sexta-feira, 26 de junho de 2009

Guiné 63/74 - P4584: Controvérsias (26): Cabo Miliciano: Cabo, Sargento ou Soldado? (Libério Lopes)





1. Mensagem enviada pelo Libério Lopes, que foi 2º Sarg Mil Inf da CCAÇ 526, Bambadinca e Xime, 1963/65 (*), em 24 de Junho de 2009:






Cabo Miliciano: Cabo, Sargento ou Soldado?

Dizia o Manuel Maia há alguns dias, que o único país do Mundo onde existiu o posto de Cabo Miliciano foi em Portugal. E tem razão. Só em Portugal isso podia acontecer e foi devido à lucidez brilhante de um Ministro do Exército do Governo de Salazar que isto podia acontecer. Se não me engano foi o Santos Costa. Se não for ,e se alguém souber ao certo quem foi, é bom transmitir a todos os camaradas para lhe prestarmos as nossas homenagens…

Foi um indivíduo inteligente ao tomar esta atitude (poupou milhões ao Estado) só que criou inúmeros problemas.

Com o vencimento de um soldado, tinha um Cabo a fazer um serviço de Sargento. É claro que alguns comandantes usavam e abusavam do seu poder discriminatório para rebaixar os Cabos Milicianos.

Fui Cabo Miliciano no Batalhão de Caçadores 6, em Castelo Branco, desde Janeiro de 62 a Abril de 63. Dei salvo erro três recrutas e, por falta de aspirantes muitas vezes comandámos pelotões de 100 recrutas.

Neste quartel aconteceram, com o comandante de então, coisas interessantes. Ao Cabo Miliciano era proibido frequentar o bar dos soldados, porque faziam serviço de Sargento. Só que os sargentos do QP não nos deixavam entrar no seu Bar.

Houve, inclusivamente, um Cabo Miliciano de Sargento de Dia ao Batalhão que ao querer tomar café no Bar de Sargentos, durante a noite, foi posto na rua por um 1º Sargento. Isto serviu para que os Cabos Milicianos se juntassem e conseguissem uma pequena sala onde se reuniam e tinham uma máquina de café.

Como defesa da classe, deliberamos só responder quando nos tratassem por Cabo miliciano e não por cabo. Ainda estou a ver o Comandante a chamar o Silva… gritando: ó nosso cabo… ó nosso cabo e o Silva… não lhe respondia. O comandante aproxima-se dele e pergunta-lhe se não o tinha ouvido chamar. O Silva retorquiu-lhe: 0 meu comandante desculpe mas chamou nosso cabo e eu sou Cabo Miliciano. O Comandante engoliu e calou. Serviu de exemplo para todo o quartel.

Esse mesmo senhor quis aplicar-me como castigo, de me ver á civil na rua, uma carecada (”écada” no meu tempo).

Em Março de 1963 fomos promovidos a Furriéis Milicianos. Nunca nenhum de nós entrou alguma vez no Bar de Sargentos.

Termino dizendo que, embora todos estes condicionantes, sinto-me honrado por ter pertencido á classe dos Cabos Milicianos. Fomos explorados no Continente como mão-de-obra barata ao contrário dos Aspirantes Milicianos, que, ao fim da especialidade, tinham desde logo acesso á classe de oficiais.

No Ultramar foi o que toda a gente sabe: sempre na frente de combate enquanto a maioria dos profissionais estavam no ar condicionado. Mas isso é outro assunto...

Libério Lopes
2º Sarg Mil
___________

Nota de M.R.:

Vd. último poste da série em:

15 comentários:

Anónimo disse...

"No Ultramar foi o que toda a gente sabe: sempre na frente de combate enquanto a maioria dos profissionais estavam no ar condicionado".

Já tem idade para saber que "mandar bocas é feio". Se este blogue quer ser lugar de história oral tem que começar por ensinar que a asneira não é livre.
Estude o assunto e traga números que provem a sua afirmação irresponsável.
Não se é adulto apenas porque se tem idade mas antes sentido de responsabilidade.

