terça-feira, 18 de outubro de 2022

Guiné 61/74 - P23716: Notas de leitura (1507): Algumas (breves) notas sobre missionação (IV) - Fundo Documental do Prof. Santos Júnior, localizado no Centro de Memória de Torre de Moncorvo (Paulo Cordeiro Salgado, ex-Alf Mil Op Especiais)

1. Mensagem do nosso camarada Paulo Cordeiro Salgado (ex-Alf Mil Op Especiais da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72), com data de 14 de Outubro de 2022:

Meus caros camaradas,
Temos de nos entreter com algo que fale de aspectos que, de alguma forma, nos dizem qualquer coisa.
Junto mais um texto, pedindo desculpa se estou a enfadar.

Um abraço, camaradas.
Paulo Salgado



Algumas (breves) notas sobre missionação - IV

Paulo Salgado

O meu contributo de hoje sobre este assunto continua influenciado pelas palavras amigas do Mário Beja Santos. Fez-me ele reflectir, repito, sobre o tema missionação – sobretudo os trabalhos que frades e padres, de várias ordens, sofreram até aos limites da sua resistência física, psicológica e moral. Mas, antes, permiti-me, caros leitores deste blogue, um parêntesis: acaba de ser apresentado o livro "A Rua do Eclipse" do Mário Beja Santos, do qual me deu notícia o meu Amigo e conterrâneo Tenente-general Alípio Tomé Pinto, que me relatou este evento e com o qual ficou entusiasmado, quer com os conteúdos do texto e forma de abordagem do autor, quer pelo contributo de um dos apresentadores – Amadu Dafé – um jovem guineense. Este autor, Amadu Dafé, tem uma obra – que ainda não li – mas vou adquirir: "Ussu de Bissau", cujo tema é de uma grande actualidade e que marca um momento histórico grave no âmbito daquela região africana. Encontros fica para depois, noutra crónica.

Bom, volto ao que me propus. Os missionários portugueses e espanhóis, católicos (não me refiro aqui aos missionários de outras nações cristãs) andaram ao longo dos séculos, e andam actualmente, por todas as partes do Mundo. Percorreram todo o Império Português (se Império houve!), por mares, ilhas e continentes em condições de sofrimento: penúria, febres, no meio de guerras, enfrentado a ganância e a cobiça. Morreram em condições dramáticas, pregando, ensinado a língua, transportando consigo a fé em que acreditavam. A grande maioria deles acreditando que à sua fé deveriam juntar os interesses de el-rei, da Coroa, da Pátria (conceito mais tardio). Alguns, uma minoria, seduzidos pela luxúria e pela riqueza, entraram em deboches iníquos, tendo sido devidamente criticados e castigados pelos superiores.

Há dezenas de relatos dignos da grandeza do Homem: de coragem, de abnegação. A leitura de diversas obras – falo especialmente de algumas que constituem o Fundo Documental do Prof. Santos Júnior (insigne médico, antropólogo e ornitólogo, natural de Barcelos e casado em Torre de Moncorvo – com várias andanças por África), localizado na Biblioteca desta Vila – deram-me uma visão alargada, necessariamente incompleta, do que foi a actividade destes missionários bandeirantes.
Igualmente, algumas pesquisas que estou fazendo, bem como dicas do ilustre e ilustrado camarada do Blogue, Mário Beja Santos.

Há um missionário oriundo da cidade de Bragança, de seu nome Carlos Joaquim Gonçalves dos Santos (foto à direita), e outros, designadamente de um tal Padre Manuel Sá , de Peredo dos Castelhanos, portanto ambos do meu distrito que tanto penaram.

(Continua)

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Nota do editor

Poste anterior de 29 DE SETEMBRO DE 2022 > Guiné 61/74 - P23653: Notas de leitura (1500): Algumas (breves) notas sobre missionação (III) - Reflexão do Prof. Justino Mendes de Almeida, profundo estudioso da “missionação”, reitor que foi da Universidade Autónoma de Lisboa (Paulo Cordeiro Salgado, ex-Alf Mil Op Especiais)

Último poste da série de 17 DE OUTUBRO DE 2022 > Guiné 61/74 - P23715: Notas de leitura (1506): "Missão Guiné 63-65 Companhia de Artilharia 494", por Augusto Carias, Adelino Domingues, Aníbal Justiniano; edição de autor, Amares, Julho de 2012 (Mário Beja Santos)

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