quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Guiné 63/74 - P10677: Caderno de notas de um mais velho (Antº Rosinha) (25): Os dirigentes do PAIGC não usavam caixa nem cornetim nos quartéis das FARP (Forças Armadas Revolucionárias do Povo)








Guiné-Bissau >  Bissau >  Forte da Amura, Panteão Nacional > 7 de março de 2008 > Uma força da PM - Polícia Militar presta continência, enquanto  e ouve o "Toque de silêncio"... Homenagem a Amílcar Cabral e aos outros heróis da Pátria. Visita no âmbito do Simpósio Internacional de Guiledje, 1-7 de março de 2008.


Fotos e vídeo (''40): Luís Graça (2008). Alojado no You  Tube > Nhabijoes



1. Mensagem do nosso camarada e amigo António Rosinha [, foto à direita, Pombal, 2007]:


Data: 14 de Novembro de 2012 11:37

Assunto: Os dirigentes do PAIGC não usavam caixa nem cornetim nos quarteis das FARP ( Forças Armadas Revolucionárias do Povo)


Se for publicável,  talvez seja bom em horas mortas.

FARP e PAIGC não são devidamente distinguidos e separados neste BLOG, nem faz grande diferença que assim seja.

Faria diferença sim, mas para os guineenses se estes não conseguissem separar uma coisa da outra.

Mas para o bem ou para o mal, os guineenses nunca conseguiram separar o PAIGC das Forças Armadas Revolucionárias do Povo [, FARP,], durante muitos anos. (Hoje não sei como será o ponto de vista do povo).

Nos primeiros anos da Independência, os militares das FARP em Bissau, não usavam cornetas ou cornetins nem marchavam ao toque de caixa nos respectivos quartéis. Hoje não sei.

Mas quando Amílcar fundou o PAIGC e foi também co-fundador do MPLA, copiaram os métodos castristas e guevaristas e aí não havia cornetas nem cornetins.

Mas no regime de Luís Cabral pós independência, houve pelo menos uma tentativa de criar esse hábito, ou seja , Luís Cabral chegou a promover o ensino de corneteiros e tamborileiros .

Ouvia-se durante vários dias ensaios de corneta e cornetim, e toques de caixa, dentro da fortaleza da Amura e constava que teriam ido sargentos ou outros militares de Portugal para treinar guineenses.

Pelo  menos os diversos toques desde o recolher, formar, refeições, bandeira, etc. de infantaria,  eu ainda me recordei do meu tempo de tropa passados 20 anos.

Mas isso não chegou a funcionar, não  se chegou a marchar ao toque de caixa, nem a formar ao toque de corneta, ou seja à voz de um único comandante.

Psicologicamente, penso que sem um corneteiro dificilmente haverá um exército disciplinado em tempo de paz, um corneteiro representa a voz de um comandante sobre toda uma unidade.

Conheci e visitei por motivos profissionais aquilo que foi o quartel da artilharia do tempo colonial, e que penso que continuava como sendo dessa arma, com o exército das FARP.

Embora parecesse mais um bairro (tabanca),  devido haver mulheres e filhos dos militares a viver lá dentro, tinha sentinela na porta de armas, casernas numeradas e gabinetes dos comandantes e também se viam circulando militares soviéticos, tinha verdadeiro aspecto de quartel à antiga.

Mas não havia aquele aspecto convencional de um exército, no dia a dia, como sendo ouvir vozes de comando, toques para as diversas formaturas, etc.

Nunca cheguei a saber se o presidente Luís Cabral tinha algum posto na hierarquia militar, ou se era ou foi militar,  tanto na luta como após a independência, assim como Amilcar, ainda não entendi se teve hierarquicamente algum posto.

Mas com posto militar ou não, ele Presidente da República,  se só em 1980 pensou na corneta (Ordem, disciplina nos quartéis),  já foi tarde.

Mas, pode parecer que falo uma baboseira,  como dizem os brasileiros, mas não posso deixar de transmitir uma impressão que jamais  me sai da cabeça e já lá vão...1980-2012=31 anos: se Luís  Cabral tem conseguido impor o toque de recolher, alvorada, e marcha ao toque de caixa, embora possa ser simbólico apenas, mas era um símbolo de ordem e disciplina,  os militares das FARC não teriam tanto tempo para matutar em  "bolsas" étnicas, facciosas e rebeldias que já vinham embrionárias do tempo da luta, e eram conhecidas até por estrangeiros.

E, como os militares durante vários anos mantinham uma atitude e um aspecto, mais de revolucionários do que um exército regular, mesmo os próprios comandantes que se exibiam em viaturas em grandes velocidades, "olha lá vai o Gazela", olha lá vai o Manel Saturnino"  por exemplo, tinham comportamentos de rebeldia,  era impossível para Luís Cabral e governo, pôr um exército em formatura ao som de um corneteiro, em 1980, quando se deu o golpe de 14 de Novembro.

Se o PAIGC e as FARP de Amilcar Cabral deixaram  criar facções  de várias ordens, e não as controlou, no caso por exemplo do assassinato de próprio Amílcar, já no MPLA e as FAPLA de que Amílcar foi co-fundador, as facções como Chipenda, Nito Alves…foram controladas e dominadas e parece que hoje já não existem.

Foi ainda em vida de Agostinho Neto que essas facções foram dominadas. Será que Amílcar Cabral não teve os devidos cuidados com o PAIGC e as FARC, ao contrário dos cuidados que Agostinho Neto teve com o MPLA e as FAPLA?

