1. Dramática narrativa das condições em que foram encontrados 4 prisioneiros, enviada ao nosso Blogue pelo nosso camarada Adão Pinho da Cruz, Médico Cardiologista, ex-Alf Mil Médico da CCAÇ 1547/BCAÇ 1887, (Canquelifá e Bigene, 1966/68), em mensagem do dia 25 de Julho de 2016:
MEMÓRIAS DE UM MÉDICO EM CAMPANHA
3 - Os prisioneiros
No tempo de sem janelas e sem vistas para o mar, eu dormia a madrugada dessa noite igual a tantas outras. Igual, não seria. Dois gritos lancinantes atravessaram a noite, degolando o silêncio. Como ecos do inferno. Os ataques não explodem assim! Nenhum homem grita do fundo do tempo! Nenhum animal selvagem ruge tão perto!
Virei-me para dentro do medo e verguei-o à razão. A razão das sobras do medo.
Passos na picada. Voz de sentinela apunhalando o escuro.
- Sr. Doutor, Sr. Doutor.
Dei um salto da cama levando de rosto a rede mosquiteira. Não dei com a luz, mas o raiar da madrugada permitiu que eu visse a silhueta do soldado.
- Algum problema?
- Um prisioneiro.
- Prisioneiro? Que prisioneiro?
- O Sr. Doutor não sabe?
Entre a minúscula enfermaria e a pista térrea de aviação havia um bloco de cimento com meia dúzia de metros por outra meia. Uma porta, duas sentinelas, outra porta. Esta última era uma barragem de tábuas pregadas e entrelaçadas, com uma frincha no meio por onde enfiavam restos de comida.
Dentro do ventre de cimento, disseram que eu iria encontrar quatro pessoas, três homens e uma mulher. Da garganta de uma delas haviam rebentado os gritos que arrepiaram os soldados. Maior este medo do que o medo das balas. Soava a algo do outro mundo, a almas penadas.
Tínhamos chegado ao mato há poucos dias. Os soldados sabiam de quatro prisioneiros deixados pela companhia anterior. Mas não sabiam o que continha aquela enxovia. Que seres havia para lá daquela porta. Entrei. Ia desmaiando. Devo ter inalado o cheiro mais nauseabundo que algum dia a minha imaginação concebeu. Misto de excrementos putrefactos, de fetidez condensada e de gangrenosas decomposições liquefeitas em suores, lágrimas e merda. Nem um buraco. Nem uma nesga de luz.
Arrastámos para o pequeno átrio o corpo que gritava. Um monte de trampa invadido de convulsões epilépticas. A boca espumava sangue. As carnes eram de pedra.
Já o sol enchia a entrada. Mandei retirar os prisioneiros daquele túmulo de cimento e deitei-os sobre a terra seca. Abri os olhos. Em toda a minha vida nunca vi tal coisa. Na explosão da luz, todos aqueles pares de olhos se injectaram de sangue como se houvessem rebentado. Uma violenta conjuntivite, reacção imediata a uma luz que não viam há muitos meses. Não é fácil descrever este quadro mesmo a anos de distância. Ainda sinto o espírito retorcido como pano de limpar o chão. Perguntava-me eu, ao olhar aqueles corpos dilacerados, o que teria acontecido. Um deles tinha um pedaço de lábio fendido cicatrizado por segunda intenção, a par de inúmeros golpes na face e no pescoço. Outro tinha parte da orelha colada à cara e um sobrolho caído. Outro era apenas um velho. Os cabelos cresceram e formavam uma pasta de alcatrão agarrada à cabeça. Restos de trapos colavam-se aos corpos. Um deles parecia uma mulher. Era uma mulher. A não ser que lhe tivessem cortado o pénis. Pela vagina escorria pus esverdeado e chamava-se Maria. Provavelmente era virgem, apesar de tantos soldados terem violado a sua podridão.
Atravessei num vómito a parada e fui falar ao capitão. Ele não assumia a responsabilidade da libertação. Assumi-a eu, como médico.
Foram tratados e alimentados. O epiléptico, que era o mais novo, fugiu. Atravessou a pista, galgou o arame farpado, e desapareceu na selva. A sentinela ainda engatilhou uma rajada que não chegou a disparar. Outro foi integrado. Quando vim embora cultivava arroz e algum medo pela minha ausência. O velho, recuperadas as forças, gastou-as a cortar a garganta com os vidros de uma garrafa. Poupados os vasos do pescoço, vi que valia a pena pedir uma evacuação “Y”, ou seja, emergente. Duas semanas depois o helicóptero trouxe-o de regresso, curado. A Maria foi cuidadosamente tratada durante meses, de todas as infecções físicas e psíquicas. Teve um filho nascido do amor de um soldado. Quando a deixei, não consegui ver o que havia por detrás do mar de lágrimas dos seus olhos.
