quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Guiné 63/74 - P16381: Memórias de um médico em campanha (Adão Cruz, ex-Alf Mil Médico da CCAÇ 1547) (4): Joãozinho, nunca na vida te deixarei sozinho

1. Deliciosa história de amor, enviada pelo nosso camarada Adão Pinho da Cruz, Médico Cardiologista, ex-Alf Mil Médico da CCAÇ 1547/BCAÇ 1887, (Canquelifá e Bigene, 1966/68), com todos os ingredientes: amores, desamores, violência conjugal e o inevitável perdão.


MEMÓRIAS DE UM MÉDICO EM CAMPANHA

4 - Nunca na vida te deixarei sozinho

Nunca na vida te deixarei sozinho, disse a Isabel ao seu marido joãozinho, na véspera de meter outro homem na sua cama.

A Isabel não andou na Faculdade, para assim falar tão bem nas traseiras do sentimento, mas foi criada de servir em Bissau, o que, numa aldeia do mato, era um curso superior. Isabel era uma mulher muito bonita, daquelas que são sempre futuro, ainda que a pele se engelhe. As suas formas afeiçoavam-se aos olhos, mais despindo a existência do que o corpo. Uma espécie de mulher à flor da pele, bem calculada por dentro. Mulheres paridas de si mesmas, sem vida nos outros. Mulheres de além-desejo, voo de ave, caminhando fora dos passos. Isabel, o torvelinho das tonturas do Joãozinho.

Joãozinho, servente da messe, sabia a mulher que tinha e todo se babava quando a gente dizia que ela era mais linda que surucucu empinada, mais pura que fruto de caju. Todo ele era uma viagem por dentro da Isabel, adivinhando-lhe o mundo no contar das coisas. Manhã levantada era sol de todo o dia, noite deitada era sonho que não morria.

Um dia…

Encontrava-me eu frente à palhota da Isabel, limpando com uma compressa embebida em permanganato de potássio, as feridas do dorso das vacas, verdadeiros buracos abertos pelos estilhaços das granadas e pelos pássaros pica-sangue, impiedoso tormento dos animais, quando ouvi atrás de mim uma voz de asas, leve de tempo, onde não havia destino, medida por lonjuras de sonho.
- Sr. Doutor, Sr. Doutor.

Do peito me nasceu um soluço que só anos mais tarde se escapou.
- Olá Isabel, que bela surpresa!
- Doutor, tenho galinha que consegui arranjar e vou fazer frango à cafreal para Doutor e nosso Capitão.
- Isabel, tu és um anjo, e nosso capitão, todo católico, vai pensar que é dádiva do céu, quando eu lhe contar.

Todos somos fingimento quando o sangue não se entorna no desaconchego da solidão. O provisório serve o regresso da alma, o fogo de outros calores invade os olhos através de janelas que há muito se não abriam. O capitão não mediu a fome nem a galinha, esqueceu a comunhão do Padre Gama, sonhou o despir da Isabel até à nudez pecaminosa e espetou os olhos no cair da noite.

Ao cair da noite, lá fomos os dois à palhota da Isabel, enquanto o Joãozinho lavava a loiça na messe. A Isabel estava no último acto da confecção do delicioso cafreal da tabanca. Primeiramente refogado, apenas em sumo de limão e piri-piri, depois grelhado na brasa e em seguida frito com cebola.
Notei que os olhos do capitão se cruzavam constantemente com os meus, não na galinha mas nas ancas da Isabel. Seguiam a luz sensual do petromax, que penetrava abusivamente na malha de tule até às roupas que vinham de dentro. Senhora de reflexos e de encontros, Isabel não prestava menos atenção à sedução do que à galinha.

- Doutor, nosso Capitão, tenho gira-disco e morna, mim dançar para doutor e nosso capitão.

Não nos empenhámos em perceber como é que uma pequena caixa e um disco de madeira giravam música. O esvoaçar do tule era o centro do mundo, o arder da fogueira de todo o nosso frio. Toda a força daquele colo maternal, toda a ternura da silhueta envolta em cabelos penosamente desfrisados durante longos anos, toda a firmeza das carnes subtis, todo o trigo desse abrigo adormecido, toda a tempestade recolhida nesse pedaço de noite tombaram sobre nós quando a Isabel iniciou o strip-tease.

