1. Mensagem de Domingos Gonçalves (ex-Alf Mil da CCAÇ 1546/BCAÇ 1887, Nova Lamego, Fá Mandinga e Binta, 1966/68),
Data: 14 de Junho de 2013 às 16:15
Assunto: Médicos
Assunto: Médicos
Prezado Luís Graça:
Saúde para ti, e familiares.
Sobre os médicos militares envio-te a seguinte informação, que poderás utilizar, caso o entendas conveniente:
(i) O meu batalhão, o BCAÇ 1887, tinha três médicos.
Sobre os médicos militares envio-te a seguinte informação, que poderás utilizar, caso o entendas conveniente:
(i) O meu batalhão, o BCAÇ 1887, tinha três médicos.
(ii) A minha companhia, a CCAÇ 1546 não chegou a ter, em permanência, qualquer médico, embora um dos três, no papel, lhe estivesse ligado.
(iii) Logo no início da comissão, durante os cerca de quinze dias que permaneci em Buruntuma, convivi com o médico da companhia lá estacionada. Chamava-se Dr. Reis. O nome completo nunca o soube. Era natural da zona de Setúbal, e penso que, antes da incorporação no exército, era cirurgião. Era um profissional competente, e uma pessoa de muito bom feitio. Tinha, já, uma certa idade.
(iv) Em Nova Lamego convivi com o médico do batalhão lá estacionado, Dr. Sampaio e Melo. Penso que na altura era clínico geral. Mais tarde foi oftalmologista no Hospital de Santo António, no Porto.
(v) Em Fá tive contactos muito esporádicos com o médico colocado no BCAÇ 1888 (?). Não lhe recordo o nome, nem a especialidade. Era um jovem profissional competente e frontal.
(vi) Os três médicos pertencentes ao batalhão a que pertenci eram os seguintes: (a) Dr. João C. Gomes Pedro. Penso que na altura era, ainda, clínico geral. Foi, quando passou à vida civil, - e continua a ser -, um insígne professor de pediatra [no Hospital de Santa Maria e na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa]. Como pessoa, apenas posso referir que era um homem excepcional. (b) Os outros dois médicos chamavam-se: Carlos Alberto, um, e Adão, outro.
(vii) As condições em que trabalhavam eram precárias, quer no que respeita a instalações, quer no que respeita a medicamentos, ou outro material médico. Regra geral, mesmo não sendo santos, às vezes conseguiam fazer milagres. Num relatório sobre diversas matérias, o comandante do batalhão a que pertenci, queixava-se." No Serviço de Saúde há grandes atrasos na recepção dos medicamentos, e o não fornecimento de vários produtos requisitados, o que perturba o fornecimento da assistência, que é ainda prejudicada pelas deficientes instalações dos postos de saúde."
(vii) As condições em que trabalhavam eram precárias, quer no que respeita a instalações, quer no que respeita a medicamentos, ou outro material médico. Regra geral, mesmo não sendo santos, às vezes conseguiam fazer milagres. Num relatório sobre diversas matérias, o comandante do batalhão a que pertenci, queixava-se." No Serviço de Saúde há grandes atrasos na recepção dos medicamentos, e o não fornecimento de vários produtos requisitados, o que perturba o fornecimento da assistência, que é ainda prejudicada pelas deficientes instalações dos postos de saúde."
(viii) Os médicos militares davam, também, a assistência possível, ás populações civis.
(ix) Pessoalmente, fui um felizardo, nunca necessitei,
naqueles tempos, de recorrer à prestação de
cuidados médicos.
naqueles tempos, de recorrer à prestação de
cuidados médicos.
(x) Já que estou a falar de médicos, faço também referência a um médico civil, que trabalhava em Bafatá, onde residia com a esposa, e restante família. Era natural de Goa, e o nome, que era indiano, e portanto mais difícil de pronunciar, escapou-se-me da memória. Era funcionário do Estado.
Com um abraço amigo, e votos de amplo desenvolvimento para o Blogue,
Domingos gonçalves.
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Com um abraço amigo, e votos de amplo desenvolvimento para o Blogue,
Domingos gonçalves.
