Guiné > Região de Tombali > Guileje A> 1966 > "A Maria era filha de um soldado africano do Pelotão Fox; trouxe-lhe de Bissau uma boneca, que ela transportava tal como a mãe fazia com um irmão ainda bébé".
Guiné > Região de Tombali > Guileje A> 1966 > "Outra 'mascote' de que não me recordo; talvez algum camarada do Blogue o possa identificar".
Guiné > Região de Tombali > Guileje > 1966 > "Tinhamos regressado de uma operação ao “Corredor” e como sempre tomava logo um banho (dei-me sempre muito mal com o calor ) e depois de beber uma “bejeca” vestia o meu calção fula, muito fresco e que me evitava as micoses, Guileje; este vosso amigo [, o "capitão fula",] com o Cardinali à minha direita e outro camarada de que não me lembro o nome."
Guiné > Região de Tombali > Guileje A> 1966 > Tinhamos regressado de uma operação ao 'Corredor de Guileje' e, como sempre tomava logo um banho (dei-me sempre muito mal com o calor ) e depois de beber uma 'bejeca' vestia o meu calção fula, muito fresco e que me evitava as micoses.
Fotos (e legendas): © Nuno Rubim (2016). Todos os direitos reservados.
1. Ao Nuno Rubim, agora com "um coração novo de rapaz de 20 anos", desafiámo-lo, há dias, para alimentar esta nova série "O que dizem os Perintreps (Nuno Rubim)"...
O Nuno tem uma documentação, em suporte digital e em papel, absolutamente fabulosa sobre o TO da Guiné, onde fez duas comissões, no princípio e no fim da guerra... Na primeira comissão comandou duas das unidades que passaram por Guileje: a CCAÇ 726 (out 1964/jul 1966) e a CCAÇ 1424 (jan 1966/dez 1966)...
O Nuno Rubim, hoje cor art ref, é um dos membros mais antigos do nosso blogue. Chegou até nós, no último trimestre de 2005, pela mão do nosso querido coeditor Virgínio Briote. Estiveram ambos nos comandos, na Guiné, em 1966, sendo na altura comandante da CCmds da Guiné o Nuno Rubim.
É um dos nossos camaradas que mais sabe da história militar da guerra colonial na Guiné (1963/74). Espero que ele ainda tenha (e vai ter, porque ele merece...) muita vida e saúde para publicar, em livro, alguns dos resultados do seu trabalho de investigação historiográfica.
Há seis anos atrás ele confidenciava-me que já tinha identificado pelos nomes mais de 3 mil guerrilheiros do PAIGC, e mais de três centenas de acampamentos (!)... E que tinha mais de 90 GB de informação, em texto e imagens, sobre a guerra colonial na Guiné, em geral, e sobre a região de Tombali, em particular.
Era, até então, um frequentador assíduo do Arquivo Histórico-Militar, que conhecia como ninguém, e tinha caesso, na Guiné-Bissau, a fontes privilegiadas de informação (oral). Recordo que ele é casado com a Júlia, de origem guineense, professora, e que é um encanto de pessoa (tive o privilégio, eu e a Alice, de conviver durante uma semana com o casal Rubim, em Bissau e no Cantanhez, no decurso do Simpósio Internacional de Guiledje, em março de 2008).
Tenho, pelo Nuno Rubim, um grande admiração, pelas suas qualidades de investigador, metódico, rigoroso, crítico, incansável, E uma grande ternura pelo bom amigo e melhor camarada que ele é, e que eu já conheço há 10 anos.
Informalmente, sem nunca me pedir nada em troca (nem sequer o retrato na coluna do lado esquerdo do blogue, ao lado dos nossos editores!), "promovi-o" a meu/nosso assessor para as questões técnico-militares... Tem, neste domínio, um conhecimento enciclopédico avassalador. Não há dúvida ou questão a que ele não saiba esclarecer ou responder...
Tenho, pelo Nuno Rubim, um grande admiração, pelas suas qualidades de investigador, metódico, rigoroso, crítico, incansável, E uma grande ternura pelo bom amigo e melhor camarada que ele é, e que eu já conheço há 10 anos.
Informalmente, sem nunca me pedir nada em troca (nem sequer o retrato na coluna do lado esquerdo do blogue, ao lado dos nossos editores!), "promovi-o" a meu/nosso assessor para as questões técnico-militares... Tem, neste domínio, um conhecimento enciclopédico avassalador. Não há dúvida ou questão a que ele não saiba esclarecer ou responder...
E é publicamente reconhecido como um especialista em museologia militar e em história da artilharia. A sua obra fala por ele...
Já aqui escrevi, em tempos, que não é uma pessoa de feitio fácil, no sentido em que "não é homem para fazer fretes a ninguém"... E depois, é um militar de carreira, filho de militar, com um elevado conceito da artilharia e dos artilheiros, não aparece nos nossos convívios (da Tabanca Grande), detesta que o distraiam das tarefas que ele leva, quotidianamente, a peito, e que é o seu trabalho de investigação.