Penso que era vida.
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Nota do editor
Último poste da série de 2 de agosto de 2016 > Guiné 63/74 - P16356: Memórias de um médico em campanha (Adão Cruz, ex-Alf Mil Médico da CCAÇ 1547) (2): Cadi suma outra mulher
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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19 comentários:
Dr
Por vezes lá regressamos à idade média e das trevas
Gostei da primeira adorei a segunda e espero ansiosamente pela terceira.
Um abraço e obrigado pela sensibilidade e coragem
Foi cumunicado o Bissau o acontecido? A Comp. que efectuou esta prisao dantesca foi Punida? Eu estive varios anos na guerra, nao era santo nenhum, mas esta relacao de factos considero DANTESCA. A Companhia que efectuou esta prisao assim como os responsaveis deveria ter sido punida. Tenho a certesa de que o Spinola nunca teria sabido disto.
Julio Abreu
Grupo de Comamdos Centurioes
Ex-Guine Portuguesa
Relato fulgurante...Parece romance de ficção ,mas não é...Ainda há humanidade nalgumas pessoas mesmo em cenário de guerra. Fica o exemplo marcante deste médico sem fronteiras...
É repugnante a essência da estória. Mas a acção de recuperação daqueles desgraçados, e a grandeza do texto descritivo, fizeram-me reconciliar o espírito.
JD
O nosso médico Adão Cruz continua-nos a lavar a cabeça com estórias edificantes para reconciliarmos a memória com o mal e as atrocidades que aconteceram na Guiné, porque houve também camaradas muito humanos, médicos, enfermeiros, soldados, sargentos, oficiais, operacionais ou não, há muitos testemunhos deles, no nosso blogue, que souberam corresponder à simpatia, confiança e amizade que os povos da Guiné manifestavam na procura do pão e da paz, debaixo de qualquer bandeira.
Muito obrigado camarada alferes médico pelo teu testemunho e obrigado por continuares a conservar os valores e os ideais da tua juventude.
Um abraço. Francisco Baptista
Os exemplos, os bons e os maus, vêm sempre de cima, da hierarquia militar...
O Adão Cruz, para além de oficial (se bem que subalterno, milicinao) era médico e isso dava-lhe outra autoridade que, por exemplo, os capelães não tinham... Por ter protestado contra o tratamento desumano dado a prisioneiros, em Bambadinca, ao tempo do BART 2917 (1970/72), o alf mil capelão Arsénio Puim foi expulso do exército e recambiado para a metrópole... Registe-se o nome dos generais dessa época, comandantes em chefe: no tempo do Adão Cruz (1968/68), o Schulz; no tempo do Arsénio Puim, o Spínola...
Dois camaradas, membros da nossa Tabanca Grande, o Adão Cruz e o Arsénio Puim, a quem eu tiro o quico!... Muitos mais houve, felizmente, que souberam honrar os nossos valores, humanos, cristãos, portugueses.
Olá Camaradas
Dou como totalmente verdadeira, em todos os seus pormenores, a situação descrita. Contudo, acho-a absolutamente absurda e surrealista, para não dizer pior.
Então os prisioneiros passavam-se à unidade seguinte assim? Como se fossem cadeiras ou armas ou artigos de cantina? Só falta a guia de entrega...
E a unidade que "recebe" não sabe o que se passa? Não sabe o que fazer com eles? O comando que rende não sabe o que se passa e o que vai fazer com aqueles prisioneiros? Não se fizeram interrogatórios? A unidade que é rendida fê-los e passou à seguinte, como seria lógico? E a situação prologa-se até ao desespero? Com que finalidade? Que é que se esperava obter em termos de informações com aquele tipo de tratamento?
Não é o médico que determina a libertação dos prisioneiros, mas sim o capitão. Do mesmo modo que é este o responsável pela situação que foi criada e explodiu como se viu.
Do ponto de vista técnico é uma atitude totalmente absurda, por inútil para a natural obtenção de possíveis informações exploráveis com oportunidade.
Do ponto de vista humano ou, se se preferir, no que à "psico" diz respeito ambas as unidades actuaram pessimamente.
Seria bom que o Dr. Adão Cruz desse elementos mais detalhados sobre este caso, especialmente no que respeita ao tratamento dado aos prisioneiros imediatamente antes situação anterior ao precipitar.
Por mim diria que é irracionalidade a mais para minha cabeça.
Um Ab.
António J. P. Costa
A descrição parece-me mesmo absurda e surrealista. Quase faço minhas as palavras do António José Pereira da Costa. E não é costume termos os dois os mesmos entendimentos de muitas das realidades desta nossa guerra.
Não haverá por aí uns certos exageros.?
