Caro Carlos,
Não sei se alguma vez foi publicada no Blogue este relatório do Brigadeiro Louro de Sousa, Cmdt Militar da Guiné nos anos 1963 e 1964.
Como é do conhecimento dos Camaradas que têm seguido de perto o nosso Blogue e se interessam pelos assuntos da Guerra na Guiné, a figura do Brigadeiro Louro de Sousa tem sido alvo de críticas e, alguns historiadores consideram-no responsável pela rápida implantação do PAIGC, em especial na região Sul.
Este relatório foi elaborado pelo Brigadeiro e entregue à CECA (Comissão para o estudo das campanhas de África) é o resumo do que foi feito durante o seu Comando.
Vê se tem interesse em publicar.
Desejo-vos um Natal com Saúde.
Até um dia destes, Carlos.
Abraço.
V. Briote
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Nota do editor
Último poste da série de 29 DE JUNHO DE 2021 > Guiné 61/74 - P22326: Documentos (32): Ordem de Serviço n.º 40 do Comandante-Chefe Interino das Forças Armadas da Guiné com o discurso de despedida do General Spínola, dirigido aos Militares de Terra, Ar e Mar e Mílicias em serviço na Guiné (Virgínio Briote, ex-Alf Mil Comando)
8 comentários:
Para os que passaram por lá naquela fase relatório com muito por dizer, esclarecer e clarificar, para quem não passou por lá naquela fase relatório muito empapado.
Correcção: este relatório foi elaborado pelo Gen. Louro de Sousa em Junho de 1985 e não em Junho de 1965 como erradamente transcrevi.
VBriote
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Obrigado, Virgínio, prometo ler com tempo e vagar... É importante a tua rectificação: o documento foi elaborado 20 anos depois dos acontecimentos... Nenhum de nós é mais o mesmo, vinte anos depois...Vejo por mim, tenho um olhar muito mais distanciado em relação que vi e vivi...Mas é mais um documento para a nossa História, a pequena e a grande... Boas festas. Luis
'8- A juventude portuguesa foi, a partir de 1961, afastada das suas pacíficas ocupações ou de calmos lugares para largar mar fora e passar à vida activa militar no Ultramar.'
Sim senhor, assim transformaram a juventude para acções violentas de mate e morre e as suas terras em lugares agoniados e abandonados ao longo dos anos seguintes.
Foram treze anos em que a juventude foi utilizada para uma guerra, em vez de aproveitada para o desenvolvimento das suas terras e do País.
Abraço e saúde
Valdemar Queiroz
No n°3, parágrafo 5, há uma referência ao abastecimento do PAIGC por terra e ar, que me chamou a atenção. E pergunto:
O PAIGC tinha "força aérea" ao tempo? Se não, quem fazia esse abastecimento? A força aérea da Guiné Conakry numa directa violação do espaço aéreo de Portugal??? O nosso exército não tinha capacidade aérea para combater esses abastecimentos?
Abraço transatlântico.
José Câmara
Relatório de caserna 1964. Uma questão posta por o camarada José da Câmara o abastecimento do P.A.I.G.C por terra e ar: Primeiro ter em atençâo que os nossos meios militares não voavam durante a noite com a excepção do P2V-5 que até foi utilizado para bombardeamentos na mata do Cassaca na Ilha do Como operação tridende 1964 como actuava não era divulgado segredo porque segundo se dizia não estava autorizado aparticipar, por isso estava sediado "oficialmente" na ilha do Sal em Cabo Verde
Quanto aos meios aéreos do P.A.I.G.C em 1964 eu cheguei a ver quando estava no (quartel do Cachil Ilha do Como 1964)várias vezes o soar do barulho parecido a um hélicóptero e ao longe uma luz branca por vezes pisca pisca até desaparecer ou me cansar de estar a olhar para algo que não me dizia mais nada, isto era comunicado confidencial via rádio ao comando de sector quanto ao tratamento dado pelos donos da guerra o que é que um pobre soldado pode mais adiantar. Um grande abraço transatlântico.
Obrigado José Colaço pela pronta atenção. Infelizmente o relatûrio é frio demais, quase todos o são, com uma "macro" apresentação. Os pormenores ficam para um dia. Vamos aguardar.
A parte final do teu comentário, em tudo muito semelhante a outras situações vividas por muitos, nunca fizeram parte dos tais relatórios. E deviam!
Dito isso, não me posso queixar. O comandante da minha companhia ouvia atentamente o que entendíamos ter interesse para a nossa segurança.
Agradeço e retribuo abraço transatlântico.
José Câmara
Virginio, tens a certeza que nao foi em 1965? Nesse ano havia muitos terrorista. Em 1985 ja nao havia nenhum.
Um abraco amigo
Jose "Zeca" Macedo
Ten DFE 21
Guine 73-74
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