António Matos disse...

O comentário anterior já devia estar apagado !!!
É anónimo !!!
Aproveito, entretanto, para acabar o meu que estava em congeminação quando "entrou" aquele.
Caro Libério, não venho defender a "distinta oficialidade" do exército português da qual fiz parte, perante o teu "amoque" com o tratamento que os cabos milicianos possam ter tido face a uma posição hierárquica que não seria carne nem peixe na tua óptica.
Quando, porém, fazes a comparação com os aspirantes num tom em que estes parecem ter sido uns privilegiados, aí discordo de todo.
O teu último parágrafo, na sequência do que tinhas dito, torna-se um tanto ou quanto insultuoso pois dá a entender que no ultramar os furriéis alombavam com a guerra e os oficiais laureavam a pevide ...
É certo que deixas a teu favor a expressão "maioria" mas era bom que esclarecesses isso.
Um abraço deste ex alferes cujo ar condicionado de que gozou era um pedaço de cartão com que se abanava efusivamente acabando sempre a suar mais do que se tivesse ficado sentadinho e sem se abanar !
António Matos

José Martins disse...

Caro Senhor Anónimo

Estou perfeitamente de acordo com o que escreveu: "MANDAR BOCAS É FEIO".

Estudar o assunto. Isso mesmo. Será que leu o artigo que comentou? Será que sabe que o texto do nosso camarada de armas Libério Lopes se refere a factos ocorridos na Metrópole (actual continente) e não no antigo Ultramar?

O Cabo Miliciano, como criação portuguesa (exclusiva) era promovido/graduado em Furriel 24 horas antes de embarcar!

Além do mais, pior que mandar bocas, e NÃO ASSINAR O COMENTÁRIO.
Não sei quem foi que escreveu e, se por pressa de comentar ou "descuido", não assinou.

Eu vou assinar. Não tenho receio de assumir os comentários que faço. Se errar, o mínimo que posso fazer, é pedir desculpa.

De qualquer forma, pessoalmente, agradeço o ser leitor deste blog, pelo que demonstra que tem alguma sensibilidade.

Cumprimentos

José Martins

Santos Oliveira disse...

Camaradas

Noutro lugar já havia referido a "existência" da espécie do SARGENTO ECONÓNICO, vulgo: CABO MILICIANO
Porque:

1 - Possuia conhecimentos de Oficial (o Curso, técnica/teóricamente era exactamente igual, com o senão de o COM ter menos 4 horas semanais de carga em Educação Física;

2 - Responsabilidade de Sargento: porque lhes eram cometidas todas as responsabilidades
inerentes á classe;

3 - Vencimento de Cabo: porque a tal Posto, correspondia Orgânicamente;

4 - Regalias e Tratamento bem abaixo de Soldado Básico: porque nem éramos tratados nem como tal.

Na verdade, foi essa pérola da economia no Exército, o Ministro Santos Costa, quem inventou o Posto e os acessórios respectivos.

Atesto este testemunho porquanto era desta forma que os homens eram tratados com o Aval da
Hierarquia.
Curiosamente, os mesmos Sargentos que nos esmagavam psicologicamente, a partir da Promoção já nos pretendiam
no seu meio. Curioso, não?
Por estas e outras razões, embora gostasse de ter feito carreira militar, sempre recusei os múltiplos e consecutivos convites para tornar ao COM ou Academia (para a qual me permitiam todas as benesses e facilidades) e que
se foram repetindo até aos meus 31 anos de idade.
O curioso era que a Lei do mesmo Estado que nos deu este Estatuto, limitava o acesso a qualquer tipo de lugar na Função Pública desde que o indivíduo atingisse os 28 anos, mesmo para as Forças então vigentes (GNR, GFiscal, GFlorestal, Polícias e outros).

Mais tarde, pelas Unidades da Guiné, depois do meu desalento e das lutas para a dignificação dos Homens/Soldado, acabei por ter muito bons Camaradas Sargento, com quem acabei por cultivar amizade.

