Foto nº 1 A
Foto nº 1
Foto nº 2
Fotos: © Fernando Andrade Sousa (2016). Todos os direitos reservados.
1. Continuação da publicação do álbum de Fernando Andadrade Sousa que foi 1º cabo aux enf, CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, entre maio de 1969 e março de 1971), e mora na Trofa. Era seu superior hieráquico o fur mil enf João Carreiro Martins, membro, também ele, da nossa Tabanca Grande.
Na foto nº 1 vê-se o Fernando, ao meio, com dois antigos camaradas guineenses da CCAÇ 12. O mais alto era então o Umaru Baldé, o "nosso puto" Umaru que se terá alistado (e foi aceite) no exército portuiguês com... 16 anos. (Teria, portanto, nascido por volta de 1953), Na altura era ainda um adolescente, com menos um metro e setentes... Aqui em Resende, em 1999 /(num dos convívios do pessoal de Bambadinca, de 1968/71), e já 46 anos....parece ter mais de um metro e noventa...
O outro camarada não é possível identificá-lo.
Na foto nº 2, vê-se o Fernando (em véspera de ir passar umas férias à Tunísia...) mais o Umaru Baldé, já doente, no Hospital do Barro, nas imediações de Torres Vedras, em agosto de 2007. se não erro. Foi a última vez que o Fernando esteve com ele.
O Umaru, que vivia na Amadora, em situação de pobreza, morreu no "terminal da morte" dos doentes de HIV/Sida e tuberculose que era então o hospital do Barro... Alguns camaradas da CCAÇ 12 ajudaram-no em vida. (O antigo sanatório do Barro, depois Hospital, integrado no Centro Hospitalar Oeste, foi recentemente encerrado).
O Umaru, que vivia na Amadora, em situação de pobreza, morreu no "terminal da morte" dos doentes de HIV/Sida e tuberculose que era então o hospital do Barro... Alguns camaradas da CCAÇ 12 ajudaram-no em vida. (O antigo sanatório do Barro, depois Hospital, integrado no Centro Hospitalar Oeste, foi recentemente encerrado).
Foto (e legenda): © Luís Graça (2005). Todos os direitos reservados.
Para mim, que o cheguei a comandar, várias vezes, em operações, era uma criança na guerra... Não teria mais do que 16 anos quando fez a recruta e a especialidade (em Contuboel, 1º semestre de 1969)... Um belo efebo, com o seu inseparável cachimbo... Dizia-se, erradamente, que era filho do régulo de Badora, Mamadu Bonco Sanhá, tenente de 2ª linha... Era um bravo combatente e um temível apontador de Mort 60. Fula, pertencia ao 4º Gr Comb, 2ª Secção (comandada pelo nosso querido camarigo António Fernando R. Marques).
Foto: © Benjamim Durães (2010) /Blogue Luís Graça & Camaradas daa Guiné. Todos os direitos reservados
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Nota do editor:
Úlimo poste da série > 6 de julho de 2016 > Guiné 63/74 - P16278: Álbum fotográfico de Fernando Andrade Sousa (ex-1º cabo aux enf, CCAÇ 12, 1969/71) - Parte II: Ainda o batizado da criança, de mãe libanesa, cujo almoço de festa foi em Bambadinca, para o qual foram convidados diversos militares da CCS/BCAÇ 2852 e da CCAÇ 12: o alf mil manut Ismael Augusto, o alf mil med Joaquim Vidal Saraiva, o alf mil at inf António Carlão, o fur mil SAM Silvino Carvalhal, e outros
2 comentários:
Ainda hoje me interrogo como foi possível as nossas autoridadesa (administrativas e militares) deixarem alistar nas nossas fileiras "crianças" como o Umaru Baldé... Ninguém, ao que eu saiba, se indignou com o facto em 1969, em Contuboel no Centro de Instrução Militar de Contuboel, onde fizeram a recruta e tiraram a especialidade pelo menos 200 mancebos guineenses que foram formar mais tarde a CCAÇ 11 e a CCAÇ 12...
