1. O nosso Amigo e leitor António Brandão, ex-Alf Mil OpEsp da CCAÇ 2336 (Angola 1968/70) reenviou-nos uma mensagem com 6 fotografias, que lhe foi envidada por um primo seu, dando-nos conta do falecimento do Sr. Major de Artilharia António José de Mello Machado, que foi 2º Comandante do BART 2865.
Caro Magalhães Ribeiro:
Reencaminho-te este e-mail de um primo meu, também ele, ex-Alf Mil em Angola, no BART 3881, 1972/74.
Possivelmente, tal como o Duarte diz, "tocará" alguns de vós ex-combatentes da Guiné.
Possivelmente, tal como o Duarte diz, "tocará" alguns de vós ex-combatentes da Guiné.
Publica se entenderem.
Um abraço,
Brandão
Faleceu o Sr. Major de Artilharia António José de Mello Machado, que foi 2º Comandante do BART 2865
“Biba,
Soube ontem, segunda-feira, com atraso, do falecimento do cmdt do meu batalhão (1972/73); hoje é rezada missa do 7º dia na igreja da Assunção, em Cascais.
Não sou destas coisas de orações, mas conto por lá passar para ver se, depois destes anos todos a viúva ainda me conhece; boa senhora, mas um pouco debilitada desde os idos de 70, por força do que hoje se chamaria uma depressão persistente e que, em boa parte, deu cabo da psique do falecido, que, mesmo assim, nunca deixou de ser o oficial digno e de invulgar elegância no trato com todos.
Ocorre-me que podes divulgar o óbito pelo pessoal da tabanca grande, já que ele passou nos três teatros de operações, de seu nome: António José de Mello Machado.
Pelas minhas contas terá estado na Guiné por volta de 1968/70 [, vd. referência ao BART 2865, no nosso blogue: esteve na Região de Tombali - Catió. Cufar e Bedanda - entre fevereiro de 1969 e dezembro de 1970]; antes esteve em Moçambique (comandava a RMM o general Carrasco).
Na passagem pela Guiné, pelos meus registos, esteve no comando das guarnições de Catió, Cufar, Bedanda, Cabedés, Cacine, Cameconde, Gadamael, Guilege e Ganturé.
O orgulho do homem foi uma operação, em que ele e meia dúzia de operacionais se deslocaram e emboscaram na ilha de Como (pese embora o facto de não ter apanhado o que queria); o Spínola veio a tomar conhecimento, louvou e proibiu repetições da aventura.
Junto 6 fotos que tirei de um livro dele: na última, como se refere, está com o George que embora não pareça era um implacável comandante catanguês
abr
dna"
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Nota de M.R.:
Em nome do Luís Graça e demais Camaradas desta tertúlia bloguista endereçamos à família enlutada do Sr. Major de Artilharia António José de Mello Machado os nossos mais sentidos pêsames, em mais este negro momento da “família“ do BART 2865 e de todos os Camaradas que cumpriram as suas comissões militares na Guiné.
Vd. último poste desta série em:
15 comentários:
Pois então, que sejam entregues à família os sentimentos de quem sabe que a vida é efémera e que a nossa vez está garantida, formulando o desejo que a sua alma descanse em paz.
Hélder S.
Apenas queria completar os dados biográficos de António Mello Machado, que nasceu em 09-01-1928.
Foi promovido a coronel em 16-09-1974 e passou à reforma em 24-03-1976, segundo as Listas de Antiguidades actuais difundidas pelo EME. Os sentidos pesames à família, já enviados por intermédio de familiar e que descanse em paz.
Manuel Bernardo (Cor. Ref.)
A ilha do Como tem histórias que deixam sempre umas interrogações?
Que eu tenho conhecimento em 1964 o comandante da companhia sediada no Cachil foi informado que pelo comando que não aconselhava as batidas à mata do Cachil.
A seguir não posso precisar o ano foi o ex-comando alferes a ser avisado por ter feito uma emboscada surpresa na ilha da qual teve problemas para sair de lá.
Também o nosso falecido major foi proibido pelo comando chefe de repetir tais aventuras.
E nos anos 68/70não posso precisar também a aviação estava proibida de metralhar ou bombardear a Ilha do Como nota de um piloto que na altura fazia parte das esquadrilhas dos Fiats G91.
Os meus sentidos pêsames à família enlutada.
O Cor. Mello Machado, que fez o favor de ser meu amigo (Cascais), foi um grande militar, reconhecido pelas chefias.
Posso adiantar que como PATRIOTA foi enorme, o que "incomodou"alguns.
Os meus sentidos pêsames aos familiares e que a sua alma descanse em paz.
Rogério Cardoso
Bart.645-AGUIAS NEGRAS
Sentidos pesâmes à família e que a sua alma descanse em paz.
Peço desculpa por não ter assinado.
Adriano Moreira
A grande família, às vezes aparentemente desunida, dos camaradas da Guiné, vai inexoravelmente desaparecendo. Com os seus "homens grandes" à cabeça.
Dizem-nos, a título de triste consolação, que é a "lei da vida"... Saibamos ao menos ir ocupando o posto ou o lugar daqueles de nós que a morte vai ceifando... Independemente das nossas pequenas questiúnculas, diferenças ou particularidades, partilhámos um destino comum, honrámos a mesma bandeira, falámos o mesmo português, demos condições à nossa elite política para encontrar uma solução para uma guerra que, para mim, sempre foi inútil e injusta...
