quarta-feira, 3 de julho de 2013

Guiné 63/74 - P11794: Manuscrito(s) (Luís Graça) (5): fumo, logo existo

fumo logo existo

mais um dia mundial do não fumador.
global, nacional,  regional, local.
só não o foi na minha freguesia.
nem no tasco que eu frequento.
nem na fábrica onde eu trabalho.
nem no meu bairro (social)
onde não há trabalho decente para a gente.
nem na rua do monóxido de carbono que é a minha.
nem na minha casa
em que o tabaco é o xanax do mulherio.

dizem-me que se aperta o cerco aos fumadores.
que pelas estatísticas são
os que ainda não trabalham
mais os que já trabalham
e os que estão na casa dos trinta
e mais os que já deixaram de trabalhar.
(os que ficaram pelo caminho
ou na ponta final da linha de montagem,

ou na autoestrada da vida, ao km 40, 50, 60).
ouvi o telejornalista de serviço
(fez-me lembrar o porta-voz
do tribunal do santo ofício
que condenou à fogueira o tetravô
do meu tetravô, cristão-novo de penamacor).

o inquisidor-mor malha nas mulheres portugas
que estão a estragar as estatísticas sanitárias.
diz o senhor diretor geral:
os portugas ainda podem orgulhar-se,
(ao menos, valha-nos isso!),
de serem os menos fumadores da eurolândia.

repete o loquaz locutor:
não fumar está na moda.

é politicamente correto, é fixe.
faz à bem à saúde e à carteira.
os portugas que não fumam ou deixaram de fumar
estão na moda, são fixes.

eu, fumador, de maço e meio, me confesso.
desde tancos, ou figo maduro, ou bissalanca,
já não sei onde nem quando comecei a fumar,
mas foi na tropa.
não quero estar na moda, não quero ser fixe.
quero e não quero deixar de fumar,
mas temo o cerco,
como em guidaje.
cerco, é isso.
os tempos são bons para apertar o cerco
aos fumantes. aos novos párias sociais,

aos desalinhados, aos marginais-secantes,
às amplas minorias, aos novos inimigos da ordem pública.

o pretexto pode ser a nova peste branca,
a pandemia da gripe,
o direito à saúde,
a economia da saúde,
os direitos e liberdades e garantias dos não fumadores,
o fumo passivo,
mais as contas públicas, o endividamento das famílias,
o exemplo (triste) do cowboy da marlboro
que era gay e morreu de cancro,
a nova ética do trabalho,

ou a falta de ética e de trabalho,
o sobreaquecimento do planeta,
o medo e sobretudo o medo do medo,
a produtividade do trabalho,
a competitividade das empresas,
a identidade da nação,
a incultura do tabaco,

a globabilização, e a verdade trágica das estatísticas da saúde,
os superiores desígnios do estado e o seu biopoder,
enfim, e não menos importante, 

a poluição tabágica,
que além dos pulmões dos colarinhos azuis
e do resto do corpinho da gente,
dá cabo da pintura dos tetos e das paredes,
do sistema de ar condicionado,
dos microequipamentos,
dos circuitos integrados dos computadores,
das mother boards, dos chips,
das placas gráficas,
dos neurónios dos colarinhos brancos e dourados,
da testosterona da dream team,
dos satélites das telecomunicações,
dos estofos do carro do patrão,
da pele de veludo da gaja do patrão,
do clima organizacional da empresa,
da missão, dos valores, da estratégia,
do ranking de portugal no mundo.


o tabaco que mata meio milhão de eurolandeses por ano,
morrem que nem tordos, dizem,
diz o sanitário de serviço,
doze mil, falando só de portugas.

mais num ano do que em 13 anos de guerra colonial,
e o mulherio a dar cabo da estatística,
diz a senhora enfermeira lá da fábrica!

não vi, todavia,
as empresas portuguesas seguirem o exemplo
das suas congéneres multinacionais
que operam cá no burgo,
como a ibm ou a siemens ou a cisco,
não vi os senhores gestores engravatados lá da minha guerra
virem à televisão dizer com orgulho:
somos mais uma smoke free company,

somos amigos do ambiente,
somos gajos decentes,
somos verde-rubros,
somos patriotas,
não fumem, seus idiotas,
criamos riqueza e saúde,
não fume, seus cabrões,
que o tabaco dá cabo do tesão!...