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Nota do editor:
Último poste da série > 14 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11704: Os nossos médicos (47): Qual era a dotação médica de um batalhão ? Três médicos por batalhão, diz-nos o ex-alf mil méd J. Pardete Ferreira (CAOP1, Teixeira Pinto; HM 241, Bissau, 1969/71)
Último poste da série > 14 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11704: Os nossos médicos (47): Qual era a dotação médica de um batalhão ? Três médicos por batalhão, diz-nos o ex-alf mil méd J. Pardete Ferreira (CAOP1, Teixeira Pinto; HM 241, Bissau, 1969/71)
4 comentários:
Amigos & Camaradas
Já que estamos em sede do Sector de Farim, aqui vão mais alguns dados que recolhi da consulta às HU que tenho.
Bat Cav 490 - 1º Batalhão sediado em Farim 64/65. Pois na sua HU consta na data do embarque 4 médicos adstritos às unidades a saber:
CCS - 1 médico
CCav 487 - 1 médico
CCav 488 - 1 médico, Jumbembem do qual existe 1 foto no meu site
CCav 489 - 1 médico Cuntima
Nota. Não sei se os outros 2 médicos estavam em Farim, há aqui camaradas tabanqueiros desta Unidade que podem esclarecer
BArt 733 - 2º Batalhão sediado em Farim. Na sua HU consta na data do embarque 4 médicos adstritos às unidades a saber:
CCS - 1 médico
CArt 730 - 1 médico
CArt 731 - 1 médico
CArt 732 - 1 médico
Nota: Não sei se todos permaneceram no sector e se estiveram de facto nos subsectores Jumbembem, Canjambari e Cuntima, Binta; Guidage enquanto adstritos formalmente às Companhias.
Bat Caç 1887 - Cujo Comandante foi o Ten Cor Agostinho Ferreira, meu Comandante no Bat Caç 2879, já o Domingos Gonçalves aqui fala.
Há Fotos de 2 médicos no meu Site.
Bat Caç 1932 - Não tenho elementos neste momento apesar de já ter consultado a HU no AHM várias vezes.
Bat Caç 2879 - 69/71 - Já referi no post anterior. Apenas 1 médico integrou o Batalhão, embora no sector pelo menos durante um ano lá estivessem estado 2, 1 em Farim e outro em Cuntima.
BArt 3844 - 71/73 que nos rendeu. Integrava na data do embarque 4 médicos, 2º a HU.
Não sei se permaneceram todos no sector e distribuídos pelos subsectores.
BCaç 4512 - 73/74 - Não tenho elementos neste momento apesar de já ter consultado a HU no AHM várias vezes.
Há aqui tabanqueiros que podem esclarecer.
Das HU das Companhias independentes, que estiveram no sector e que tenho algumas, não consta no seu efectivo qualquer médico, mas sei que houve companhias que integraram médicos nos seus efectivos.
Aqui tendes o panorama do Sector de Farim que por vezes integrou Barro; Bigene, no início da luta, Binta e Guidage quase sempre, incluindo no âmbito do meu Batalhão.
Um abraço
Carlos Silva
Amigos & Camaradas
Da análise exposta no comentário anterior, podemos concluir que a dotação de médicos nos batalhões era variável, pelo menos de 1 a 4 e que nem sempre estavam colocados nos subsectores do sector do batalhão e mais ainda, pelo que tenho lido e observado, nem todos, para não dizer uma grande maioria, permaneceram a 100% nos locais onde estiveram as suas Unidades, pois dá para perceber que havia rotatividade consoante as necessidades, sendo deslocados para outras localidades ou para o HM241 em Bissau.
Carlos Silva
Carlos Silva Os médicos nos Batalhões creio eu não era variável de 1 a 4 o que aconteceu é que foram reduzindo quanto a quantidade, quer dizer fizeram o fato consoante o pano, como fazem agora com as nossas miseres reformas.
Um abraço
Colaço.
Colaço
A dotação dos médicos nas Unidades, variável foi com certeza, basta comparar, pois o facto de o meu Batalhão integrar formalmente 1 médico no dia do embarque, pelo menos teve 2 médicos no sector e o Batalhão que me render, formalmente teve 4 e não sei se estiveram permanentemente no sector, contudo há tabanqueiros que podem esclarecer
No entanto, já enviei um texto para ser publicado.
Um abraço
Carlos Silva
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