Não me lembro do sabor da galinha. Recordo apenas uma espécie de vento fustigando as entranhas, reduzindo-me a um calção e uma camisa, ardendo dentro de mim com sabor a cinza.
Olhámos um para o outro, sorrimos, assumindo o que sempre estivera assumido, antes de darmos ao espírito a momentânea liberdade de um passeio pelo sonho que morre ao pé dos coqueiros.

Aconteceu nessa noite ou na noite seguinte. O Joãozinho entrou em casa e deu com alguém a fugir da cama da Isabel. Pobre do Joãozinho, sofreu mais com a sova que deu na mulher do que com a traição. Sofreu mais pelo avesso do que ela dissera na véspera, nunca na vida te deixarei sozinho, do que em todas as noites que passara enterrado na bolanha à espera de turra.
Doeu muito mais do que picada de escorpião.

Isabel apresentou queixa no Chefe de Posto. Argumentava e provava com as equimoses, dificilmente visíveis na sua pele de negra. Dolorosas como as equimoses em pele de branca. Afastara bondades de Joãozinho, denegrindo sua violência, grande de mais para coisa de momento. Não ser vontade de ela, mas força de imaginação que vem de dentro. Destino de todo fogo que acende rápido.

Foi constituído o tribunal. Perante o Chefe de Posto, Capitão e eu, compareceram queixosa e réu. O Joãozinho estava disposto a perdoar, a despeito de um sonoro desabafo, bengala de toda a sua alma, letra de toda a sua filosofia, resguardo de toda a sua defesa.
- Boca de ela ser boca de mim, olho de ela ser olho de eu ver, dor de ela corpo de mim qui dói, vida de ela valer morte de mim, mim ca pude pensar que Zabel durme cum gajo na cama de mim, dibaxo di memo tecto… inda si foi sinhô dôtô ou nosso capeton…!

NOTA: O capitão, personagem desta história, foi o capitão Brito e Faro, grande amigo, residente no Porto, há pouco tempo falecido.
____________

Nota do editor

Último poste da série de 6 de agosto de 2016 > Guiné 63/74 - P16363: Memórias de um médico em campanha (Adão Cruz, ex-Alf Mil Médico da CCAÇ 1547) (3): Os prisioneiros

26 comentários:

antonio graça de abreu disse...

Grande descrição, utilização maravilha da nossa língua, a viagem ao de dentro de nós,
com uma Isabel que todos conhecemos,ora na carícia do dia, ora inacessível e distante.
Assim gosto muito deste blogue.

Abraço,

António Graça de Abreu

Anónimo disse...

Adão Pinho da Cruz,

Um obrigadão pela partilha desta, em particular e de outras magnificas histórias que nos tem brindado. Parabens.
Um abraço

Adão cruz disse...

Peço muita desculpa, mas enviei na altura um mail ao amigo Carlos Vinhal, que ele não deve ter visto, a pedir a correcção da nota final. Não foi o capitão Pita Alves, também meu grande amigo, felizmente vivo, mas o capitão Brito e Faro, que julgo já falecido. As minhas sinceras desculpas pelo lapso.
Abraço do Adão

alma disse...

Bela história escrita com sensibilidade e talento. Abraço! J.Cabral

Carlos Vinhal disse...

Caro camarada Adão Cruz, peço que aceite as minhas desculpas. Claro que recebi a sua mensagem a corrigir o nome do senhor Capitão, que tive até o cuidado de sinalizar, mas...
Já está corrigido.
Abraço
Carlos Vinhal
Co-editor

Adelaide Barata disse...

Como já foi dito, uma escrita repleta de sensibilidade e talento.
Como num filme vejo imagens em "câmara lenta", cores que se diluem em olhares que se cruzam num corpo de mulher.
Obrigada por mais esta partilha.

Juvenal Amado disse...

Dr

Tem a gaveta cheia dessa escrita que nos prende com a sua elegancia?
Mande cá para fora essas maravilhas para nosso deleite.

Um abraço

Hélder Valério disse...

Caríssimo camarada, Sr.Dr./escritor

"Não me lembro do sabor da galinha"..... e acho que deveria ser inesquecível, dada a descrição da preparação e confecção....
"Alguma coisa" se deve ter sobreposto na memória... seria a "Zabel"?!!!