Afinal, os problemas até eram mais profundos em toda a Estrutura Militar e que se podem aferir (não sei se já foi rectificado nos Mapas de inventário de Equipamentos) Ex: Colchão para Sargento de Palha ou Candeeiro para Oficial de pé alto.

Termino com a referência mais sublime acerca dos Deveres dos Sargentos: "O PRIMEIRO SARGENTO DA COMPANHIA É OBRIGADO A SABER LER E ESCREVER, PORQUE O OFICIAL COMANDANTE DE COMPANHIA, PODE SER FIDALGO". Chega?

Abraços á Classe ou á falta dela e aos caros Camaradas

Santos Oliveira
(...que foi Sarg.Económico)

PS: Mais Anónimos, não!
Também não vou deixar de referir que os Aspirantes que fizeram o mesmo Curso comum, tenham sido exenplos a desprezar. Não era como os Sargentos mas...

Anónimo disse...

Para José Martins

Limitei-me a comentar o parágrafo, que transcrevi,onde a maioria dos profissionais é referenciada no ar condicionado.
Corrijo o lapso, assino agora mas vou clicar em anónimo para enviar o comentário porque das opções restantes "Open ID" e "Nome/URL" ignoro a finalidade.
João Mendes

Anónimo disse...

A leitura do texto do Libério Lopes e respectivos comentários, faz-me lembrar uma situação frequente no desporto. O praticante que sofre uma agressão que o árbitro não vê, queixa-se e "leva" cartão amarelo. Se insiste, vê 2.º cartão amarelo, depois o vermelho e é expulso.
O Libério Lopes sentiu-se e queixou-se. Não temos que lhe mostrar o cartão amarelo, mesmo que alguns de nós não concordemos totalmente com o texto.
Eu fiz 13 meses de Cabo Miliciano. Sei o que foi esse tempo.
Quanto ao ar condicionado, pois... quem o tinha chamava-lhe seu... quem parte e reparte... fica sempre com a melhor parte.

Mas, não carrego esse fardo.
Sempre tive e tenho, no meu Batalhão e na minha Companhia, bem como agora, aqui na Tabanca, o mesmo respeito, consideração e amizade, por Oficiais, Sargentos e Praças, do QP, do QC, ou do Serviço Militar Obrigatório.

Um Abraço

Manuel Amaro

Anónimo disse...

Esta coisa de ser cabo miliciano também tinha as suas vantagens. Éramos todos mais ou menos da mesma idade e tínhamos bar e messe separados. O ambiente era, suponho, mais alegre do que no bar dos sargentos (mais idosos e com outra mentalidade, pois eram profissionais). Quanto ao ar condicionado (e julgo que se fala na "metrópole"), no BII18 (S. Miguel - Açores)julgo que, a partir da segunda ou terceira recrutas, os CM passavam, geralmente, para o ar condicionado (que não havia!!!). Comigo, quando se pensava que já não seria mobilizado (puro engano), passei para a parte administrativa, ajudando o 1.º sargento que tratava da papelada de uma companhia mobilizada e que se preparava para seguir para a Guiné (mas não tenho a certeza). Trabalho, aliás, interessante, na medida em que havia muita coisa a ter em conta com os casos individuais (amparo, declarações disto e daquilo, etc). Pude também dar conta da grande competência administrativa e das qualidades humanas do 1.º sargento Figueiredo (que Descanse em Paz).
Desculpem sair do "tom".
Cumprimentos,
Carlos Cordeiro

MANUEL MAIA disse...

