Recriação do mundo…
por J. L. Mendes Gomes
E um dia, disse Deus:
Vou recriar o mundo.
Um grande lago sideral.
Sem estrelas nem astros reis.
Sem castelos de rocha
Nem aviões.
...
Sem minérios nem gasodutos.
Sem mistérios de religiões.
Nem ministérios de poderes.
Sem as selvas de avenidas.
Encharcadas de arranha-céus.
Sem casas brancas,
Nem praças vermelhas.
Nem basílicas de oiro
E vaticanos.
Nem um só urânio de ameaças.
Nem os dubais de plástico,
Em lego ou dominó.
Sem bandeiras.
Sem as seitas negras
Do capital.
Sem moeda. Bancos centrais.
Nem os enxames
Dos computadores.
Sem diabos,
E sem arcanjos.
Nem infernos ou caldeirões.
Sem epidemia de seitas.
Nem os pesadelos dos telejornais.
Sem mais cadernos
Nem alcorões.
Livros de missa
Ou ladainhas.
Desaparecem de vez as assembleias.
E todas as fábricas de gravatas.
Não há opas.
Não há fatos,
Não há vestes.
Um mundo de paz e sem fronteiras…
Berlim, 4 de Julho e 2014
8h57m
Joaquim Luís Mendes Gomes
[ J. L. Mendes Gomes foi alf mil da CCAÇ 728 (Cachil, Catió e Bissau, 1964/66)]
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por J. L. Mendes Gomes
E um dia, disse Deus:
Vou recriar o mundo.
Um grande lago sideral.
Sem estrelas nem astros reis.
Sem castelos de rocha
Nem aviões.
...
Sem minérios nem gasodutos.
Sem mistérios de religiões.
Nem ministérios de poderes.
Sem as selvas de avenidas.
Encharcadas de arranha-céus.
Sem casas brancas,
Nem praças vermelhas.
Nem basílicas de oiro
E vaticanos.
Nem um só urânio de ameaças.
Nem os dubais de plástico,
Em lego ou dominó.
Sem bandeiras.
Sem as seitas negras
Do capital.
Sem moeda. Bancos centrais.
Nem os enxames
Dos computadores.
Sem diabos,
E sem arcanjos.
Nem infernos ou caldeirões.
Sem epidemia de seitas.
Nem os pesadelos dos telejornais.
Sem mais cadernos
Nem alcorões.
Livros de missa
Ou ladainhas.
Desaparecem de vez as assembleias.
E todas as fábricas de gravatas.
Não há opas.
Não há fatos,
Não há vestes.
Berlim, 4 de Julho e 2014
8h57m
Joaquim Luís Mendes Gomes
[ J. L. Mendes Gomes foi alf mil da CCAÇ 728 (Cachil, Catió e Bissau, 1964/66)]
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Nota do editor:
Último poste da série > 1 de junho de 2014 > Guiné 63/74 - P13220: Blogpoesia (383): Velhas crianças (Felismina Costa)
Último poste da série > 1 de junho de 2014 > Guiné 63/74 - P13220: Blogpoesia (383): Velhas crianças (Felismina Costa)
1 comentário:
Valha-nos Deus!
Um poema da ingenuidade absoluta,
da perfeita utopia, sobre um mundo irreal que nunca existiu e nunca existirá.
Que Deus é que disse estas barbaridades todas?
Que Deus nos valha!
Porque são os homens que inventam os deuses. Que bom seria se os deuses tivessem inventado os homens, à sua imagem e semelhança!...
Abraço,
António Graça de Abreu
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