Não conheci o Mello Machado, mas honro a sua memória e transmito á sua família e aos camaradas do BART 2865 a minha tristeza pela perda irreparável que é a sua morte. Ponho, por fim, na qualidade de fundador e editor deste blogue, em meu nome e em nome dos demais editores e colaboradores, ponho o nosso blogue à disposição dos seus filhos e netos para eventual partilha de memórias da Guiné (fotos, documentos, escritos...).
Os camaradas da Guiné respeitam-se uns aos outros na vida e na morte. Procuram respeitar-se. Devem respeitar-se. Luis Graça
António José de Mello Machado, nascido a 09Jan1928, era um Oficial do QP da Arma de Artilharia: enquanto capitão comandou a CArt560, entre Dez63 e Set65 no nordeste de Moçambique; enquanto major e tenente-coronel, foi sucessivamente segundo-comandante e comandante do BArt2865, entre Fev69 e Dez70 no sudoeste da Guiné; e enquanto tenente-coronel comandou o BArt3881, entre Jun72 e Set73 no leste de Angola.
Passou à situação de reforma em 24Mar76, com a patente de Coronel; residia na Rua João Luís de Moura, em Cascais.
À Família enlutada, e aos seus camaradas-de-armas e amigos, apresento condolências.
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Não sou amiga ou camarada da Guiné, mas em nome da minha Mãe, dos meus irmãos e principalmente do meu Pai,quero agradecer a todos os vossos comentários.
Foi com um enorme orgulho que li as palavras que escreveram sobre o meu Pai e ao mesmo tempo uma saúdade imensa. Foi e será sempre nas nossas memórias um GRANDE HOMEM!
A todos muito obrigada,
Madalena Mello Machado
Teresa Mello Machado Silva Carvalho
Será difícil aqui e agora falar do meu Pai. Apenas quero agradecer a todos as vossas palavras.
É com muito orgulho que vejo o exemplo e a marca que o meu Pai deixou, não só à sua Mulher, Filhos e Netos, mas a todos que com ele privaram.
Ser sua Filha É uma honra, um orgulho, um privilégio. Deixou uma enorme Saudade.
tenho um orgulho imenso, de ter a sorte de ser seu neto. O meu avô foi sem sombra de duvidas um grande Homem ,um Grande Marido , um Grande Pai , um Grande Avô, um Grande Bisavô, e um GRANDE AMIGO, partiu, mas deixou-nos uma eterna sabedoria ensinando-nos a preservar as amizades, a família, a honestidade, e a conduta mural e o respeito que devemos ter como chefes de família. Partiu o meu grande ídolo , mas tenho a certeza que a minha querida AVÓ de quem também tenho muita Honra de ser neto nos vai guiar e acompanhar da mesma maneira que o nosso Pai,e Avô nos acompanhou.
Tenho bastante orgulho em ler tudo aquilo que disseram e obrigado por se orgulharem de ter convivido e por terem escrito com o maior apreço em memoria do meu Avô .
Manel Mello Machado
Não quero deixar de estar presente nestas breves mas sentidas homenagens à memoria de um Homem de quem tive o privilégio de acompanhar e de ter tido a sua estima e amizade.
Fui Cmdt do PelMort 2115 e dos PelArt de Cabedu e de Catió tendo neste substituido o Cmdt Issa Jau, morto em combate.
Foram tempos difíceis que todos conhecemos e onde se revelaram as qualidades e defeitos de cada um de nós.
Acompanhei o Cor. Mello Machado comandante do BART 2865 desde a sua campanha da Guiné, até agora.
Foram 43 anos de estima e de amizade que muito me honram.
Nunca deixou de ser um Homem de princípios e valores. Sempre lutando, preocupado, recebeu o Respeito de quem com ele conviveu.
Acompanho o luto e o desgosto de sua família e procurarei preservar a sua Memória.
Meu caro Comandante, vamos beber um Gin Tónico?
Carlos Marques de Oliveira
Tive a honra de ser seu subalterno no forte de Almada em em 1966.
Foi um grande militar: condutor de homens e com um grande sentido de ética. Era um prazer escutá-lo - tinha o dom da palavra e uma grande cultura.
À família os meus sentidos pêsames.
Pedro Mendes
Outubro de 2012
Tive a honra de ser seu subalterno no forte de Almada em 1966.
Foi um grande militar: condutor de homens e com um grande sentido de ética. Era um prazer escutá-lo - tinha o dom da palavra e uma grande cultura.
À família os meus sentidos pêsames.
Pedro Mendes
Setembro de 2012
Foi com tristeza que tomei conhecimento ( só agora ) do falecimento do Sr.Coronel Mello Machado. Não faço parte da geração que honrosamente serviu na Guiné ( nem noutros teatros de operações ), mas tive a sorte de conhecer durante a minha juventude grandes militares, em particular o Sr.Coronel Mello Machado, que contribuiram decisivamente para a minha formação e desenvolvimento pessoal. Em 1978, com 12 anos, li diversas passagens do seu livro "Aviltados e Traídos", tendo ficado desde logo com um enorme respeito e admiração por este Grande Homem, distinto Oficial de Artilharia. É com emoção que recordo as longas conversas que o meu falecido Pai tinha com o Sr. Cor. Mello Machado ( Eram amigos desde os tempos da Escola do Exército), onde eu invariavelmente "me encostava" ás escondidas para tentar "beber" lições e exemplos de vida.
A toda a família os meus sentidos pêsames.
Ricardo Sousa Freire
( Filho de Maj.Gen. Francisco Sousa Freire / Guiné 70-73 )
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