segunda-feira, 25 de março de 2013

Guiné 63/74 - P11310: Memória dos lugares (227): Vistas aéreas da doce e tranquila Bafatá, princesa do Geba (Humberto Reis, ex-fur mil op esp, CCAÇ 12, Contuboel e Bambadinca, 1969/71) (Parte II)



Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCAÇ 12 (1969/71) > Alouette III, a descolar do heliporto local. O piloto era o Coelho, diz a legenda do fotógrafo, o Humberto Reis, ex-Fur Mil Op Esp, meu camarada da CCAÇ 12... As fotos que se seguem do seu riquíssimo álbum fotográfico: diapositivos digitalizados.



Guiné > Zona leste > Estrada (alcatroada) Bambadinca - Bafatá > Em meados de 1969, era o único troço de estrada alcatroada em todo o leste...


Guiné > Zona leste > Estrada Bambadinca - Bafatá >  1969 > Coluna da CCAÇ 12, a caminho de Bafatá, vendo-se ao fundo uma AM (autometralhadora) Daimler, do Pel Rec Daimler 2046, instalado em Bambadinca, e que era comandado nesse tempo pelo Alf Mil Cav Jaime Machado. Em primeiro plano, o 1º cabo Alves, do 2º Gr Comb da CCAÇ 12, o "Alfredo", alcunha que lhe foi posta pelo Humberto Reis.


 Guiné > Zona leste > Estrada Bambadinca - Bafatá > uiné >  1969 > As voltinhas do Rio Geba Estreito (ou Xaianga), entre Bambadinca e Bafatá, vistas de heli... [Veja-se aqui o mapa de Bambadinca, 1955, escala 1/50 mil]


Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > 1969: A bela ponte, em cimento armado, sobre o rio Geba na estrada Bafatá-Geba, a noroeste de Bafatá...Sobre esta ponte escreveu Jose Manuel Fernandes: "De dimensão grandiosa no seu contexto, constitui uma significativa obra pública, anterior a 1966. Com uma tipologia estrutural de algum modo análoga à do Viaduto Duarte Pacheco em Lisboa e à da ponte sobre o Rio Tua, dos anos de 1940 (embora estas com arco único), apresenta uma estrutura em betão armado, com sucessivos arcos suportando pilares retos, que por sua vez sustentam o tabuleiro superior".



Guiné > Zona leste > Bafatá > Vista aérea > Foto nº 3 > > Tabanca dos arredores de Bafatá, junto ao rio Geba...

[Esclarecimento do nosso amigo e grã-tabanqueiro Cherno Baldé, que viveu em Bafatá emquanto estudante, a seguir à independência: "Tudo indica que a foto n. 3 apresenta uma vista parcial do Bairro da Ponta Nova (Ponta Nobo, em crioulo) e a aproximação à baixa da cidade (Mercado Central e cais de acostagem no rio) faz-se do ângulo Noroeste, do lado da Ponte sobre o Geba cuja estrada leva para Camamudo, vila de Geba e Banjara. O Bairro da Rocha, como o nome indica, está situado um pouco mais acima, no planalto, na saída para Gabu (Nova Lamego]."



Guiné > Zona leste >  Bafatá > Vista aérea > Foto nº 7 - A >  O núcleo central de Bafatá, vista de noroeste para sudeste...Ao fundo o rio Colufe, afluente do Rio Geba, e a respetiva ponte, em betão... Vê-se também ao fundo a rua do mercado, o cinema,  bem como a rua principal que ia desembocar na zona ribeirinha, ajardinada, onde ficava a piscina (*)...


Guiné > Zona leste > Bafatá > Vista aérea > Foto nº 7- B > O Rio Geba à direita, navegável, e o seu afluente, o Rio Colufe, à esquerda... Ao meio, o porto fluvial.


Guiné > Zona leste > Bafatá > Vista aérea > Foto nº 4-A > Aproximação a Bafatá,  vindo do oeste, e ao longo do rio Geba...