não, eles, os senhores e as senhoras da gestão do pessoal,
os senhores engenheiros da organização e métodos,
eles e elas, não têm lata para o fazer,
porque antes disso teriam que dar o exemplo,
e mostrar que também dão bons exemplos
de boas práticas noutras matérias
como a proteção ambiental,
a ergonomia da minha máquina de comando numérico,
o apoio aos órfãos e viúvas
dos operários que morreram a trabalhar,
a proteção da saúde e segurança dos trabalhadores,
a consulta e a participação do zé portuga,
a cidadania organizacional, 
ou lá o que isso queira dizer,
as boas contas, o blá-blá,  coisa e tal,
a garantia do trabalho decente,
o sentido de responsabilidade social,

e toda blá-blá de merda que os gajos e as gajas usam.

e a propósito:
alguém sabe explicar-me
o que é isso de trabalho decente, vida decente,
salário decente, condições de trabalho decentes,
cuidados de saúde de decentes,
ambiente decente, educação decente, habitação decente, 

saúde mental decente, intimidade decente,
privacidade decente, humanidade decente ?

também eu quero viver
decentemente,
respirar decentemente,
comer decentemente,
amar decentemente,
envelhecer decentemente 
e morrer decentemente.

hoje é dia mundial do não fumador,
uma vez por ano, todos os anos,
só não o foi na minha parvónia dos arrabaldes,
nem na caserna da minha memória,
nem no tasco que eu frequento,
nem na fábrica onde eu trabalho,
nem no meu bairro (social)
onde não há trabalho decente para a gente
nem dinheiro para o tabaco que engana a fome,
e a apagada e vil tristeza do nosso quotidiano.

e a angústia do amanhã sem amanhã,
a falta de graveto, pilim ou guita
para oferecer uma rosa à patroa
que agora vai fazer cinquenta anos 
e é mais nova do que eu.

hoje foi um dia trivial,
como os outros,
não dei por nada de especial.
hoje o estado arrecadou mais de 600 mil euros
de imposto sobre o vício de fumar,
33 homens e mulheres, meus compatriotas,  morreram
de doenças relacionadas com o tabagismo,
não vi nem ouvi os senhores ministros preocuparem-se
com os que trabucam e fumam,
com os pobres que fumam e que vão morrer,
vão morrer do trabalho e do cigarro e do cancro do pulmão,
tal como os outros que não fumam,
nunca fumaram ou deixaram de fumar.
ou que não trabalham.
um dia todos vamos morrerm
conheço essa teoria, a da dissonância cognitiva,
diz-me o doutor médico do trabalho lá da fábrica
e que até é um gajo porreiro
porque fuma,
tem paleio p'ra malta do fato macaco
e sabe que fumar e trabalhar fazem à mal saúde,
a gente precisa sempre de um bom alibi,
quer dizer uma desculpa,
para adiar a puta da morte
ou fintar a morte como na guiné,
a gente precisa de esconjurar a morte,
a malapata, a doença, a dor,
os medos, os fantasmas da noite,
a mina anticarro ou a emboscada na picada para guidaje.
a travessia do cacheu, a subida ao céu na ponte do jagarajá.
a descida ao inferno de gadamael,
o trânsito no purgatório do xime,
o juízo final em guileje,

o helicanhão a varrer o chão no choquemone,
a danação eterna em  canquelifá.
amen, 
padre nosso, avé-maria
que deus tenha em santo descanso 
os meus pobres camaradas que lá ficaram
e que eu tive de deixar para trás.

minto: o senhor ministro da saúde
que também o é da saúde pública,
da saúde da gente,
das crianças que estão no ventre
das mães toxicodependentes e das mães fumadoras
e das mães operárias do vale do ave,
o senhor ministro
acaba de anunciar a sua (dele e do governo) intenção
de aumentar o número de consultas hospitalares
de desabituação tabágica.
eu aplaudo,
com duas mãos e um rajada de gê três
que era  a minha gaja na  centésima vigésima qualquer coisa
companhia de caçadores paraquedistas.
de setenta e dois a setenta e quatro,
na guiné, longe do vietname.

mas quantas (consultas) não disse, o senhor ministro da doença,
nem onde nem com que meiosm
ele há montes de tugas a pedir ajuda,
não há técnicos para as encomendas,
e, os que há, são voluntários.
psicólogos à procura de espaço de trabalho
no mundo das batas brancas.
há listas de espera de dois anos,
para este tipo de consulta,
no serviço nacional de saúde
sua excelência bem sabe melhor do que eu.
e a propósito: diz-se desabituação
ou cessação tabágica ?
cessação, dizem os puristas.

