por Luís Graça
(grato ao seu ortopedista, amigo e camarada)
Veio da terra da Laurissilva,
É camarada, amigo, solidário,
O afável doutor Francisco Silva
Tem hoje o seu dia de aniversário.
Ortopedista é sempre um guerreiro,
A idade, para ele, é uma treta,
Parabéns ao nosso grã-tabanqueiro.
Reformado está, mas não arrumado,
Tem mãos de artista e ainda opera,
Não gosta de ver ninguém aleijado.
Pela sua Maria e queridos filhos,
Tinha a Guiné em lista de espera,
Pois voltou, percorrendo os velhos trilhos!
Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real (Termas de Monte Real) > XI Encontro Nacional da Tabanca Grande > 16 de abril de 2016 > Da esquerda para a direita, Jorge Rosales, JERO ("o último monge de Alcobaça") e Francisco Silva. (Três saudosos amigos e camaradas, de cujo convívio a morte já nos privou; também três presenças frequentes em Monte Real, nos nossos encontros anuais.)
Foto: © Miguel Pessoa (2016). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real (Termas de Monte Real) > XI Encontro Nacional da Tabanca Grande > 16 de abril de 2016 > "Ó camarada doutor Francisco Silva, aqui só para nós... Então, o meu amigo é de Porto Salvo, Oeiras, e ainda não se dignou dar-nos a honra da sua presença à mesa da Magnífica Tabanca da Linha?!" (pergunta o régulo Jorge Rosales, para o Francisco Silva que, na Guiné, tinha fama de durão, e que acaba de se reformar, tendo um brilhante currículo como ortopedista no Serviço Nacional de Saúde, e nomeadamente no Hospital Amadora-Sintra, onde operou por duas vezes, o nosso editor-mor, a um joanete e à anca...
Foto (e legenda): © Luís Graça (2016). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Lisboa > Belém > Monumento aos Combatentes do Ultramar > XXV Encontro Nacional dos Antigos Combatentes > 10 de junho de 2019 > Sob o olhar atento do Carlos Silva, régulo da Tabanca dos Melros, o Francisco Justino Silva, hoje ortopedista (foto à esquerda), membro da nossa Tabanca Grande desde 26 de abril de 2010 (***), relembra os tempos em que foi substituir, em Jumbembem, em circunstâncias trágicas, o comandante do Pel Caç Nat 51: o seu interlocutor, um antigo milícia do seu tempo (à direita, na imagem), estava lá, nesse fatídico dia 16 de julho de 1973, em que foi cobardemente morto a tiro de G3 o alf mil op esp / ranger, Nuno Gonçalves Costa. (Era natural de Arcos de Valdevez. A sua morte foi atribuída a "acidente com arma de fogo", forma eufemística das Forças Armadas classificarem não só os casos de acidente devidos a arma de fogo, como os de homicídio e suicídio.)
Foto (e legenda): © Luís Graça (2019). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Lisboa > Belém > XXIII Encontro Nacional de Combatentes > 10 de junho de 2016 > O Francisco Silva era presença frequente no 10 de Junho. Aqui ao lado do Silvério Lobo (que veio de Matosinhos),
Foto (e legenda): © Luís Graça (2016). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Lisboa > Belém > Forte do Bom Sucesso > 10 de Junho de 2009 > O Virgínio Briote e o Francisco Silva.
Foto (e legenda): © Luís Graça (20'0). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Magnífica Tabanca da Linha > Algés > Restaurante Caravela de Ouro > 48.º Convívio > 19 de maio de 2022 > Caras lindas que não se viam por aqui há mais de 2 anos: primeiro veio a pandemia, depois vieram as mazelas do corpo e da alma... A nossa Eisabete Silva, por exemplo, quem diz que em 2013 andava pelos matos e bolanhas da Guiné-Bissau, toda fresca, com o marido, o nosso dr. Francisco Silva, cirurgião ortopedista, e que depois passou por um grave problema de saúde, felizmente já superados ?!... Está de volta aos convívios da Tabanca da Linha e com ótima cara... Que bom, ver-te, Elisabete! (Já agora, a Tabanca Grande sabhe que ela trabalhou na Petrogal desde os seus 20 aninhos e teve como colegas, por exemplo , o António Levezinho, a Isabel Levezinho, o Fernando Calado... E por certo o Pinto Carvalho de que ela não se lembra bem.)
Magnífica Tabanca da Linha > Algés > Restaurante Caravela De Ouro > 48.º Convívio > 19 de maio de 2022 > Que bom, rever-te, Francisco!... Temos andado desencontrados, mas cada um à volta dos seus problemas de saúde... e lambendo, como o cão do balanta, as suas feridas. Dizem-me que não tens atendido os telefonemas de ninguém... Grande madeirense, amigo e camarada, as tuas melhoras!... Olha, eu acabo de fazer uma artoplastia total ao joelho esquerdo, no Hospital Ortopédico de Sant'Ana, na Parede... Agora são dois meses de fisiatria...
Fotos: © Manuel Resende (2022). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].