Os guineenses não tinham "certidão de nascimento", é a desculpa que te davam... Dezasseis anos, o Umaru ? Era o que toda a gente achava que ele tinha... Mas havia mais "putos", menores, que não tinham idade para ir para a tropa, muito menos para a guerra... E, no entanto, passaram todos os "testes"... ~
Como foi possível um médico metropolitano (se calhar nem houve inspeção médica!), para não falar no resto dos "burocratas" da junta médica que deram o Umaru e outros putos como "aptos para todo o serviço militar"!... Que importava, se eram todos "carne para canhão" ?
Eu sei que hoje temos "outra sensibilidade" para os problemas das crianças e a adolescentes, o trabalho infantil, o abuso de menores, a pedofilia... Na época, na metrópole,as crianças começavam a trabalhar cedo, nos campos, nas fábricas do calçado, vestuário e têxtil... mas, bolas, as Forças Armadas Portuguesas tinham valores, pudor, e cumpriam a lei... Tanto quanto julgo saber os voluntários da Força Aérea tinham que ter, no mínimo, 18 anos...
O Umaru Baldé e outros putos da CCAÇ 12 tinham 16 anos!... O Capitão Inf QP, formado na Academia Militar, católico, Carlos Machado Brito, comandante da CCAÇ 2590/CCAÇ 12,e os 3 sargentos QP, o com-chefe gen Spínola, bola, e todos nós, oficiais e sargentos milicianos da CCAÇ 12, aceitámos esse facto como algo de "muito natural"... "Na Guiné faz como os guineenses", que isto não é a tua terra, nem são os teus usos e costumes...
Que profundo cinismo, que degradação dos nossos valores, humanos, portugueses, cristãos... Não me consola saber que, do lado do PAIGC e do grande lider revolucionário africano Amílcar Cabral, também não havia quaisquer pruridos em põr nas mãos de um criabnça uma Kaslash!...
Quando comecei a viajar pelo norte de Portugal, a partir do "verão quente" de 1975, ainda era vulgar ouvir, da boca dos adultos, a justificação (ideológica) do trabalho infantl: "O trabalho do menino é pouco, mas quem não o aproveita é louco".... Spínola e Amílcar Cabral deviam conhecer bem o provérbio popular...
Só mais tarde, ao fazer um estudo de sociologia rural, é que percebi (melhor) que, no norte dos camponeses e rendeiros pobres, pai era "pai e patrão"... e que a família camponesa era, antes de mais, uma unidade económica, uma empresa...
Bom fim de semana, camaradas, de norte a sul do país, e se possível sem os fogos florestais que nos tiram o sono e estão a dar cabo do que resta da nossa terra...(Ouvi há dias um senhor professor catedrático de geografia lá do norte dizer, ex-cathedra, na televisão, que o nosso problema era ter terra a mais...Sugiro que a vendam aos chineses, que têm terra a menos...). LG
Caro amigo Luís Graça,
Quando frequentei o EEUUAA (Estágio das Unidades Africanas). Novembro de 1070, as tropas regulares tinham a sua recruta e especialidade de atiradores em Bolama. Durante o tempo que lá estive integrei um dos pelotões. Em tudo muito igual ao que fazíamos na Metrópole, Madeira e Açores, salvaguardo as adaptações que a nossa experiência no Mato já nos ensinara. Confesso que já não me recordo como era feito o recrutamento.
Sei que para os Comandos Africanos só íam voluntários e que muitos das tropas regulares tinham sido milícias.
Todos os ramos das FA recebiam voluntários com dezoito anos de idade. Para isso tinham que ter a assinatura dos pais. Na CCaç 3327/BII17, havia um 1°Cabo, José António Brum, natural do Faial, com aquela idade. Também tinha cara de bébé. A família estava emigrada nos EUA razão suficiente para se alistar como voluntário.
Cumprimentos.
José Câmara
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