CAROS CAMARADAS,

NA QUALIDADE DE "INSTIGADOR" DO LIBÉRIO LOPES PORQUANTO FUI O AUTOR DA AFIRMAÇÃO DE QUE O POSTO DE CABO MILICIANO ERA UMA INVENÇÃO PORTUGUESA, E COMO ABOMINO SITUAÇÕES DE QUEM ATIRA A PEDRA E ESCONDE A MÃO,NÃO ME REFUGIANDO NO ANONIMATO,LI,E RELI,O TEXTO DO LIBÉRIO E SUBSCREVO-O INTEIRAMENTE PELO SEGUINTE:

TODOS NÓS SABEMOS QUE QUEM FEZ A GUERRA DO ULTRAMAR FORAM OS MUITOS MILHARES DE SOLDADOS( OS MAIS SACRIFICADOS DE TODOS,SEM QUAISQUER
RESQUÍCIOS DE DÚVIDAS),OS FURRIEIS
MILICIANOS E OS ALFERES MILICIANOS.

NUM CASO OU NOUTRO SIMPLESMENTE RESIDUAL,ALGUM SARGENTO OU CAPITÃO DO QUADRO.
CLARO QUE ME REPORTO AO EXÉRCITO,JÁ QUE NA MARINHA POR EXEMPLO HAVIA OUTRA FORMA DE PENSAR E DIRIGIR OS EFECTIVOS.

DESCONHEÇO SE NA FORÇA AÉREA O SISTEMA ERA IGUAL AO DESTA ULTIMA ARMA...

PORTANTO CAMARADA ANÓNIMO,SE DE FACTO FOSTE TAMBÉM COMBATENTE FORA DO BÉM BOM COMO PROFISSIONAL,RESTA A HIPÓTESE DE O TERES SIDO NO INICIO DO CONFLITO POIS NESSA PRIMEIRISSIMA FASE OS PROFISSIONAIS "TIVERAM DE ALOMBAR"
(PUDERA NÃO HAVIA OUTROS...)

SEIA BOM QUE COM A MESMA LIGEIREZA QUE TIVESTE EM REFERIR-TE ÀS BOCAS E SER ADULTO...(QUE CAIU MUITO MAL...) NOS DISSESSES DE QUE ARMA ERAS E EM QUE PERÍODO FIZESTE A GUERRA.
JÁ AGORA, ONDE...

O LIBÉRIO NADA DISSE EM DESABONO DOS OFICIAIS MILICIANOS,QUE FIQUE CLARO, APENAS REFERIU QUE QUANDO ACABAVAM O 2º CICLO DE CADETES,PASSAVAM A ASPIRANTES A OFICIAIS MILICIANOS (SENDO CONSIDERADOS DE IMEDIATO OFICIAIS DE DIREITO),ENQUANTO OS INSTRUENDOS DO 2ºCICLO DO CSM LOGO QUE TERMINAVAM O CURSO FICAVAM NUMA ESPÉCIE DE LIMBO(CABOS MILICIANOS,SEM REGALIAS DE SARGENTOS QUE ERAM EFECTIVAMENTE) ATÉ QUE SE PROCESSASSE A SUA PROMOÇÃO A FURRIEIS QUE ACONTECIA POUCO ANTES DO EMBARQUE
PARA A GUERRA OU APENAS AOS 18 MESES PARA QUEM NÃO ERA MOBILIZADO.

A "PIADA" DO AR CONDICIONADO NÃO SE REPORTAVA AOS ASPIRANTES MILICIANOS-OUTRAS VITIMAS-( QUE TAMBÉM SÓ ASCENDIAM A ALFERES POUCO ANTES DO EMBARQUE...)MAS SIM AOS PROFISSIONAIS SARGENTOS E OFICIAIS QUE ESTAVAM NO BEM-BOM DAS CIDADES REFASTELADOS NO AR CONDICIONADO,(FORÇA DE EXPRESSÃO QUE SINTETIZA TODAS AS SITUAÇÕES DE NÃO GUERRA CONHECIDAS...) E ISTO CAMARADAS, ERA A PURA VERDADE.

POR ONDE ANDAVAM OS SARGENTOS DO QUADRO( PARA ALÉM DAQUELE QUE HAVIA EM CADA COMPANHIA E TAMBÉM NÃO SAÍA PARA O MATO...)DOS CAPITÃES,MAJORES,TENENTES CORONEIS,CORONEIS OU BRIGADEIROS ?