Claro que entre nós,  tugas, estas coisas que aqui trago, pouco nos dizem respeito, mas só as trago aqui, porque para mim, muitos dos dirigentes dos MPLA e do PAIGC, foram na maioria tão portugueses como nós, tugas, , alguns até a recruta fizeram comigo ou são do meu ano, no meu ou  noutros quartéis, e para mim estavam certos nas suas ideias, mas  no momento errado e com processos  errados, suicidas e criminosos.

Com resultados maus para todos os lados, até para eles próprios.

Claro que isto faz parte da " minha guerra", não quer dizer que não haja a guerra de jornalistas, mirones,  ideólogos e até de africanos que são os que menos testemunham.                                                                                                                                                 

Cumprimentos

Guiné 63/74 - P10676: Recortes de imprensa (61): Un SOS para o pobo vencido da Guiné-Bissau, un país irmao, na fala e nas aspiracións de liberdade (Galicia Hoxe, Xosé Lois García)


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Cantanhez > Iemberém > 6 de Dezembro de 2009 > O menino de Iemberém... que nos interpela, a todos, não só os pais-fundadores da República da Guiné-Bissau bem como os seus "homens grandes",  mas também todos nós, portugueses, europeus e cidadãos do mundo... "Que lugar há para mim neste mundo que devia ser meu e teu, o nosso mundo, o único lugar que temos para nascer, crescer, viver e morrer com saúde, em liberdade, com dignidade, em paz ?"

Foto: © João Graça (2009) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados





Pagina do GaliciaHoxe.com


Recorte de imprensa, aqui reproduzido com a devida vénia (, obrigado ao autor e ao portal GaliciaHoxe.com), e por sugestão do nosso amigo (e camarada) do Facebook (Tabanca Grande) , Dálio  João Gil Carvalho, 

As preocupações com a grave situação na Guiné-Bissau, em matéria de respeito dos direitos humanos,  são comuns a toda a imprensa lusófona, incluindo a dos nossos irmãos galegos. Muitos dos amigos e camaradas da Guiné, aqui reunidos neste blogue, sentem que têm o dever moral de manifestar a sua solidariedade para com o povo da Guiné-Bissau, dentro do respeito da nossa regra nº 7 ( "não-intromissão, por parte dos portugueses, na vida política interna da atual República da Guiné-Bissau, que é um jovem país em construção, salvaguardando sempre o direito de opinião de cada um de nós, como seres livres e cidadãos (portugueses, europeus e do mundo"). É esse o sentido deste poste nº 61 da série 'Recortes de Imprensa'. (LG)

SOS á cidadanía de Guiné-Bissau > XOSÉ LOIS GARCÍA | 05.11.2012


O desamparo dos cidadáns da Guiné-Bissau o evidencia unha grave e drástica situación que os medios de comunicación de todo o mundo, así como institucións e asociacións sociais e culturais están informando sobre unha extensa caza de bruxas que os paranoicos militares están levando a cabo en diversos espazos e escenarios nun territorio e con unha poboación moito menor que a de Galiza.

A recente e turbulenta historia de Guiné-Bissau, complétase agora con un incremento de represións contra un pobo frecuentemente explorado e humillado. A situación actual non deixou de ser complexa para adquirir un grado de violencia extrema por parte dos comandos militares que non deixaron de ter un severo e atroz protagonismo no que confire as liberdades civís e ao principio democrático instaurado polo fundador da nación: Amílcar Cabral.

O que acontece na antiga colonia portuguesa non é de ficción, é dunha crueldade intolerábel, tal como manifestan os teletipos que chegan desde diversos escenarios e que codifican feitos intolerábeis para a comunidade internacional. O pasado 21 de outubro, chegan unha serie de informacións na que vemos a un país cercado e dilacerado, que excede ás convulsións que viña sufrindo desde hai décadas. Os militares golpistas estanse movendo nun ámbito de ilegalidade democrática e institucional. Por iso, a comunidade internacional ten o deber de paralos e devolver o poder civil ao pobo.

As tentativas de Golpe de Estado, desde o asasinato do presidente Nino Vieira, configuran un lastre moi nocivo contra unha cidadanía instrumentada e precaria polo subdesenvolvemento económico e pola falta de estructuras que veñen a acondicionar a un extracto de pobreza, moi peculiar e dentro do contexto dos países veciños.

Os gravísimos sucesos que están acontecendo na Guiné-Bissau están sensibilizando á comunidade internacional, fronte aos protagonistas que están a levar a este país africano ás maiores disidencias e a un desenlace brutal de represión e de matanzas indiscriminadas.

Guiné-Bissau é un país irmao, na fala e nas aspiracións de liberdade, que precisa de un SOS urxente por parte da cidadanía internacional, preocupándose por estes acontecementos a través das redes que nos falan deste inaudito conflicto e dun alto costo de vidas humanas. Un SOS para o pobo vencido da Guiné-Bissau.

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Nota do editor:

Último poste da série > 14 de novembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10669: Recortes de imprensa (60): A ONG de Pombal, Afectos com Letras, "dá Natal feliz a crianças da Guiné-Bissau" (Notícias do Centro / Carlos Pinheiro)

Guiné 63/74 - P10675: In memoriam (133): Na morte do 1º. Sargento da Marinha, Augusto Lenine Gonçalves de Abreu, meu primo, meu irmão, meu camarada, que fez uma comissão na Guiné, na LFG Orion, 1966/68 (António Graça de Abreu)




1. Mensagem desta madrugada do nosso camarada e amigo António Graça de Abreu:


Meu caro Luís

Peço-te que publiques esta pequena homenagem ao meu primo. Talvez te recordes dele, esteve na Biblioteca da República e Resistência, era da Marinha e falou contigo que o convidaste para o blogue,
há uns 4 anos atrás, quando da apresentação do meu Diário da Guiné.
Abraço amigo,


António Graça de Abreu


2. In Memoriam >  Na morte do 1º. Sargento da Marinha, Augusto Lenine Gonçalves de Abreu


Partiu mais um camarada da Guiné, este porque o conheci desde o tempo em que me lembro de existir, por certo um dos melhores de todos nós.

