1. Continuação da publicação do relatório da 2ª Rep/CTIG, sobre a situação político-militar em 1974, documento esse que foi digitalizado pelo Luís Gonçalves Vaz, membro da nossa Tabanca Grande [, foto à direita], a partir de um exemplar pertencente ao arquivo pessoal de seu pai, cor cav CEM Henrique Gonçalves Vaz, último Chefe do Estado-Maior do CTIG (1973/74), entretanto falecido em 2001.
A publicação integral deste documento foi-nos sugerida pelo nosso colaborador, camarada e amigo José Manuel Dinis, de modo a poder dar a todos os leitores, e em especial aos camaradas que estavam no TO da Guiné nessa época, a oportunidade de confrontarem o seu conhecimento empírico da situação com a descrição e a análise que é feita pela 2ª Rep do Comando-Chefe/FAG.
O relatório é assinado pelo chefe da 2ª Rep do Comando-Chefe/FAG, o maj inf Tito José Barroso Capela.
Completa-se hoje a primeira parte do relatório (que tem 74 páginas), relativa ao ponto A (Período até 25Abr74), com a publicação das pp. 22 a 24 (Situação político-administrativa)(*).
Escusado será lembrar mais uma vez que, apesar de ser um documento datado e eventualmente controverso, a intenção de o publicar é apenas a de servir os leitores do nosso blogue, que foram combatentes na Guiné, enriquecendo e diversificando as fontes de informação e conhecimento sobre a guerra em que foram atores e não meros figurantes. Atores de corpo e alma, é bom não esquecê-lo. E, como tal, com autoridade moral e histórica para falar desta realidade, a muitos títulos dolorosa mas também heróica.
Em caso algum, a divulgação deste ou outros documentos, qualquer que seja a sua origem (NT, PAIGC ou outras fontes) pode levar a um aumento da crispação e da conflitualidade politico-ideológicas entre ex-camaradas de armas. Utilizar este ou outros documentos como arma de arremesso uns contra os outros, é um mau princípio...
Se isso acontecesse, era subverter por completo a ideia original que presidiu à criação deste blogue e que continua a inspirar e a motivar todos os seus editores, colaboradores e leitores (ou pelo menos a grande maioria deles).
War is over, a guerra acabou, camaradas!... Resta-nos saber partilhar, com verdade, serenidade, generosidade, tolerância e sabedoria, o que vimos, ouvimos e vivemos no passado, mas também o que lemos, pensamos e escrevemos hoje. (LG)
Índice do relatório
A. Período até 25Abr74
1. Situação em 25Abr74
a. Generalidades (pp.1/2)
b. Situação política externa:
( 1 ) PAIGC e organizações internacionais (pp. 2/5)
( 2 ) Países limítrofes (pp. 5/8)
( 3 ) O reconhecimento internacional do “Estado da G/B em 25Abr74 (pp.8/9).
c. Situação interna:
1. Situação militar.
( a ) Actividade do PAIGC (pp. 10/12)
( b ) Síntese da atividade do PAIGC e suas consequências (pp.13/15)
( c ) Análise da actividade de guerrilha (pp. 16/18)
( d ) Dispositivo geral do PAIGC e objetivos (pp. 18/19)
( e ) Potencial de combate do PAIG (pp.19/20)
( f ) Possibilidades do PAIGC e evolução provável da situação (p. 21)
2. Situação político-administrativa (pp. 22/24).
____________
Nota do editor:
(*) Vd. postes anteriores da série:
4 de fevereiro de 2012 > Guiné 63/74 - P9443: Situação Militar no TO da Guiné no ano de 1974: Relatório da 2ª REP/QG/CTIG: Transcrição, adaptação e digitalização de Luís Gonçalves Vaz (Parte V): pp. 10/21
31 de Janeiro de 2012 > Guiné 63/74 - P9424: Situação Militar no TO da Guiné no ano de 1974: Relatório da 2ª REP/QG/CTIG: Transcrição, adaptação e digitalização de Luís Gonçalves Vaz (Parte IV): pp. 1/9
25 de Janeiro de 2012 > Guiné 63/74 - P9398: Situação Militar no TO da Guiné no ano de 1974: Relatório da 2ª REP/QG/CTIG: Transcrição, adaptação e digitalização de Luís Gonçalves Vaz (Parte III)
19 de janeiro de 2012 > Guiné 63/74 - P9372: Situação Militar no TO da Guiné no ano de 1974: Relatório da 2ª REP/QG/CTIG: Transcrição, adaptação e digitalização de Luís Gonçalves Vaz (Parte II)
18 de janeiro de 2012 > Guiné 63/74 - P9368: Situação Militar no TO da Guiné no ano de 1974: Relatório da 2ª REP/QG/CTIG: Transcrição, adaptação e digitalização de Luís Gonçalves Vaz (Parte I)
23 comentários:
Luis Graça, a crispação não deve existir de facto não é bonito, mas as divergências não faltarão.