Fotos (e legendas): © José Teixeira (2014). Todos os direitos reservados. [Edição e lendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
(*) Último poste da série > 26 de dezembro de 2022 > Guiné 61/74 - P23918: In Memoriam (466): O Coronel Coutinho e Lima voltou para a sua terra Natal (Sousa de Castro, ex-1.º Cabo Radiotelegrafista)
(***) Vd-26 de abril de 2010 > Guiné 63/74 - P6252: Tabanca Grande (215): O Francisco Silva, hoje cirurgião, ortopedista, no Hospital Amadora-Sintra, foi o substituto do infortunado Alf Mil Op Esp Nuno Gonçalves da Costa, do Pel Caç Nat 51, morto por um dos seus homens em 16 de Julho de 1973
(****) Vd. poste de 28 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11772: Crónicas de uma viagem à Guiné-Bissau: de 30 de abril a 12 de maio de 2013: reencontros com o passado (José Teixeira) (7): O Xitole e o "alfero" Francisco Silva (CART 3492, 1971/73), a emoção de um regresso
7 comentários:
Soube ontem por ti Luís, do falecimento do Francisco que muito me chocou.
Há dias atrás tinham-me perguntado se ele estava doente mas eu não sabia de nada e estava para te perguntar se assim era.
O Francisco foi meu camarada na CART 3492, no Xitole, e era um bom amigo.
Tive o grande prazer de estar com ele várias vezes nestes últimos anos e até alguns dias de férias que quis vir passar a Monte Real.
A nossa idade vai avançando e estas notícias vão sendo cada vez mais frequentes, infelizmente.
Que Deus o tenha no seu eterno descanso.
Como não tenho o contacto da Elisabete, aqui lhe deixo um grande e amigo beijo muito sentido bem como a toda a sua família.
Abraços para todos
Joaquim Mexia Alves
Amigos e Camaradas
Que o Francisco nosso amigo e camarada que descanse em paz e que continuemos a recordá-lo para sempre.
O Francisco era um homem com H grande, amigo, nunca disse não aos camaradas que o procuravam em termos da sua profissão, sempre se mostrou disponível para ajudar.
Até sempre amigo
Para a Elisabete, filha, filho e netos as minhas sinceras condolências com um abraço de solidariedade nesta hora de dor.
CARLOS SILVA
É cada vez mais doloroso ver partir os amigos e camaradas de armas, mais ainda quando partem aqueles que mais de perto conhecemos. O Francisco participou em 10 dos 14 convívios da Tabanca Grande, tendo sido acompanhado em 7 deles pela sua esposa Elisabete.
Para a Elisabete, filhos, netos e demais família, o meu mais sentido pesar pela perda do seu ente querido Francisco.
Carlos Vinhal
Leça da Palmeira
É triste ver que estamos a ser vencidos pelo avanço do tempo. Sentidos pêsames a toda a família do camarada Dr. Francisco Silva e que possa a sua alma descansar em paz.
O camarada que partiu pertencia à CART3492/BART3873 (não à CART3942), que chegaram à Guiné uma semana após o meu BCAÇ3872.
Luís Dias
A MORTE DO ALFERES NUNO GONÇALVES DA COSTA
Em Março ou Abril de 1973, Jumbembém foi reforçado com um pelotão de militares nativos, para suprir a falta do 1.º pelotão acabado de ser colocado em Canjambari, um quartel a Sul de Jumbembém, a cerca de doze quilómetros, juntamente com outro pelotão de Cuntima, em substituição de uma companhia que dali foi retirada.
Desse pelotão de nativos, apenas os comandos, o referido alferes Costa e um furriel, eram de raça branca.
Num dia em que se realizava a habitual coluna de reabastecimentos a Jumbembém, Cuntima e Canjambari, a 17 de Julho de 1973, um dos elementos deste pelotão pediu ao alferes Costa, ao seu comandante, para o deixar seguir na coluna de Jumbembém para Cuntima para visitar familiares.
Tratando-se de um militar rebelde e indisciplinado, como forma de o castigar, o alferes não autorizou a sua deslocação a Cuntima.
Perante esta recusa, o referido militar deslocou-se ao quarto do alferes, em fim de comissão e quase formado em medicina, com um futuro promissor pela frente, disparando contra ele dois ou três tiros de G. 3, atingindo-o na região do abdómen.
Foi-lhe prestada a assistência possível na enfermaria, enquanto se aguardava a evacuação por meios aéreos que entretanto foi pedida.
Passada pouco mais de uma hora veio a falecer, perante a impossibilidade de ser evacuado por falta desses meios aéreos, cujo uso era já particularmente restritivo, em consequência dos referidos mísseis ao dispor do PAIGC.
Este caso ilustra bem a perda do controlo aéreo na Guiné das Forças Armadas Portuguesas a que atrás fiz referência.
O referido alferes Costa era natural de Campos de Sá, S. Jorge, Arcos de Valdevez.
Após a sua morte, foi substituído pelo alferes Silva. Foi nestas circunstâncias que o alferes Silva chegou a Jumbembém (excerto do meu livro PRECE DE UM COMBATENTE). Que descanse em paz o Alferes Silva, bem como malogrado Alferes Costa.
Meu caro Luís Dias
O Francisco Silva esteve na CART 3492 mas não pertencia à mesma na sua origem, ou seja, não saiu de Portugal connosco.
Só passados alguns poucos meses chegou ao Xitole, se bem me lembro.
Foi substituir um Alferes que acho não chegou a embarcar.
Grande abraço para ti
Joaquim Mexia Alves
Francisco: despedimo-nos da Terra da Alegria com lágrimas e com flores. Um breve adeus, um até sempre. Com a gratidão, a amizade e a saudade do Luis e da Alice.
PS - Os amigos e camaradas da Tabanca Grande mandam-te uma rosa vermelha. E um último alfabravo. Porto Salvo, no teu velório, 17h00, 30/1/2023.
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