quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Guiné 63/74 - P7057: (Ex)citações (98): Ninguém ama a sua Pátria por ser grande / Mas sim por ser sua! (António Botto / José Martins)

1. Comentário de José Martins [,ex-Fur MIl Trms, CCAÇ 5, Canjadude, 1968/70, foto à direita,] ao poste P7021 (*)


Caro Juvenal

Parecido, mas só parecido, junto um de António Botto, e sem desprimor para o poeta, apenas «pode» completar o teu:

Ó Pátria mil vezes santa,
-Meu Portugal, minha terra,
Onde vivo e onde nasci!

Na tua História me perco, 

e nela tudo aprendi.

Mesmo que fosses pequena
E eu te visse pobre e nua, 

- Ninguém ama a sua Pátria por ser grande,
Mas sim por ser sua!



António Botto (1897-1959) 

In
As Canções de António Botto, 18ª ed. Lisboa: Presença. 1999, p.111.


(Fixação / revisão de texto / título: L.G.)


_____________


Nota de L.G.:


(*) Vd. poste de 

21 de Setembro de 2010 > 
Guiné 63/74 - P7021: Blogoterapia (158): A Nossa Pátria (Juvenal Amado)

5 comentários:

Luís Graça disse...

Belíssima definição de Pátria, essa, dada pelo "poeta maldito", que morreu longe da Pátria, na miséria, na diáspora...

Fernando Pessoa, que era seu amigo, diria o mesmo, por outras palavras: "A Pátria é a minha língua"...

Poderíamos hoje estar a falar italiano (a norte do Mondego), francês (entre o Mondego e o Tejo) e espanhol (a sul), se o Napoleão não tivesse batido levado no toutiço, na Roliça, no Vimeiro, Bucaço, e por aí fora... Ou alemão, se o Hitler tivesse ido na conversa no Franco e invadisse Portugal e conquistado Gilbraltar...

Se... se... Há sempre tantos seees na(s) história(s)...

Eu, sem a pretensão de querer ser original, diria que "a Pátria é o nosso terroir [leia-se: terroar]", o tchom, a nós tera, como se diz na Guiné-Bissau... O nosso território, com tudo o que lhe está associado: um espaço, um tempo, uma língua, uma história, vivências, cores, sabores, cheiros, afectos, memórias, recordações... O Estado, o poder político, vem depois...

Luís Graça disse...

"Terroir" é um termo (francês) que se aplica aos vinhos, à vitivinicultura, à enologia...O "terroir" é a região demarcada, ou mais do que isso: tem a ver com aptidões (solos, climas, castas, história, cultura, homens, bichos, plantas, socioecologia...). Por que é que os "vinhos do Douro" são únicos ? Ou os nossos "verdes" ? Por que há um "terroir" próprio para uns e para outros... A Pátria é isso, é única, é nossa... Ou era...

Anónimo disse...

Distinta escolha esta, do camarada Martins (com quem hei-de ter estado em Canjadude...) pela síntese ajustada.
Também, não conhecia o poema do Botto - muit'obrigado!


SNogueira

Hélder Valério disse...

Caro camarada José Martins

Fizeste bem em editar este poema.
Gostei e acho que a ideia de Pátria que nele se expressa se aproxima da que eu tenho.
Além disso as achegas do Luís Graça também ajudam.

Um abraço
Hélder S.

Jose Marcelino Martins disse...

Caro SNogueira

A frase que destaco «do camarada Martins (com quem hei-de ter estado em Canjadude...)» tinha que me chamar a atenção.

Tentei enviar este comentário, não como tal mas como mail pessoal, e não encontrei o teu endereço electrónico.

O meu contacto é josesmmartins@sapo.pt.

contacta-me, pode ser que até haja histórias a contar.

José Martins