sábado, 11 de fevereiro de 2012

Guiné 63/74 - P9472: Humor de caserna (24): Um tiro no cu (Joaquim Mexia Alves)

1. Mensagem do nosso camarada Joaquim Mexia Alves*, ex-Alf Mil Op Esp/Ranger da CART 3492/BART 3873, (Xitole/Ponte dos Fulas); Pel Caç Nat 52, (Ponte Rio Udunduma, Mato Cão) e CCAÇ 15 (Mansoa), 1971/73, com data de 10 de Fevereiro de 2012:

Meus caros camarigos
Já há muito que nada envio para a Tabanca Grande, por isso aqui vai uma história humorística, que me contaram na Guiné.

Como sempre fica à vossa disposição para a publicarem ou não.

Um abraço camarigo do
Joaquim Mexia Alves


UM TIRO NO CU!

Contava-se pela Mansoa do meu tempo, a história de que numa emboscada a uma Companhia de açorianos, (julgo que esteve uma no Polibaque), um dos militares levou um tiro no “traseiro”.

O homem do rádio, ao pedir a evacuação dizia com todas as letras do seu vocabulário, que o seu camarada tinha levado um tiro no cu!

Só que, com a pronúncia açoriana, o sujeito do outro lado não havia maneira de perceber em que sítio o militar tinha sido ferido, até que o açoriano, já cansado e chateado respondeu aos gritos:

- No charlie uniforme, porra, no charlie uniforme!!!

Se é verdade ou não, não sei que não estava lá para testemunhar, mas relato-a aqui como me contaram esta história então!

Monte Real, 10 de Fevereiro de 2012
____________

Notas de CV:

(*) Vd. poste de 28 de Dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9280: (Ex)citações (168): A Tabanca Grande, onde todos se reunem à volta da fogueira das memórias (Joaquim Mexia Alves)

Vd. último poste da série de 26 de Outubro de 2011 > Guiné 63/74 - P8951: Humor de caserna (23): Uma insubordinação do c... ou uma viagem pelo polissémico país do c...!!!

10 comentários:

Torcato Mendonca disse...

Bravo romeo alfa victor oscar....se a...papa uniforme tango alfa... da idade me não atraiçoar

Ab tango

Manuel Reis disse...

Camarigo Mexia Alves:

Bela história.

Aparece mais vezes, é sempre agradável ler os teus textos.

Um abração.

Manuel Reis

Anónimo disse...

Meu caro Mexia Alves,

Andando, lendo, aprendendo...
Pelos vistos um "tire nu quiu" açoriano (sem ofensa para os meus muitos amigos micaelenses) era igualzinho a um "tiro no charlie uniforme" do continental.

Ambos, inteligentes que eram, sem zangas e sem acordos ortográficos, sabiam como escrever o nome do dito cu. Ao tempo eraassim que se escrevia em bom Português.

Estou com o Torcato. Deve ser mesmo da idade.

Um abraço amigo,
José Câmara

Anónimo disse...

Desculpem...mas ao tempo...
"era assim" que se escrevia.
José Câmara

Anónimo disse...

É NOS "GLOUTOUS"(AÇOREANO)..porra.

Também há a do "info..sexa passou na mexa", quando o "mike" não aterrou no aquartelamento que estava a ser flagelado.

Não posso fazer operação "info rádios todos inop"
Mensagem do QG.."info..Teixera Pinto pacificou Guiné sem rádios"
Resposta "info.. mandem Teixeira Pinto."

Dizem

C.Martins

Anónimo disse...

Na minha companhia, um soldado num assalto a uma base do PAIGC, não muito longe do Xitole mas do outro lado do Curubal, com o nome de Portugal (Pequenino se não me engano), levou um tiro nas bimbas com duas perfurações (entrada e saída)numa e esfacelamento feio na outra.Aliás, feio já era antes do tiro.
Abraços
José Brás

Luís Graça disse...

Joaquim: essa história trouxe-me à memória uma das peripécias da minha IAO, no Campo Militar de Santa Margarida... É daquelas que em gente tem vergonha de pôr no currículo... Mas aqui vai, não sou mais do que os outros...

Quem não se lembra das brincadeiras estúpidas que fazíamos à noite, como os “golpes de mão ao bivaque do inimigo”, para roubar comida e bebida ?

Pois, numa dessas simulações da guerra que nos esperaria no TO Guiné, debaixo de uma saraivada de pedras, eu espetei uma vez com um tiro de mauser, felizmente com bala de madeira, no cu do desgraçado de um cabo miliciano que se meteu à minha frente, no meio da noite e do alvoroço…

Dezenas de estilhaços de madeira tiveram que retirados à pinça, pelo enfermeiro de serviço, ao longo de toda a noite… Prometi a mim mesmo nunca mais usar a merda de uma espingarda, até por que eu tinha a esquisita especialidade de Atirador de Armas Pesadas de Infantaria…

Pensei, idiota, que iria passar na Guiné uma missão tranquila, a afinar a pontaria dos morteiros 81 e 107… Santa ingenuidade!

Henrique Cerqueira disse...

Caro Joaquim Mexia
É incrível como como uma simples e engraçada estória despoleta logo lembranças em nós.
Certo dia e durante uma proteção á frente de trabalhos da construção de estrada entre Bissorã e Mansôa.Esta que estava ser construída pela Tecnil,tinha um encarregado de obra que era possuidor de uma motoreta que normalmente a encostava na berma da estrada e entrava em cavaqueira com os soldados que na altura pertenciam á ccs do batalhão e mais ao menos equipados se mantinha por ali no decurso dos trabalhos,pois que a verdadeira proteção era dada,pela CCAÇ13 e pela Cavalaria com uma Panhard.Bom a estória engraçada é que o encarregado civil resolveu perguntar a um militar com era que funcionava a Basuca.e o militar resolveu explicar e introduz a granada na arma e dis :agora é só ligar estes dois fios e carrega-se aqui(gatilho.Claro a basuca disparou a granada saíu e acertou em cheio na Motoreta e com muita sorte ninguem ficou ferido fisicamente,ou seja o encarregado ficou foi furibundo por ter ficado sem a motoreta e o soldado segundo creio levou um raspanete e andou toda a comição a servir alvo de xacota.
Bom e assim foi mais um episódio recambulesco das nossas tropas "preparadíssimas" para a Guerra.
Um abraço Henrique Cerqueira

José Botelho Colaço disse...

Balas de entrar e sair na minha companhia a 557 numa das idas a Cufar o transmissões meu afilhado que baptizei por Espanhol e ainda hoje é conhecido na companhia por esse nome.
Também levou um tiro de entrar e sair, não no respectivo: mas nas costas a bala entrou e saiu junto à coluna,o motivo de tal acontecer é que ele tinha e tem as omoplatas.
bastante salientes.

Um alfa bravo.
Colaço.

Anónimo disse...

Eu na semana de campo levei uma pedrada na cabeça das nt, num ataque nocturno ao acampamento do pseudo-in.
Estava de sentinela e um cabo mil. das nt lembrou-se de ordenar um contra-ataque à pedrada.Mesmo protegido por um "chaparro" não me livrei de ser ferido.Furioso avancei para o dito cujo, e apesar de ser menos graduado, era só soldado-cadete, enfiei-lhe um murro nas "ventas".
Quando me viu todo ensanguentado ficou atrapalhadissimo..
Fui evacuado para a EPA e afinal o ferimento não passava de um pequeno ferimento no couro cabeludo.
Pedi ao 1.sarg. enf. que me ligasse a cabeça toda..passei o resto da semana de campo..na maior .. não voltei a "fazer a ponta dum cor..".

C.Martins