Augusto Lenine Gonçalves de Abreu, 1º Sargento de Marinha, condutor de máquinas, fez a sua comissão na Guiné 1966/68 no NRP Orion, sob o comando do tenente Manuel Lema Santos. Subiu e desceu o Cacheu, o rio Grande de Buba, o Cumbijã incontáveis vezes, esteve debaixo de fogo, apoiou LDGs e LDMs, deu o seu melhor pela segurança de todos. Foi condecorado, duas medalhas atestam as suas qualidades de militar e ser humano de excepção. Da Guiné ficou com a recordação afável do seu povo, a entreajuda e a amizade com tantos militares portugueses.

Cruzou a imensidão dos mares, criou os filhos e os netos, reformou-se, pintava azulejos, era amigo do seu amigo, solidário, sempre disponível para auxiliar quem quer que fosse. E meu vizinho, meu grande Amigo.

Várias vezes tentei levá-lo a entrar no nosso blogue. Nunca quis mas lia frequentemente os postes e estava por dentro do que acontecia.

Quinta-feira passada, dia 8, sentiu-se mal. Um súbito derrame cerebral levou-o para as urgências do hospital de Cascais. Entrou em coma e domingo passado não resistiu. Aos 79 anos, o Augusto Lenine fechava os olhos para sempre.

Foi ontem, dia 14 de Novembro, cremado no cemitério de Rio de Mouro, a urna coberta com a bandeira portuguesa, teve honras militares. Na chegada do corpo ao cemitério, um pelotão da Marinha disparou três séries de balas de salva. Depois, muitas lágrimas, a despedida, a incineração, a entrada no grande vazio, o recolhimento nos braços de Deus.

O Augusto Lenine Gonçalves Abreu era meu primo direito, filho da irmã mais velha do meu pai. Quantas recordações e vivências comuns!...Ontem as lágrimas caíam-me como chuva.

Descansa em paz, meu irmão!

António Graça de Abreu



O nosso camara Augusto Lenine Gonçalves Abreu foi sócio fundador, em 1979, da Associação dos Maquinistas Navais. Em nome de todos os amigos e camaradas da Guiné que fazem e leem este blogue, e que se reunem simbolicamente sob o mágico poilão da nossa Tbanca Grande, apresento à família e ao António Graça de Abreu as nossas sentidas condolências.  Como leitor frequente do nosso blogue, para o qual tinha sido expressamente convidado por mim, e sobretudo como camarada da marinha que pertenceu à equipagem da gloriosa LFG Orion, e como combatente da Guiné, o seu nome passa figurar na lista dos nossos grã-tabanqueiros que a morte veio libertar das servidões da vida na terra. Descansa em paz, camarada. (LG)

Guiné 63/74 - P10674: (In)citações (44): Imagens da minha terra, tão bela e tão sofrida (Cherno Baldé)


Foto nº 1 > Cabaz ou cabaca, da familia das cucurbitáceas 



Foto nº 2 > Uma bolanha, _Bijogro, arredores de Bissau_Setembro de 2012.


Foto nº 3 > Por-de-sol, Bijogro, Setembro de  2012


Foto nº 4 > Dança Felupe, Bissau, Agosto 2012


Fotos (e legendas) : © Cherno Baldé  (2012). Todos os direitos reservados


1. Mensagem, de 5 de outubro último, do nosso querido amigo guineense Cherno Abdulai Baldé,

 Caro amigo Luis,

Junto envio algumas imagens que, não estando directamente ligadas ao tema do Molléh (recentemente enviado), poderão servir, eventualmente, como elementos decorativos para acompanhar a sua publicação (*).

Um abraço amigo,

Cherno 

2. Comentário de L.G.:


Obrigado, Cherno. Não temos tido notícias tuas. As que nos chegam, da tua terra, não são de molde a tranquilizar os nossos espíritos. Pelo contrário, são fonte de angústia. A situação político-militar, criada pelo golpe de Estado de 12/13 de abril último, tem levado a um clima de violação dos direitos & liberdades dos cidadãos, de perseguições, de arbitrariedades, de represálias, de violência paramilitar e parapolicial, etc., com o o todo o seu cortejo de vítimas indefesas e inocentes. Tememos pelo povo da Guiné, receamos pela segurança e pelo bem-estar dos nossos amigos que lá vivem.

Ainda recentemente, os nossos amigos da AD - Acção para o Desenvolvimento denunciaram, na sua página na Internet,  o espancamentp selvático de que foi vítima o guinense Iancuba:
"23 de outubro de 2012 > Iancuba amigo, todos nós da Ad estamos contigo

" O que te fizeram releva da barbárie. Foste espancado pelos mais medíocres guineenses da nossa terra. Sim, porque eles se afirmam como tal, mas são de uma Guiné-Bissau que não é a tua, não é a nossa, não é a daqueles que, de facto, lutaram pela libertação do nosso país".