Uma história deliciosa que permite mostrar que para além dos actos de guerra balística houve tempos para 'outras guerras' e que isso, em larga medida, explica como o "efeito Guiné" se tornou qualquer coisa que se nos agarrou à pele e que ainda hoje, para muitos de nós, faz manter a 'chama viva'.

Obrigado pelo conto

Hélder Sousa

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Camaradas, esta é a vocação primordial do nosso blogue... Contar histórias na primeira pessoa do singular ou do plural... Infelizmente o talento para a escrita, a narrativa, a poesia, a fotografia, etc., não é igual para todos...Mas todos devem merecer a nossa atenção e apreço. O blogue, felizmente, não é um concurso literário... Mas apanhar escritores de primeira água como o Adão Cruz é um privilégio... Abraço grande para o "sô doutô"... LG

PS - Nâo sei se a história tem "moral"...Tem seguramente um "mural ao fundo"... E, como mete animais, da espécie "homo sapiens sapiens", leio-a como uma fábula... Com bolinha...

Anónimo disse...

Meus Camaradas,

Isto não é só saber escrever e dominar a língua portuguesa.

De facto, o Dr. Adão tem a sensibilidade e a poesia na ponta da caneta.

Muito obrigado por estas preciosidades com que nos vem brindando.

Joaquim Sabido
Évora

Unknown disse...

...mas as fábulas, desde antes de Esopo, tem moral embutida.
O enorme talento do autor, desenvolve um certo erotismo Luso-tropical (de caserna),e encerra com a brutal realidade de todas as guerras, "...inda si foi sinhô dótô ou nosso capeton."
Forte abraço.
VP

Torcato Mendonca disse...


...e se fosse a transformação da fábula, não do "Lobo e do Carneiro" mas a do alferes ou capitão e a bajuda?...uma Cadi ou Belinha ...mas com o modo de escrever e fazer cantar as palavras de Adão Cruz. Ficaria bom, óptimo mesmo.

Isto das fábulas, que escrevi agora, deve-se ao comentário do Luís Graça e do Vasco Pires.
Gostei dos escritos do Adão Cruz excepto o dos prisioneiros. Nunca vi nada assim e, como ex-operacinal, dispenso. Sei que muita gente foi maltratada. Neste Blogue, quanto a mim, é preferivel ler outros textos, mesmo "menos bons" se comparados com os do Doutor.

O Beja Santos escreve hoje sobre "A Memória de Elefante - Ant. Lobo Antunes" - temos outro médico (com outra especialidade)que trata tão bem asua passagem por Angola, a guerra e as Terras do fim do Mundo... Já aqui foi criticado e lastimo...Vidas...ou outros tempos e terapias...

Ab,T.

Anónimo disse...



Mais uma vez gostei muito deste texto do Dr. Adão Cruz, escrito com arte e elegância, como os anteriores. Só confesso se estas palavras que o Vasco Pires transcreveu "...inda si foi sinhô dótô ou nosso capeton." não retratarão a inveja de muitos por não serem médicos ou capitães para puderem ter a benevolência do Joãozinho para puderem comer a galinha da Isabel.
Um abraço a todos. Francisco Baptista

António J. P. Costa disse...

Olá Camaradas

O texto do Adão Cruz estará bem escrito, do ponto de vista literário e narrativo e daí os aplausos merecidos que lhe caíram em cima.
Creio que as descrições romanceadas têm o seu lugar no blog, a par de textos em que se descreve o que sucedeu, mesmo que segundo a óptica do narrador. Porém prefiro as segundas. Das primeiras tenho receio que se tomem como verdadeiras e por bem ou por mal, passem a ser consideradas como verdade "incontroversa" do sucedido. Confesso que se assim for não me sentirei bem. Sei e sabemos que é assim que se deturpa a História e disso temos experiência, em alguns casos dolorosa.
Deixem-me ser politicamente incorrecto.
Creio que as linhas que se seguem e que extraí do texto do Adão Cruz se não forem simples narrativa e produto da imaginação do escritor são a apologia de uma forma de colonialismo que, já naquele tempo, era inaceitável.

Foi constituído o tribunal. Perante o Chefe de Posto, Capitão e eu, compareceram queixosa e réu. O Joãozinho estava disposto a perdoar, a despeito de um sonoro desabafo, bengala de toda a sua alma, letra de toda a sua filosofia, resguardo de toda a sua defesa.
- Boca de ela ser boca de mim, olho de ela ser olho de eu ver, dor de ela corpo de mim qui dói, vida de ela valer morte de mim, mim ca pude pensar que Zabel durme cum gajo na cama de mim, dibaxo di memo tecto… inda si foi sinhô dôtô ou nosso capeton…!

