Capa de publicação conjunta do IBDE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e a FUNAI - Fundação Naciobnal do Índio, com dados sonbre o censo Demográfico de 2010. Disponível aqui em formato pdf
["O Censo Demográfico 2010 contabilizou a população indígena com base nas pessoas que se declararam indígenas no quesito cor ou raça e para os residentes em Terras Indígenas que não se declararam, mas se consideraram indígenas. O Censo 2010 revelou que, das 896 mil pessoas que se declaravam ou se consideravam indígenas, 572 mil ou 63,8 %, viviam na área rural e 517 mil, ou 57,5 %, moravam em Terras Indígenas oficialmente reconhecidas"].
Mensagem: António Rosinha | Data: 9 de agosto de 2016 às 23:40
Assunto: Todas as colonizações são más, até aquelas que os portugueses começaram... e outros, "brancos, amarelos e negros" estão continuando,.,
Talvez as colonizações entre os povos, sejam inevitáveis, ontem hoje e amanhã, talvez seja um "mal necessário", mas que são um mal isso são.
Os homens apenas deviam colonizar (dominar, explorar) terras desabitadas, isto é, nunca dominar nem explorar ninguém,
Por exemplo, o caso daquilo que geograficamente é Portugal Continental, que foi colonizado por Romanos, Mussulmanos e hoje nem se sabe que idiomas se falavam por aqui, não há direito que alguns homens estranhos nos obriguem a ser igual a eles, na fé, na fala, no vestir, no casar e no habitar, quando estamos na nossa terra e não na terra deles e em que a própria cultura e história passada desaparece, isso tudo vai acontecer em imensos territórios colonizados onde também vai
desaparecer a história e a língua actual, apesar dos conhecimentos técnicos modernos.
Colonizar é sempre um conflito entre quem o pratica e quem o suporta.
O caso da Guiné, é um exemplo (suave) daquilo em que África colonizada se vem «metamorfoseando», com muitas inadaptações.
Embora a Guiné seja vítima do trauma da colonização e consequentemente do trauma da descolonização e se lhe atribua internacionalmente uma imagem de ingovernabilidade (Estado falhado) talvez haja países ainda mais complicados em África e mesmo na América latina.
No caso da Guiné, houve a colonização portuguesa, seguida de uma autêntica «reciclagem colonial» protagonizada por inúmeros países, com especial protagonismo da Suécia e União Soviética, até estes desistirem e sobressaírem outros países e organismos vários não governamentais com o mesmo entusiasmo a "ajudar" na reciclagem colonial, mas com outros nomes.
Pelo menos tal como fizemos nós, os Portugueses e Caboverdeanos, na Guiné Bissau, e a seguir vieram muitos outros (Suécia, Rússia, França, EUA, etc.=, que segundo essa gente foram ensinar os Guineenses, aquilo que os Portugueses não ensinaram em 500 anos, como diz toda a gente aos guineenses durante os últimos 40 anos, tudo foi errado e até criminoso, mas pior, quando é ensinar à pressão e à pressa obrigar a aceitar religiões políticas e usos e costumes, totalmente estranhos às pessoas atingidas, aí a violência é ainda maior..
Também no caso da colonização cristã e árabe na África subsariana, (ou mesmo nas Américas com os índios) foi tudo muito mau, e a nossa geração ainda testemunhou ou participou em alguma dessa colonização, pelo menos 13 dos 500 anos que os portugueses andaram pelo além-mar.
Foi tudo tão mau nas colonizações, que ainda hoje, que se disputam no Rio de Janeiro os jogos olímpicos (gregos)e até hoje ainda não vimos nenhum atleta Guarani, dono do "tchon" do Maracanã, candidato a medalhas. no entanto já não se pode dizer o mesmo de imensos afro-americanos e africanos, que assimiliraram e se submeteram a toda a cultura greco-romana que portugueses e outros europeus inculcaram nesse povo.
Os Guaranis preferiram morrer do que ser brasileiros, correr os 100 metros em 10 segundos, morar numa favela, ou dançar o samba no carnaval nem falar Carioca
Os homens, no mundo inteiro, deviam poder viajar, comunicar entre si, aceitar a presença do outro, mas nunca impôr a própria vida à vida dos outros, quer seja à força com guerra, ou na conversa e na
corrupção, que foram sempre os processos mais usados.