Guiné > Zona leste > Bafatá > Vista aérea > Foto nº 4- B > Bafatá e o Rio Geba, vistos de oeste.

Fotos: © Humberto Reis (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: L.G.]

1. Mais vistas áreas de Bafatá e do percurso Bambadinca-Bafatá, tiradas pelo fotógrafo  Humberto Reis,  meu amigo, vizinho e camarada da CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, 1969/71). O Reis tinha vários amigos e conhecidos na FAP (como era o caso do Coelho, que pilotava aquele magnífico heli AL III, acima reproduzido) e, de vez em quando, apanhava uma boleia de helicóptero ou de DO 27. Estas fotos foram tiradas de heli. E tem uma excelente resolução (mais de 2 MG), o que permitiu o seu recorte em várias imagens parciais.

Continuo a pedir ao próprio e aos demais grã-tabanqueiros que conheceram bem Bafatá, como o Fernando Gouveia, antigo alf mil em Bafatá, no Comando de Agrupamento nº 2957 (1968/70), autor do livro "Na Kontra Ka Kontra" , e arquiteto de profissão, para as comentar e completar a legendagem.

Amigos e camaradas, são imagens notáveis, raras e únicas, que nos ajudam a matar saudades da doce e tranquila Bafatá, princesa do Geba.  Quem, do leste, nunca passou por (ou esteve uma horas em) Bafatá ? Vários tiraram lá a carta de condução!... Bafatá era sede de concelho, e a partir de março de 1970, a segunda maior cidade da Guiné. A malta de Bambadinca ia com frequência a Bafatá,  para mudar de ares, sempre que a intensa atividade operacional o permitia (, no caso por exemplo da malta da CCAÇ 12). Ia-se de manhazinha e voltava-se à tarde. Em geral, ia sempre a acompanhar-nos uma velhinha autometralhadora Daimler para impressionar a fauna e a flora... A viagem era segura, no meu tempo (1969/71). se bem que houvesse acidentes por excesso de velocidade... Também era em Bafatá que se apanhava o Dakota para Bissau. Nunca fiz a viagem de barco, de Bambadinca a Bafatá, em barcos civis, mas hoje tenho pena... Levava não sei quantas horas, com aquelas voltinhas todas do Rio Geba Estreito... (LG).



Guiné > Mapa de Bafatá (1955) (Escala 1/ 50 mil) >  Pormenor da localização de Bafatá.

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2013)



Guiné > Mapa da província (1961) > Escala 1/500 mil > Pormenor da zona leste (região de Bafatá) >  A estrada que ia de Xime para Bambadina e Bafatá e que depois seguia, ora para norte (Contuboel), ora para leste (Gabu) mas também para o sul (Bambadinca, Mansambo, Xitole e Saltinho) ou sudoeste (Galomaro, Dulombi, Quirafo e Saltinho).

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2013)

______________

Nota do editor:

(*) Vd poste anterior da série > 22 de março de 2013 >  Guiné 63/74 - P11293: Memória dos lugares (226): Vistas aéreas da doce e tranquila Bafatá, princesa do Geba (Humberto Reis, ex-fur mil op esp, CCAÇ 12, Contuboel e Bambadinca, 1969/71) (Parte I)

Comentários [Seleção]

Fernando Gouveia 

Humberto Reis e Luís Graça:

Magnífico poste. Porém como passei dois anos em Bafata (quando em 2010 estive lá numa escola os profes ensinavam a escrever Bafata sem acento), permito-me fazer algumas correcções:
1 – Em nenhuma foto se chegam a ver as estradas para Bambadinca e Xime, bem como para Nova Lamego, porque elas partiam de uma rotunda junto ao “Sr. Teófilo” que ficava lá para cima e fora da foto.
2 – Na foto 5-E não se chega a ver o cinema que é mais para a direita, na rua perpendicular à Av. Principal. O restaurante Transmontano vê-se, mas mal, por trás de umas árvores, um pouco antes da igreja mas à direita quem sobe.
3 – Na foto 5-F não se vê a mesquita pois ficava longe, lá para a tabanca da Rocha, para lá do “Sr. Teófilo”.
4 – Acrescento da minha lavra que na 1ª foto se vê a velha ponte sobre o rio Colufe, afluente do Geba, e que quando fui lá em 2010 já tinha caído.
Sobre este assunto mandem sempre, pois Bafata ficou no meu coração.
Um grande abraço. Fernando Gouveia
Sexta-feira, Março 22, 2013 8:25:00 PM

