sábado, 2 de outubro de 2010

Guiné 63/74 - P7068: In Memoriam (56): Cap Art Victor Manuel Ponte da Silva Marques (CART 3494, Xime, Agosto/Novembro de 1969) (Sousa de Castro)




O Cap Art Victor Manuel da Ponte da Silva Marques, em Quicua.Angola 1967/69, preparando-se para um jogo de futebol supostamente, vendo-se atrás o Tozé Santos.

Foto: Tozé Santos (2010) (Cortesia de Sousa de Castro)


1. Mensagem do Sousa de Castro, o nosso tertuliano mais antigo, a seguir ao Luís Graça, daí ter como  registo de matrícula, na Tabanca Grande, o nº 2...


Prezados editores,

Recebi de um nosso camarada d'armas,  Tozé Santos, que cumpriu serviço em Angola entre 1967/69,  fazendo parte da CART 1770, uma foto reproduzida em cima,  com a devida vénia, do primeiro Cmdt  (foram três) da CART 3494.

O Victor Manuel da Ponte S. Marques, que infelizmente já não se encontra no mundo dos vivos, usava muito a expressão "salta-me a cabeça"...

O Cap Art N Mº 51322811, Victor Manuel Ponte da Silva Marques, para além de ter sido o primeiro de três comandantes que passaram pela Cart 3494,  no Xime, Guiné, entre Dezembro 1971 a Agosto de 1972 tinha sido também Cmdt da CART 1770 do BART 1926 em 1967/69 em Quicua - Angola (Este batalhão, para além da CART 1770,  era composto pela CCS, CART 1769 e CART 1771).

Os outros Cmdt da Cart 3494 foram: de Agosto de 1972 a Novembro de 1972, o  Cap Art 04309164 - António José Pereira da Costa  [, nosso camarada na Tabanca ]; de Novembro de 1972 até ao final, Abril de 1974,  Cap Mil N mº 06383765 - Luciano Carvalho da Costa.


Ver aqui mais detalhes do BART 1926 (Batalhão de Artilharia 1926).

_______________

Nota de L.G.:

(*)  Último poste desta série: 

7 comentários:

Rogerio Cardoso disse...

Caro Sousa de Castro
Li com atenção o IN MEMORIAM (56): cap. Silva Marques e tenho a acrescentar que ele também foi com.comp., embora por poucos meses, da Cart644-Bart645-Aguias Negras. Chegou á Guiné a 10 de Março de 1964, esteve em Bissau e Mansabá.
Rogerio Cardoso
Fur.Mil-.Cart643-Aguias Negras

https://cart3494guine.blogspot.com/ disse...

É verdade! Já tinha constatado que de facto tinha sido CMDT da Cart 644 do Bart 645. Por outro lado falava-se no meu tempo que também tinha estado na India, que também foi feito prisioneiro, só não compreendo qual o motivo de não ter subido na carreira. Algo se passou.
Castro

Joaquim Mexia Alves disse...

Recordo com saudade o Cap. Silva Marques.

Desde que se apresentou no RAP2 para formarmos o BART 3873, ele como comandante da CART 3494 e eu Asp. da CART 3492, que entre nós se estabeleceu uma empatia que durou até ao Xime, porque depois de ele ter saído dessa companhia não me lembro de nos termos visto mais nenhuma vez.

Fiz várias viagens com ele ao fim de semana de Gaia para Lisboa e volta, no seu Alfa Romeo, que curiosamente tinha uma televisão, isto em 1971.

Era um homem franco, aberto, bem humorado, mas algo magoado com a instituição militar e julgo ter sido um bom comandante para os meus camaradas da 3494.

Tinha com efeito essa expressão várias vezes repetida, "salata-me a cabeça", bem como me dizia muitas vezes, aconselhando-me no comando do meu Pelotão, "Bem sabes, não há rapazes maus. Às vezes, quando fazem asneiras, é preciso dar-lhes umas porradas para eles perceberem que são rapazes bons"

Andava, lembro-me bem, a maior parte das vezes com uma espécie de bastão curto, preto, que era um simbolo de comando para ele e para nós.

Julgo que esteve preso na India quando da invasão e que seria por isso que a sua promoção a Major estava atrasada. Ou seja, nada tinha a ver com a sua competência, mas com politica.
Mas posso estar enganado, que a memória às vezes baralha os factos e os tempos.

Em resumo, se é que se pode resumir a vida de um homem, que eu tenho na memória como um homem bom e um bom militar, tenho saudades das conversas que tivemos e da companhia que fizemos um ao outro nas então bem mais longas, (não havia autoestradas), viagens entre Lisboa e Gaia.

Fica no meu coração e nas minhas orações.

Obrigado ao Sousa e Castro por aqui o lembrar.

Um abraço camarigo para todos e sobretudo para a sua família.

Anónimo disse...

Caros amigos,
Confirma-se que esteve preso na Índia (listagem disponível no site ultramar-terraweb). É um facto que alguns oficiais do QP que foram prisioneiros de guerra na Índia tiveram uma carreira militar complicada. Lembro-me de se falar que o meu comandante da 4.ª Companhia no CISMI, em 1968, também tinha sido um desses infortunados. Era muito mais velho que todos os outros capitães. Não me lembro do nome dele.
Na obra de Carlos Alexandre de Morais, "A Queda da Índia Portuguesa: crónica da invasão e do Cativeiro", 2.ª edição, Lisboa, Estampa, 1995, (consultei o índice e duas fotos em http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:0yeUF6-g6ZAJ:ultramar.terraweb.biz/06livros_CarlosAlexandredeMorais_QuedadaIndiaPortuguesa.htm+prisioneiros+invas%C3%A3o+%C3%ADndia&cd=2&hl=pt-PT&ct=clnk&gl=pt) vem publicada uma foto com diversos alferes, entre eles, um alferes Silva Marques. Será o mesmo?
Abraço,
Carlos Cordeiro

Unknown disse...

Com especial emoçao que li os comentarios
dos camaradas de meu pai, Victor Manuel da Ponte da Silva Marques os quais subscrevo como um homem bom, integro, e amigo de seu amigo. Obrigado pelas vossas palavras. LUIS Filipe O'Neill da Silva Marques

Anónimo disse...


Grande homem e comandante: íntegro; inteligente e amigo do seu amigo.

Apesar de ter lutado sempre pela sua pátria, em diversos contextos militares, infelizmente a "história" não lhe atribuíu o reconhecimento merecido.

Já no Brasil, ao longo dos anos que lá esteve, fizeram-lhe a devida homenagem quer ao mérito; quer à sua coragem; quer à sua luta por causas nobres em terras brasileiras.

Fazem falta pessoas com esta categoria.

Francisco José O`Neill da Silva Marques disse...

Meu querido pai Victor e avô eterno dos meus seis filhos, é sempre lembrado com orgulho e admiração em nossa casa, pela lealdade, coragem, justiça e palavra.

Publiquei em 2017 um livro intitulado “Memórias da minha vida após a morte” dedicado ao meu pai (perpetuar o seu bom nome), onde abordo a sua relação com o Sr. Marechal António de Spínola, e a sua passagem pela Índia e Guiné. Histórias que recordo e que gravo no meu coração, a partir de várias conversas (pai – filho) quando lavávamos o seu carro ou mesmo aquando do pequeno almoço (um galão com um queque era condição).
Livro que foi apresentado no Palácio Foz em Lisboa, com a presença de muitos camaradas de guerra e amigos.

Homem único, que dorme o sono eterno no Cemitério de Benfica.

Obrigado a todos pelas boas memórias.

Com gratidão e amizade.
Francisco José O`Neill da Silva Marques