A descrição prisioneiros é horripilante, arrepiante,
nem falta o pormenor do corte da orelha. Terá sido mesmo assim?
Não foi essa a Guiné que eu conheci,também tínhamos prisioneiros no nosso CAOP 1, no essencial eram bem tratados, mas estive lá em 1972/74, outros anos.
Abraço,
António Graça de Abreu
Lamento voltar aqui para dizer que eu vi torturar prisioneiro e também sei de um que morreu talvez ter sido barbaramente agredido quando já estava muito ferido.
Também conheci um camarada que esteve vários anos mal com outro por discordar da forma que viu tratar um morto do PAIGC após o ataque a Galomaro.
Não há só uma verdade e lamento, que se ponha em dúvida o que é largamente conhecido.
Põem-se em duvida padres, oficiais, soldados e civis para provar as suas teorias. Para alguns nem guerra houve.
Naquele tempo fomos vítimas das circunstâncias, como tal sofremos e fizemos sofrer.
Olá Juvenal
Não ponho dívidas sobre as declarações do Dr Adão Cruz.
Contudo, a cena parece-me incompleta e esta será uma das que conviria pormenorizar, sem receios de ofender quem quer que seja. Com efeito temos andando atrás de fantasmas, porque não seguir algo de real?
As perguntas que faço no meu comentário são lógicas. A reacção da unidade que é rendida pode ser tomada como uma vingança ou similar que disfarçou um erro técnico dentro do princípio de que "quem vier atrás - os periquitos, neste caso - que feche a porta". No fundo o que "malta" queria era sair dali, esgotada que estava a dose de patriotismo e realizada a desobriga com a peluda à vista... Seria assim?
Não posso deixar de criticar a unidade que é rende que, cujo comando deixou chegar as coisas àquele estado sem qualquer outra atitude. É periquitice a mais.
Por isso seria bom (digo eu) que o Dr. Adão Cruz prosseguisse nas suas descrições.
Um Ab.
António J. P. Costa
Caro António Pereira
Como sou um nabo a enviar comentários, já mandei uma resposta para o amigo Carlos Vinhal
abraço
adão
(afinal já consegui enviar o comentário)
Amigo Carlos Vinhal
Peço que faça chegar ao amigo António Pereira Costa a minha resposta ao seu comentário e dizer que já me sinto confortado pelo facto de ele considerar a história totalmente verdadeira.
Logo no início, eu digo que não sabia de nada, rigorosamente de nada, até dar de caras com a situação.
Como ele, considerei absurdo e surrealista aquilo que vi, para não dizer pior.
Quanto aos aspectos técnicos e de natureza militar entre as unidades, nada lhe sei dizer. Mas do que vi e do que vivi, quase lhe posso garantir que a balda e a desumanidade, em determinadas ocasiões, eram totais. Como é que o amigo António Pereira Costa pode fazer considerações de ética militar acerca de prisioneiros, com direitos humanos, quando se trata de quatro “bichos” encurralados num buraco de cimento sem luz, por gente sem alma, e alimentados como porcos pelas frinchas das tábuas? A posteriori, disseram-me que haviam sido brutalmente espancados, antes de os enfiarem naquela enxovia. O que relatei foi exactamente aquilo que me caiu nas mãos, num qualquer dia ao romper da manhã, alguns dias depois de ali chegar. Até parece que o amigo António Pereira Costa não conheceu e não viveu o que eu e muitos outros vivemos e conhecemos na guerra colonial. Houve muitas coisas más e selvagens, verdadeiras atrocidades da nossa tropa, a par de muitas coisas boas e dignas. Claro que a esta distância no tempo, não posso dar-lhe elementos mais detalhados. Este caso aconteceu em Bigene, lá pelos fins de 1966, em que o capitão era, na altura, salvo erro, já não posso precisar, o capitão Francisco Vasconcelos, meu grande amigo, e que julgo ainda vivo. A companhia anterior deixara rastos de selvajaria, sim, absurdos e surrealistas, testemunhados por alguns residuais comerciantes locais, e também verificados por mim in loco, como por exemplo ver colares de orelhas ao pescoço de militares e arrancar restos de cadáveres da terra, ainda não putrefactos, quando abrimos pequenas trincheiras que fariam comunicar as casernas com a enfermaria. Uma dessas testemunhas, homem íntegro e sério, entre outros, era o Sr. Reis Pires, pai de dois atletas do Benfica e o Sr. Hilário, comerciante natural de Braga, bem como dois ou três libaneses. O amigo António Pereira há-de compreender que o que me interessou foi relatar a verdade do que aconteceu comigo, o cerne da história e não os aspectos militares que a rodearam. De outra forma poderia ter feito um artigo sobre ética, técnicas e tácticas militares, de que não sei nada… ou mesmo um trabalho de ficção. Esta história foi escrita por volta de 1990, praticamente vinte anos depois, sendo minha preocupação a descrição tão pormenorizada quanto a memória mo permitiu, sobretudo dos horríveis pormenores que me ficaram bem gravados e indeléveis.
