domingo, 23 de outubro de 2005

Guiné 63/74 - P235: Virgínio Briote, ex-comando da 1ª geração (1965/66)

Os mais diversos sítios da Guiné, de norte a sul, de leste a oeste, por onde o ex-alf mil Virgínio Briote andou, nos anos de 1965 a 1966.

© Virgínio Briote (20905)

1. Texto do Virgínio Briote, ex-comando e novo membro da nossa tertúlia:

Pelo que tenho visto o blogue-fora-nada continua com a mala aberta para os companheiros que passaram as passas da Guiné.

Conforme combinado, aqui vai o meu bilhete de identidade militar:

- Mobilizado para a Guiné em Dezembro de 1964
- Colocado, em rendição individual, na CCAV 489 (Cuntima), pertencente ao BCAV 490 (com sede em Farim)
- Cuntima (de Janeiro a Maio 1965)
- Admitido para o curso de comandos em Junho (1)
- Formação em Brá (Junho / Agosto de 1965)
- Constituição e Formação do grupo, formado por voluntários de várias unidades espalhadas pelo território (Setembro/Outubro de 1965)
- Actividade operacional (Outubro de 1965/Outubro de 1966): Óio (várias vezes), Suzana, Jolmete, Canjambari, Cuntima, Canquelifá, Buba ( várias vezes), Tite, Jabadá (a 1ª heliportagem de assalto na Guiné), Xitole, Barro, Bigene...
- Chegada da primeira Companhia de Comandos (3ª CCmds), formada em Lamego, com destino à Guiné em Junho de 1966 (2);
- Colocado no QG, de Novembro de 1966 a Janeiro de 1967;
- Regresso à Metrópole em 19 de Janeiro de 1967.

Envio, em anexo, algumas imagens daqueles tempos que podem ser disponibilizadas no blogue.


Mulheres africanas trabalhando no campo. Em frente ao quartel de Brá, centro de instrução e formação da primeira companhia de comandos da Guiné (criada em 1964 e extinta em 1966) . Os velhos comandos, como ainda hoje eles gostam de ser conhecidos.

© Virgínio Briote (2005)

Luís, para um melhor entendimento daqueles anos de 19665/66, tenciono enviar-te alguma informação escrita.

Mas, antes de disponibilizares isto no blogue, talvez seja indicado falarmos pessoalmente antes.

Um abraço,
vb
______

Notas de L.G.

(1) Os comandos na Guiné nasceram em finais de 1963 e princípios de 1964. Em Outubro de 1963, há um grupo de oficiais e sargentos, em serviço no Comando Territorial Independente da Guiné (CTIG) que vai a Angola (RMA) fazer a sua formação de comandos.

É a partir daqui que nasce o primeiro Grupo de Comandos da Guiné. Logo no iníco de 1964, partipa na famosa Op Tridente (14 de Janeiro a 24 de Março de 1964), nas Ilhas do Como, Caiar e Catunco, integrado nas forças à disposição do BCAV 490. O grupo recebe as insígnias de comando em 29 de Abril de 1964, em cerimónia pública realizada em Bissau.

Em Julho de 1964 inicia-se, em Brá, o 1º Curso de Comandos da Guiné, tendo-se constituído mais 3 grupos. Estes grupos foram utilziados em acções independentes ou integradas em operações dos batalhaões (Madina do Boé, Catió, Farim, Jabadá, Canjambari...).

O curso que o Briote frequentou terá sido o segundo, onde se formaram mais quatro grupos de comandos. A partir de 1 de Novembro de 1965, o Centro de Instrução de Comandos passou a constituir e a designar-se por Companhia de Comandos (CCmds), com sede em Brá. Participou em diversas operações nas regiões de Bula, Bigene, Pelundo, Guileje, entre outras. Esta CCmds é extinta com a mobilização e a chegada da primeira CCmds, formada em Lamego (a 3ª CCmds).

(2) Três anos depois, em Julho de 1969, é criado o Batalhão de Comandos da Guiné.

Fonte: Comandos: tropa de elite.


2. Resposta de L.G.:

Camarada Virgínio:

Espero poder ter a honra e o privilégio de tratar-te por tu... E espero que fiques à vontade para fazeres o mesmo comigo. Essa é, de resto, uma das poucas regras que temos na nossa tertúlia... Fico entusiasmo com a resposta rápida que deste, à comando, e sobretudo com a confiança que demonstra (em mim e no nosso blogue).

A documentação que nos envia é valiosa e merece, de facto, ser partilhada pelos nossos tertulianos e restante comunidade bloguística... Prometo abrir uma página só para ti e os teus comandos: de facto, as tropas especiais não tinham poiso certo...

Mas primeiro quero falar contigo, como sugeres. Dá-me um nº de tefefone teu (...).

Um ciberabraço.
L.G.

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