Torcat Mendonca [CART 2339, Mansambo, 1968/69]

Cidade bonita e óptimas fotos. Difícil localizar edifícios, para mim claro, mais de quarenta anos depois. Ia pouco lá. Era um prémio depois dum ronco, uma ida ao correio etc. Depois eram passagens pelo comércio, mercado, Transmontana, piscina uma vez e bêbado, cinema em noite de problemas. Passei mais que uma vez pelo ourives. Sempre que podia passava pela Tabanca para apresentar cumprimentos especiais. Era gente que conheci do tempo em que estive em Fá.
Obrigado pelo momento - a foto é sempre o momento, em instante captado ou recordado -, ao Humberto e ao Luís. Ainda ao Gouveia que pôs pontos nos iis.Ab T.

Sexta-feira, Março 22, 2013 9:32:00 PM

Abílio Duarte [CART 11, Contuboel, Nova Lamego, Piche, Paunca, 1969/71]

Gratas recordações que estas fotos trazem, conforme já publiquei anteriormente, estive lá muitas vezes. Piscina e Transmontano. No entanto, não quero deixar de referir, que foi nesta Av Principal, que em 1970, fiz o chamado Ponto de Embriagem, no meu exame de condução, do qual vim com a devida carta.Há uns meses atrás no programa da RTP1,"Portugueses Pelo Mundo", mostraram aquela avenioda toda destruída, e as sua casas abandonadas.Porquê? Que tristeza!Obrigado pelas recordações.

Sexta-feira, Março 22, 2013 10:31:00 PM

Hélder Valério 

Caros camaradas: Gostei de ver estas fotos. Dá para ver (ainda que parcialmente) como era Bafata, e como era relativamente grande e organizada, para a época e local. Passei por lá duas vezes mas não cheguei a parar, pelo que as imagens que tenho são as das fotos que aqui e ali vão aparecendo. Hélder S.

Sexta-feira, Março 22, 2013 11:54:00 PM

Fernando Gouveia

Luís:  Mais uma correcção. A ponte sobre o Colufe era de betão. Quanto ao administrador Guerra Ribeiro que conheci muito bem, lembro-me que quando precisava de pessoal para capinar ou outra coisa qualquer ia com uma camioneta às tabancas e, quase que à força, trazia o pessoal que necessitava, pagando-lhes o salário normal que, naquela época eram 15 escudos por dia.

Sábado, Março 23, 2013 12:36:00 AM

José Botelho Colaço 

Humberto.  merecias ser louvado pelas espectaculares fotos. Ttodos os locais são ou foram do meu conhecimento pois no ano de 1965 passei cerca de oito meses em Bafatá. Quanto ao cinema de facto ficava numa das ruas perpendiculares ao caminho para "Nova Lamego" (Gabu), mas o cinema que eu conheci era uma esplanada,  lembro-me de rever lá o filme "A noiva" com António Prieto e Elsa Daniel). Ficava um pouco ao lado na parte detrás do quartel da Ccaç 557. Nós na parada conseguíamos ver as últimas bancadas da plateia e a música ouvia-se perfeitamente.Colaço.