Pelo menos até há um ano atrás, antes de uma grave crise de saúde, ele trabalhava estoicamente, todos os dias, com gripe ou sem gripe, arduamente, como um monge da Alta Idade Média, no seu retiro do Seixal... Durante anos só saía para ir ao Arquivo ou dar um conferência...
O Nuno reconhece o trabalho único, meritório, do nosso blogue para produção e reprodução da memória da guerra colonial: "Não há ninguém com este repositório colectivo de memórias no mundo, nem os Amercianos com o Vietname, ou os franceses com a a Argélia", disse-me ele um dia, com a honestidade intelectual que é seu timbre...
Isso não o impedia de logo a seguir dizer que passava dias e dias "sem nos visitar"...
Respondi-lhe que isso "não era grave": afinal, há coisas muito mais importantes para fazer,, na vida, do que visitar o blogue... De tempos a tempo ele era alertado, por amigos, para postes que lhe podiam interessar. E nisso ele continua a ter um enorme sexto sentido, um excepcional faro de rato de biblioteca, a intuição que é própria dos grandes investigadores...
2. Mensagem do Nuno Rubim:
(i) A Maria era filha de um soldado africano do Pelotão Fox; trouxe-lhe de Bissau uma boneca, que ela transportava tal como a mãe fazia com um irmão ainda bébé;
Pelo menos até há um ano atrás, antes de uma grave crise de saúde, ele trabalhava estoicamente, todos os dias, com gripe ou sem gripe, arduamente, como um monge da Alta Idade Média, no seu retiro do Seixal... Durante anos só saía para ir ao Arquivo ou dar um conferência...
O Nuno reconhece o trabalho único, meritório, do nosso blogue para produção e reprodução da memória da guerra colonial: "Não há ninguém com este repositório colectivo de memórias no mundo, nem os Amercianos com o Vietname, ou os franceses com a a Argélia", disse-me ele um dia, com a honestidade intelectual que é seu timbre...
Isso não o impedia de logo a seguir dizer que passava dias e dias "sem nos visitar"...
Respondi-lhe que isso "não era grave": afinal, há coisas muito mais importantes para fazer,, na vida, do que visitar o blogue... De tempos a tempo ele era alertado, por amigos, para postes que lhe podiam interessar. E nisso ele continua a ter um enorme sexto sentido, um excepcional faro de rato de biblioteca, a intuição que é própria dos grandes investigadores...
2. Mensagem do Nuno Rubim:
Enviado: terça-feira, 12 de Abril de 2016 12:26
Assunto: Guileje 1966
Amigos
Mais umas fotos que descobri recentemente num álbum esquecido...
Assunto: Guileje 1966
Amigos
Mais umas fotos que descobri recentemente num álbum esquecido...
(i) A Maria era filha de um soldado africano do Pelotão Fox; trouxe-lhe de Bissau uma boneca, que ela transportava tal como a mãe fazia com um irmão ainda bébé;
(ii) Outra “mascote” de que não me recordo; talvez algum camarada do Blogue o possa identificar.
(iii) Pessoal da CCaç 726, Guileje; este vosso amigo [, o "capitão fula",] com o Cardinali à minha direita e outro camarada de que não me lembro o nome.
(iii) Pessoal da CCaç 726, Guileje; este vosso amigo [, o "capitão fula",] com o Cardinali à minha direita e outro camarada de que não me lembro o nome.
[Tinhamos regressado de uma operação ao “Corredor” e como sempre tomava logo um banho (dei-me sempre muito mal com o calor ) e depois de beber uma “bejeca” vestia o meu calção fula, muito fresco e que me evitava as micoses].
(iv) A troca de sectores das CÇaç 726 e 1424, em julho de 1966. [Imagem abaixo]
Abraços
Nuno Rubim
Nuno Rubim
Recorte de documento de fonte desconhecida... Não sabemos se é um Perintrep... Na volta do correio, o Nuno vai esclarecer.
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Nota do editor:
Último poste da série > 11 de abril de 2016 > Guiné 63/74 - P15962: O que dizem os Perintreps (Nuno Rubim) (1): Violações da fronteira e assaltos no chão felupe, em julho de 1961: S. Domingos (a 18, 21 e 24), Ingoré (a 21), Susana (a 24) e Varela (a 25)
Último poste da série > 11 de abril de 2016 > Guiné 63/74 - P15962: O que dizem os Perintreps (Nuno Rubim) (1): Violações da fronteira e assaltos no chão felupe, em julho de 1961: S. Domingos (a 18, 21 e 24), Ingoré (a 21), Susana (a 24) e Varela (a 25)
13 de janeiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5639: Dossiê Guileje / Gadamael (22): Construção dos abrigos, minas AP tipo Claymore, viaturas blindadas BRDM 2, as NT, o PAIGC, o nosso blogue... (Nuno Rubim)