Se os Guaranis quisessem correr no Maracanã, em Jacarepaguá ou em Itaguaí, à caça ou fazer canoagem à pesca na baia da Guanabara, porquê aquela confusão dos jogos olímpicos de betão armado, com o mundo inteiro a poluir um dos lugares mais belos do mundo?
O mundo cristão querer impôr aos africanos subsarianos e índios, que nem sabiam quem era Cristo, leis e hábitos que já nem os cristãos respeitam hoje, foi demais.
Vejamos, proibir a poligamia, obrigar a cobrir o corpo com roupas, substituir as palhotas por casas de pedra, abandonar feitiçarias e muitas outros hábitos que os próprios cristãos hoje, até adoptam para
eles próprios, todas essas imposições foi muito violento psicologicamente, quando não fisicamente, com castigos corporais.
Apesar de hoje, certas maneiras europeias e árabes modernas queiram ser impostas "como sendo direitos humanos" em África, e muitos velhos régulos africanos não gostem nem compreendam, e vão ter que adoptar como foi com as religiões da idade média, isso também é colonialismo
imposto.
Agora o moderno são a burka e a homossexualidade e outras novidades a chegar a África ainda a viver em palhotas, mas já com telemóveis e TV a explicar, isso também é colonialismo.
Pior do que explorar as riquezas naturais das terras dos africanos ou dos índios das Américas, ou mesmo das tribos do Médio Oriente é querer convencer esses povos que a civilização deles é inferior à de outros povos e convencê-los a trocar os valores da sua cultura pela cultura do outro, seja ele colono, benemérito, doador, cooperante ou dador, é tudo colonizar.
Existe um complexo de inferioridade encaixado na memória de alguns povos de ex-colónias lusófonas, que praticamente não se dá nas ex-colónias francófonas e anglófonas.
Foi tudo tão mau nas colonizações, que ainda hoje, que se disputam no Rio de Janeiro os jogos olímpicos (gregos)e até hoje ainda não vimos nenhum atleta Guarani, dono do "tchon" do Maracanã, candidato a medalhas. no entanto já não se pode dizer o mesmo de imensos afro-americanos e africanos, que assimiliraram e se submeteram a toda a cultura greco-romana que portugueses e outros europeus inculcaram nesse povo.
Os Guaranis preferiram morrer do que ser brasileiros, correr os 100 metros em 10 segundos, morar numa favela, ou dançar o samba no carnaval nem falar Carioca
Os homens, no mundo inteiro, deviam poder viajar, comunicar entre si, aceitar a presença do outro, mas nunca impôr a própria vida à vida dos outros, quer seja à força com guerra, ou na conversa e na
corrupção, que foram sempre os processos mais usados.
Se os Guaranis quisessem correr no Maracanã, em Jacarepaguá ou em Itaguaí, à caça ou fazer canoagem à pesca na baia da Guanabara, porquê aquela confusão dos jogos olímpicos de betão armado, com o mundo inteiro a poluir um dos lugares mais belos do mundo?
O mundo cristão querer impôr aos africanos subsarianos e índios, que nem sabiam quem era Cristo, leis e hábitos que já nem os cristãos respeitam hoje, foi demais.
Vejamos, proibir a poligamia, obrigar a cobrir o corpo com roupas, substituir as palhotas por casas de pedra, abandonar feitiçarias e muitas outros hábitos que os próprios cristãos hoje, até adoptam para
eles próprios, todas essas imposições foi muito violento psicologicamente, quando não fisicamente, com castigos corporais.
Apesar de hoje, certas maneiras europeias e árabes modernas queiram ser impostas "como sendo direitos humanos" em África, e muitos velhos régulos africanos não gostem nem compreendam, e vão ter que adoptar como foi com as religiões da idade média, isso também é colonialismo
imposto.
Agora o moderno são a burka e a homossexualidade e outras novidades a chegar a África ainda a viver em palhotas, mas já com telemóveis e TV a explicar, isso também é colonialismo.
Pior do que explorar as riquezas naturais das terras dos africanos ou dos índios das Américas, ou mesmo das tribos do Médio Oriente é querer convencer esses povos que a civilização deles é inferior à de outros povos e convencê-los a trocar os valores da sua cultura pela cultura do outro, seja ele colono, benemérito, doador, cooperante ou dador, é tudo colonizar.
Existe um complexo de inferioridade encaixado na memória de alguns povos de ex-colónias lusófonas, que praticamente não se dá nas ex-colónias francófonas e anglófonas.
