quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Guiné 634/74 - P12198: Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (24): Voando com o srgt mil pil Honório, no apoio a colunas logísticas para Beli e Madina do Boé (Vitor Oliveira, ex-1º cabo melec, BA 12, Bissalanca, 1967/69)




Guiné > Bissau > c. 1968 > "O T6G [Harvard] 1756 que caiu ao pé do colégio das freiras que ficava por de trás do hospital em Bissau. Da rapaziada so me lembro do Oliveira, de  t-shirt branca".


Foto (e legenda): © Vitor Oliveira (2013). Todos os direitos reservados. [Edição: L.G.]

1. Mensagem do Vitor Oliveira, ex-1º cabo melec
 (BA 12, Bissalanca, 1967/69)  [, Foto à direita: é membro da nossa Tabanca Grande  desde 13/5/2009]:


Data: 22 de Outubro de 2013 às 15:20
Assunto: Voos com Honório

Camarada Luís,  posso dizer que 70% das dezenas e dezenas de horas de voo na Guiné foram com o meu grande amigo Honório que infelizmente já não está entre nós. (*)

Foram voos em DO27 e T6G, Nestes andávamos entre 2h30 e 3h30,  sobre as colunas que iam para Béli e Madina de Boé, Começávamos a sobrevoálas ao nascer dia até ao sol se pôr.  Ele, o Honório,  queria sempre companhia porque dava para ele descansar, Estás a ver o que era andar estas horas todas às voltas sobre as colunas!... Levávamos no mínimo duas garrafas de água Perrier. (**)

A protecção a essas colunas era feita por 6 T6G e sempre dois,  que se iam revezando.

Já agora quero dizer que,  além do meu amigo Honório,  havia mais pilotos com os quais voei e  que eu admirava:  Cap Sarmento, Alf Pavão (Açoriano) e Furriel Gomes.

Aqui vai [, foto em cima,] o T6G 1756 que caiu ao pé do colégio das freiras que ficava por de trás do hospital em Bissau. Da rapaziada so me lembro do Oliveira, de  t-shirt branca.

Sem mais um grande abraço.

Vitor Oliveira(Pichas)
1º Cabo Melec

[BA12, Bissalanca, 1967/69]

________________

Notas do editor:

(*) Dados biográficos:

(i) Honório Brito da Costa [Praia, Santiago, Cabo Verde, 28 de agosto de 1941; Praia, Santiago, Cabo Verde, (?]];

(ii) era filho de Honório Domingos da Costa [n. 1901; f. ?] e de Silvia Pinto de Brito [Santiago, 1914; Lisboa, 2004];

(iii) tem, pelo menos, uma filha, Tatiana Costa] [ Fonte: sítio GeneAll.,

(iv) entrou como actor, juntemente com o nosso camarada Leão Lopes, no filme "O Recado das Ilhas" (1989), de Ruy Duarte de Carvalho (Santarém, 1941;  Swakopmund, Namíbia, 2010)]

[São raras as fotos do Honório, srgt mil piloto da FAP, que na sua terra natal  também era conhecido por Honoriozinho. Sabemos que nasceu em 1941, na cidade da Praia, e já morreu, em data desconhecida., mas posterior a 1989. Depois de servir na FAP, na Guiné, onde terá feito duas comissões, regressou á sua terra. Foi piloto comercial nos TACV - Transportes Aéreos de Cabo Verde, onde terá chegado a comandante. Foto acima,  à direita, reproduzida com a devida vénia da página da família Barros Brito: Antepassados e parentes da família criada por Jorge e Garda Brito.]