que fumar é uma doença,
uma pestilência,
um pecado mortal,
um gajo morre e ainda por cima vai para o inferno.
mas o que é que um gajo como eu,
ex-combatente,
fumador compulsivo, de maço e picos
(que a guita não dá para mais),
faz em dois anos ?
dá em doido ?
morre de cancro ?
estoira com os miolos ?
trepa pelas paredes acima ?


em dois anos um portuga fumante como eu
acendeu pelo menos 21900 vezes o isqueiro,
fumou pelo menos 21900 cigarros (fora o cravanço).
ficou exposto a 4 mil produtos químicos
vezes 22 mil cigarros,

ou serão 5 mil ?
mais mil menos mil, tanto faz.


por conseguinte, um gajo está arrumado
ao fim de dois anos de espera na lista de espera
e a continuar a fumar,
e a trabucar.

e a pagar o imposto do vício,
a tirar o leitinho àd criancinhas,
e a foder o coirão, como no morés ou no fiofiili.
eu queria deixar de fumar, 

sinceramente queria deixar de fumar,
talvez alguém me possa ajudar,
lá em casa todos fumam.
e as mulheres (a patroa e as duas filhas) 

mais do que os homens.

eu fico, por isso, sensibilizado
com a sensibilidade do senhor ministro da saúde,
que é doutor e é um gajo bestial,
que se preocupa com a gente.

com os que não fumam
e apanham com o fumo dos que fumam,
mas também com os que fumam e trabalham como eu,
que fiz e perdi a guerra dita colonial,
classe operária, malandra, tunante,
grevista, marginal, quezilenta,
todos feios, porcos e maus,
e fumante como eu,
embora em vias de extinção
enquanto classe mal comportada,

e pior qualificada.


no dia mundial do não fumador,
eu  pichei no muro do cemitério, 
a caminho da fábrica,
fumo, logo existo.
imaginem se eu não fumasse:
estava tramado,
ninguém se preocupava comigo,
mas neste dia tenho a certeza que
alguém se preocupou comigo,
um ministro da saúde, 

médicos, enfermeiros, psicólogos.
padres, polícias, jornalistas, amigos.
cangalheiros, coveiros.
educadores, doutores em ética,
teólogos, estatistas, informáticos, 
locutores da TV, radialistas, epidemiólogos,
patrões do século vinte e um,
gestores do capital humano, 

técnicos de seguros,  sociólogos
e até banqueiros,
tudo gente importante e séria e engravatada.


hoje houve gente que se preocupou comigo.
e isso tocou-me,
deixou-me sensibilizado,
senti-me importante, 
mesmo que sozinho no meio da multidão do metro.
de casa para o trabalho e viceversa, cansado.
talvez eu ainda tenha sorte,
e vá a tempo de me inscrever
numa consulta de desabituação
(perdão, cessação) tabágica
em 2005,

mesmo com meio pulmão,
bem humorado,
a sorrir à vida e a piscar um olho à morte,

ou talvez morra antes, de febre hemorrágica.
ou de uma simples constipação,
ou passado a ferro na passadeira para peões,
numa qualquer sexta-feira à noite
onde há gajos, bêbedos, de carro
com licença para matar,
como eu como me deram um gê três

17/11/2003. 

revisto 

Luís Graça

_________

Nota do editor;

Último poste da série > 18 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11723: Manuscrito(s) (Luís Graça)(4): Comment ils sont toujours gais, les portugais!

7 comentários:

Anónimo disse...

Finalmente alguém afirma o que eu sempre disse: FUMO, LOGO EXISTO.
e já somos dois. E se me vendem os maços que têm anunciado "Se está grávida não fume" esses sim recuso, porque ninguém tem nada que saber, o meu estado. Bem como aqueles que anunciam "Fumar prejudica a sua saúde". Fumo há 57 anos e mais que o tabaco, tem sido o governo que anda por aqui há dois anos, quem mais me tem causado maleitas.
Daí que DEIXAR DE FUMAR, NEM PENSAR.
A propósito, há meia hora que não tenho a chucha na boca, pertantus lá vai mais mais um Marlboro 100's.
Veríssimo Ferreira

Torcato Mendonca disse...

