Extractos de História da CCAÇ 12: Guiné 69/71. Bambadinca: Companhia de Caçadores nº 12. 1971. Cap. II, pp. 4-5.
2.5. População
2.5.1. Estrutura étnica
Os grupos étnicos mais representativo do Sector L1 / Zona Leste são os fulas, futa-fulas e nandingas, concentrando-se estes últimos em especial na parte sul de Badora e em Bambadinca. Há ainda uns núcleos importantes de balantas em Nhabijões, Santa Helena, Mero e Bissaque [na região do Geba Estreito entre o Xime e Bambadinca].
A maior concentração populacional é a de Badora. A única área despovoada é a de Corubal, a leste da estrada Mansambo-Xitole, excluindo a zona compreendida entre Xitole e Saltinho.
2.5.2. Grau de controlo
Sob controlo IN, estão todas as populações que vivem na área compreendida entre a linha Xime-Xitole e a margem direita do Rio Corubal (balantas e beafadas) e ainda na região de Madina/Belel e Cassarandi/Sinchã Banir, a NW do [regulado do]Cuor (mandingas e balantas).
Sob duplo controlo, consideravam-se até há pouco apenas os núcleos populacionais de Nhabijões, agora reordenados [situação reportada ao início de 1971, tendo o reordenamento copmeçado em finais de 1969] e as tabancas da margem sul do Geba Estreito.
Todas as outras populações do Sector L1 estão sob controlo das nossas autoridades administrativas e militares.
2.5.3. Colaboração dos fulas com as NT
Os fulas, que são a maior etnia do sector, desde o princípio da guerra que se têm mostrado fiéis as NT mas a sua colaboração é profundamente influenciada por vários factores.
Apontam-se como factores positivos:
(i) o tradicional respeito dos fulas às nossas autoridades;
(ii) a rivalidade existente entre a etnia fula e as restantes etnias da Guiné, especialmente os mandingas e os balantas;
(iii) e ainda a hostilidade dos chefes fulas em relação ao PAIGC.
E como factores negativos:
(i) a ausência de um sentimento de nacionalidade;
(ii) a islamização;
(iii) o receio do potencial IN;
(iv) e sobretudo o estado de regressão em que a etnia fula se encontra (em virtude da estrutura tribal em que vive, da poligamia e economia de autoconsumo que pratica, da vida contemplativa que adopta, da perda de qualidades de trabalho, etc.).
Mas duma maneira geral a população fula do sector (e em especial a dos regulados de Xime e Badora) tem prestado colaboração activa as NT, aceitando a autodefesa, alistando-se voluntariamente no Exército e nas forças militarizadas, combatendo o IN e resistindo aos seus ataques.
Embora não haja uma fronteira étnica definida, o fula mostra grande apego ao seu chão donde não quer ser desenraizado.
(Continua)
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Alguns sítios interessantes sobre a Guiné-Bissau de hoje, o seu puzzle étnico, os seus problemas de desenvolvimento sustentado, a democracia, a saúde pública, etc.
Africanidade Website
Ca, Tome.
Determinantes das diferenças de mortalidade infantil
entre as etnias da Guine-Bissau, 1990-1995.[Tese de Mestrado].
Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz.
Escola Escola Nacional de Saúde Pública. 1999. 91 p.
Guiné-Bissau.com
Guinée-Bissau.net >
Bissau, capital da Guiné-Bissau (em francês)
Guinée-Bissau.net >
Etnias da Guiné-Bissau (em francês)
Guinée-Bissau.net >
Fotos da Guiné-Bissau (1995-2002) (Legendas em francês)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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