Durante a luta sempre estivemos divididos, nós jamais conseguimos com a nossa psico dividir ninguem.
Os africanos, principalmente os portugueses da Frelimo, MPLA e PAIGC é que tiveram o condão de nos dividir.
Se não houvesse divisão aqui neste blog, não seriamos nós, seriam ingleses.
Mas aquela do amigo Luis G. Vaz, ir informar-se com ingleses, quando temos cá tantos joaquins furtados é chato.
Mas estes relatórios fazem-me lembrar os capitães que em 1961 embarcaram para Angola diziam que estavam ali por causa dos brancos termos tratado mal os pretos.
Claro que em 1973/4 esse capitães já eram brigadeiros e generais.
Mas porque não fizeram o 25 de Abril quando o botas caiu da cadeira?
cumprimentos,
Antº Rosinha
Caros Amigos
Penso que o Zé Dinis tem razão.
A mim interessava-me ler este documento na integra.
Não faço, já o disse, qualquer comentário sobre o seu conteúdo sem o ler totalmente.Nem sei se o farei posteriormente, crio que não e nada se perde. Cada um que pense como quiser e tem esse direito.
O Luís Gonçalves Vaz já aqui mostrou documentos e relatou factos com muito interesse. Este documento tinha - Secreto - quando tal vi fiquei um pouco admirado, confesso que sim. Por razões óbvias que muitos conhecem.
Agora estar a ler assim é um suplicio.
O Luís Graça tem razão - a guerra acabou - mas a que se desenrolou no TO ou no terreno. Eu pensei que sim...e disse:a guerra para mim acabou há muito...olha que não, olha que não, erro meu.
Por isso publiquem ou enviem a quem quiser as 74,bolas são só sete quatro págs.
Alonguei-me.
Não interessa e nada mais digo. Quase tudo está dito...e de que maneira (s).
A bem da...
Um abraço aos Luíses Vaz e Graça extensível a todos do,T.
Caro António Rosinha:
Neste último comentário da sua autoria, diz textualmente, a saber "...Mas aquela do amigo Luis G. Vaz, ir informar-se com ingleses, quando temos cá tantos joaquins furtados é chato...", deve ter confundido com o C. Martins que "tem informações dos Serviços Secretos Franceses, mas não pode dar...", Não é assim? Eu não tenho informações dos Ingleses, nem de Serviços Secretos.... Só Tenho "Documentos SECRETOS" ou "CONFIDENCIAIS", e já é muito!
Meu caro Torcat Mendonca:
Estou já digitalizar as últimas páginas do Relatório, tenha só um pouco de paciencia, mas prometo-lhe TODO O RELATÓRIO SECRETO, irá ser REVELADO para todos vós......
Abraço
L Gonçalves Vaz
Meu caro Torcato:
Tudo isto dá uma trabalheira danada, como deves imaginar!... O Luis Vaz teve a pachorra de digitilizar o relatório... Mandar por email: 74 imagens a 3 megabytes e qualquer coisa... Depois é preciso editar, de preferência cortar cada página em duas, reduzir cada imagem a menos de 0,5 MB (para não tornar pesado o blogue)...
Acredita que nem eu nem qualquer dos outros editores somos masoquistas... Às vezes, numa fração de segundo, nas 24 horas do dia, pergunto-me se vale a realmente pena!... Pergunto-me se não há outras coisas mais divertidas e úteis para se fazer!...
