1. Mensagem do nosso camarada Alberto Branquinho (ex-Alf Mil de Op Esp da CART 1689, Fá, Catió, Cabedu, Gandembel e Canquelifá, 1967/69), com data de 10 de Abril de 2011:
Caro Carlos
Estou a enviar o 3º. Acto - Teatro da Guerra, para o CONTRAPONTO (28).
Aí vai um abraço também
Alberto Branquinho
CONTRAPONTO (28)
TEATRO DO REGRESSO
(Peça em vários actos)
3º. Acto - Informação Prévia
Cenário
Guiné – quartel no interior, nos tempos da guerra.
Um refeitório.
Joga-se à lerpa e à sueca em duas ou três mesas. Discussões, por causa do jogo, entre os jogadores e os assistentes. Em pé e sentados.
Personagens
Um grupo de soldados e cabos andam à volta das mesas; outros parados conversam. Alguns têm uma garrafa de cerveja na mão.
Acção
De entre os soldados, um vem quase à boca de cena e diz para os outros:
- Bou pedir ao nosso capitomzinho pa me dar uma boa informaçom pa eu poder ir p’á POLÍCIA.
- Queres ir p’ra quê?!
- Tens mesmo trombas de polícia. Ah, isso tens! Desde que nom m’apareças depóís lá pela Areosa a cagar postas de pescada…
- ‘Inda falta quase dois meses pá peluda e este gajo preocupado para ir pá Polícia.
- Qu’é qu’este gajo disse?
- Quer ir para a Polícia…
- Num se pode falar cum bocês, carago!
Vai saindo, deprimido, pela esquerda alta, a caminho da caserna.
Enquanto sai, um deles, diz-lhe, em voz alta:
- Ó manguelas, ‘inda falta mais de dois meses pá peluda e ‘inda podes ir mas é num sobretudo de pau…
(CAI O PANO).
____________
Nota de CV:
Vd. último poste da série de 4 de Abril de 2011 > Guiné 63/74 - P8048: Contraponto (Alberto Branquinho) (27): Teatro do Regresso - 2.º Acto
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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2 comentários:
Caro Branquinho em Galomaro também tinhamos noitadas de lerpa especialmente a partir de certas horas nas casa de banho.
Para a policia não me lembro se foi algum, mas o nosso tenente Raposo usou dos seus bons ofícios e levou vários para a GNR e Guarda Fiscal.
Hoje estão todos bem reformados e eu no Fundo De Desemprego. Como diria o Pessa «e esta em!!!!»
Tenho gostado da tua peça de teatro e já aguardo 4º acto ou será que agora se escreve «ato»?
Um abraço
Juvenal
De facto(fato?)ainda se escreve "acto"; daqui a uns tempos nem ato nem desato...
Tudo óptimo!
(Ainda não é ôtimo; depois não há oção nem opção).
Coisas..
Um abraço
Alberto Branquinho
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