 Aqui vai o resto da declaração de solidariedade publicada, corajosamente,  no sítio da AD:


"Para eles, o obscurantismo, a ignorância, a maldade, a violência gratuita, n fazem parte do seu dia-a-dia. É a sua própria essência. Não conseguem  viver sem eles. Tu, que aderiste cedo à Luta, que foste estudar para melhorar a nossa  terra, que com alguns de nós estiveste na Juventude do Partido, que  fundaste a [ONG]  HAIFA-PALOP, que nunca dobraste a coluna aos poderes  retrógrados, que sempre foste um exemplo de coragem e frontalidade, conta com a nossa solidariedade, nós da AD que procuramos, como tu, um futuro com que sonhámos há longos anos e que nada, mas NADA mesmo,  nos fará desistir ou baixar os braços.

"A Guiné-Bissau vive hoje um dos momentos mais negros da sua curta  História.  Todos os guineenses precisam de ti. Mantém a coragem que sempre  tiveste. Recupera depressa e regressa breve. Quando voltares, estaremos aqui à tua espera para continuar a LUTA".
Cherno, que estas tuas imagens sejam também vistas como uma incitação à paz, à liberdade, à justiça e à confiança no futuro da tua terra, que é também um pouco nosso, pela história, a língua, as memórias e os afectos que nos unem. Que Deus, Alá e os bons irãs vos protejam!

PS - O título do poste é da nossa responsabilidade.

Guiné 63/74 - P10673: O PIFAS de saudosa memória (18): Compactos de gravação, Parte III: excerto áudio de "Nocturno" (Garcez Costa, ex-fur mil, 1970/72, ex-radialista)




Guiné, Bissau, PFA - Programa das Forças Armadas, c. 1970-72. Excerto do programa Nocturno... Compacto aúdio, de Garcez Costa, antigo radialista do PFA. Na foto, o 1º sargento Dias e o fur mil Garcez Costa; em segundo plano, o saudoso Zé Camacho Costa, o grande actor desaparecido.

Vídeo (4' 26''): Luis Graça / Garcez Costa (2012)


1. Mensagem do Garcez Costa, ex-radialista do PFA - Programa das Forças Armadas (1970/72), com data de 21 de setembro último:

De acordo com a promessa seguem anexados 3 compactos de gravações que aqui e acolá foram para o ar...

A compilação está referenciada com os indicativos:

1 - P.F.A. (Programa das Forças Armadas) [vd, aqui, poste de 7/10/2012]

2 - P.F.A. Nocturno

3 - Noite 7 (Emissão especial aos Sábados) [vd. aqui, poste de 23/10/2012]

Viva o Pifas e quem o apoiar!
G.C. [Garcez Costa]

2. Comentário de L.G.:

Por lapso, estes compactos áudio não foram publicados pela ordem sugerida pelo nosso camarada Garcez Costa, lapso de que pedimos desculpa a todos. Publicamos hoje um excerto do programa Nocturno.  Estes ficheiros, enviador pelo Garcez,  em formato mp3, têm de ser convertidos em formato vídeo, de modo a poderem ser inseridos no blogue.
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 23 de outubro de 2012 > Guiné 63/74 - P10561: O PIFAS de saudosa memória (16): Compactos de gravação, Parte II: excerto áudio de "Noite 7" (emissão especial aos sábados) (Garcez Costa, ex-fur mil, 1970/72, ex-radialista)

Guiné 63/74 - P10672: Parabéns a você (496): António Inverno, ex-Alf Mil Op Esp do BART 6522 e Pel Caç Nat 60 (Guiné, 1972/74); Orlando Pinela, ex-1.º Cabo Reab Mat da CART 1614 (Guiné, 1966/68) e Pacífico dos Reis, Cor Cav Ref, ex-Cap Cav - CMDT da CCAÇ 5 (Guiné, 1968/70)


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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 14 de Novembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10666: Parabéns a você (495): César Dias, ex-Fur Mil Sap Inf do BCAÇ 2885 (Guiné, 1969/71); Jacinto Cristina, ex-Soldado da CCAÇ 3546 (Guiné, 1972/74) e Maria Arminda Santos, ex-Ten Enf.ª Paraquedista (1961/70)

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Guiné 63/74 - P10671: Álbum fotográfico de Jacinto Cristina, o padeiro da Ponte Caium, 3º Gr Comb da CCAÇ 3546, 1972/74 (7): Mais fotos de Piche e da Ponmte Caium



Foto nº 1 > Piche > Jovens da Mocidade Portuguesa


Foto nº 2 > Piche > Meninas de Piche




Foto nº 3 > Piche > Confraternização

Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > CCAÇ 3546 (Piche, Ponte Caium e Camajabá, 1972 / 1974) > Fotos do álbum de Jacinto Cristina



Foto nº 4 > Ponte Caium >  Três amigos... O Jacinto está de pé, à esquerda...


Foto nº 5 > Ponte Caium > O Jacinto é o da direita


Foto nº 6  > Ponte Caium (?) > O Jacinto,  soldado do 3º Gr Comb


Foto nº 7 > Ponte Caium (?) >  Quarto de hotel de cinco estrelas...



Foto nº 8 > Ponte Caium > 


Foto nº 9 > Ponte Caium (?) > 


Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > CCAÇ 3546 (Piche, Ponte Caium e Camajabá, 1972 / 1974) > Fotos do álbum de Jacinto Cristina > Uma pequena homenagem do nosso blogue em dia do seu 63º aniversário... Recorde-se que o Cristina, sold at inf,  esteve na Guiné entre Março de 1972 e Junho de 1974; esteve destacado, com o seu Gr Comb,  na famosa Ponte de Caium,  na estrada entre Piche e Buruntuma, cerca de 14 meses (Fevereiro de 1973 / Abril de 1974), onde foi municiador do morteiro 10,7 e padeiro.