Se, num dia destes, o blogue aparecer em "branco", se não houver postes para se publicar, nem espaço para comentar... será que o mundo acaba ? Claro que não acaba, e a gente vai pregar para outra freguesia... Espero que isso não aconteça tão cedo... De qualquer irá acontecer, por saturação nossa ou da saturação da informação... Quando o último ex.-comnbatente se calar, cala-se o blogue... É a lei natural das coisas...
Maas depois nas restantes 23h 59 minutos e 59 segundos, o otimismo ou a santa ingenuidade vem ao de cima!... E a gente volta a pensar que vale a pena dar todos os dias um pouco do nosso tempo para este projeto comum... Como ? Carreando materiais para o blogue, escrevendo coisas originais, mandando fotos, lendo, comentando, dando os parabéns a quem está vivo...Se todos derem um bocadinho, poderemos sempre fazer mais e sobretudo melhor...
Em suma: Torcato, para leres o raio do relatório de ponta a ponta, vais ter que ter paciência de santo... Se não tiveres pachorra para esperar para ler, também não perdes nada...
Uma noite descansada. Luís Graça
Caro Luis Vaz
Este documento, já publicado,ao abordar as várias etapas da guerra na Guiné é bastante elucidativo sobre a evolução e retrocesso da citada guerra. A clareza de tal relatório e a lógica da sua fundamentação dá-nos uma noção correcta do percurso da Guerra.
Obrigado pelo teu trabalho de divulgação.
Manuel Reis
Pode haver, há certamente caro Luís Graça um bocado de egoísmo meu. Só que tenho interesse em ler estes docs. O Luís Vaz fala em docs Conf/ou Secretos. Mais ainda aguça o apetite. Eu e muitos mais, lá,líamos ou tínhamos determinados acessos a eles.
Não me alongo mais. Espero.
Ainda. Talvez vivamos demasiado estes problemas. Importas-te?Não! Eu também não e faço as opções que entendo e mais gosto. Esta, o estar no blogue,com cerca de 200 escritos e n fotos publicadas é porque me dá gozo. Sou só um pouquinho louco...sou!! Sou uma pequena peça deste enorme espaço de Vida e gosto...Ab T.
Caro Luís Vaz
tem sido um excelente contributo a que os nossos editores se associaram.
Como foi dito, há diferenças entre nós, tertulianos, que nos impelem para interpretações diferentes, mas nada que obste ao interesse aqui e agora revelado.
Novamente, obrigado
JD
Meu caro Luís Graça,
Ao contrário do poeta Pessoa, acho que nem tudo vale a pena mesmo quando a alma é grande.
Este blogue vale, vale, vale mesmo muito a pena e as penas que por sua causa sofrem os seus, para mim, queridos editores.
Grande abraço
Caros Combatentes:
Estes relatórios são muito bons, mesmo excelentes. Excelente é também pensar e dizer que o A é vermelho e o B é Azul... é sinal que estamos vivos e temos ideias sobre nós e os outros e excelente é sobretudo quando, nos encontramos nas diferentes tabancas e trocamos abraços sinceros.
Aproveito para agradecer ao Luís Vaz e aos gajos do Blog o labor que nos dedicam, com muito «profissionalismo»
Carvalho de Mampatá
Meu caro Luís Vaz
AH.ah..ah..
Eu ter informações secretas dos serviços secretos franceses..tem muita piada....eu desses "gajos"!!!
Um abraço
C.Martins
Ao Luís Graça:
Boa Professor um puxão de orelhas aqui e outro ali...recomenda-se e é saudável.
Este blogue é para mim o meu despertar,o meu entardecer é...é....
Não pode acabar,porque é tão bom falar uns com os outros mesmo na "discórdia".
Desta vês um abraço exclusivo ao Luís e seus editores.
Henrique Cerqueira
Caro J.Belo
O teu comentário tem razão de ser e na realidade eu não apoio a violência seja ela física ou psicológica,mas olha que nos tempos que correm se houvessem uns "puchões de orelhas" mais fortes ... quem sabe a Sociedae se portasse melhor. E já agora que a tecnologia está muito avançada e para defesa dos professores,que tal "Uma Máquina Pensadora" que todos os dias farejasse as orelhinhas dos meninos mal comportados e lhes abanasse as ditas,hem...?