É a história de um impedido de messe que era casado com uma "fogosa gazela". Porém, a gazela não era caçada pelo cabo do rancho nem pelo sol. Ap. Mort do 4º Pel da CCac. A rapariga sabia bem o que fazer e a quem fazer (galinha à cafreal, uma morna e strip e...
Esta será das tais que teve "filhos do vento". Digo eu.
Quando a violência doméstica se instalou levou o caso a tribunal! Quem eram aqueles manuéis que integravam o dito tribunal(de praxe?). Outras perguntas poderiam pôr-se...
A defesa do "arguido" revela bem o seu baixo nível intelectual e social.

Fico-me por aqui.

Um Ab.
António J. P. Costa

Adão cruz disse...

Amigo coronel António Costa

Se for possível acreditar em mim, digo-lhe, e dou-lhe a minha palavra que a estória é rigorosamente verdadeira.
Se for possível acreditar em mim, digo-lhe que nem eu nem o capitão fomos apanhados na cama da Isabel.
Se acreditar em mim, lembro-lhe que qualquer forma literária procura, melhor ou pior, caracterizar pormenorizadamente uma estória e nunca escamotear a realidade.
Se acreditar em mim, e na beleza humana do final da estória, que acontece onde acontece, nunca poderá atribuir ao Joãozinho qualquer baixo nível intelectual e social. O belo ser humano que é o Joãozinho, nada mais é, em sentido neurobiológico, do que o fruto natural de toda a sua arquitectura neuronal.

Um abraço do amigo adão

Adão cruz disse...

E deixe-me dizer-lhe ainda, coronel António Costa, a forma de colonialismo a que se refere, não cabia de forma alguma na cabeça dos manueis, apesar de tudo, pessoas bem formadas e de alma anticolonialista, que constituíram o "tribunal". Este "tribunal" foi criado pelo Chefe de Posto, dentro dos costumes locais, e constituído por três pessoas que ele considerava idóneas, mesmo tendo aceitado o convite para o "espectáculo" da Isabel, e talvez por isso. Este "tribunal" teve, a meu ver, um objectivo meramente reparatório e pedagógico, não sendo difícil a qualquer espírito multicultural aceitar e compreender o desabafo do Joãozinho. Nunca devemos esquecer as circunstâncias em que tais fenómenos sociais acontecem.

Mais um abraço do adão

alma disse...

Isto, é interessante! Não entendo, o horror, que o Camarada Adão,tem contra a ficção Os melhores Livros de Guerra, são obras de Ficção. Por exemplo, " Os Nus e os Mortos " de Norman Mailer. Claro que a ficção pode ser inspirada por factos vividos...Mesmo os relatos possuiem factos decorrentes da imaginação...Boa Ficção, costumo eu dizer, é aquela que conta o que não aconteceu, mas podia ter acontecido..Quanto à história, que está bem escrita,não possuo elementos que me permitam ajuizar da sua veracidade ( nem isso me interessa). Vivi mais de um ano em Missirá, que era uma Tabanca- Quartel, com o meu Pelotão de Africanos e Mulheres, mais um Pelotão de Milícias e Mulheres, e uma População de mais de cem almas.Claro que os adultérios eram frequentes..Nunca tive um Joãozinho, Poeta, não sei se em Português, se em Crioulo..Azar o meu...Abraço! Jorge Cabral

Adão cruz disse...


Não tenho qualquer horror à ficção, antes pelo contrário. Também tenho livros e contos e estórias de ficção. O interessante deste muito pequeno conjunto de contos da Guiné, cuja peculiaridade me levou a escrevê-los, e de cuja veracidade algumas pessoas duvidam, publicados em livro em 1993, é serem rigorosamente verdadeiros, a despeito desta ou daquela forma literária como são escritos. Tenho outros, esses sim, ficcionados. Se pusermos duas pessoas a escrever a mesma história, verdadeira, pedindo-lhes rigor, ambas a escreverão, literariamente, de forma muito diferente, sem que faltem à verdade.

Abraço do adão cruz

Unknown disse...