GOSTEI, caro Luís Graça;

tenho pena de não fumar os dois (ou um e 1/2 ? )x 20 cada maço que por dia fumava... PARARAM-ME!
Depois de me retalharem, meteram três bocados da safena e da mamária. Deram-lhes um nome que só conhecia da Hidráulica...lixaram-me,leram a sentença depois de pena e conserto feito..
Não me custou deixar de fumar, o que tem que ser feito faz-se, mas gostava de puder fumar mesmo que o não fizesse.FUMO LOGO EXISTO? Podia ser! Que se lixem os Dia disto e daquilo mas, se poema assim tiverem pois que venham mais e o poeta, em reflexão, os vá alinhando e pondo cá fora...

Quando é o Dia do Calor??? está um calor dum cabrão como, na minha terra, se costuma dizer...Bolas... Ab,T.

Luís Graça disse...

Meu querido camarada Veríssimo:

Eu sou um "homem da saúde pública", doutorado e tudo... É óbvio que não posso fazer a apologia do tabaco... Fumei vinte e picos anos (desde a tropa)... Deixei, acertadamente, de fumar, aos 40 e tais, estive sete anos "limpinho", e depois tive uma recaída (,o que é humano!), até voltar novamente à abstinência (que espero seja definitiva)...

Não é fácil, dou muito valor a quem quer deixar de fumar e não consegue sem apoio, médico, psicossocial, da família, dos filhos, dos colegas de trabalho, etc.

Quando escrevi este poema, em 2003, já não fumava, há uns aninhos... De qualquer modo, é um texto poética, uma mistura de crítica social, sarcasmo, humor negro, ironia e desejo de que os homens e as sociedades nunca caiam na tentação totalitária de regular a nossa vida íntima e privada...

A minha costela de sociólogo leva-me, por outro lado, a estar mais do lado das "vítimas" do que dos "carrascos", e a ficar de pé atrás contra o "blaming the victim" [, o acusar a vítima,] , frequente no discurso do biopoder e de um certa saúde pública... (que não é a minha).

Enfim, e sem entrar em argumentos, detesto o discurso redutor do "estilo de vida saudável", com o dedo acusatório espetado na tua cara! Detesto a hipocrisia societal (sociedade e Estado) da publicidade antitabágica, num negócio de milhões e milhões... Só de imposto sobre o consumo do tabaco, o Estado português arrecada qualquer coisa como 1300/1500 milhões de euros (, cito de cor)... Não chega, nem de longe de perto, para cobrir os custos (diretos, indiretos e ocultos) da elevada morbimortalidade associada ao tabagismo...

Anónimo disse...

Poema para ser fumado,inoculado,injectado,engolido.....isto é, saboreado.

Gostei!


Abraço.

J.Cabral

Luís Graça disse...

... E a propósito reproduzido aqui uma intervenção minha, já com doze anos, no tempo em que o fumar ou não fumar era discutido com paixão... LG

_________________


(17) Luís Graça, 14/11/2001

Fumo, logo existo...

Mensagem publicada nos Fóruns do "Público", Fórum "Cidadania", com data de hoje, sob o título "Tabagismo: 'Blaming the victim' e em resposta a R. Fosneca (Fumar: Que vantagens ?)
_________


A questão do tabagismo (activo e passivo) seguramente é um daquelas questões de cidadania que não podemos ignorar, tornear, escamotear ou manipular. Mais tarde ou mais cedo temos que começar a discuti-lo. E quanto mais tarde, pior!

Neste momento, ainda estamos ao nível mais primário da discussão (veja-se a questão da alcoolémia e da condução automóvel). E depois há os efeitos perversos do proibicionismo e a sua factura. Convenhamos que é um problema (o do tabaco e o saúde, individual e colectiva) que ainda não está na nossa agenda social e política. E que deixamos, de preferência, nas mãos dos especialistas (leia-se: os tecnocratas que decidem por nós...).

Mas também é verdade que não podemos discutir questões tão sérias e tão complexas com a mesma paixão com que discutimos... a bola ou a política partidária. Temos de o fazer numa base racional, sem fundamentalismo... mas com frontalidade. E sobretudo ir encontrando respostas, socialmente concertadas e construídas, para um problema que mexe muito com a liberdade individual.