Falando sério o meu comentário anterior é mesmo a lembrar que normalmente tomá-mos como certo o nosso blogue e temos a tendência a esquecer quem está por trás de tudo isso e vai daí até refilamos e tudo.Por tal é bom que de quando em vês os nossos queridos editores ponham a malta na ordem.E como todos nós bloguistas somos inteligentes aceitamos e continuamos todos felizes.
Caro JBelo um abração e não esqueças que estou tão só a comunicar com os meus camaradas de Guiné.
Henrique Cerqueira
Caros Camarigos:
Sabiam que:
De facto, as forças do PAIGC, moralizadas pela vitória obtida em Guileje, transferiram para Gadamael os seus esforços, e entre as 14 horas de 31 de Maio e as 18 horas de 2 de Junho bombardearam o quartel com 700 granadas, uma média de 13 por hora, provocando cinco mortos e 14 feridos, além de avultados prejuízos materiais.
A violência destes bombardeamentos fez com que a guarnição de Cacine, a cerca de dez quilómetros para jusante do rio, difundisse uma mensagem a comunicar que Gadamael fora destruída, no entanto, a posição manteve-se, embora com o aquartelamento parcialmente destruído e a defesa imediata com brechas.
Em 1 de Junho foram lá colocados os capitães Monge e Caetano (meu Comandante de Grupo de Instrução e professor Contra-guerrilha na EPC, aquando da minha formação militar como miliciano em 1983), para enquadrar os militares ali reunidos.
Em 2 de Junho foram recolhidos pela lancha Orion cerca de 300 militares que se haviam refugiado nas bolanhas em redor de Gadamael, para escapar aos ataques. Ainda neste dia desembarcou uma companhia de pára-quedistas e um pelotão de artilharia, passando o comando do COP5 para o comandante dos pára-quedistas.
Em 4 de Junho, o PAIGC realizou uma emboscada a menos de um quilómetro do aquartelamento, causando quatro mortos e quatro feridos e capturando três espingardas G-3 e um emissor de rádio. O comandante do COP5 pediu autorização para retirar de Gadamael, o que não lhe foi concedido, recebendo ordem para defender a posição a todo o custo.
Em 5 de Junho, uma lancha da Marinha, botes dos fuzileiros e embarcações sintex do Exército evacuaram de Gadamael os mortos e os feridos, além de militares que não se encontravam em condições de combater, passando o COP5 a ser comandado pelo tenente-coronel Araújo e Sá. No mesmo dia ocorreu novo ataque com 70 granadas, que provocaram cinco feridos graves e cinco ligeiros.
A partir de 12 de Junho, foi colocada uma terceira companhia de pára-quedistas na região, ficando todo o Batalhão de Pára-Quedistas 12 empenhado no Sul, para «segurar» Gadamael.
Se quiserem A "Descrição COMPLETA dos ataques a GUIDAGE, GUILEDJE E A GADAMAEL PORTO, já a enviei para o EDITOR, baseado no livro Guerra Colonial de: Aniceto Afonso – Matos Gomes Guiné: Maio de 1973
O INFERNO .
É só pedirem em três Partes, depois perceberão que o RELATÓRIO, apesar de ter sido acabado no tempo do PREC, está na generalidade, Bem informado, ao contrário do que alguns julgam! Estará incompleto quanto a mim.....
Abraços e tenham uma Boa Noite
Luís Gonçalves Vaz
Luis G. Vaz, surpreende um pouco estes relatórios.
Embora refiras que já seria no PREC a sua feitura, acreditemos que são muito completos e bem feitos.
Andei na tropa mas de armas sou zero.
Aliás de guerra, se fosse aos tiros, penso que não aguentava um ano quanto mais 13 anos como andei em Angola.
Mas Luis G. Vaz, com estes relatórios, podes vir alterar um pouco ideias já feitas, tanto por inúmeros tertulianos aqui, como da maioria da opinião geral nacional.
Ora segundo os relatórios, as nossas forças já tinham previsão de forças superiores às nossas, prontas a entrar por terra e ar, como tal justificar-se-ia parar ou desisiitir ou retirar, como se quizesse interpretar.
E os comandantes não apresentaram hipoteses de alternativa à desistência, ou retirada, ou entrega?
Ora como sempre se diz que os militares deram tempo aos políticos para resolver, neste caso pode dizer-se que não deram "todo o tempo" ao seu alcance.
