Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
Guiné 63/74 - P7684: Contraponto (Alberto Branquinho) (22): Quê?! Catota?!
1. Mensagem do nosso camarada Alberto Branquinho (ex-Alf Mil de Op Esp da CART 1689, Fá, Catió, Cabedu, Gandembel e Canquelifá, 1967/69), com data de 11 de Janeiro de 2011:
Caríssimo Carlos Vinhal
Junto vai o texto para o Contraponto (22), cujo título poderá, no imediato, parecer menos "decente".
No entanto, a palavra que poderá, porventura, ferir pessoas mais sensíveis consta do glossário do blogue, na coluna mais à esquerda.
Com um abraço
Alberto Branquinho
CONTRAPONTO (22)
- QUÊ?! CATOTA?!
Foi esta a reacção de espanto que tive ao ler o livro de mini contos irreverentes, “nonsense”, irónicos, surrealistas “Doutor Avalanche” de Rui Manuel Amaral (Angelus Novus, Editora), página 93 (“A tampa de uma esferográfica”):
“Por que escarafunchava ele o ouvido com a tampa de uma esferográfica? Bem, talvez por causa disto: uma grande, redonda, brilhante e interessantíssima catota. E por que é que uma catota pode ser tão interessante? Ora, como todos os geógrafos experimentados sabem, as catotas germinam e saem exclusivamente do nariz. Esta, porém, saiu do ouvido, solene e orgulhosamente empinada na tampa da esferográfica.”
Reacção seguinte: - Que coincidência, a imaginação do autor ter inventado a palavra “catota”! Podia ter inventado uma outra qualquer.
Mas assaltou-me a dúvida: - Será que a palavra existe mesmo na língua portuguesa? Consequência: corrida aos dicionários.
E não é que o autor tem razão? A palavra “catota” é usada no Brasil e tem mesmo a ver com o nariz.
“Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa”:
“catota… muco nasal ressequido; meleca;...“
Confirmando “meleca”:
“meleca… macaco (muco ressequido)……………….“
Assim é, pelo menos, no nordeste brasileiro.
Do atrás exposto constatei, com espanto:
- Como foi possível um homem chegar aos sessenta e tantos anos sem saber o que é catota… (em linguagem nordestina…).
Alberto Branquinho
__________
Notas de CV:
1. Huíla
Edificação do hospital da missão de Catota será concluída este ano
Lubango – As obras do hospital da missão de Catota, no Lubango, e a reabilitação de outro em Cavango, na província do Huambo, pertencentes à União de Igrejas Evangélicas de Angola (UIEA), estará concluído este ano, informou hoje o presidente da organização religiosa, Eduardo Chikete.
Em declarações à Angop, perspectivando as acções a desenvolver no decurso deste ano, o interlocutor disse tratar-se de obras estimadas em um milhão e 150 mil dólares, dos quais um milhão é financiamento do governo e 150 mil de apoios diversos.
De igual modo, continuou o reverendo, pretende-se reforçar a produção nos projectos de desenvolvimento agrícola, numa fazenda na zona do Giraúl (Namibe) e o pecuário, com o alargamento das suas produções, mormente de hortícolas tubérculos e criação animal, para ajudar os obreiros na sua dieta alimentar.
Consta também dos projectos da instituição religiosa a realização de uma caravana automóvel de paz do Bié ao Moxico, contra o alcoolismo e droga.
Notícia retirada da internete, ANGOP, Agência Angola Press, com a devida vénia.
2. Cabral, Salvador das Bajudas Desfloradas
Finda a comissão, calculem (!), fui louvado. O Despacho do Exmo. Comandante do CAOP Dois referia, entre outros elogios, a minha “habilidade para lidar com a tropa africana e populações”, a qual me havia “granjeado grande prestígio”.
Esquecido, porém, foi o essencial – evitei a dezenas de Bajudas o repúdio matrimonial e a consequente devolução do preço. Essa tão meritória actividade, sim, teria merecido, não um simples louvor, mas uma medalha…
Entre Fulas, Mandingas e Beafadas, as mulheres eram compradas, alcançando-se verbas elevadas. Cheguei a arbitrar casamentos, cujo dote atingiu os trinta contos! Claro que era exigida a virgindade, que às vezes havia desaparecido… Era então que o Alfero odjo grosso era procurado para remediar o que parecia irremediável.
