1. Comentário de José Martins [,ex-Fur MIl Trms, CCAÇ 5, Canjadude, 1968/70, foto à direita,] ao poste P7021 (*)
Caro Juvenal
Parecido, mas só parecido, junto um de António Botto, e sem desprimor para o poeta, apenas «pode» completar o teu:
Ó Pátria mil vezes santa,
-Meu Portugal, minha terra,
Onde vivo e onde nasci!
Na tua História me perco,
e nela tudo aprendi.
Mesmo que fosses pequena
E eu te visse pobre e nua,
- Ninguém ama a sua Pátria por ser grande,
Mas sim por ser sua!
António Botto (1897-1959)
In As Canções de António Botto, 18ª ed. Lisboa: Presença. 1999, p.111.
(Fixação / revisão de texto / título: L.G.)
_____________
Nota de L.G.:
(*) Vd. poste de
21 de Setembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7021: Blogoterapia (158): A Nossa Pátria (Juvenal Amado)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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5 comentários:
Belíssima definição de Pátria, essa, dada pelo "poeta maldito", que morreu longe da Pátria, na miséria, na diáspora...
Fernando Pessoa, que era seu amigo, diria o mesmo, por outras palavras: "A Pátria é a minha língua"...
Poderíamos hoje estar a falar italiano (a norte do Mondego), francês (entre o Mondego e o Tejo) e espanhol (a sul), se o Napoleão não tivesse batido levado no toutiço, na Roliça, no Vimeiro, Bucaço, e por aí fora... Ou alemão, se o Hitler tivesse ido na conversa no Franco e invadisse Portugal e conquistado Gilbraltar...
Se... se... Há sempre tantos seees na(s) história(s)...
Eu, sem a pretensão de querer ser original, diria que "a Pátria é o nosso terroir [leia-se: terroar]", o tchom, a nós tera, como se diz na Guiné-Bissau... O nosso território, com tudo o que lhe está associado: um espaço, um tempo, uma língua, uma história, vivências, cores, sabores, cheiros, afectos, memórias, recordações... O Estado, o poder político, vem depois...
"Terroir" é um termo (francês) que se aplica aos vinhos, à vitivinicultura, à enologia...O "terroir" é a região demarcada, ou mais do que isso: tem a ver com aptidões (solos, climas, castas, história, cultura, homens, bichos, plantas, socioecologia...). Por que é que os "vinhos do Douro" são únicos ? Ou os nossos "verdes" ? Por que há um "terroir" próprio para uns e para outros... A Pátria é isso, é única, é nossa... Ou era...
Distinta escolha esta, do camarada Martins (com quem hei-de ter estado em Canjadude...) pela síntese ajustada.
Também, não conhecia o poema do Botto - muit'obrigado!
SNogueira
Caro camarada José Martins
Fizeste bem em editar este poema.
Gostei e acho que a ideia de Pátria que nele se expressa se aproxima da que eu tenho.
Além disso as achegas do Luís Graça também ajudam.
Um abraço
Hélder S.
Caro SNogueira
A frase que destaco «do camarada Martins (com quem hei-de ter estado em Canjadude...)» tinha que me chamar a atenção.
Tentei enviar este comentário, não como tal mas como mail pessoal, e não encontrei o teu endereço electrónico.
O meu contacto é josesmmartins@sapo.pt.
contacta-me, pode ser que até haja histórias a contar.
José Martins
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