Fotos: © Jacinto Cristina (2010) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.

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Nota do editor:

Último poste da série > 9 de janeiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7579: Álbum fotográfico de Jacinto Cristina, o padeiro da Ponte Caium, 3º Gr Comb da CCAÇ 3546, 1972/74 (6): Evocando a G3...., em dia de aniversário da nossa amiga Cristina ! (Luís Graça)

Guiné 63/74 - P10670: Agenda cultural (235): Lançamento do livro Dª Berta de Bissau, de José Ceitil, no dia 21, 4ª feira, pelas 18h00, na sede da CPLP, em Lisboa, Rua de São Mamede (ao Caldas), nº 27, com atuação do músico Mamadu Baio, natural de Tabatô (José Ceitil / Hélder Sousa)


1. Mensagem,com data de 10 do corrente, enviada por José Ceitil:



Boa noite, Luís Graça
Junto convite e o pedido de divulgação no seu blogue. Seia um prazer contar com a sua presença.

Cumprimentos, José Ceitil.





Página de rosto do blogue Pensão D. Berta Bissau, criado em 21 de agosto de 2008, por uma das suas "netas", a Mónica Rodrigues:

Cantinho da Avó Berta na Net!... Finalmente um ponto de encontro no ciber espaço para todos os que passaram pela Pensão Central da D. Berta e têm saudades da Avó, da sopa de ostras, da cachupa, das omeletes de camarão e do Alves, é claro!!!!! E que querem divulgar a Pensão Central a outros que vão a Bissau!"... 




Guiné-Bissau > Bissau > Pensão Central, da Dona Berta, uma verdadeira instituição, com direito a foto na Wikipedia, the free encyclopedia... Ver aqui a entrevista que a Dona Berta, aos 80 anos, deu, em Cabo Verde, ao Expresso das Ilhas, em 15/8/2010.

2. Comentário do nosso colaborador permanente, Hélder Sousa, com data de 11 do corrente, a pedido do editor L.G.:


Olá,  Luís:
Estou sempre na esperança de 'ter tempo', mas isto está difícil...

Pois, relativamente à divulgação deste evento, a apresentação/lançamento do "Dª. Berta de Bissau", acho que não ferirá muito a sensibilidade dos que reclamam, com alguma pertinência, é certo, haver recentemente muita divulgação de acontecimentos de carácter cultural que, aparentemente, não estariam no que eles entendem ser o âmbito do Blogue.

Não conheço o conteúdo do livro mas sei que pretende ser a história de vida da Dª. Berta, concomitante da "Pensão Central". O título escolhido de "Dª. Berta de Bissau" parece-me feliz e permite 'visualizar' o conteúdo, marcando-o bem.

Nessa perspectiva considero uma justa iniciativa, bem merecida, já que tanto o estabelecimento como a pessoa que lhe dava, e dá ainda, rosto, estão no imaginário de muitos dos nossos camaradas que 'fizeram a guerra', hospedando-se lá, circulando por lá, fosse em regime mais demorado fosse em alojamento de passagem. 

Já depois da independência é a "Pensão Central" um local incontornável no que respeita ao apoio e identificação de muitos que por foram e estiveram em regime de cooperação.

E ainda hoje assim é. O autor, o meu conterrâneo, amigo e colega de Escola Técnica de Vila Franca de Xira, o José Ceitil, é um homem que gosta de retratar a vida que vê desenvolver-se à sua volta. Tem um outro pequeno livro a que deu o título de "Vidas Simples, Pensamentos Elevados", sendo esse título uma homenagem a um amigo comum, falecido precocemente, Carlos Macieira, que deve ter sido colega de curso em medicina, mais ano menos ano, do Caria Martins, e que a costumava usar com uma outra expressão antecedente: "Luta Dura, Vidas Simples e Pensamentos Elevados", preconizando assim um modo de estar, uma fórmula para 'bem viver'.

O Zé Ceitil, pai da Marta Ceitil que já leva mais tempo de vivência na Guiné do que nós nas nossas comissões, naturalmente que foi visitar a filha à Guiné, várias vezes, para ver 'in loco' como a 'caçulinha' vivia e o que a 'prendia' àquele país, mesmo com todas as dificuldades e perturbações que sabemos e daí a conhecer, estar e aprender com a Dª. Berta foi um passo. Se se acrescentar que a sua sensibilidade o levou a entender a importância da "Pensão Central" e o papel da Dª Berta e o levou a passar ao papel esses sentimentos, somado ao facto de também conseguir 'ver' a Guiné com olhos que não exclusivamente os da desgraça, aguardo com expectativa pelo conteúdo do livro.

Abraço
Hélder Sousa





Mamadu Baio, foto do Facebook

(...) "No estilo afro-mandinga, este músico da Guiné-Bissau, traz a tradição de griots e os instrumentos tradicionais (balafon, kora, djambé, dundumbá, etc.) da sua aldeia Tabatô. Mamadu esteve no Mali a gravar um cd de originais, no estúdio Moffou de Salif Keita, com o seu grupo Super Camarimba. Este conjunto dinâmico de jovens artistas de Tabatô utiliza instrumentos e estilos de dança tradicionais, desenvolve técnicas novas que combinam diferentes influências musicais, promove as tradições “Afro-mandinga” dos seus anciãos em atuações na Guiné-Bissau, Guiné-Conacri, Senegal e Gâmbia. Neste momento Mamadu Baio encontra-se em Lisboa por três meses para se desenvolver musicalmente e conhecer outros artistas com quem possa trocar experiências e promover o trabalho dos Super Camarimba." (...) [Fonte: Lisboa Africana, 12/3/2012].

