terça-feira, 4 de agosto de 2015

Guiné 63/74 - P14969: Tabanca Grande (471): Cláudio Brito, neto do falecido major art ref Fernando Brito (1932-2014)... Novo grã-tabanqueiro, nº 697


1. Mensagem, de omtem, 3 do corrente,  do nosso amigo Cláudio Brito, neto do major art ref Fernando Brito (1932-2014):


Saudações,
Antes de mais, um muito obrigado por este convite [, para integrar a Tabanca Grande,] que, alegremente, aceito, pesando-me, sem dúvida, e alegremente também, a responsabilidade de tal cargo. Porém, se depender de mim, esta Tabanca continuará a ser brindada com fontes históricas para a preservação da sua memória, da nossa memória.


Espero poder contribuir com as fontes selecionadas que trabalharei afincadamente para serem apresentadas ao blogue e quem o segue.

Envio uma fotografia recente minha e, ainda, envio o exemplo fotográfico usado para que o Leão Lopes tivesse podido pintar o quadro [, de meu pai,] que tão artisticamente concretizou.

De facto, podemos verificar uma linha histórica, apenas através da fotografia.

No verso da mesma está inscrito com a letra do meu pai: "Para o meu paizinho [, Fernando Brito,] com muitos beijos de parabéns do filho amigo, Fernando José". Brindado nos anos (a 30 de novembro) com uma fotografia do filho, [o meu avô] retribuiu o amor, mandando pintar um retrato mediante a mesma.

Vemos imediatamente as semelhanças, mas perguntamo-nos "a foto não é a preto e branco?". Sim, pelo que as cores foram imaginadas pelo próprio Leão Lopes ou feitas mediante informação fornecidas pelo meu avô. De qualquer das maneiras, o produto foi concretizado lindamente.

Assim me despeço, prometendo redobrar estas fontes de uma próxima vez.

Um grande abraço a todos, Cláudio Brito.




O pai do Cláudio Brito, Fernando José, em 1971,  aos 11 anos,  Foi com base nesta foto que o Leão Lopes pintou o seu retrato, em Bambadinca.




Dedicatória, no verso da fotografia, dp Fernando José ao pai, Fernando Brito, por ocasião do seu 39º aniversário (em 30 de novembro de 1971).



Retrato do Fernando José, pintado em Bambadinca por Leão Lopes, ex-fur mil, BENG 447 (1970/72)


Fotos: © Cláudio Brito (2015). Todos os direitos reservados. [Edição: LG]

2. Mensagem de anteontem, 2 do corrente, do Cláudio Brito;


Saudações,  Sr. Luís Graça e Camaradas da Guiné,

Espero que esteja tudo bem.

Antes de mais, o meu mais profundo agradecimento por ter publicado este quadro e esta memória que, entretanto, passou a ser uma memória de todos (*). Não se pode perder apenas no meu arquivo pessoal e ficar a colecionar pó numa parede.

Com a graça de Deus e com alguma sorte à mistura, o meu avô falava muito comigo (também me demonstrei sempre interessado) e explicou-me a história ou estória de muitas das fotos, quadros, retratos e objetos que recuperei. A maior das sortes é ter alguém do "outro lado" para partilhar essa história e torná-la comentada e acessível e, por isso, perpetuada.

Relativamente ao quadro (*), ainda posso avançar algumas coisinhas:

(i) "folha de capim" é uma planta que cresce de uma forma comprida e alongada sendo suficientemente firme para, por exemplo, pintar; portanto, concluo que os materiais de pintura não eram de fácil acesso, mas a mão firme do pintor não falhou;

(ii) o meu pai tinha exatamente 11 anos nessa altura, foi em 1971; o meu pai nasceu no ano de 1960, a 18 de abril, sendo registado no dia 19 de março;

(iii) a fotografia, usada como modelo para pintar, detenho-a igualmente, e posso enviar para comparação do trabalho.