Confesso que li,como um dramático conto,muito bem escrito e até com um final feliz. Afinal e como afirma o autor, constitui um relato fidedigno de uma realidade vivida. Assim e não dispondo de mais elementos, só me resta respeitar o relatado. Abraço! J.Cabral
Para o amigo António Pereira Costa, coronel, segundo li no seu perfil,
mais um pormenor acerca dos prisioneiros, para dizer que as coisas não seriam assim tão lineares como o Sr. Coronel acha, e muito bem, que deveriam ser ou ter sido. Corroborando a balda a que me referi,presumo que o responsável pela prisão e atrocidades possa ter sido o mesmo capitão, do qual não vou dizer o nome, a quem chamavam "o assassino de Bigene". Sobre ele contara-me o Sr. Hilário vários episódios, esses sim, dantescos, que nem gosto de referir. Este, por exemplo, que é, apesar de tudo, dos mais "suaves": "Ele, o capitão, quando via algum preto desconhecido, suspeito, a deambular pela tabanca, mandava-o sair para fora do arame farpado, seguia de jeep no seu encalço e dava-lhe um tiro".
Um abraço e muito grato pelas suas questões
Adão Cruz
E mais. Segundo o testemunho destes comerciantes, estas atrocidades tinham a colaboração, ironia das ironias, de um colega meu. Por acaso, já falecido há anos.
Abraço
Olá Doutor
Pode não dizer o nome, nem de um nem do outro.
Todavia a a identificação é relativamente fácil, através do número da sua companhia, CCaç 1547. É possível, através das publicações da CECA, determinar quem foi a companhia rendida e depois seguir-lhe a actuação ou mesmo retroceder atá à formação na "Metrópole".
Um Ab.
António J. P. Costa
Peço desculpa, mas sou obrigado a manifestar-me, perante o relatado,que mais parece argumento de um filme de terror.Um buraco onde se metiam prisioneiros a apodrecer,o assassino de Bigene,Capitão que matava "pretos" nas cercanias do quartel.Tudo isto, com o conhecimento óbvio, da população, dos comerciantes, do Chefe de Posto e de todos os Militares da Companhia.Então e o Batalhão não tomou conhecimento? Depois, com a chegada do Autor, tudo mudou..Tropa e População ficaram quase uma Família.No entanto ele viu os Soldados com colares de orelhas de "turra" e assistiu à profanação de recentes cadáveres, em pleno quartel. Sempre a aprender...Fico feliz de não ter visto esta Guiné. Abraço J.Cabral
Caro Coronel António Costa
Sim, penso que tecnicamente não deverá ser difícil, embora isso a ninguém interesse ao fim de quarenta e tal anos.
Um abraço.
Amigo "alma". O amigo não me conhece e tem todo o direito a duvidar da minha palavra. Da forma como faz as perguntas e põe as questões, não sou eu que lhe posso responder.
Eu não vivi os factos, mas nunca os inventei como parece querer insinuar. Foram-me relatados por gente muito séria e nunca deles duvidei, por muitas razões. Assim como não duvidei do terror que ali terá existido. A mim, apenas me coube a realidade nua e crua do caso dos presos, que eu desconhecia totalmente, o ter visto ainda dois militares com os tais colares, e ter encontrado, posteriormente, alguns restos humanos nas trincheiras que escavámos. Não se trata de profanação alguma. Foi o que descrevi.
Quanto ao resto são ilações suas. Não foi a minha chegada que mudou tudo, nem podia ser, pois tais méritos e poderes eu não teria. Foram muitos outros factores, humanos e militares, e outra forma de ver o mundo e as coisas, se calhar a vontade de outra Guiné, mais próxima daquela que o amigo viu.
Não me chamo "alma",mas sim Jorge Cabral, fui Alferes Miliciano na Guiné, Comandante de um Pelotão de Caçadores Nativos. Não disse que estava a inventar, só que, parece, tenho o direito de achar estranho. o que relata. Escreve o Camarada "...e também verificado por mim in loco,como por exemplo ver colares de orelhas ao pescoço de militares e arrancar restos de cadáveres da terra, ainda não putrefactos, quando abrimos pequenas trincheiras que fariam comunicar as casernas com a enfermaria". Ora arrancar restos de cadáveres,constitui o crime de profanação de cadáver.Enfiar os prisioneiros num buraco a apodrecer, não é apenas desumano,é estúpido e inútil.Pensar que uma população que viveu este tempo de horror,possa encarar,meses depois, a Tropa como quase Família, é optimismo que cheira a utopia...Abraço JORGE Cabral
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