DEVO DIZER-VOS QUE VI UNS DOIS MINUTOS UM CORONEL OU TENENTE CORONEL OU ATÉ BRIGADEIRO,NÃO SEI JÁ EM CUFAR QUANDO FUI PARA O CANTANHEZ,E DEPOIS VI O HOMEM DO MONÓCULO DUAS VEZES, UM MINUTO TALVEZ EM CADA SITUAÇÃO, JUNTO AO HÉLIO PARA DE IMEDIATO SE "PÔR NA ALHETA" QUE ELAS ALI CANTAVAM...
QUANDO NOS VEIO ENCHER DE PROMESSAS RELATIVAMENTE AO ENVIO DE TUDO AQUILO QUE PRECISÁSSEMOS...

TAL QUAL OS POLÍTICOS FAZEM EM MARÉ DE CAMPANHA ELEITORAL...

PORTANTO CAMARADA ANÓNIMO NÃO TENS RAZÃO. O LIBÉRIO NÃO DISSE TODOS,MAS A MAIORIA.
E DISSO,NEM QUE A VACA TUSSA, NÃO ABDICO.
ESTOU ABSOLUTAMENTE À VONTADE PARA FALAR ATÉ PORQUE O UNICO PROFISSIONAL DA COMPANHIA,1º SARGENTO, JÚLIO CÉSAR GINJA DE SEU NOME,O CHAMADO "MILITAR MILITARISTA"-PASSE A REDUNDÂNCIA-TRANSFORMÁMO-LO NUM VERDADEIRO MILICIANO, E TIVEMO-LO COMO UM AMIGO MAIS VELHO OU ATÉ MESMO UM PAI.
PAZ À SUA ALMA QUE JÁ PARTIU DESTE MUNDO.

UM ABRAÇO EXTENSIVO A TODA A TABANCA.

MANUEL MAIA

Anónimo disse...

Para Manuel Maia
Estude o emprego do QP na Guiné, coleccione números, companhias,lugares e datas e venha com eles para o blogue.
Nessa altura, voltarei ao assunto.
Afinal de contas se não querem que outros contem a vossa história estão obrigados a fazê-lo baseando-se apenas no conhecimento e não em percepções/frases feitas/traumas/frustrações/dogmas, etc.
João Mendes

Unknown disse...

Caros Camaradas

Eu ainda não percebi muito bem qual era ou é o Posto do camarada João Mendes, mas dá-me a ideia de que é ou foi Sargento. Estarei errado? O que eu pergunto aqui é se o camarada Mendes sabe quantos sargentos tinha uma Companhia Operacional. Eu digo-lhe: 3 e normalmente 2ºs Sargentos.
O mais antigo ficava ao serviço da Secretaria da Unidade e aos outros dois era-lhes distribuídos outros pelouros. Para ir para o mato restavam os furriéis.Agora diga-me
quantos 1ºs Sargentos,Sargentos Ajudantes e sargentos Chefes tinha o QG da Guiné em Bissau. Pareciam cogumelos a nascer junto das árvores. E no Depósito de Adidos?
Porque seria que os 1ºs Sargentos se ofereciam voluntáriamente para o
Ultramar. Porque gostavam de andar
no barulho? Não meu amigo,era porque iam para o ar condicionado, o seu ordenado dava um grande salto
e podiam fazer uns negócios bastante chorudos.Como é que acha que em Bissau,Nova Lamego, Bafatá,
aparecesse á venda azeite em bidões do exército, tabaco em volumes com a sigla Destinado às Forças Armadas,Sacos de batata que a Guiné não produzia?
Quanto ao camarada Libério Lopes
Tirando a rejeição por parte dos Sargentos, as promoções no Exército
o que acontecia com os Cabos Milicianos (Sargentos Menstruados, no meu tempo, acontecia com os 1ºs
Cabos. Como sabe havia Especialidades que devido á pontuação obtida nos cursos davam acesso automático a 1º Cabo. É o caso da Enfermagem,Telegrafista, Mecânico Auto.Eu também fui promovido à entrada do barco, com rectroativos a Fevereiro de 66 mas
só em tempo,porque em dinheiro nem
vê-lo.Mas isto era o Exército que tinha-mos
Armandino Alves

MANUEL MAIA disse...