Quanto aos restantes materiais, a tecnologia tem-nos provido dos mais completos instrumentos, portanto não há desculpa da minha parte e, brevemente, farei uma escolha extensiva e, equipado com esses instrumentos, passarei os elementos do meu plano de visão para o "plano de todos", ou seja, "o plano da Tabanca", com especial enfoque para as fotografias que detenho. E quem diz fotografias, poderá dizer outras coisas. Coisas que poderão estar esquecidas no tempo aqui, mas que unidas a quem as "tocou", "viveu" e "usou" começam a fazer sentido e a montar um puzzle. Preenche a memória do meu avô e de outros tantos que estiveram lado a lado com ele.

Ficarei honrado com qualquer resposta dada pelo artista [, Leão Lopes,]  que pintou alguém tão querido por mim e fico ainda mais honrado por poder partilhar tudo isto [, no blogue dos amigos e camaradas da Guiné].

Um grande obrigado, abraço e até breve,

Cláudio Brito

 3. Comentário de LG:

Cláudio. obrigado pelas explicações adicionais e pela tua rápida aceitação do meu convite. Como prometido ficas desde já apresentado  à Tabanca Grande. Afinal, tu és, desde o princípio,  um dos nossos: os filho e netos dos nossos camaradas, nossos filhos e netos são...

És  o grã-tabanqueiro nº 697, o teu nome passa a figurar na lista alfabética dos grã-tabanqueiros, que consta da coluna do lado esquerdo da página de rosto do blogue (**)... O teu avô era (e continuará a  ser) o nº 641:  o seu nome está na lista dos camaradas e amigos (n=41) que da lei da morte já se foram libertando...

Contamos contigo  para podermos continuar a alimentar este blogue dos amigos e camaradas da Guiné. Sê bem vindo. Tens as regras de convívio na série O Nosso Livro de Estilo.

Um abraço grande. Luis



3 comentários:

Anónimo disse...

Caro Luís, vou ver se consigo o contacto email do Leão que é meu amigo pessoal. Vive no Mindelo.
tirei estas notas bibliográficas do wikipedia. Se consultares a página poderás ver várias fotos dele. Muito diferente do ex-furriel miliciano de Bambadinca. Abraços Manuel amante
Leão Lopes, ( Ribeira Grande, Santo Antão, Cabo Verde, 1948), é um realizador de cinema1 , escritor, artista plástico e professor cabo-verdiano.
Como cineasta, destacou-se pela realização da primeira longa-metragem de ficção cabo-verdiana, O Ilhéu de Contenda (1996)2 , baseado no romance homónimo de Teixeira de Sousa. É também autor de vários documentários, entre os quais se destacam Bitú (2009)3 e São Tomé - Os Últimos Contratados (2010)4 .
Em 1979 fundou, no Mindelo, a ONG AtelierMar, dedicada à formação e capacitação cultural e ao desenvolvimento local, que ainda preside5 6 .
Foi Ministro da Cultura e Comunicações do Governo de Cabo Verde durante a legislatura de Carlos Veiga (1991-2000) e é, presentemente, deputado à Assembleia Nacional de Cabo Verde, eleito pelo partido MpD.
Fundou, na Cidade do Mindelo, o Instituto Universitário de Arte, Tecnologia e Cultura (M_EIA), onde desempenha as funções de reitor e professor.
Depois de concluídos os estudos secundários em Cabo Verde, Leão Lopes rumou a Lisboa, onde se diplomou em Pintura pela Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa. Em França, doutorou-se pela pela Universidade de Rennes II, com uma tese sobre o escritor cabo-verdiano Baltazar Lopes.

Luís Graça disse...

Obrigado, senhor embaixador!...Icxo è espera desse endereço de email. Quando for ao Mindelo, quero procurá-lo, ao Leão Lopes!...Ando a aprender o crioulo da tua terra, que
é lindo... Mantenhas. Luis

Luís Graça disse...

Pelo menos o Humberto Reis (fur mil op esp, da CCAÇ 12, 19659/71) e o Benjamim Durães (fur mil , Pel Op Info, CCS/BART 2917, 1970/72) têm retratos pintados pelo Leão Lopes. O do Humberto custou-lhe 500 pesos, na época (1970)... Deve haver mais. Vou publicar a foto do retrato do Humberto. Espero que o autor apareça por aí um dia... LG