Quanto ao teste pré-matrimonial, a cargo das mulheres grandes, que utilizavam um ovo(!), a questão resolvia-se, com alguns pesos.
O mais difícil era a prova do sangue no lençol, que devia ser exibido no dia seguinte à cerimónia. Equacionado o problema, adoptei uma solução que sabia já ter sido usada entre outras gentes com sucesso. Comprei em Bafatá pequenas esponjas, as quais embebidas em sangue de galinha, e metidas no local apropriado deram um resultadão.
Não houve mais Bajuda que não casasse em total e absoluta virgindade e confesso que me dava um certo gozo assistir às manifestações de júbilo dos viris maridos, no dia seguinte aos casamentos, no meio da algazarra da Tabanca.
Espalhada a minha fama, acorreram noivas de todo o lado. Ponderei mesmo montar um gabinete especializado, tendo chegado a escrever um folheto publicitário a informar que Alfero poi catota noba, dam trezbintim.
Jorge Cabral no Poste Guiné 63/74 - DCXXXIX: Estórias cabralianas (7): Alfero poi catota noba
3. Vd. último poste da série de 13 de Janeiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7608: Contraponto (Alberto Branquinho) (21): Ensinar/Aprender a ler
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18 comentários:
Meu caro Alberto:
Nem o gigantesco Houaiss ? Com os seus 300 mil vocábulos da lusofonia ? Incrível!
Pesquisei também no Google... e sobre o vocábulo "catota", nada, só o inofensivo "tirar catota do nariz", que é coisa que qualquer brasileiro/a entende...
Se a seguir escreveres "partir catota" (com aspas), a coisa muda de figura: o Google vai logo direitinho, instantaneamente, para o nosso blogue e para o poste
10 de Junho de 2009
Guiné 63/74 - P4499: A Tabanca Grande no 10 de Junho de 2009 (7): O Jorge Cabral e o Vacas de Carvalho apanhados pela PE... (Mário Fitas)
http://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2009/06/guine-6374-p4499-tabanca-grande-no-10.html
Olha só que dois, o Cabral e Carvalho!... A tentar seduzir "duas bajudas" da PE [Polícia do Exército], com uma conversa de alto calibre erótico-castrense...
À volta da originalissima expressão "partir bolota" (sic), fez-se doutrina, com os pareceres de 8 (oito, nada menos) doutos especialistas na matéria...
Alberto, é caso para dizer, mais uma vez, que o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande!... Até mete o Houaiss (7 volumes, tenho eu!) a um canto...
Luis
O meu Houaiss consta de 18 volumes, cada um com uma lombada de 2,5 a 3 cms.
Mesmo assim, o nosso/teu blogue é maior...
Tenho a edição do Círculo de Leitores (6 volumes, de A a Z + o volume dos Sinónimos e antónimos)... Está visto que em matéria de erudição sobre as "cousas" da Guiné (de mar, etrra e ar...) também somos capazes de marcar uns pontitos... Afinal, não podemos ser maus em tudo...
300 mil vocábulos da lusofonia! O Cabral e o Carvalho! Os 18 volumes do Houaiss do Alberto Branquinho! Os 6 volumes,mais o volume de sinónimos e antónimos,Houaiss, de Luís Graca! Desde este extremo/extremo da Suécia procuram-se esclarecimentos profundos e, epigramatizados(!),sobre o termo guineense...."RABADA". As minhas Renas,os Lapöes,e..."moi"(o Grande Senhor D'A Gama,o tal que toca piano e fala Francês,poderá ajudar na traducäo do "moi"?),ficamos manga de gratos pelos pareceres de doutos especialistas no assunto. Aquele Abraco!
José Belo
Satisfazendo a tua necessidade de esclarecimentos eruditos sobre certa terminologia, aqui vai o meu entendimento quanto aos vocábulos constantes do teu comentário de 28JAN às 3H46 a.m.;
-"Rabada" - é a parte de trás, quer seja vista de frente ou pelo respectivo lado.
Deve haver algum cuidado quando usada com determinado prefixo.
O Houaiss sobre isse nada diz.
- "Moi" é o "eu" (tu) quando o "eu" (tu) não tem coragem para se colocar à frente da coluna, que é como quem diz, no principio da frase.
