segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Guiné 63/74 - P4888: Estórias do Jorge Fontinha (7): A nossa Casinha

1. Mensagem de Jorge Fontinha, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 2791, Bula e Teixeira Pinto, 1970/72, com data de 28 de Agosto de 2009:

Caro vinhal.
Um grande abraço e me parece que já estava na altura de regressar.
Assim aí vai mais um contributo.

Um abraço para toda a tertúlia.
jorge fontinha


A NOSSA CASINHA

Vou aproveitar o facto de o Luís Faria se ter despedido de Binar e estar a chegar a Teixeira Pinto, para retomar as minhas Estórias, pois as dele e as minhas voltam a estar interligadas a partir desta fase. Aproveito também o facto de ele nesta altura ir de férias, para lhe preparar o terreno, pois quando ele regressar vou eu.

Quando finalmente, o resto da Companhia se junta a nós, em Teixeira Pinto, passámos efectivamente a uma acção mais envolvente e efectiva no apoio às Forças Especiais do CAOP 1: Comandos, Páras e Fuzileiros.

De início era apenas um Bi-grupo. O 2.º e o 4.º, e todo o staff da Companhia, com o Capitão Mamede de Sousa, o 1.º Sargento Guerreiro e os restantes Especialistas e os inestimáveis apoios logísticos, muito úteis para quem, dia sim, dia não, prestava apoio à abertura da estrada Teixeira Pinto/Cacheu, intervalado com Operações de grande envergadura ao Balangarez, com as referidas Companhias de Tropas Especiais do CAOP 1. O 3.º Grupo só se juntaria à Companhia, já em Bula, aquando dos Reordenamentos, e o 1.º ao fim de uns dois meses, em Teixeira Pinto, pois manifestamente dois Grupos começava a ser demasiado cansativo para os 2.º e 4.º Grupos. Como diria o Luís Faria, eles abusaram de nós, não sabíamos passar despercebidos!

Todavia este Grupo mais alargado de amigos e camaradas de outros carnavais, passou a ser mais unido e já com os 3 Grupos de Combate Operacionais a revezarem-se, o espaço dentro do quartel começou a ser mais reduzido, para as nossas mais frequentes folgas.

Assim nasce a nossa casinha.

De frente: Gaspar, Jorge Fontinha e Luis Faria. De perfil: Cap. Mamede Sousa. De costas: Chaves e Madaleno

A alguns metros do quartel, ao fundo da Av. Principal de Teixeira Pinto, eu mais um grupo de compinchas, alugámos uma vivenda, onde poderíamos passar umas horas de descompressão e de puro lazer.

Nessas instalações passou a realizar-se alguns momentos de boa degustação de belos camarões e ostras, mas também de amena cavaqueira entre camaradas de armas. Por vezes juntavam-se a nós alguns intrometidos locais, juntamente com alguns convidados, já por mim referenciados, noutras Estórias, como o Chefe de Posto Júlio e outros amigos.

Ali, não havia guerra apenas umas belas cervejas que curiosamente também eram bazucas.

Esta casa era uma espécie de multiusos. Como tinha, para além da sala e da cozinha, uma bela casa de banho, onde dava para refrescar várias vezes ao dia e 4 quartos, não era difícil arranjar ocupantes para eles. As nossas queridas bajudas e ou caboverdianas não se faziam rogadas.

Chaves, Freitas Pereira, Rebocho, Luis Faria, Jorge Fontinha e Guerra Madaleno

Por aquela casa, para além de nós e os nossos amigos, passaram também alguns convidados do Comando do CAOP da altura, alguns elementos semi-incógnitos do PAIGC e vários graduados e praças de todas as forças estacionadas em Teixeira Pinto: Comandos, Fuzas e Páras, para além da anfitriã CCAÇ 2791.

A ideia que nos norteou, ao alugar aquele espaço, foi tão só promover um lugar de convívio entre pessoas de bem e de paz.

Guerra era guerra, lazer era confraternizar sem perguntas.

Nunca houve o mais pequeno problema.

Jorge Fontinha e Antonino Chaves

Um abraço para a tertúlia.
JORGE FONTINHA
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 23 de Abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4237: Estórias do Jorge Fontinha (6): O 4.º GCOMB / CCAÇ 2791, destacado no CAOP 1 - Teixeira Pinto

1 comentário:

Anónimo disse...

Até que enfim reapareces...optimo!

Boas recordações essas,da casa!
Só desconhecia que apareciam tambem por lá "semi-incógnitos do PAIGC" ou será que te referes a gajos passantes ,que de vez enquando nos miravam e remiravam como se nos estivessem a "tirar o azimute"?

Continua,Fontinha pois tens muita coisa para contar

Abraço
Luis Faria