Caricatura de Silva Mongteiro, Os Ridículos, 6 de Março de 1912 (Col Hemeroteca Municipal de Lisboa)
Caricatura de Silva Monteiro, Os Ridiculos, 22 de Janeiro de 1916 (Col Hemeroteca Municipal de Lisboa)
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Autor e publicação: Não conseguimos identificar (Col Hemeroteca Municipal de Lisboa).
Fotos da exposição (L.G.)
Exposição > O Jogo da Política Moderna! - Desenho Humorístico e Caricatura na I República
Local > Lisboa, Paços do Concelho, Galeria de Exposições
Data: 3 Mai a 23 Setembro de 2010
Horário: 2ª a 6ª feira: 10h00 / 20h00; Dom: 10h00/18h00
Endereço: Praça do Município
Telefone: 213 236 200
Telefone: 213 236 200
No âmbito do Centenário da República (1910-2010) está patente, em Lisboa nos Paços do Concelho, a mostra O Jogo da Política Moderna!:
A colecção exibida (da Hemeroteca Municipal de Lisboa) "retrata um conjunto de obras, e tem como objecto uma viagem pelos últimos cem anos da caricatura e desenho humorístico nacional. Evidenciando autores e manifestações satíricas com traços mais rústicos ou mais vanguardistas, com conteúdos sociais e políticos mais ou menos explícitos, é notório o acervo documental municipal em destaque".
Lisboa > Praça do Comércio > 30 de Maio de 2010 > Esquina do Terreiro do Paço com a Rua do Arsenal > Aqui morreram, em 1 de Fevereiro de 1908, o Rei D. Carlos e o seu herdeiro... Em 5 de Outubro de 1910, era proclamada a República, a escassas dezenas de metros, da varanda dos Paços do Concelho, na Praça do Município.
Foto: © Luís Graça (2010). Direitos reservados.
Numa época em que ainda não havia a rádio, muito menos a televisão, a imprensa escrita, periódica, era um poderoso meio de modelação da opinião pública, ainda muito circunscrita às camaradas urbanas alfabetizadas, populares e burguesas. Mais de dois terços dos portugueses eram analfabetos.
O desenho humorístico e a caricatura foram, em grande parte, um produto do republicanismo na luta político-ideológica contra a Monarquia. Mas também foram, depois do 5 de Outubro de 1910, uma arma poderosa nas mãos dos críticos dos erros e debilidades do xadrez político do republicanismo. De tempos a tempos, os caricaturistas e os humoristas esqueciam as suas idiossincrasias, estéticas, ideológicas, políticas, e punham o seu talento ao serviço de causas comuns, como foi o esforço de Portugal na I Grande Guerra, ditada em grande parte pela imperiosa necessidade de defender as "colónias de África", objecto do "apetite imperial" de alemães, ingleses e franceses...
Uma exposição a ver com calma, de preferência num domingo, soalheiro, de manhã, em que Lisboa resplandece, sem carros, sem poluição, na Praça do Município e na nova Praça do Comércio... (Nova, de facto; em contrapartida, falta-lhe a vida das esplanadas, há muito prometidas, e a animação de rua)... LG
1 comentário:
Duas notas:
(i) A nossa proverbial "impreparação", falta de capacidade de "antecipação estratégica", e tendência para o "improviso", a par do "desenrascanço", mas também da "flexibilidade comportamental"... Idiossincrasia de um povo ? Fatum, fado ? Nada disso, quando temos 70% de analfabetismo, morrem mais de 200 crianças em cada mil ao fim de cinco anos, os homens têm uma esperança média de vida de 35 anos... Tal como hoje, na Guiné-Bissau...
(ii) A nossa (deles, humoristas, cartoonistas, jornalistas...) visão "etnocêntrica", "europocêntrica", de África e dos seus povos... Estes estereótipos levaram um século a "esbater-se"...
Pois é, temos que nos interessar mais pelo "conhecimento do passado"... Aprendemos imenso, num domingo de manhã, quando vamos ver exposições como estas... E ele há tempo coisa para ver, desfrutar, apreciar, ler, ouvir, partilhar... para além da praia e do futebol...
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