Recorde-se aqui que o João Graça, membro da nossa Tabanca Grande e da banda musical portuguesa Melech Mechaya (, neste momento em digressão por Cabo Verde e Brasil, no âmbito da 20ª edição do Festival Sete Sois Sete Luas),  conheceu, em finais de 2009, a  mítica Tabatô (que é, na Guiné-Bissau, a tabanca que tem mais músicos por metro quadrado) bem como os Super Camarimba, de que o Mamadu Baio faz parte.

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Nota do editor:

Último poste da série > 13 de novembro de 2012 >  Guiné 63/74 - P10664: Agenda cultural (234): Série "A Guerra", de Joaquim Furtado, RTP1 , às quartas feiras, 22h30: os três G, Guidaje, Guileje, Gadamael, em maio/junho de 1973 (Pedro Lauret)

Guiné 63/74 - P10669: Recortes de imprensa (60): A ONG de Pombal, Afectos com Letras, "dá Natal feliz a crianças da Guiné-Bissau" (Notícias do Centro / Carlos Pinheiro)


1. "Recorte" enviado pelo nosso camarada Carlos Pinheiro, que vive em Torres Novas, sempre atento ao que sai nos "media", relacionado com o povo  guineense, ou outros assuntos que possam interessar aos amigos e camaradas da Guiné. Reproduzimos aqui esse "recorte", com a devida vénia:



Notícias do Centro > 9/11/2012> Afectos com Letras dá Natal feliz a crianças da Guiné-Bissau

A Afectos com Letras, sedeada em Pombal, está a recolher, até ao dia 20, diversos bens e brinquedos, com vista a integrar um novo contentor de ajuda humanitária, destinado à Guiné-Bissau.

Segundo a presidente daquela organização não governamental, Joana Benzinho, o objectivo passa por recolher tudo o que é material didáctico, brinquedos, livros infantis, jogos, arroz, massas ou leite em pó, para que, neste Natal, "faça as delícias das crianças que apoiamos na Guiné-Bissau".

Com três anos de actividade, a presidente um "balanço positivo" até porque "alguns dos nos­sos sonhos concretizaram-se". Porém, Joana Benzinho refere que "falta muito", sobretudo "alguns projectos precisam de bem mais que a nossa vontade e o nosso entusiasmo para avançar", frisa.

A associação dispõe de escola com 125 alunos em Djaló a funcionar com o apoio dos padrinhos do projecto BAOBÁ, "que permitem a estas crianças terem material didáctico, alimentação, acompanhamento médico e professores de qualidade" , diz.

Apoia, ainda, a Creche de Varela com 85 crianças, através do pagamento do salário dos professores, e recentemente deixou no Hospital Nacional Simão Mendes, "centenas e centenas de medicamentos para os doentes carenciados ali internados" como "comprámos alimentos para a cozinha o que permitiu uma refeição diária", refere Joana Benzinho.

Para a presidente da Afectos com Letras, "as seis missões solidária já realizadas nestes três anos tiveram um resultado superior às expectativas", até porque foram levados médicos, psicólogos, nutricionistas e professores, que "ali deram aconselhamento e consulta".

O mais recente projecto é a Biblioteca de Bissau com um fundo documental com mais de 13 mil livros.

"Temos três anos muito ricos em emoções, em experiências, em gratidão e em sorrisos", afirma Joana Benzinho.

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Nota do editor;

Último poste da série > 18 de setembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10400: Recortes de imprensa (59): Mina antipessoal faz uma vítima na tabanca de Buruntuma, 39 anos depois do fim da guerra (Nelson Herbert)

Guiné 63/74 - P10668: Os melhores 40 meses da minha vida (Veríssimo Ferreira) (11): 12.º episódio: Uma experiência como Vagomestre

1. Em mensagem do dia 11 de Novembro de 2012, o nosso camarada Veríssimo Ferreira (ex-Fur Mil, CCAÇ 1422, Farim, Mansabá, K3, 1965/67), enviou-nos mais um episódio da sua campanha no K3, dias que fazem parte dos melhores 40 meses da sua vida. E nós acreditamos.


OS MELHORES 40 MESES DA MINHA VIDA

12.º episódio - Uma experiência como Vagomestre

Em Abril de 66, julgo eu, e porque o vagomestre iria a Bissau, para consultas médicas, foi-me ordenada colaboração, (conhecida que era a minha fama por muito comer e melhor beber), no sentido de criar outras e melhores alimentações a fornecer aos 150 elementos que constituíam a Companhia, o que não se me afigurava fácil, dada a dificuldade de aquisição da matéria-prima e da diversidade de gostos, quer dos elementos brancos, quer dos colaboradores futas, futa-fulas e felupes.

Aceitei o desafio e com a tesouraria disponível fez-se.

Para já o menu habitual (a tal dobrada) passaria só a ser disponibilizada 5 dias por semana, porque ao Sábado propus-me apresentar um prato novo e fiz o que ficou conhecido por "varrasco à K3". E ao Domingo, "restos à Brás", aliás, prato baseado no bacalhau à dito, só que não havendo este, aproveitava os sobejos do dia anterior, desossavam-se, misturava umas batatitas finas, mais uns ovos e enfim... comia-se e que me lembre nunca sobrou.

