Guiné > Pós-25 de Abril de 1974 > Os dois inimigos de ontem... Ilustração retirada da História do BCAÇ 4612/72 (Mansoa, 1972/74). Autor desconhecido.
1. Comentário de Manuel Reis [, foto atual à direita, ex-Alf Mil Cav, CCAV 8350, Guileje, Gadamael, Cumeré, Quinhamel, Cumbijã, Colibuia, 25/10/72 - 27/8/1974,] ao poste P8772 (*) :
Caro José Saúde:
Gostei de ler o teu depoimento [sobre o período] do final da guerra que antecede a descolonização. Tema já aqui abordado várias vezes, não deixa de ser uma narrativa interessante, pois todas têm um enquadramento diferente e as reações são as mais diversificadas.
Caro José Saúde:
Gostei de ler o teu depoimento [sobre o período] do final da guerra que antecede a descolonização. Tema já aqui abordado várias vezes, não deixa de ser uma narrativa interessante, pois todas têm um enquadramento diferente e as reações são as mais diversificadas.
Compreendo que, quem não teve de passar por estes momentos, os analise de outros ângulos e não entenda determinado tipo de procedimentos.
Havia ordem superior para se criasse um bom relacionamento entre as forças em confronto e assim facilitar a passagem do testemunho, isto enquanto as negociações em Londres, sobre a descolonização, não avançavam. A lei do bom senso também nos obrigava a proceder com precaução.
Neste contexto cada situação era um caso e o relacionamento com o PAIGC dependia de modo como considerássemos mais útil e aconselhável.
Ainda sobre este tema, já aqui relatei o relacionamento da minha companhia [, a CCAV 8350,] com o PAIGC, em Cumbijã.
Havia ordem superior para se criasse um bom relacionamento entre as forças em confronto e assim facilitar a passagem do testemunho, isto enquanto as negociações em Londres, sobre a descolonização, não avançavam. A lei do bom senso também nos obrigava a proceder com precaução.
Neste contexto cada situação era um caso e o relacionamento com o PAIGC dependia de modo como considerássemos mais útil e aconselhável.
Ainda sobre este tema, já aqui relatei o relacionamento da minha companhia [, a CCAV 8350,] com o PAIGC, em Cumbijã.
Não houve o mínimo problema e era notório em todos um sentimento de satisfação pelo conhecimento mútuo e pelo relato de alguns contatos no mato. Não havia manifestações de glória, nem de desagrado por feitos ocorridos, sinceridade [todavia] não correspondida pelas chefias militares.
Acrescento apenas que estes encontros eram efetuados nas imediações do aquartelamento, em que eles estavam armados e nós desarmados.
Não lhes era permitida a entrada no aquartelamento, estando esta reservada apenas aos Comissários Políticos, devidamente identificados,quando pretendiam efetuar sessões de esclarecimento [para a população africana]. (**)
Um abraço.
Manuel Reis
Acrescento apenas que estes encontros eram efetuados nas imediações do aquartelamento, em que eles estavam armados e nós desarmados.
Não lhes era permitida a entrada no aquartelamento, estando esta reservada apenas aos Comissários Políticos, devidamente identificados,quando pretendiam efetuar sessões de esclarecimento [para a população africana]. (**)
Um abraço.
Manuel Reis
Segundo o nosso camarada e amigo Vasco da Gama, a companhia comandada por ele, a CCAV 8351, esteve no Cumbijã, no pós 25 de Abril, e mais exatamente até 26 de Junho de 1974. Obviamente, o que o Manuel Reis aqui relata aqui, passa-se com a CCAV 8350, e depois de 26 de Junho.
[ Revisão / fixação de texto, em conformidade com o Novo Acordo Ortográfico: L.G.]
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Notas do editor:
2 comentários:
Camaradas,este P8777 que não é mais nem menos do que a cópia de um comentário feito pelo Manuel Reis à publicação 8772, tem um título que não está correcto e que poderá induzir em erro os que fizeram a guerra na Guiné ou os estudiosos que se sirvam do nosso Blogue!
No devido sítio( P8772) relatei o que se passou enquanto a minha C.Cav. 8351 esteve no Cumbijã no pós 25 de Abril!
Desconheço o que se passou no "meu Cumbijã" a partir do dia 26( vinte e seis) de Junho de 1974. Até esse dia se quiserem saber leiam o meu comentário!
A esta publicação 8777 que agora comento deveria ser-lhe retirado a data de 25 de Abril e ser-lhe aposta a data de 26 de Junho, para que a verdade histórica dos acontecimentos seja respeitada!
Não tenho, nem tenho de ter, nada contra ou a favor de outras atitudes noutros locais nem noutros períodos temporais! Mas que não se dê azo a interpretações erradas ou guerrinhas de alecrim e manjerona.
Vasco Augusto Rodrigues da Gama
Ex- Capitão Miliciano da C.Cav. 8350
Substituído o título que modifica a data inicialmente referida ( 25 de Abril), apenas um abraço para todos os combatentes da Guiné e agradecer a quem prontamente corrigiu o lapso.
Vasco A. R. da Gama
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