Tenho dito.
Alberto Branquinho. Como referes,(e bem!),estou mais que acordado ás 3H46 a.m.! Ou näo terás lido, em algum dos 18 volumes Houaiss que é esta a melhor hora para se mugir renas no Ártico?(E näo só!) O "moi" ensinou-me,(já bem depois da Guiné),que"Os à frente da coluna",ou,mais renaticamente(as minhas renas!sempre as minhas renas!)..."à frente da manada" acabam sempre menos bem. Do tipo ,Custoias,Caxias,ou,Assembleia da República.Por outro lado, näo se deverá subestimar a täo piedosa humildade dos simples como eu,ao colocarem o "moi" de meretriz-virginal onde melhor fica. No meu livro de bolso com o título:"O Lapäo para os pequeninos", está referido:-Apesar de tudo,é bem mais alegre ver passar o funeral do que...passar nele! SKÅL!
Ó camarada José Belo,
SKÁL?
Que peixe é esse?
(O dicionário mais a norte que tenho é alemão)
Caríssimo Camarada. A ser-me perdoado o atrevimento( a já referida humildade piedosa dos simples)recomendo que juntes aos teus volumes d'Houaiss o Norstedts/70.000 Ord och Fraser. E,se me emprestares uns "til" e algumas "cedilhas"(näo aos 7% que os nossos geniais políticos pagam à estranja!)posso mandar-te uns (Å)(Ä)(Ö) que permitam o tal...SKÅL! OBS!!!Gostaria de deixar bem claro que ,a referência aos nossos geniais políticos nada tem a ver com...as meretrizes-virginais do meu comentário anterior ;pois até faco(com cedilha!)parte daquela PEQUENA PERCENTAGEM que näo votou! E,mais uma vez...SKÅL!
José Belo
Pedi a colaboração de investigadores de questões linguisticas, que me informaram que SKAL (com a tal "bolinha" em cima do A - que nós não temos, mas temos o til, que é mais estético) tem a ver com qualquer coisa como AMIZADE.
Agradecido. Retribuo.
Mas que grande "açorda"...ainda bem.
Com este frio sabe bem.
O José Belo deve lembrar-se de um pequeno escrito que eu traduzi para Sueco.Uma barraca.tradução automática...mas quem fala numa língua daquelas? há é renas lindas...gosto.
Abraços do Torcato
Caríssimo Torcato. Se fossem SÓ as renas que säo lindas!!!!! Porque julgas que um Lusitano aqui vive 35 anos? Como se diz no nosso Minho:-Säo meninas muito dadas!Säo meninas muito dadas! Skål! PS/Se os Camaradas e Amigos julgam que estes Skål todos säo só "retóricos",sem vodka no copo de água (por onde aqui se a bebe)näo compreendem os 32 graus negativos que estäo lá fora,assim como o Alberto Branquinho näo compreendeu que a escuridäo durante as 24 horas é a mesma, e que madrugada,meio dia ou noite säo unicamente regulados pela hora de abertura e encerramento dos Pubs das -pouquíssimas tabancas destes matos. Mas,e agora muito a sério,tenho que admitir que o mais difícil säo as saudades de....umas "CÔUBINHAS COZIDAS" e a fumegar! E,mais uma vez...SKÅL! (Refiro aos Excms.Editores do blog que,nesta conversa fiada do comentário, aparecem as palavras "tabanca" e "matos" colocando-o obviamente(?!?) dentro de parâmetros aceitáveis).
Calma Camarada por vezes não é necessário ir tão longe. Sei que entendes.Sabes que muitos de nós têm que ser assim mesmo.É muito tempo e foi ontem em recordação e é nessa recordação que vivemos. Sós. Assim escolhemos e assim vivemos com essa parte de nós. É só nossa. Partilhamos tudo o resto e somos,assim, outros e nós.
Fui um pouco além,fui um pouco para lá do muro. Saltei-o e talvez nunca o tenha feito tão á vista. Um sorriso e a calma suave é o melhor.
Caro José Joseph um abraço, um abraço e não te preocupes com horários menos ainda se marcados por pubs...e a imagem do rectângulo alterou, mudou...a velha recordação ficou, ficou... e tem que ser esbatida...que raça esta,não é? Em vias de extinção... E o Mundo é redondo.
AB T
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