados" da sua acção.
É necessário recordar que, na guerra, as qualidades ou defeitos dos homens brilham na sua maior altura. E isto é válido para todos os postos situações...
Pessoalmente tive um mau comandante de grupo. Já falei dele a propósito do Maj. Vilares Gaspar e não tenho nada a acrescentar.
Um Ab.
António J. P. Costa

_________________

A propósito deste mail, e comentário "off" record, temos o OK do nosso camarada Tó Zé:


(i) Pergunta: Tó Zé: É publicável ? Ou é "off record" ? Queres que imita o nome do major ?... Ab. Luis

(ii) Resposta: Creio que a cena está publicada num post meu antigo.

A propósito daquela nota insólita do "siga a marinha".
Não sei onde ela anda.
Um Ab. Tó Zé

Vasco Pires disse...

Pertenci ao GAC7, no tempo do Major Gaspar, e do "tal" Cmdt. de Grupo.

forte abraço a todos
VP