Luis Vaz, eu sou contra as independências africanas, mas não me refiro às que nos dizem respeito, refiro-me às dos ingleses e dos franceses e belgas.
Porque a partir daí, as nossas, mais dia menos dia era inevitável, pelo menos visto hoje com sangue frio.
Porque vi que só gente cínica capaz de uma 2ª grande guerra entre irmãos europeus é que distribuiam milhões de metralhadoras embrulhadas numa bandeira a irmãos que não se conheciam, pior que "cães e gatos" no mesmo saco. (Congo's, Uganda, Serra Leoa, Nigéria, Biafra etc.)
Com a idade as pessoas já não precisam de mentir a elas próprias.
Talvez os relatórios ainda mostrem que se deu "o tempo todo".
Cumprimentos,
Antº Rosinha
Meu caro Luis Vaz
Com todo o respeito pelas informações que dás e que são sobejamente conhecidas, tenho que rectificar alguns pormenores,é que eu ESTAVA LÁ.
No dia 2 junho desembarcou a Ccpq.121,no dia 3 a 122 e salvo erro três dias depois a 123, tendo sido empenhado todo o Batalhão de páras da Guiné.O comandante era efectivamente o Tcr. Araújo e Sá e o 2.º o Major J.M.Calheiros, e lembro-me de ainda do comandante de uma das companhias ser o Capitão Terras Marques, dos outros já não me lembro dos nomes mas posso documentar-me.
Não é verdade que tenha desembarcado um pelart, mas sim um obus, para substituir um que ficou inutilizado devido a ter caído dentro do espaldão uma granada de morteiro 82, onde morreram dois soldados e três ficaram feridos...constrangido o digo e confesso que estou...bem a granada caíu à frente do obus, e por isso ainda estou hoje vivo porque o obus serviu de escudo,mas levei com 18 estilhaços nas pernas e ainda tenho um junto à fémural..adiante.
Quem foi o primeiro comandante após a destituição do então Major Coutinho e Lima foi o capitão "comando" Ferreira da Silva, tendo nesse mesmo dia sido evacuados devido a ferimentos o Capitão Quintas e o outro já não me lembro.
Sobre a emboscada não foi a 1km mas sim a menos de 500m,mas o Casimiro de Carvalho poderá falar melhor sobre isso.
Só depois da retirada do batalhão de páras que foi um mês depois e tendo ficado ainda uma Cçpq voluntariamente para dar instrução de combate a uma Ccaç recém-chegada,é que foi o Capitão Monge que foi graduado em Major, tendo sido substituído em Jan. 74 pelo Capitão.Tenente Heitor Patrício.
Sobre as granadas caídas.. não passa de uma estimativa porque ninguém as contou.
Cacine não dista 10 km de gadamael mas sim 22 em linha recta e cerca de 25 pelo rio.
Não foram 300 militares evacuados pelo patrulha da marinha, mas sim mais ou menos o total de pessoas sendo a esmagadora maioria civis.
NÃO É VERDADE que tenham fugido para a mata a grande maioria dos militares mas sim para fazerem segurança próxima e também porque estavam melhor protegidos das flagelações,devido ao fogo IN estar concentrado sobre o aquartelamento.
Não foi completamente destruído, muito longe disso, mas sim algumas habitações, nomeadamente devido ao fogo, devido a terem sido lançadas granadas incendiárias.
O batalhão de páras NÃO TEVE um único morto, apenas salvo erro foram mortos dois guias.
Todos os escritos que tenho lido sobre gadamael enfermam de erros graves ou omissões, sendo a descrição feita pelo Coronel Pára J.M.Calheiros em a "ÚLTIMA MISSÃO" a que mais se aproxima daquilo que nesses dias de "brasa" se passou.
Termino dizendo que nunca esteve iminente uma derrota militar em Gadamael, sofremos isso sim flagelações de artilharia constantes e intensas.
Muito mais teria para dizer mas fico-me por aqui, lembrando que tudo ou quase tudo o que foi escrito sobre gadamael foi por ouvir dizer ou testemunho de terceiros.