A questão principal, punha-se mais, em como e onde arranjar porcos para tanta gente, o que entretanto se resolveu com a preciosa ajuda do condutor do jeep que me acompanhou às compras em Farim. Ele tinha uma lábia fora de série, até falava (inventava) quaisquer dos dialectos, ele até era palhaço de circo na vida civil e facilmente convencia o povo das tabancas dali dos arredores.

Nem sempre, foi assim tão elementar mas lá dava a volta. Na primeira semana tudo correu bem e com 50 pesos comprava um bísaro, mas logo na segunda pôs-se a questão dos inflaccionados preços que nos exigiam. É que aumentaram o produto para o dobro o que significava que, ou passaríamos a comer metade ou voltaríamos à feijoca.

Por proposta que aceitei, foi-me dito claramente:
- Meu furriel, deixe o assunto comigo, hoje faço as compras sozinho, vá cumprimentar os amigos que eu resolvo a dificuldade e vai ver que não nos faltarão provisões porcinas, durante mais uns tempos. Tenho influências aqui na população e resolverei isto a nosso contento, não gastando mais e recebendo a mesma quantidade.

Lá foi... e lá voltou e trouxe a mercadoria em causa e durante mais duas semanas nada faltou, mas o entretanto regressado chefe de cozinha, teve que ir e para manter tão saborosos pitéus teve que ir, dizia eu, até Jumbembem se quis manter o nível acepipalhado de fim de semana, estudado e posto em prática, cá pelo rapaz. Claro que, mais tarde procurei saber como fora possível que o camarada condutor tenha dado a volta aos vendedores e questionei-o. Recusou-se ao princípio mas lá acabou por me revelar a arte posta na negociação e que ele bem sabia que aquisições, como e da forma que as fez, não teriam a minha concordância e daí ter-me procurado manter afastado.

- Então foi assim, confessou: - O que aconteceu é que antes das mercas efectuadas, dei umas voltas, fiz umas manobras de risco, como se em rally andasse, dei umas trancadas, passei por cima dum e ficou-se logo, parti as pernas aos outros dois, de forma que e quando me pediram 100, eu lhes tenha dito: - É pá 100, se estivesse vivo pagava, mas assim já morto e aleijado só dou 50.

(continua)
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 11 de Novembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10652: Os melhores 40 meses da minha vida (Veríssimo Ferreira) (10): 11.º episódio: Momentos de puro e são divertimento

Guiné 63/74 - P10667: Álbum fotográfico de Leonel Olhero (2): Bula (Fernando Súcio / Leonel Olhero)



1. Segundo de uma série de 4 postes com fotografias enviadas pelo nosso camarada e tertuliano Fernando Súcio (foto à esquerda), ex-Soldado Condutor do Pel Mort 4275, Bula, 1972/74, fotos estas pertencentes ao seu conterrâneo, o outro nosso camarada Leonel Olhero (foto à direita), ex-Fur Mil Cav do Esq Rec 3432 (Panhard), Bula, 1971/73.



João Landim > 1973 > Jangada militar no Rio Mansoa

 Bula > Fortim dos Fulas, estrada de Binar e S. Vicente

 João Landin > À espera da jangada para atravessar o Rio Mansoa

 HM 241 de Bissau, 1973 > Fernando Súcio

Jangada militar atravessa o Rio Mansoa

Bula, 21 de Julho de 1973 > Dia da Cavalaria

Jangada militar

Bula > Tabanca atingida por um míssiel no dia 5 de Maio de 1973

Bula > Ronco Balanta

Bula > Sala de Operações

João Landim > Fernando Súcio e Leonel Olhero

Fotos: © Leonel Olhero (2012). Todos os direitos reservados [Fotos editadas por CV]
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Nota de CV:

Vd. primeiro poste da série de 12 de Novembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10656: Álbum fotográfico de Leonel Olhero (1): Bula (Fernando Súcio)

Guiné 63/74 - P10666: Parabéns a você (495): César Dias, ex-Fur Mil Sap Inf do BCAÇ 2885 (Guiné, 1969/71); Jacinto Cristina, ex-Soldado da CCAÇ 3546 (Guiné, 1972/74) e Maria Arminda Santos, ex-Ten Enf.ª Paraquedista (1961/70)


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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 13 de Novembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10660: Parabéns a você (494): José Manuel Lopes, ex-Fur Mil da CART 6250 (Guiné, 1972/74)

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Guiné 63/74 - P10665: Prosas & versos de Ricardo Almeida, ex-1º cabo da CCAÇ 2548, Farim, Saliquinhedim, Cuntima e Jumbembem, 1969/71) (2): Ainda a morte do Lajeosa, o nosso quarteleiro, vítima de tuberculose pulmonar

1. Mensagem, de 5 do corrente, do Ricardo Almeida (ex-1.º Cabo da CCAÇ 2548/BCAÇ 2879, Farim, Saliquinhedim, Cuntima e Jumbembem, 1969/71) , na sequência de diversos comentários  ao seu 1º poste da série (*):

Meus amigos e camaradas tabanqueiros:

Boa noite para todos com o meu abraço solidário e bem assim os meus agradecimentos por aquilo que comentaram a meu respeito, os quais me deixaram muito sensibilizado.

Peço desculpa por ter cometido o lapso de não concretizar os locais por onde andei, no que respeita à minha estadia na Guiné. Infelizmente para mim,  com muita tristeza e mágoa por não ter acompanhado a companhia na totalidade do tempo de serviço na Guiné, devido a uma doença terrível que contraí, uma tuberculose pulmonar, que me ia levando para o outro lado.