CARO JOÃO MENDES,

AFINAL SEMPRE VALEU A PENA O MEU ESCRITO PORQUANTO PERMITIU QUE O ANÓNIMO NÃO FOSSE ASSIM TÃO ANÓNIMO...

DEPOIS GOSTARIA DE SALIENTAR QUE NESTA TABANCA O TRATAMENTO ENTRE TODOS ESTÁ ESTIPULADO COMO CAMARADA.

AFINAL NÃO VI A RESPOSTA ÀS PERGUNTAS QUE HAVIA FEITO, DE QUE ARMA ERAS(POIS SE ACASO FOSSES DA MARINHA ESTAVA RESSALVADA NO MEU TEXTO ESSA PARTICULARIDADE...)EM QUE PERÍODO FIZESTE A GUERRA E ONDE.
APROVEITO PARA ACRESCENTAR O QUE PENSEI TER SOLICITADO,QUE POSTO TINHAS NA ALTURA.

SERIA IMPORTANTE QUE O FIZESSES,
EMBORA O ARMANDINO JÁ TENHA DITO QUE PORVENTURA SERIAS SARGENTO...

EM 66 COMO REFERE ARMANDINO HAVIA TRÊS SARGENTOS DO QP POR COMPANHIA OPERACIONAL( DAS CCS JÁ NEM SE FALA...). DESSE TRIO,UM(O MAIS VELHO FICAVA COM O SERVIÇO DE SECRETARIA QUE COMO É ÓBVIO ERA NECESSÁRIO MAS NADA QUE QUALQUER MILICIANO NÃO PUDESSE FAZER SE INDUSTRIADO PARA ISSO.AOS OUTROS DOIS ERA ARRANJADO QUALQUER SERVIÇO "DENTRO DE PORTAS" POIS SAIR PARA O MATO NEM PENSAR...
SEIS ANOS MAIS TARDE,A MINHA COMP. TINHA DOIS FICANDO AMBOS NA SECRETARIA. AO FIM DE VÁRIOS MESES DE COMISSÃO UM DELES(O MAIS NOVO) SERIA CANALIZADO PARA UMA AFRICANA.

SE EM 66 BISSAU ESTAVA ENXAMEADO DE SARGENTOS,EM 72 PASSAVA-SE A MESMISSIMA COISA.

NO COMENTÁRIO QUE ME DIRIGISTE COMO RECADO( PARA O MANUEL MAIA, "TOUT COURT") DIZES: "ESTUDE O QP NA GUINÉ,COLECCIONE NUMEROS,COMPANHIAS,LUGARES E DATAS E VENHA COM ELES PARA O BLOGUE.
NESSA ALTURA,VOLTAREI AO ASSUNTO. AFINAL DE CONTAS se não querem que outros contem a vossa história ESTÃO OBRIGADOS A FAZÊ-LO BASEANDO-SE APENAS NO CONHECIMENTO E NÃO EM PERCEPÇÕES/FRASES FEITAS,TRAUMAS/FRUSTRAÇÕES/DOGMAS,
ETC.

A ESTA, E SÓ ESTA PARTE,PROPONHO-ME FAZER OS CONSIDERANDOS QUE ENTENDO,MAS SÓ DEPOIS DE ME RESPONDERES ÀS PERGUNTAS SOBRE A ARMA,O POSTO,O LOCAL OU LOCAIS E O TEMPO DA COMISSÃO OU COMISSÕES QUE FIZESTE.

RELATIVAMENTE AO QUE O ARMANDINO ESCREVEU SOBRE A HISTÓRIA DAS BATATAS,NÃO ME PRONUNCIO POIS ESTIVE SEMPRE NO MATO...