O problema do tabagismo (activo e passivo) não interessa apenas à saúde pública nem é apenas um problema do foro individual. Diz respeito a todos e a cada um de nós: em casa, na escola, no local de trabalho... Levanta questões éticas, políticas, de direitos & liberdades, de modelos de comportamento e até de sistemas de produção e consumo, papel do Estado, papel dos lóbis, etc. O tabagismo e a sua relação com a saúde não pode ser discutido isoladamente... O discurso de Estado é hipócrita, enquanto quem fuma sofre de um problema conhecido que é o da denegação dos malefícios do tabaco e, portanto, de dissonância cognitiva.

Seria uma fraude discutirmos este problema isoladamente, sem equacionarmos o problema mais geral dos comportamentos aditivos e compulsivos: por é que as pessoas fumam, injectam-se, bebem ou comem em excesso ? Onde está a fronteira entre o prazer, a saúde e a liberdade ? Por outro lado, há a análise dos custos e benefícios que não fazemos, em termos individuais e colectivos. Quem fala apenas em malefícios do tabaco ?

Além disso, não há receitas fáceis de aplicar: muitas das políticas antitabagistas nas nossas empresas, por exemplo, não têm qualquer perspectiva de protecção e promoção da saúde dos trabalhadores e assentam pura e simplesmente no princípio do "blaming the victim".

Em resumo, não podemos isolar a questão do tabagismo (e doutros ...ismos) da questão mais global da sociedade patogénica que nos produz e reproduz. A legislação que vamos promulgando (por vezes, na base do "copy and paste", em relação ao que se faz lá fora...) também não pode ser isolada da construção de práticas saudáveis, a nível individual e colectivo.

Se, por um lado, há que evitar pôr os homens e as mulheres que fumam num gueto, por outro não podemos abandonar a premente e dramática tarefa de influenciar os valores e as atitudes das nossas crianças, adolescentes e jovens em questões tão decisivas como os produtos e os ambientes patogénicos(da ecologia à família, da cidade à escola, do lazer ao trabalho...).


Post scriptum - Não fumo. Era preciso dizê-lo ?

http://www.ensp.unl.pt/lgraca/citacoes_T.html

Luís Graça disse...

Meu querido Torcato, grande alentejano marafado perdido nas fraldas da serra da Gardunha... Estás "recauchutado" e, por castigo, vais viver até aos cem anos, como um cereja sem morcões!...

E até lá vamos "tabaqueando o caso"... Toma lá mais esta p'ra tua coleção... Não é pro acaso que no Alentejo o cemitério se chama... "campo da igualdade"...

Vitorino:
Ó patrão dê-me um cigarro

Letra e música: popular: Alentejo
In: "semear salsa ao reguinho", 1975

Ó patrão dê-me um cigarro,
Acabou-se-me o tabaco,
E o trigo que eu hoje entarro
Fumando dá mais um saco.

Canta o melro no silvado
E o rouxinol na ribeira,
Ó minha pombinha branca,
Quero ir à tua beira.

Quero ir à tua beira,
Quero viver a teu lado,
Rola o pombo na azinheira,
Canta o pardal no telhado.

S'a morte fosse interesseira
Ai de nós o que seria,
O rico comprava a morte,
Só o pobre é que morria.

Fonte:

http://natura.di.uminho.pt/~jj/musica/html/vitorino-oPatraoDeMeUmCigrarro.html

Anónimo disse...

Fumar mata...
Fumar dá impotência..essa mesmo (xexual).
Fumar provoca.. "coisos"
Fumar dá.."a puta que os pariu"
A grande merda é que mesmo sem fumar podem acontecer estas coisas todas..mesmo sem ser passivo..fumador, claro.

Se o nosso editor-mor sendo doutorado na saúde pública diz que não se deve fumar, eu acredito..acrescento apenas que além de fazer mal à saúde também "alivia" a carteira..e nos tempos que correm não é despiciendo..boa, gosto deste termo que é só para "intelectuais" "comámim".

Caro Torcato..não sabia que na hidráulica também faziam "by-pass".
Quando se fazem estas coisas, além de pararem a "bomba" de um gajo também o arrefecem,retalham e por fim a canalização do "cuore" fica "recauchutada".
Atenção que não fica como nova mas quase..

Onde é que eu ía..queria elogiar a poesia do nosso editor-mor...
Ahh...era só para dizer que sou fumador..ando a tentar parar..só que cada vez que leio ou ouço "fundamentalistas"...dão-me uns "furnicoques" que só me apetece continuar ...estupidez minha..

Alfas bravos para fumadores activos passivos e não fumadores..excepto "fundamentalistas".

C.Martins