É-lhe dito aos Guineenses, Angolanos e todos os outros, que além de terem suportado a colonização imposta pelos portugueses, ainda têm que sofrer a tal espécie de «reciclagem colonial» imposta por outros que vêm « ajudar» a completar o desenvolvimento que a "incapacidade colonial" portuguesa não conseguiu fazer em condições nas antigas colónias.
É um fenómeno que se dá também no Brasil, em que o povão chega (hoje 2000 DC) a levar uma ensaboadela cerebral de tal ordem, em que suportando toda a espécie de exploração económica e de corrupção governativa e toda a violência de um capitalismo internacional e levados a aceitar tudo como uma fatalidade porque:
Tiveram o azar de "ser colonizados pelos atrasados portugas que roubaram todo o ouro, mataram os indíos, amancebaram-se com mulatas e negas" e deixaram o país cair nesta desgraça, que até tinha
potencialidades para ser mais importante que a América do Norte (EUA)
No Brasil, o termo de comparação preferido são sempre os EUA, faz parte da ensaboadela cerebral.
Isto também é uma reciclagem colonial.
Haverá sempre povos a quererem sobreporem-se a outros, e nem sempre haverá "alguém que diz não".
Como também fui colonialista, (funcionário da Administração colonial em Angola), gostei de ser um portuga, fraco colonialista e também participei na reciclagem colonial juntamente com alemães, franceses e suecos e italianos na Guiné Bissau, assino aquilo que escrevo e a que assisti, até no Maracanã vi o Pélé, e nem um Guarani vi naquele estádio cheio.
Cumprimentos e só publiquem se não escandalizar ninguém
_______________
Nota do editor:
Último poste da série > 25 de julho de 2016 > Guiné 63/74 - P16331: Caderno de Notas de um Mais Velho (Antº Rosinha) (46): Quando Bismarck, Leopoldo II e as outras potências, Inglaterra e França (Cecil Rodhes e outros) dividiram África em Berlim, estavam-se nas tintas para os africanos... Ensaiaram depois o neocolonialismo a que chamaram independência
É um fenómeno que se dá também no Brasil, em que o povão chega (hoje 2000 DC) a levar uma ensaboadela cerebral de tal ordem, em que suportando toda a espécie de exploração económica e de corrupção governativa e toda a violência de um capitalismo internacional e levados a aceitar tudo como uma fatalidade porque:
Tiveram o azar de "ser colonizados pelos atrasados portugas que roubaram todo o ouro, mataram os indíos, amancebaram-se com mulatas e negas" e deixaram o país cair nesta desgraça, que até tinha
potencialidades para ser mais importante que a América do Norte (EUA)
No Brasil, o termo de comparação preferido são sempre os EUA, faz parte da ensaboadela cerebral.
Isto também é uma reciclagem colonial.
Haverá sempre povos a quererem sobreporem-se a outros, e nem sempre haverá "alguém que diz não".
Como também fui colonialista, (funcionário da Administração colonial em Angola), gostei de ser um portuga, fraco colonialista e também participei na reciclagem colonial juntamente com alemães, franceses e suecos e italianos na Guiné Bissau, assino aquilo que escrevo e a que assisti, até no Maracanã vi o Pélé, e nem um Guarani vi naquele estádio cheio.
Cumprimentos e só publiquem se não escandalizar ninguém
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Nota do editor:
Último poste da série > 25 de julho de 2016 > Guiné 63/74 - P16331: Caderno de Notas de um Mais Velho (Antº Rosinha) (46): Quando Bismarck, Leopoldo II e as outras potências, Inglaterra e França (Cecil Rodhes e outros) dividiram África em Berlim, estavam-se nas tintas para os africanos... Ensaiaram depois o neocolonialismo a que chamaram independência
1 comentário:
Caro "Mais velho" Rosinha,
Aquilo que tu chamas de 'reciclagem colonial', na minha opiniao, aconteceu e ainda vai perdurar por muito tempo, devido ao vazio ou se quiser, ao abandono a que as ex-colonias de Portugal foram votadas.
O Amilcar Cabral tinha a nocao clara dos efeitos nefastos que poderiam surgir com uma ruptura completa com Portugal e por isso fez tudo para levar o regime Portugues a mesa das negociacoes. Os resultados sao conhecidos e hoje sabe-se porque he que as conversacoes nao tiveram lugar, pois o regime portugues preferia perder a Guerra a negociar qualquer autonomia com os nacionalistas.
Com um abraco amigo,
Cherno Balde
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