Para atestar o acima exposto, relato um poste do camarada Carlos Silva na sua página A Guerra da Guiné, elemento da minha companhia, a CCAÇ 2548, e que versa o seguinte:

O Ricardo, homem da bazuca do terceiro pelotão, teve o azar de contrar uma doença terrível, "tuberculose pulmonar", e por isso foi evacudado por doença, em 13/11/1969, de Farim para o Hopsital Militar de Bissau, em janeiro de 1970, e dali para a Metróplo, para o Hospital Militar de Doenças Infecto-Contagiosas da Boa Hora, em Lisboa, onde permaneceu algum tempo, sendo internado posteriormente no sanatório do Caramulo.

Durante este seu percurso da sua vida, o Ricardo, com dotes de poeta, quer na caserna quer nas suas saídas para o 'mato', ia escrevendo nos papeis que embrukhavam as rações de combnate e quando nºãio tinha papel escrevia no ponche da proteção das chuvas. Quando tinha vagar, em horas de descanso, passava os seus escritos a limpo, continuando posteriormente a escrever, não permitindo que a morte, que o espreitava a todo o momento, o agarrasse.

Travou uma luta tenaz entre a vida e a morte. Foi sempre escrevendo. Felizmente recuperou da sua doença e, embora com as sequelas que o marcam, está vivo, está entre nós para nos legar o seu testemunho.

Depois da sua recuperação, começou a trabalhar na CUF [, Companhia União Fabrilo,], no departamento de segurança, no controlo de entrada e saída de matérias e produtos.

É deficiente das forças armadas [, DFA,] e actualmente está na situação de refornado pelo regime da segurança social, sem deixar de escrever. Sempre na luta, até que a morte me leve (o leve).
Um alfa bravo, camarada Ricardo, e continua por muitos anos.

Sobre a morte do camarada Lajeosa [, o quarteleiro,] (*) foi evacuado também com a mesma doença que eu. E por condão meu, foi com muito afecto e também muita tristeza que o vi partir, como descrevo em outros locais.

Atesto que se encontra sepultado no cemitério de Lajeosa do Dão [, concelho de Tondela,] ao qual me desloquei um para lhe prestar a minha homenagem e gratidão, fazendo por ele o meu luto. Por todos os que por lá ficaram para sempre, [aqui ficam] estas lágrimas que derramo. Ainda o meu coração não descansa sem que lhe seja prestada homenagem, e também gratidão da República Portuguesa pelos  sacrifícios que nós, miúdos com 20 anos,  por lá passamos.

Com um abraço sentido de solidariedade para todos vós.

Ricardo Marques de Almeida

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Nota do editor:

Último poste da série > 4 de novembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10619: Prosas & versos de Ricardo Almeida, ex-1º cabo da CCAÇ 2548, Farim, Saliquinhedim, Cuntima e Jumbembem, 1969/71) (1): A morte do quarteleiro

Guiné 63/74 - P10664: Agenda cultural (234): Série "A Guerra", de Joaquim Furtado, RTP1 , às quartas feiras, 22h30: os três G, Guidaje, Guileje, Gadamael, em maio/junho de 1973 (Pedro Lauret)

1. Mensagem do nosso camarada Pedro Lauret, capitão de mar e guerra reformado (*)


Data: 12 de Novembro de 2012 11:48

Assunto: Série "Guerra" de Joaquim Furtado


Caro Luís Graça,


Venho chamar-te a atenção, uma vez que presumo que tenha interesse para o blogue, que o programa "A Guerra",  de Joaquim Furtado, que está a passar na RTP 1, às 4.ª feiras a partir das 22:30, vai ser dedicado nos próximos quatro episódios - a partir do próximo dia 14 - aos acontecimentos da Guiné passados em Maio e Junho de 1973, em Guidaje, Guileje e Gadamael. (**)

Abraço

Pedro Lauret

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Notas do editor:

(*) Legenda da foto acima, à direita:

Guiné > Região de Tombali > Rio Cacine > 1971 ou 1972 > A LFG Orion é (ou era, uma vez que já não existe) como a Nau Catrineta: tem (tinha) “muito que contar”, do Cacheu a Cacine, passando por Conacri… Dois camaradas nossos, o Manuel Lema Santos (como 2º Ten RN, e o Pedro Lauret (como 2º Ten) foram seus Imediatos embora em épocas diferentes  (1966/69 e 1971/73, respetivamente)…  Nesta foto vemos o actual comandante reformado, Pedro Lauret, em 1971 ou 1972, então oficial imediato do NRP Orion (1971/73), na ponta do navio, a navegar no Rio Cacine, tendo a seu lado o comandante Rita, com quem ele faria a primeira metade da sua comissão na Guiné. "Um grande homem, um grande comandante" (PL)…

O 1º Ten José Manuel Baptista Coelho Rita foi comandante do NRP [, Navio da República Portugesa,] Orion, de 7/12/1970 a 15/10/1972, tendo substituído o 1º Ten Alberto Augusto Faria dos Santos (que comandou a Orion, de 6/12/1968 a 7/12/1970) (Fonte: Wikipédia > NRP Oríon).

(**) Último poste da série > 9 de novembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10642: Agenda cultural (233): Cabo Verde, ilha de Santiago: 20 º Festival Sete Sois Sete Luas, sábado e domingo, na mítica Cidade Velha de Santiado, património mundial da humanidade