...como ficção, até que parecia bem.
Forte abraço.
VP

alma disse...

Os meus 40 anos de Tribunal, ensinaram-me, que cada um tem a sua Verdade...Abraço! Jorge Cabral

Torcato Mendonca disse...

E, meu caro Jorge, "de quantas mentiras é feita a verdade"...

(Agualusa, Escritor angolano)

Tens saudades de Fá?

---nada do que foi escrito acima tem a ver com o escrito deste "Poste"....é uma simples conversa entre dois Velhos...------ meu caro, continuo á procura da minha Alma...sinto o acelerar da descida, qual curva dos senos....esta sem subida...Abração,

Ab, T.

alma disse...

Olá Torcato! Escreveu William Faulkner,que " O passado não acabou, nem sequer é passado"...Pois não, ainda lá estamos. Velhos, claro, mas igualmente vivos.Abraço Grande. J.Cabral

Anónimo disse...

Não compreendo, sinceramente, onde poderá estar o interesse em saber se a estória se estriba em factos reais ou é totalmente ficcionada.

Está muitíssimo bem escrita, aliás como as outras estórias do nosso Camarada Adão. Lindas e de uma sensibilidade que encantam. Têm poesia. Como bem diz o Camarada Luís Graça.

Por mim, tenho é dor de cotovelo por não saber escrever assim.

Por outro lado, verificamos que, por vezes, aparece aqui com cada texto ..., que foi certamente respigado - para não dizer plagiado - de uma qualquer Wikipédia, que, seguramente, por falta de intelecto e defeito meu, não chego a perceber nada do que se escreve nem do que se pretende dizer. Estão muito para lá das minhas capacidades sensoriais. Suponho que nem os seus Autores entendem o que quereriam dizer. Nada concluem. Mas, estranhamente, ninguém diz nada. Enfim... também não temos que ser sempre politicamente correctos, como diz o Camarada Pereira da Costa.

Quando um recém chegado Camarada, que se expressa de forma brilhante, pimba, lá vai disto. Tem que se explicar por todas as formas a estes Manuéis - digo, Juízes.

Como pode O Camarada Pereira da Costa vir falar de colonialismo nos anos 68/69, época a que as estórias alegadamente reportam, quando se tratava dos usos e costumes vigentes entre povos a 4000 Kms. de Portugal Continental.

Isto quando, por aqui, no meu Alentejo, no início dos anos 70, ainda era prática comum a contratação da mão-de-obra pelos grandes agrários na "praça da jorna". Sem que ao Trabalhador fossem atribuídos quaisquer direitos ou benefícios sociais ou previdenciais. Nada, zero. Se algum tivesse o azar de sofrer um acidente de trabalho ... que se amanhasse !

Bem vindo Camarada Adão e mande mais estórias para enriquecer o blog desta Tabanca e a todos, ou pelo menos alguns de nós.

Como diria o diácono Remédios: oh valha-me Deus, não havia nexexidade de receber assim o nosso Camarada Adão.

Sempre com o devido respeito pelas opiniões de cada um.
Grande e fraterno Abraço para todos.

Joaquim Sabido
Évora

Anónimo disse...

Esta estória, que sabemos agora pelo autor ser uma história, é uma bela história, muito bela mesmo e melhor contada. Rapariguinha com calor e dois rapazões honestos sem segundas intenções! Nada de novo a não ser a forma deslumbrante como foi contada.

Diácono remédios como bem disse o Sabido ... oh meus amigos ... deixem-se disso.

Já aqui alguém escreveu acerca de um soldado negro que deu mais importância a uma vaca "desviada" do que à infidelidade da mulher com o branco. Ele há gostos para tudo. Certo?

E quanto à competência como a história foi contada ... tudo de bom já foi dito.

Parabéns Dr.

João
Lisboa

alma disse...

Agradeço os conselhos e talvez seja melhor submeter-me ao Tribunal Tabancal... Enfim é a vida. Jorge Cabral

António J. P. Costa disse...

Por mim, mesmo tendo dito bem do texto enquanto tal, terei de ir também ao tribunal tabancal por ter posto em causa e contestado a actuação do dito... tribunal. Irei de corda ao pescoço para facilitar o trabalho do carrasco.
Isto de ser politicamente incorrecto é uma xatisse!
Um Ab.
António J. P. Costa