Postes da série sobre (ou com referências a) o Honório:

13 de outubro de 2010 > Guiné 63/74 - P7121: Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (22): Fotograma do Honório com o Cap Neto (Jorge Félix)

15 de maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6397: Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (21): Fotogramas de um vídeo com o Honório (Jorge Félix)

4 de Março de 2010 > Guiné 63/74 - P5935: Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (20): O Honório e o 2º Sarg que dizia que se aguentava (Vítor Oliveira)

22 de abril de 2010 > Guiné 63/74 - P6210: Os gloriosos malucos das máquinas voadoras (21): Meu tenente, eu e o Tomás Camará não vamos com o Honório! (Amadu Djaló)

28 de fevereiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5912: Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (19): O Honório e o major que lhe chamou maluco (Vítor Oliveira)

19 de Fevereiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5840: Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (18): Mais uma história do Grande Honório (Vítor Oliveira)

29 de Dezembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5559: Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (17): Mais uma história do Sargento Pilav Honório (Rogério Cardoso)

21 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4396: Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (16): Uma história do Honório (Vítor Oliveira)

11 de Dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3604: Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (15): Eu, o Duarte, o Coelho, o Nico... mais o Jubilé do Honório (Jorge Félix)

6 de novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3412: Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (11): Ainda o Honório, o Jagudi... ou o puro gozo de voar (Jorge Félix)



26 de Setembro de 2008 Guiné 63/74 - P3245: Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (4): Honório, o cow-boy dos ares (José Nunes)


8 comentários:

Luís Graça disse...

Já tem mais de cimco anos, este meu comentário a um post do Alberto Branquinho sobre o Honório... Acho que n
ão desmerece ser de novo "postado" aqui... Tem data de 23/9/2008...LG
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Luís Graça disse...

Amigos e camaradas, brancos, pretos e mulatos, gente da nossa Tabnaca Grande:

O Honório é uma figura que perdura na nossa memória. Não tanto por ser cabo-verdiano (cuidado com a demasiada ênfase nas questões da 'cor da pele'...), como sobretudo por ser, aos olhos do comum militar no TO da Guiné, um 'gajo maluco', popular, que gostava do seu copo e que fugia um bocado aos cânones do militar-como-mandava-a-puta-da-sapatilha... (Lembra-se da expressão que era linguagem de caserna ?)

Quem é que não ouviu falar dele, do Honório, nomeadamente na Zona Leste ? Não privei pessoalmente com ele, mas viu-o várias vezes em Bambadinca, no período em que lá estive, com a malta da minha CCAÇ 12, entre Junho de 1969 e Março de 1971. E sempre a pilotar a D0 27.

Acho que vale a pena criarmos, no nosso blogue, uma série só para os Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras... Os primeiros postes podem ir para o Honório, com toda justiça, propriedade e oportunidade...

Há já material suficiente, incluindo os postes que já foram publicados no blogue do nosso camarada Victor Barata, Especialistas da Base Aérea 12, Guiné-Bissau 1965/74... Há lá intervenções do Jorge Félix e do J. Mexia Alves (e do Monteiro Ribeiro, melec) que eu já recuperei...

Depois pode ser que apareçam mais depoimentos de gente da FAP ou até dos TACV. Gostava de saber, por exemplo, como é que ele lidou com as questões de fractura, conflito e transição: o PAIGC no poder, na Guiné e em Cabo Verde... Como é que ele chega aos TACV, por exemplo...

Por outro lado, temos o nosso Jorge Félix e eventualmente outros Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (o epíteto é um elogio, é um mimo, é uma ternura!) que andam por aí, sem eventualmente quererem ou poderem dar a cara...

Talvez o Jorge e o Victor nos possam ajudar nesta nobre tarefa de 'reabilitar e valorizar a memória dos nossos camaradas da FAP'... (Também gostaria de fazer o mesmo para a Marinha, o terceiro ramo das nossas FA)... É tempo de enterrarmos de vez os nossos estereótipos sobre tropas de elite, topa-macaca, filhos e enteados, ricos e pobres...