Sábado, Março 23, 2013 1:24:00 AM

 
José Júlio Nascimento [CART 2520, Xime, 1969/70]

Linda Bafatá, à época fazia inveja a muitas vilas da Metrópole. Por várias vezes lá estivemos, idos do Xime e quando o nosso Furriel Vague mestre ia comprar vacas (verdade!) e nós aproveitámos para passar um dia diferente como almoçar à maneira e comprar algumas recordações. Já vi algumas fotos recentes que mostram que Bafatá está muito degradada o que é uma pena.
José Júlio Nascimento - Cart 2520

Sábado, Março 23, 2013 6:56:00 PM

Fernando Gouveia 

Para todos: Julgo que a casa das libanesas nem era na rua principal nem numa perpendicular, mas sim na rua da sede do Batalhão que, conjuntamente com as ruas principal e a do cinema formavam um triângulo.
Um abraço a todos.

Domingo, Março 24, 2013 11:12:00 PM

11 comentários:

Luís Graça disse...

Obrigado, Fernando!...

E ainda a propósito do administrador de Bafatá (e depois intendente) Guerra Ribeiro (que tu dizes que conheceste bem e que já terá morrido, segundo me disse um amigo guineense) bem como da requisição de pessoal civil para trabalhar... a 15 pesos por dia no concelho de Bafatá, no teu tempo (1968/70)...

Lembro quanto valia o patacão no meu tempo (1969/71):

(i) Além do pré (600 pesos/mês), os soldados africanos da CCAÇ 12(que eram praças de 2ª classe, exceto o José Carlos Suleimnane Baldé, que era 1º cabo por ter feito a 4ª classe, com a nossa ajuda) recebiam mais, creio eu, cerca de 25 pesos por dia (ou 24$50)pelo facto de serem desarranchados.

(ii) Um bife com batatas fritas e ovo a cavalo (supremo luxo de um operacional como eu ou o Humberto Reis) na Transmontana, em Bafatá, já não me lembro quanto custava (talvez vinte a vinte e cinco pesos)...

Acrescenta o Humberto Reis, da lavra dele:

(iii) Um maço de SG Filtro: 2,5 pesos ("sempre que saía para o mato levava 3 a 4 maços para 2 dias");

(iv) Uma garrafa de whisky novo (J. Walker Juanito Camiñante de 5 anos, rótulo vermelho, JB): 48,50 pesos;

(v) Idem, de 12 anos, J. Walker rótulo preto, Dimple, Antiquary: 98,50

(vi) Idem, de 15 anos, Monkhs, Old Parr: 103,50;

(vii) Um whisky, no bar da messe, eram 2,50 pesos sem água de sifão e com água eram 3,00 pesos;

(viii) "Quanto à lerpa, ou ramim, uma noite boa, ou má, poderia dar (valor médio) 200 a 300 pesos para a lerpa e 50 a 100 para o ramim".


Vd. I Série,

http://blogueforanada.blogspot.pt/search?q=pesos

Cherno Baldé disse...

Caro amigo Luis Graca,

Tudo indica que a foto n. 3 apresenta uma vista parcial do Bairro da Ponta Nova (Ponta Nobo, em crioulo) e a aproximacao a baixa da cidade (Mercado Central e cais de acostagem no rio) faz-se do angulo Noroeste, do lado da Ponte sobre o Geba cuja estrada leva para Camamudo, vila de Geba e Banjara.

Bairro da Rocha, como o nome indica, esta situado um pouco mais acima, no planalto, na saida para Gabu (Nova Lamego).

Um abraco amigo,

Cherno Baldé


Luís Graça disse...

... Ainda a propósito do "patacão": Encontrei esta informação numa nota de despesa, fotografada, que consta de um livro de que é primeiro autor o meu amigo e nosso contemporâneo de Contuboel, o Renato Monteiro, da CART 2479/CART 11, o homem da piroga no Geba (a quem o capitão, mil, deu um porrada, por "defender os seus nharros", que o levou a mudar de companhia, indo parar ao Xime da CART 2520!):

Despesa do 3/1973:

Cerveja > 54 x 6$00 = 324$00
Cerveja > 24 x 4$00 = 92$00
Floid (sic) = 55$00
Pasta p/ dentes = 18$00
1 frasco de cola = 30$00
1 bloco de escrever = 15$00
1 lata de fruta = 11$00
1 garrafa de Porto = 55$00
Sabão = 7$00
Selos = 30$00
Envelopes = 8$00
Fotos = 44$00
Carne patoscada (sic) = 77$00
Vagaço (sic) = 14$00
1 lata de leite = 8$00
FIO [, de fiar ?] = 750$00
Despesa total = 1538$00

1/4/1973
Assinatura ilegível

(1) Monteiro, R.; Farinha, L. - Guerra colonial: fotobiografia. Lisboa: Círculo de Leitores / D. Quixote. 1990. 223.

Luís Graça disse...

Obrigado, Cherno, pelas tuas preciosas notas... Sei que lá viveste, em Bafatá, enquanto estudante, depois da independência. Eu só lá ia de vez em quando... E não sou bom em matéria de memória visual... O meu filho João dormiu lá uma noite em dezembro de 2009. Tenho fotos dele, em Bafatá, que já aqui publiquei. O estado da cidade é hoje uma dor de alma. Perdeu importância geográfica, económica e social em relação a Gabu... É isso ? Agora a povoação mais conhecida dos europeus é Tabatô (, antiga Dando), terra do Mamadu Baio e do Kimi Djabaté, descendentes de "dgigius". O filme "A Batalha de Tabatô" teve uma menção especial do júri do festival de cinema de Berlim, este ano!... Tenho que fazer uma notícia sobre isso.

Fernando Gouveia disse...

Luís:

Como é evidente, não precisas de pedir para eu comentar.
1 – Foto nº 3: Como o Cherno diz, não é a tabanca da Rocha mas sim a da Ponte Nova. Acrescentarei que, no local onde se vê fumo nas moranças mais à direita, era a casa do Tchame o ourives e que agora está lá o filho, também ourives.
2 – Foto nº 7: Em cima à esquerda vê-se o cinema ainda em construção e sem telhado.
3 – A propósito de se tirar lá a carta de condução, direi que o proprietário da escola de condução era o Sr. Dionísio Castro, com quem almocei, em 2010, duas vezes no agora seu restaurante.
4 – Julgo que o whisky, naquela altura, era mais barato (para a tropa).
5 – Ao falar de cervejas era interessante distinguir entre “cervejas” e “meias cervejas”, as de tamanho normal…

Um abraço.
Fernando Gouveia

Luís Graça disse...

Fernando: Sim, já tinha reconhecido o edifício do cinema, na foto nº 7, a da rua do mercado... Não sabia era que tinha sido construído (ou estava ainda em construção) nesta altura... Pelas minhas contas, estas fotos são do final de 1969, princípios de 1970... Estamos já na época seca...

Um Alfa Bravo. Luis

PS - Nunca assisti a nenhum sessão de cinema em Bafatá... Quando íamos a Bafatá, regressávamos sempre ao fim da tarde a Bambadinca.. Nunca deu para me "desenfiar"...

Luís Graça disse...

Há fotos de Bafatá, tiradas pelo João Graça, em dezembro de 2009, que merecem ser revistas...


7 DE MAIO DE 2011
Guiné 63/74 - P8236: Notas fotocaligráficas de uma viagem de férias à Guiné-Bissau (João Graça, jovem médico e músico) (10): Bafatá, 15/12/2009: "África é um cego em cima de um diamante" (Ali dixit)


http://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/2011/05/guine-6374-p8236-notas-fotocaligraficas.html

Luís Graça disse...

Também o Fernando Gouveia tem belíssimas fotos de Bafatá e das suas gentes... quer de 1968/70 quer de 2010...

procurem em Google=Imagens="Fernando Gouveia" + Bafatá

Cherno disse...

Caro Luis,

Na foto N.7 e na avenida principal, vé-se o famoso restaurante "Transmontana", salvo erro, com uma ou duas viaturas paradas mesmo a porta.

