terça-feira, 19 de novembro de 2013

Guiné 63/74 - P12313: Memória dos lugares (254): Aquartelamento de Bambadinca, c. 1970 (Fotos de Humberto Reis, CCAÇ 12, 1969/71) (Parte II)... Daqui da ilha de Luanda e enquanto tenho acesso à rede sem fios, mando um abraço madrugador a um bom camarada que também passou pela "cova do lagarto" , e que hoje faz anos, o Mário Miguéis da Silva. (Luís Graça)


Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > 1970 >  Foto  nº 1 > Vista aérea do aquartelamento e posto administrativo de Bambadinca (que pertencia ao município de Bafatá) > Vista aérea, obtida de helicóptero,

Em primeiro plano o edifício do comando e as instalações de oficiais e sargentos. Bambadinca (em mandinga, "cova do lagarto") ficava numa pequena elevação ou morro, sobranceiro à extensa bolanha (a leste, à direita da imagem) e ao rio Geba (a norte), e de que vê uma nesga, ao fundo do lado esquerdo.

Nesta altura, por volta do 1º trimestre de 1970, Bambadinca albergava mais de 700 militares (incluindo a CCS/BCAÇ 2852, prestes a terminar a sua comissão, mais um companhia de intervenção, a CCAÇ 12, 1 pelotão de morteiros, 1 pel rec daimler, 1 pel caç nat, mais 1 pelotão de intendência (embora este tivesse instalações próprias, junto ao porto fluvial de Bambadinca, na margem esquerda do Rio Geba Estreito).

Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > 1970 > Foto nº 2 >  Outra vista parcelar do aquartelamento: em primeiro plano, a rede de arame farpado e as valas de proteção ao longo do perímetro do quartel e posto administrativo (que além das instalações do posto, incluia ainda uma estação dos CTT, uma capela, uma escola com alojamento  para a professora, que era cabioverdiana)...

A tabanca de Bambadinca, propriamente dita, ficava entre o aquartelamento e o rio, ou seja, a norte, já fora do perímetro de arame farpado... Além de diversas moranças, incluia pelo menos 3 estabelecimentos comerciais, incluindo a Casa Gouveia, e as lojas do Zé Maria e do Rendeiro.  A sul do aquartleamento, a menos de um quilómetro, havia outra tabanca, reordenada, chamada Bambadincazinho.


Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > 1970 > Foto nº 3 > Na altura estava em contrução, a cargo da empresa TECNIL,  a nova estraada (alcatroada) Xime-Bambadinca, fazendo depois ligação à estrada Bambadinca-Bafatá, que já existia,,, Na imagem acima, vê-se parte das movimentações de terra, necessárias para a terraplanagem... A nova estrada contornava Bambadinca, pelo lado da bolanha (pelo lado leste).



Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > 1970 >  A foto original, com resolução igual a 1,75 MB, a partir da qual obtivemos as três  imagens, inseridas acima, permitindo um maior detalhe do aquartelamento.

Foto do arquivo de Humberto Reis (ex-furriel miliciano de operações especiais, CCAÇ 12, Bambadinca, 1969/71), que tem seguramente algumas das melhores fotos  aéreas da da zona leste (Bambadinca, Xime, Mansambo, Xitole, Bafatá...) tiradas de helicóptero... São fotos de "slides", digitalizados. Ele tinha na altura uma boa relação com um ou mais dos pilotos da FAP, o que lhe permitiu apanhar algumas boleais e ver a Guiné "by air"... Enfim, um pequeno privilégio que não era para todos... (Re)publciamos hoje mais uma foto de Bambadinca, "by air", tirada de heli AL III, na aproximação ao heliporto, que ficava do aldo direito fa foto. Vd. poste anterior, P12310 (*).



Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > 1970 > Nesta outra foto,  tirada de terra, veem-se os trabalhos de construção da nova estrada Xime-Bambadinca que iria fazer a ligação à estrada Bambadinca-Bafatá... A obra estava a cargo da empresa Tecnil para a qual irá trabalhar, uns largos anos depois, o nosso amigo e camarada Rosinha. Nesta imagem, à esquerda vê-se o morro de Bambadinca e uma nesga da messe de oficiais. Do lado direito, era a grande bolanha de Bambadinca ("cova do lagarto", na língua dos mandingas).

Apoveito para, daqui da ilha de Luanda e enquanto acesso à erde sem fios, mandar  um abraço madrugador, a um bom camarada que passou também por Bambadinca, e que hoje faz anos, o  Mário Miguéis da Silva... (LG).


Fotos: © Humberto Reis (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: L.G.]

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Nota do editor: 

4 comentários:

Unknown disse...

passei por banbadinca na minha ida para fajonquito e logo encontrei um camarada da minha terra de espinho o rogério 1º cabo enfermeiro e depois penso que nunca mais lá fui somente na nosso regressso a bissau mas foi muito bom recordar estas imagens

Antº Rosinha disse...

1970, os camiões da foto, Magirus Deutz, também era uma das marcas que pontificavam nas grandes obras em Angola.

Era a própria Tecnil, que era um grupo de empresas, que representava a marca Magirus para Angola, São Tomé Guiné e Açores.

Em Bissau, ainda estes próprios camiões que se vêem na foto de Humberto Reis, construiram a Avenida "Unidade Guiné-Caboverde" e prolongamento do Aeroporto Osvaldo Vieira, de Bissau, nos anos que se seguiram à independência.

Só um camião dos que existiam nos anos 70/80 em Bissau, tinha sido atacado com uma bazucada (?) pelo PAIGC em que morreu gente.

Foi na construção de Gabu-Pitche.

Esse camião servia para retirar peças aos mecânicos da Tecnil.

Em 1970 na Ilha de Luanda havia o Tamar, o Tamariz, o Nogueira da Ilha, o Cais de Carvão, O Estoril, O São Jorge, o Restinga, o Bairro dos pescadores e o "passeio dos tristes" ao Domingo à tarde.

Em 1970, quando o Humberto Reis tirou as fotos dos Magirus da Tecnil, era campeão de Angola o ASA, do Diniz que a seguir veio para o Sporting.


Anónimo disse...

No início da minha comissão(Junho de

1969) montei segurança à Tecnil,na

construção da estrada Bambadinca-

Xime. Pois não é, que um mecânico

desse tempo, me reconheceu, há uns

meses, num lançamento de um livro.

É Santomense e está rijo.Talvez o

Rosinha o tenha conhecido.

Abraço.

J.Cabral

Antº Rosinha disse...

J. Cabral, a Tecnil importou vários empregados de São Tomé para a Guiné.

Eram chauferes, mecânicos ou ajudantes, e até para o escritório.

Todos eles continuaram até à falência total da Tecnil, 1981.

Com certeza estaria também lá no meu tempo, esse tal mecânico.

Gente porreira os Sãotomenses como os Caboverdeanos mas também foram enganados por meia dúzia de "heróis", que pensavam que governar aquilo era canja.