POR MUITO MALABARISMO QUE SE FAÇA COM NUMEROS NUNCA SE PODERÁ INVERTER A REALIDADE.
O PRATO DA BALANÇA ONDE SE COLOCAM OS MILITARES DO QP ENQUANTO OPERACIONAIS SERÁ SEMPRE, SEMPRE MENOR QUE AQUELE EM QUE OS "MUSICOS" (COMO SEMPRE LHES CHAMEI,SEM OFENSA CLARO)TOMAVAM ASSENTO...

É TÃO ÓBVIO QUE NEM VALE A PENA PERDER TEMPO COM O ASSUNTO,MAS JÁ AGORA GOSTAVA DE VER COMO SE DETURPAM REALIDADES COMEZINHAS...)

OS POLÍTICOS TAMBÉM MANIPULAM SONDAGENS CONFORME LHES "DÁ NA GANA"...

É QUE OPERACIONAL NÃO É O QUE ESTÁ NUM QUARTEL DO INTERIOR, MAS... EXCLUSIVAMENTE AQUELE QUE DE LÁ SAI EM OPERAÇÕES DE VÁRIO TIPO DESDE A SIMPLES ROTINA DE IR À ÁGUA,PASSANDO PELOS PATRULHAMENTOS DIURNOS E NOCTURNOS ATÉ ÀS GRANDES OPERAÇÕES DE VÁRIOS DIAS.

SE CONSEGUIRES PROVAR O CONTRÁRIO DO QUE AFIRMO TERÁS DIREITO A UM NOBEL E DE IMEDIATO UMA POSIÇÃO CIMEIRA EM QUALQUER PARTIDO POLÍTICO...

ATÉ LÁ UM ABRAÇO QUE TORNO EXTENSIVO A TODA A TABANCA.

MANUEL MAIA

Anónimo disse...

Mail enviado hoje pelo Libério Lopes:

Caro Luis Graça:

Como andei em viagem,só hoje tive acesso aos comentários sobre aquele assunto.

Acho que o Manuel Maia e outros camaradas já deram todas as explicações,pelo que não valerá a pena alimentar a polémica.

Um abraço
Libério

Unknown disse...

Alguém me sabe dizer se um cabo miliciano a que morresse nos dias de hoje tinha honras fúnebres com salva de tiros e quantos tiros?

Obrigado.

José Marcelino Martins disse...

Todos os militares mortos em serviço - combate, acidente ou doença - têm direito a Honras Militares e "salva de ordenança": 3 salvas.
A composição da força é que difere, de acordo com a patente.
Actualmente não existe o "posto de Cabo miliciano", que era da Classe de Praças.
Até 1o Sargento, inclusive tem direito a uma secção, comandada por um sargento.

José Marcelino Martins disse...

Cabos menstruados, nunca ouvi referir.
Ouvi falar e falei de "Aspirantes menstruados", que eram os instruendos do CSM, dado que a usavam uma divisa semelhante aos aspirantes, só que vermelha. Daí o nome.

Promoção de Aspirantes ou Cabos Milicianos à data de embarque, não havia. À data de embarque os mesmos eram GRADUADOS em Alferes ou Furriéis. A promoção ao posto de graduação, só se verificava quando satisfaziam as condições para tal: um ano após a promoção adquirida com o 2º ciclo dos respectivos COM ou CSM.

Quanto a Sargentos do QP, na minha C.Caç 5, tive sempre um 1º Sargento na secretaria e, curiosamente quando o 1º Faustino veio de férias, fui eu que o substituí, sendo Furriel Miliciano. Claro que assim que me foi possível, foi nessa mesma tarde, deixei o cargo porque surgiu na companhia um 2º Sargento, pelo que sugeri ao capitão que o mesmo assumisse o cargo, já que tinha mais qualificação militar para tal.

Não esquecer que houve um Aspirante e um Cabo Miliciano que não foram graduados, porque à data de embarque tinham processos militares pendentes. Casualmente morreram os dois no mesmo dia, já que eram da mesma companhia.