Um de entre muitos que estavam lá
C.Martins
Caro C. Martins:
Agradeço as tuas correcções, e não invejo a tua sorte em "ter lá estado"..., mas nessa posição, qualquer correcção vinda de Ti, deve ser bem REGISTADA, e quem de direito (Os nossos Editores também deverão regista-las para memória Futura)deverá guardar (eu já guardei)tais registos. Reparei que não falas do Capitão Caetano, não confirmas que esteve lá com Capitão Monge? Gostaria, em caso de saberes se também lá esteve efectivamente, que me desses TODAS AS INFORMAÇÕES (por favor) sobre o Capitão de cav Caetano, nomeadamente qual a sua missão, o que fez, o seu perfil, o tempo que esteve, relacionamento com os militares envolvidos, etc... (podes enviar as informações para o meu mail pessoal, luisbelvaz@gmail.com) . Estou a investigar o percurso militar desse oficial, de qual fui seu subalterno em Santarém, estive também como voluntário no resgate do seu corpo, aquando da tragédia da sua morte no rio Tejo, quando caçava patos no inverno de 1983........ Aguardo a tua resposta. Obrigado desde já por qualquer informação sobre este meu pedido.
Abraço
L .G. Vaz
Caro Luís Vaz
Lamento, mas sinceramente não me lembro do capitão Caetano, mas como é evidente, é possível que tenha estado.
Além de ter passado pelo H.Militar durante 15 dias,quando voltei não havia grandes convívios, por motivos óbvios, e o perímetro de gadamael era grande.
Só para te dar um exemplo, das poucas vezes que fui à Ccav que estava colocada ao longo da pista, em algumas delas tive que fazer umas corridas a toda a velocidade para vir para junto dos obuses... o IN não gostava nada das minhas visitas à "cavalaria".
De qualquer modo, vou informar-me.
C.Martins
Camaradas,
Pouca atenção - a avaliar pela índole dos comentários - se prestou ao conjunto de informações agora publicadas. E, no entanto, elas parecem-me relevantes para indiciar o sentido vitorioso da guerra. Assim, apresento uma brevíssima análise às diferentes conclusões, também elas, por si, demasiado breves para a importância do relatório:
a) Revela fragilidades das estruturas administrativas, incapazes de cumprir a missão, sem "meios que lhes permitissem visitar e controlar a população a seu cargo".
b) Refere o colapso dos serviços provinciais, entretanto - conforme as possibilidades, supridos pela tropa. A população "parasitária... de uma economia de guerra... dava uma falsa ideia de adesão à política vigente". Este pedaço é de uma importância determinante.
c) Dá nota das circunstâncias favoráveis ao IN para cativar as populações.
d) Sobre as áreas desabitadas (por fuga ou pelos reordenamentos), embora não se estabeleça relação, significam perturbações para as populações deslocadas, um pricípuio de vitória para a guerrilha, quando não se revela capacidade para intervir pela renovação ou evolução do modelo de vida dos deslocados.
e) Faz uma brevíssima síntese da evolução social no âmbito da política falhada de "Por uma Guiné Melhor". As alíneas seguintes dão-lhe substância.
f) Confirma com uma breve explicação o que antecede.
g) Refere a corrosão do sentimento de protecção junto das NT, em resultado do agravamento da segurança e das batalhas perdidas (Guilege e Copá), que o IN explorou, e terá aproveitado para ganhar influência no território.
Estes argumentos contêm alguns pressupostos das minhas razões para desconfiar, e tomar posição contrária, à concentração de tropas já antes referida.
Abraços
JD
... ajuda de memória:
António Fernando Caetano (capitão do QP de cavalaria): em 02Jun73-18Jul73 comandou a CCav8350/72, no aquartelamento de Gadamael e no CMI-Cumeré. E durante a tarde de 28Ago73, na sala de sargentos do Agrupamento de Transmissões (CTIG), foi um dos oficiais subscritores do primeiro "manifesto anti-decretos", percursor do MFA-Guiné.
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Caro JCAS:
Acabei de ler as suas informações sobre o capitão de cav António Caetano! Muito obrigado, há muito que gostava de saber essas informações.
Já agora pergunto-lhe se saberá quando o capitão Caetano regressou á Metrópole? E se conhece alguma operação onde esteve envolvido no TO da Guiné? Desde já lhe agradeço a atenção a este meu pedido.
Cumprimentos:
L. G. Vaz
Luís Vaz,
Correspondi, por correio, ao solicitado.
Cpts,
JCAS
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