Isto sem querer entrar, de modo algum, em competição, antes pelo contrário, com o blogue do Victor, que tem um público-alvo diferente do nosso... e que é um blogue 'especialista' (enquanto o nosso é 'generalista') e com o qual nós queremos manter uma saudável e frutuosa relação de mútuo apoio, de troca e até de complementaridade...

DE resto, o Victor (a quem eu saúdo pelo sucesso do seu blogue) sabe bem que não precisa de nos 'pedir licença' para usar os nossos materiais, bastando para tal citar a fonte; e nós, o mesmo...

Um Alfa Bravo. Luís
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Comentário a poste P3224

22 DE SETEMBRO DE 2008

Guiné 63/74 - P3224: Não venho falar de mim... nem do meu umbigo (Alberto Branquinho) (7): Honório, o aviador...

http://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/2008/09/guin-6374-p3224-no-venho-falar-de-mim.html

Anónimo disse...

Eduardo Almeida Pavão foi durante muitos anos comandante nos aviões da SATA. Um grande comandante, conhecido e admirado em todas as ilhas dos Açores, pela simpatia que irradiava. Morreu aos 53 anos, em 1999.
Um dos filhos segue-lhe as pisadas, na mesma companhia aérea.
Aqui deixo esta simples homenagem a um bom amigo.

Um abraço,
Carlos Cordeiro

Anónimo disse...

Luis

O que nunca tive oportunidade de dizer foi que a última vez que estive com o Honório foi na Cidade da Praia, Cabo verde, em 1984. Era ele, então, comandante dos TACV. Tenho algumas fotos desse encontro.
Alberto Branquinho

Luís Graça disse...

Que descanse em paz, o nosso camarada Honório!...

Eu sei que ele deixou muitos amigos e até fãs entre os nossos camaradas da Guiné... Mas há uma parte de mito e lenda que temos de separar do resto…

E o resto é o que importa para a história: é a sua história de vida real, as suas origens (sociais, familiares…), a sua terra, Praia, Santiago, Cabo Verde, a sua dedicação á FAP e à Guiné (e depois à aviação comercial do seu país tendo inclusive chegado a comandante dos TACV)…

Já aqui, e há muito, com o seu amigo Jorge Félix, começámos por desmontar alguns "mitos" ou "falsidades" ou "erros factuais". Por exemplo:

- o Honório nunca pliotou helis nem Fiats no TO da Guiné;
- nunca foi o piloto preferido de Spínola;
- passou bastante tempo no destacamento de Nova Lamego, fora portanto da BA12 em Bissalanca;
- infringia, deliberadamente ou não, normas elementares de segurança da FAP;
- não era bem visto entre certos oficiais pilotos aviadores, oriundos da Academia…

Fica aqui o apelo para a produção e publicação de novos testemunhos sobre um camarada nosso que já morreu, que muito estimávamos, que ficou na nossa memória e no nosso imaginário, que era uma personalidade fascinante mas também polémica, sobre o qual ainda sabemos muito pouco… Inclusive não temos fotos dele no TO da Guiné!... (As poucas que existem são de fraca resolução).

Luis Graça

Luís Graça disse...

Estranho paradoxo!... Um homem que é uma "lenda viva" da FAP no TO da Guiné, não tem uma foto de jeito nosso blogue!...

Tu, Vitor, que voaste tantas horas com o Honório, não tens uma foto dele ou com ele ?

Branquinho, disponibiliza algumas das tuas fotos tiradas com o comandante Honório, dos TACV,na Praia, nos anos 80!... Obrigado.

António Martins Matos disse...

