Camaradas de Armas,
Li as declarações de ex-Furriel Henrique Cerqueira (1), da CCAÇ 13, e, como todos os relatos pessoais de guerra, são subjectivas e como tal não discutidas. Porém há imprecisões que como Capitão da CCAÇ 13 na época, tenho que repõr, com alguns comentários, para bem da história da Companhia.
(i) Tanto quanto me recordo ninguém passava férias no Natal na metrópole. Era regra do Com-Chefe segundo todos se lembram. A CCAÇ 13 não era excepção.
(ii) Confirmo que foi negado a todos que tinham lá Família ficar no Quartel. Era compreensível que por questões de segurança nessas datas toda a gente fosse para fora do quartel até à meia noite ou uma hora.
(iii) Quero rectificar que não me sinti vítima de qualquer Governo da altura. Tenho documentos que provam que as razões que me motivaram na continuação nas fileiras não foram de cariz político nem económico. Não cobro nada de ninguém e sinto-me recompensado com o afecto que todos os que tive o privilégio de comandar ainda hoje me demonstram. Estou disponível para responder a todos em tribunal ou na praça pública pelas minhas acções quer como militar quer como homem nesse período.
(iv) Lamento muito que, ao ex Furriel Cerqueira, não tenha conseguido, como seu comandante, impregná-lo dos Valores mais altos que encontrei até hoje, os de ser SOLDADO.
A todos desejo Boas festas e um Novo Ano sempre melhor.
Sinceramente, do sempre disponível soldado e amigo
Carlos Matos de Oliveira
Rua de St Justa 86
Porto
Telf 22 6099200 (escritório) / 22 5498698 (casa)
2. Comentário de L.G.:
Deve-se esclarecer que o Henrique Cerqueira fez questão de não identificar nenhum dos protagonistas desta cena, a começar pelo seu comandante (1). Naturalmente que todos os camaradas que se sintam, directa ou indirectamente visados por textos publciados no blogue, têm direito de resposta. Obrigado ao Carlos Matos de Oliveira pelos esclarecimentos que entendeu dever dar-nos.
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Nota de L.G:
(1) Vd. post de 17 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2356: O meu Natal no mato (2): Bissorã, 1973: O Milagre (Henrique Cerqueira, CCAÇ 13)
(...) Omito nomes para que só seja entendida a história,se achares que como história não vale nada,não há problemas porque me fez muito bem escrever hoje fim de tarde friorento e até te digo estou aliviado e feliz, e seja o que Deus quiser.(...).
(...) Capitão, Alferes, Médico... não se sintam culpados, vocês foram vítimas da BESTA e com a vossa atitude permitiram o meu "Milagre de Natal", daí esta minha introdução que só os protagonistas entenderão. (...).
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