sexta-feira, 5 de julho de 2013

Guiné 63/74 – P11807: Memórias de Gabú (José Saúde) (30): Rescaldo da apresentação de “AS MINHAS MEMÓRIAS DE GABU”, em Beja

1. O nosso Camarada José Saúde, ex-Fur Mil Op Esp/RANGER da CCS do BART 6523 (Nova Lamego, Gabu) - 1973/74, enviou-nos uma mensagem. 


Rescaldo da apresentação de “AS MINHAS MEMÓRIAS DE GABU”, em Beja

Registo positivo

Manuel Mantinhas, um inestimável amigo e também camarada de armas na Guiné, foi o meu “velho” companheiro que se ocupou, e muito bem, em traçar as linhas gerais sobre a apresentação da minha 5ª obra – GUINÉ-BISSAU AS MINHAS MEMÓRIAS DE GABU 1973/74 – no passado dia 4 de julho na Biblioteca Municipal de Beja, José Saramago.

O meu prezado amigo Mantinhas foi outrora camarada do nosso colaborar permanente Torcato Mendonça (blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné) durante a sua comissão militar na Guiné, sendo que a sua amizade permanece inalterável no tempo. Um facto por mim constatado e que muito me orgulhou, tendo em conta o espírito de camaradagem que a guerrilha guineense nos proporcionou.

O evento da apresentação do livro contou com uma plateia quase repleta, ressaltando do acontecimento um mote de amiudadas conversas que se estenderam ao longo de uma noite quente onde um possível “batalhão de mosquitos” deu uma apaziguada trégua.

Abordámos inquestionáveis situações sobre a temática exposta na obra, sabendo-se, porém, que a narração dos factos relatados cruza gerações e que todos partilhámos situações idênticas ou parecidas.

A curiosidade do tema despertou, também, um renovado interesse a alguns jovens presentes no anfiteatro que se extasiaram com a dissertação de homens que tão bem conheceram os horrores da guerra. Ficou ainda a certeza que enquanto essa geração que pisou o palco da guerrilha nas antigas províncias ultramarinas permanecer ao cimo deste cosmos terrestre, esse tema será por nós preservado e trazido à estampa sempre que necessário.

Aliás, nós, antigos combatentes, jamais deveremos deixar cair no limbo do esquecimento a passagem de parte de uma vida que nos foi atroz e que deixou marcas em jovens que se deparavam com rigor para enfrentar a construção de um futuro que se perspetiva risonho. E muitos foram aqueles que, infelizmente, ficaram pelo caminho. Outros existem que convivem ainda com graves sequelas.

“Filhos do Vento” foi uma proposta lançada por mim neste blogue que visou lembrar “frutos” que vieram à vida e que jamais conheceram os seus verdadeiros progenitores. A mãe, única tutora, encarregar-se-ia de lhe transmitir todo o seu amor, mas do pai nunca terão tido conhecimento. Partiu. Foi uma rajada de vento que se espalhou num horizonte nebuloso.

Esses “filhos do vento” que narro também nesta minha última obra, suscitaram motivos de interesse alargado. Catarina Gomes, jornalista de “O PÚBLICO”, trará à estampa no próximo dia 14 de julho de 2013, domingo, uma reportagem sobre o tema, sendo que o título foi por mim autorizado, dado que fui solicitado a emitir uma opinião sobre a razão da referida expressão. 

Continuemos, pois, a luta para reavivar memórias de gentes que lidaram com o imprevisto de uma guerra que a cada instante impunha quadrantes, quiçá desiguais, ao mais singular soldado enviado para as frentes de combate. 


Mesa - Dra. Paula Santos, responsável pela Biblioteca, eu, José Saúde e Manuel Mantinhas

Trocando impressões com Vítor Maio, antigo camarada na Guiné e Ranger 

Com José Guerreiro, um camarada que esteve na Guiné no início da guerra

Um abraço camaradas deste alentejano de gema, 
José Saúde 
Fur Mil Op Esp/RANGER da CCS do BART 6523 
_____________ 
Notas de M.R.: 

Vd. último poste desta série em: 

4 comentários:

manuelmaia disse...

CAMARIGO JOSÉ SAÚDE,

FICO FELIZ POR TUDO TER CORRIDO DA MELHOR FORMA.
UM GRANDE ABRAÇO.
mm

Torcato Mendonca disse...

Olá José Saúde, o meu abraço e parabéns por mais um livro teu. Já sabia que tudo tinha decorrido bem porque o Manuel enviou um e-mail. Conheço o Manel desde 1960, Outubro de 60, quando entramos para o 6º ano no Liceu de Beja. Eu vinha de seis anos de colégio e ele acabou por, nesse ano ou no outro, ir para um (colégio de Tomar…).Ainda, aí em Beja tempos depois recebemos “explicações de matemática de Mestre Cachopo”. Depois, bem depis…veio a tropa. Creio que estivemos juntos em Vendas Novas, talvez em Lamego e, de certeza, em Évora (RAL 3). Ele pediu tranferencia ou foi lá colocado. Eu já lá estava com o Zé Almodovar daí de Beja. A chegada do Manel ao RAL 3 tem a sua piada. Já tinha tocado para o dia de “trabalho se finar” e eu estava de oficial de dia. Ora o Manel entrou no quartel viu-me e apreçamos o passo para um abraço. O comandante, um velho coronel do lápis azul da censura, viu e mandou-me chamar. Lá resolvi a questão e em comentário de espaço apertado não dá para contar. Fomos na mesma companhia para a Guiné e sempre nos mantivemos Amigos e seremos até que a dita “lei da vida” nos separe.
O Manel é do melhor que há e como militar merecia uma cruz de guerra. Afirmo e provo. Um dia falamos. Um abração do T.

Manuel Carvalho disse...

Caro Torcato

O Zé Almodovar de Beja de que falas no comentário só pode ser o José Maria Almodovar que esteve na nossa comp, (2366) nos últimos meses antes do embarque quando estivemos no Ilondé (Quinhamel).Nunca mais o vimos mas nos nossos convívios lembramo-nos dele muitas vezes. Ele respirava e transpirava Alentejo por todos os poros.Com ele até eu cantava modas alentejanas. Se por acaso o vires e ele mostrar interesse em vir a algum convívio nosso podes fornecer o meu contacto via Blogue.
Desde já grato

Manuel Carvalho C Caç 2366

José Pedro Neves disse...

Amigo e Camarada Ranger, José Saude, que posso dizer, senão lamentar não poder têr estado presente, mas ao mesmo tempo, feliz por tudo te têr corrido de feição, na apresentação do teu livro, "Memórias de Gabu", que não li, pelo contrário, DEVOREI e em certas passagens do mesmo, senti que era eu que estava a viver as sitações, tal é a realidade como as contas e bem. Só quem passou pela Guiné, consegue sentir o que descreves!!!
Mais uma vêz, lamentamos não podermos têr estado presentes, eu e a Ana, mas estivemos contigo em pensamento.
De mim um Grande e Fraterno Abraço e um Bj. da Ana, para ti, Grande Amigo!!! - "Mantenhas"