Caros amigos
Analisando o tema com atenção verifica-se que há dois tipos de "malucos das máquinas voadoras", os que só são "malucos"por terem escolhido a profissão de Piloto e que sempre a encararam com rigor e profissionalismo ( ainda que até possam fazer parte de Patrulhas Acrobáticas) e ... "alguns outros ".
Esses "outros" quando longe das vistas e do enquadramento hierarquico por vezes tem tendência a "apardalar".
Não sei do Honório, penso que metade do que dizem dele é apenas lenda, mas sei de, no meu tempo de Guiné e no Leste, 2 "gloriosos malucos" perderam a vida em demonstrações pró pessoal terrestre, arriscaram e ...morreram.
Dir-me-ão, eram "gloriosos malucos das máquinas voadoras", o risco era a sua profissão.
Pena foi que levassem com eles o José Valoura e o António Madeira, não tinham que morrer, só queriam participar na "maluqueira".... para mais tarde recordar.
Para alguns o Honório (paz à sua alma) pode ter sido uma lenda... mas está longe de "valorizar a memória dos nossos camaradas da FAP".
Querem valorizar a FAP? Escrevam sobre o Tcor Almeida Brito, Maj Mantovani Filipe, Fur Baltasar da Silva, Fur Carvalho Ferreira, a Enfermeira Paraquedista Celeste Costa, ....
Abraços
AMM

Hélder Valério disse...

Caros camaradas

Parece-me que a expressão "gloriosos malucos das máquinas voadoras", que é o título em português de um filme que presta homenagem a todos aqueles que dedicaram a sua vida (em muitos casos literalmente) à aviação, talvez não tenha sido muito bem compreendido.

Digo isto por via do comentário de AMMatos.

É claro que, como em todas as situações, é preciso que tudo se faça com o maior profissionalismo e que sempre, ou quase sempre, que se pretende 'inventar', podem suceder percalços ou situações lamentáveis.

Não me parece que esta 'chamada à ribalta' do Honório possa ser usada para fazer clivagem entre uns 'pilotos malucos' que faziam exibicionismos e outros 'malucos pilotos' por terem seguido uma actividade tão cheia de riscos.

Não, nada disso. Acho que o Honório (que não conheci, de que não fui contemporâneo, logo não tenho nada 'empatado') foi credor de alguma fama que também creio ser algo romanceada mas não deixa de ser verdade que essa sua fama atravessou os tempos já que ouvi (não vi) histórias dele, mais ou menos no teor daquelas que já por aqui foram referidas. E sabe-se como o 'povo comum', desde tempos bem antigos, se pela por 'pão e circo'.
Não vejo que possa 'vir mal ao mundo' respigar esses 'pequenos' apontamentos.

Agora, também concordo que seria bom dar mais visibilidade, mais protagonismo, a outros valorosos elementos da FAP, como os que AMMatos cita mas acho que isso não pode vir assim, do "nada".

Se as suas histórias não aparecerem, se não as referirem, aqueles que com eles privaram, conviveram, etc., como irão elas chegar aqui? Inventadas? Mais ou menos no 'parece que', 'ouvi dizer que', etc.,? Logo a seguir aparecem os 'correctores' a dizer que "não falem do que não sabem, não estiveram lá", o costume.

Por exemplo, sobre as nossas valorosas enfermeiras paraquedistas não tem sido já por aqui referido quão importante foi o seu trabalho? A importância, tantas vezes decisiva, das suas intervenções? Desde as meramente 'curativas' às psicológicas? Claro que sim! Referidas em artigos próprios, em grande 'culpa' por causa da Giselda, mas não só, e em referências em artigos de memória de vários protagonistas.

E quanto a Pilotos? É verdade que foram mais salientados o Miguel Pessoa, o António Matos, o Jorge Félix (e talvez mais algum de que agora, neste momento, não me ocorre) porque estão vivos (e recomendam-se, felizmente!) mas também porque são interventivos.

Quanto a outros apenas aparecem nas referências às ocorrências que os vitimaram mas quem pode adiantar mais? Se houver, venham elas!

Abraços
Hélder S.

Anónimo disse...

Luis

Devido à mudança de casa não consigo encontrar as fotos, tiradas numa esplanada na Cidade da Praia, onde estava a minha Mulher, o Honório e eu.
Branquinho, Alberto