Em 1975, quando comecamos a invadir as cidades, ainda mal-calcados(Os Guerra Ribeiros e seus sequazes ha muito que tinham desaparecido) ainda funcionava mas a clientela ja nao era a mesma.

Cherno

Antº Rosinha disse...

Os mapas 1/50000 que Humberto Reis adquiriu e pôs à disposição do blog, são um verdadeiro GPS para uso do blog.

Já me perguntei se Humberto Reis conseguiu a cobertura completa da Guiné.

Penso que não deve ser, porque sendo a colecção completa com Bijagós incluídos ainda é uma boa resma de plantas.

A história dos levantamentos do anos 50 e 60 dos territórios das ex-colónias foi uma odisseia extraordinária.

Foram usados os meios técnicos mais modernos, a fotogrametria, e devem ter sido custos avultadíssimos.

Conheci os mapas das ilhas de Caboverde, que penso que eram na escala 1/25000, devido ao relevo como o Fogo davam uns mapas lindíssimos.

Se a minha vida foi um dia ser topógrafo, foi graças a ter ingressado em Angola nos Serviços Geográficos e Cadastrais, onde me especializaram com várias dezenas colegas chefiados por vários engenheiros geógrafos, precisamente para o levantamento da enorme Angola na escala 1/100000.

Em 1958, ainda se trabalhava com fotografias aéreas algumas feitas por americanos contratados para o efeito.

Mas já havia aviões e fotógrafos nacionais e algumas empresas especializadas.

Nesse tempo, nem todos os territórios africanos tinham levantamentos tão completos como os portugueses.

Esses mapas da Guiné, devido às poucas alterações nas estradas e no interior, e pouco desenvolvimento (até 1994), podia seguir-se com esses mapas de 1955, que parecia que o tempo não tinha passado naquela terra.

Eram os mesmos nomes, as mesmas tabancas, as mesmas curvas, a simbologia agrícola, tudo intacto.

Ajudei a gastar (inutilmente) toda a laterite à beira de todas as estradas da Guiné para tapar as "lagoas" da chuva e alguns buracos de minas.

Usava esses mapas do Humberto Reis para localizar, medir e contabilizar distâncias e volumes dos trabalhos.

Avalio os levantamentos dos antigos marinheiros Capelo e Ivens, Serpa Pinto e Gago Coutinho.

Cumprimentos

António Tavares disse...

Camarigos,

Em 1970 A Escola de Condução Africana, Lda estava localizada em Bafatá e em Nova Lamego.
O instrutor, Cabo-verdiano, era simpático e muito conhecido das tropas. Um dia fomos de mota a alta velocidade que parecia que voávamos. Só senti segurança no fim da viagem.
Os Oficiais e Sargentos tinham o benefício de obter a Carta de Condução Militar que posteriormente era trocada pela carta de condução civil.
Lê-se na Ordem de Serviço nº. 23 do BCaç.2912, de 28.Janeiro.1972, que os Guias e Serventes, contratados permanentes, recebiam diariamente 30$00 e 25$00 respectivamente.
Conheci Bafatá e a oficina do célebre Ourives, que anos mais tarde foi agraciado pelo Almirante Américo Tomas.
A Nova Lamego fui uma única vez e a Bambadinca várias.
Na estrada de Bafatá – Nova Lamego certo dia o IN fraccionou uma coluna auto, logo à saída de Bafatá, e causou baixas nas NT.
As garrafas de Whisky, no quartel de Galomaro, eram vendidas a 50$00 e 95$00 consoante a qualidade do precioso líquido naquelas matas quentes e húmidas do leste do CTIGuiné.
Nos bares dos Oficiais e Sargentos as garrafas de 50$00 eram vendidas a 65$00 porque medido o líquido garantia 13 cálices ao preço unitário de 5$00.
As Praças não tinham direito a whisky mas dentro das possibilidades existentes nunca lhes faltou o whisky.
Uma cerveja bazuca – 0,6 l – custava 6$50.


Abraço
António Tavares
Galomaro 1970/72